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A família da vida real que pode ter inspirado os Bakers de Resident Evil 7

Resident Evil 7 nos apresentou os Bakers, uma família que parece tradicional só à primeira vista. Algum mistério grave os ronda e eles parecem ser uma peça central na trama do jogo.

A família é formada pelos pais, Jack e Marguerite, um filho, Lucas, e uma senhora muito debilitada, cujo nome extra-oficial é Camile.

spoiler!
Há, ainda, a mulher que fala com Ethan ao telefone. Ela se refere à Jack como sendo seu pai e, portanto, pode ser mais uma filha dos Baker.

No segundo trailer de Resident Evil 7, somos apresentados aos Baker em uma cena que remete ao jantar de “O Massacre da Serra Elétrica”, uma clara referência ao filme dos anos 70. No entanto, a família do filme também tem muitas semelhanças com um caso real.

https://youtu.be/ZxqQkpWryBI

Os Bakers de Resident Evil 7 são donos de uma grande propriedade rural no estado da Louisiana, no sul dos Estados Unidos. Representam o “caipira clássico” norte-americano, às vezes chamado de “redneck” ou “hillbilly”. São pessoas de uma vida rural simples, geralmente alocados em cidades interioranas.

Por trás dessa aparência simples, os Bakers estão envolvidos em um segredo que os torna violentos, sádicos e assassinos. De acordo com uma análise do fansite Biohazard France, a família tem hábitos canibais. O responsável pelo comportamento alterado dos Bakers seria uma infecção com algum agente biológico ainda desconhecido, provavelmente um fungo.

Já os Benders ou “Bloody Benders” foram uma família real, e considerados os primeiros psicopatas dos Estados Unidos. A história deles começa após o fim da Guerra Civil Americana. Com a remoção de índios de alguns territórios do país, a União reservou alguns locais para serem habitados por colonos, em sua maioria, imigrantes.

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Os Benders eram uma dessas famílias de imigrantes. Não se sabe exatamente o país de origem deles, mas acredita-s que eram alemães. Ao chegarem nos Estados Unidos, por volta de 1870, os Benders se alocaram no estado de Arkansas, na região sul do país.

A família era formada por John Bender; sua esposa, Mary; um filho, chamado John Jr. e Kate, outra filha do casal. John e Mary já beiravam os 50 ou 60 anos. Ele era um homem alto e corpulento, enquanto ela era uma senhora esquálida  frágil. O casal se comunicava pouco com as pessoas que passavam pela região, pois falaram inglês muito mal, carregado com sotaque de sua terra de origem. Segundo alguns relatos que rondam a lenda dos Benders, John Jr. teria retardo mental, mas algumas histórias alegam que ele era apenas tão fechado quanto seus pais. Já Kate era uma jovem bonita e comunicativa, que atraía os viajantes para a pousada da família, alegando ser uma vidente e curandeira.bender_katiead

Investigações posteriores mostraram que os Benders não eram exatamente uma família. Mary e Kate eram mesmo mãe e filha, mas John não era pai da moça. John Jr., na verdade, era esposo de Kate e fingia ter retardo mental. Não se sabe se os dois possuíam uma relação incestuosa, sendo ambos filhos de Mary, ou se John era filho do patriarca dos Benders. Todos eles haviam nascido originalmente na Alemanha e possuíam outros nomes. Em sua terra natal, Mary Bender se chamava Almira Meik, e teria matado dois maridos anteriores com golpes na cabeça.

spoiler!
Fazendo um paralelo com Kate, podemos começar a cogitar que a moça do telefone e suposta filha dos Bakers não seja tão legal assim?

Os Bender construíram uma pequena casa em um terreno que beirava uma estrada. O local foi dividido em duas partes: uma era usada como pousada ou um mercado (uma espécie de loja de conveniência) para os viajantes e a outra servia de moradia para a familia. No estabelecimento, os viajantes poderiam sentar para jantar e reabastecer suas carroças com bebidas, fumo, pólvora e comida para a viagem. Caso desejassem, também poderiam passar a noite no local.

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Milhares de pessoas passavam pela casa dos Benders enquanto viajavam para tentar a sorte no oeste dos Estados Unidos. Com o tempo, várias das famílias que passavam pelo caminho da propriedade começaram a ser dadas como desaparecidas. Levou um certo tempo para que esses desaparecimentos começassem a chamar a atenção, pois as viagens pra o oeste eram realmente perigosas e muitas pessoas não conseguiam chegar ao destino pretendido.

Em 1872, George Loncher deixou o Arkansas com sua filha pequena em direção à Iowa, depois da morte de sua esposa. Eles nunca chegaram ao destino. Em seguida. Dr. William York resolveu procurá-los, refazendo o caminho que os Loncher haviam seguido, mas também desapareceu. York era irmão de um senador e de um policial do Arkansas, e seu sumiço não ficaria impune.

Uma investigação foi instaurada e, pouco depois, começaram a surgir relatos estranhos sobre os Bender. Uma audiência com os habitantes do local onde a família vivia decidiu que todas propriedades da região seriam revistadas em busca dos desaparecidos. Na mesma noite, os Benders fugiram.

Durante a revista da propriedade, pouca coisa foi encontrada dentro da casa. As únicas suspeitas estavam em uma portinhola no chão, que dava acesso ao porão e estava suja de sangue. Os Benders haviam carregado tudo o que podiam. Ao revistar o jardim, a surpresa: mais de vinte covas rasas foram encontradas. Os corpos apresentavam cortes na garganta ou golpes graves no crânio. Muitos deles estavam mutilados e haviam crianças entre as vítimas.

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Os investigadores concluíram que os visitantes eram convidados para jantar, atraídos pelas supostas guloseimas especiais cozinhadas por Kate ou por seus supostos “poderes”. No entanto, as pessoas precisavam sentar em uma mesa específica, considerada uma espécie de “camarote” da pousada. Enquanto comia, a vítima era golpeada na cabeça ou tinha a garganta cortada por John Bender ou seu filho, e o corpo era jogado através da porta que dava acesso ao porão. Depois de ter suas posses roubadas, as vítimas eram enterradas no jardim.

Um dos visitantes da pousada dos Benders alegou que foi orientado a sentar na tal mesa, mas se recusou. Imediatamente, Mary Bender teria ficado extremamente violenta e começou a xingar o hóspede. Depois do comportamento da mulher, ele decidiu deixar o lugar. Outras pessoas que passaram pela propriedade teriam contado histórias semelhantes.

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O objetivo dos Bender não seria exatamente o puro sadismo, mas sim, para roubar os bens dos viajantes. Como a maioria das pessoas que passavam pela pousada estava de mudança, carregavam muitos pertences em suas carroças.

Depois da descoberta, a polícia colocou um preço na cabeça dos Benders. No entanto, a família nunca mais foi encontrada após a fuga da propriedade. A história deles se tornou famosa nos Estados Unidos pós-Guerra Civil e a lenda dos “Benders Sangrentos” chegaram a todos os lugares.

Além dos Benders e de o “Massacre da Serra Elétrica”, outros elementos podem ter servido de inspiração para a criação dos Bakers. Nós já encontramos referências em “Arquivo X” e em outras mídias.

Saiba mais:

Fontes: Mental Floss e Murderpedia.