Welcome to the World of Survival Horror

Não existe tempo melhor para ser um fã do gênero mais renegado da geração passada de consoles: o Survival Horror. Com diversos novos títulos anunciados e diversos outros renascendo das cinzas para se reinventarem sem quebrar a fórmula (olhando feio para Resident Evil), não há dúvidas de que os mais aficionados ao estilo de jogo terão um prato cheio para degustar de 2015 em diante.

O motivo de o gênero estar fazendo um retorno tão massivo aos consoles depois de uma época de escassez quase que absoluta, pode se dar por uma série de razões, sendo algumas delas: a boa recepção de jogos indies de terror para os computadores (popularizados pelos vídeos de YouTubers como PewDiePie); a boa recepção de The Last of Us (que é repetidamente citado como influência nos títulos que estão para sair); The Evil Within, do mestre Shinji Mikami, o criador de Resident Evil; e até mesmo a boa recepção de Alien: Isolation (um jogo que não incorpora nenhum elemento de ação, sendo puramente Survival Horror e sendo extremamente bem sucedido). O Survival Horror voltou oficialmente a ser algo rentável e, para o bem ou para o mal, até mesmo as grandes empresas que no passado se viram esnobando o gênero e sua fanbase, agora retornam seus olhos gananciosos para a mesma, querendo uma fatia desse bolo.

Abaixo vocês vão encontrar os cinco melhores títulos (na minha humilde opinião) com o potencial de fazer alguns passarem as noites em claro, seja por ocuparem seu tempo com a jogatina ou por serem perturbarem o seu sono!

Deixarei Resident Evil Revelations 2 de fora da lista por motivos óbvios (o site já está tratando de trazer as últimas novidades sobre ele para todos os fãs da franquia). Sendo assim, vamos aos títulos!

#01 – SILENT HILLS (PlayStation 4, 2016)

Encabeçando a lista com estilo, está, possivelmente, o título com o maior potencial dentre os Survival Horror por vir. Anunciado como um jogo falso denominado P.T. (Playable Teaser) em Agosto de 2014, sua demo foi lançada no mesmo dia de seu anúncio na PSN. Em pouco tempo o jogo tornou-se viral, com diversas pessoas o avaliando como uma experiência genuinamente assustadora e com gráficos extremamente bem trabalhados. Para a surpresa de todos (inclusive do próprio criador do jogo), porém, uma jogadora de P.T., que fazia uma livestream direto de seu PlayStation 4 para a internet, conseguiu desvendar os enigmas da demo, revelando assim um trailer para o jogo completo: Silent Hills (sim com um S no final).

Hideo Kojima e o diretor Guillermo Del Toro são os principais nomes por trás da produção, que continua a tendência popularizada com Beyond Two Souls, de trazer atores consagrados para realizar a captura de movimento e fazer as performances dos personagens, no caso de Beyond, a atriz Ellen Page e o ator William Dafoe foram os responsáveis pelos papéis principais, já em Silent Hills, Norman Reedus de The Walking Dead (a série) não só faz parte, como também parece encabeçar o elenco. Digo “parece”, pois nada sobre o jogo em si ainda foi revelado, nem mesmo sua data de lançamento, nem se será em primeira ou terceira pessoa, ou se será continuação direta de algum episódio da série e nem mesmo se continuará sendo exclusivo do PlayStation 4, uma vez que a demo do jogo possui direitos compartilhados entre Konami e Sony. Apesar de muito pouco ter sido oficialmente revelado, isso não impede a nós, meros mortais e fãs de jogos de terror de especularmos. O principal boato circulando por aí é que Silent Hill se tratará de realidades e mundos paralelos, com talvez até viagens no tempo (por isso Silent Hills, no plural). O teaser interativo do jogo só reforça essa teoria, com portas que abrem para as mesmas salas com pequenas alterações de eventos, frases como “eu sou o eu verdadeiro, você é o você verdadeiro” e até mesmo “eu me vejo de pé numa sala, mas aquele não sou eu”… Ou algo desse tipo.

Como todos sabem, a saga Silent Hill vem tendo grandes problemas em se reencontrar nas novas gerações. Seus últimos episódios contaram com mais ação do que os episódios anteriores (The Room, Origins e Homecoming) ou com mecânicas um tanto quanto ultrapassadas (Downpour). Desta vez a Konami parece focada em resgatar aquilo que fez da franquia um sucesso com Silent Hills. Se o investimento e a empreitada vão ter valido a pena, só saberemos mais pra frente.

#02 – UNTIL DAWN (PlayStation 4, 2015)

Anunciado em 2012, Until Dawn era um jogo de terror programado para ser lançado no PlayStation 3 e fazer uso do PS Move, o controle por movimentos da Sony. Após quase um ano de silêncio após seu anúncio e algumas pingadas demonstrações em grandes eventos de games pelo mundo, em 2014, Until Dawn foi reapresentado ao público depois de uma série de teasers e uma campanha pesada da Sony.

O título não só pulou de geração, tornando-se um jogo para PlayStation 4, como sofreu uma série de upgrades e alterações, desde sua trama, aos seus personagens e até mesmo na equipe por trás do jogo, tudo isso em grande parte ao potencial que a Sony estava vendo no título da Supermassive Games.

A premissa básica continua a mesma: oito amigos vão para um chalé nas montanhas para se reunirem, como sempre fazem há anos. Mas, diferente da versão anterior de PS3, que se reservava a ser apenas uma paródia de filmes de terror dos anos 90, esse update no jogo promete equilibrar os momentos de clichês com história séria.

Na história atual de Until Dawn, não só uma amiga do grupo morreu algum tempo antes de eles irem para o chalé, como alguém sádico surge para assombrá-los e matá-los, expondo as rupturas e ressentimentos no grupo que outrora não aparentavam ser nada mais do que pequenos desentendimentos ou problemas superados, tudo isso enquanto eles tentam lutar por suas vidas, com ou sem a ajuda um dos outros.

Num esquema de jogo que mescla exploração e puzzles à momentos de decisão, o jogador não verá nenhuma tela de game over, mesmo que o personagem que ele controla, morra. Ao contrário, o jogo pulará para um dos sobreviventes restantes e a história prosseguirá daí. Apesar de não ter sido confirmado ainda, o roteiro de Until Dawn (encabeçado por diretores e roteiristas de cinema conceituados) dispõe de mais de 800 finais diferentes, o que comporta uma variação de cenas e eventos ainda maiores. Isso sem falar no questionário que o jogo faz com o jogador antes de jogá-lo, adaptando não só o vilão, como também o cenário baseado em suas respostas pessoais, bem como Silent Hill: Shattered Memories. Por exemplo, o vilão pode carregar uma seringa como arma caso você responda que tem medo de agulhas.

Com tanto potencial por trás, belíssimos gráficos (meus favoritos até agora!) e a campanha pesada da Sony nesse jogo, é impossível não ficar animado com o que se vê. Num plus para a geração nerd, Hayden Pannetiere, a estrela de Heroes, Pânico 4 e Nashville, encabeça o elenco como uma das protagonistas, a sensata Samantha.

O jogo será lançado exclusivamente para o PlayStation 4, durante verão norte-americano de 2015.

#03 – NIGHT CRY (PlayStation Vita, iOS, Android, 2015?)

Anunciado em Setembro de 2014, Project Scissors (como era conhecido) é uma continuação espiritual da franquia Clock Tower, atualmente pertencente à Capcom. O criador original da série, Hifumi Kono, passou anos de sua vida pensando no seu antigo game e em como melhorá-lo, mesmo quando os direitos já não estavam mais em suas mãos. Quando ele finalmente achou que tinha uma ideia digna de tirar do papel, ele montou uma equipe e se aproximou da Capcom para ter a permissão de usar o nome de Clock Tower como inspiração para o jogo, recebendo uma resposta positiva.

Na equipe do criador estão nomes bem conhecidos como Takashi Shimizu, autor e diretor de Ju-On (O Grito) e Masahiro Ito, o designer de monstros de Silent Hill, particularmente conhecido por conceber o Pyramid Head.

Pouco se sabe ainda sobre o game, além da inspiração e as plataformas para as quais será lançado. Dentro do que sabemos, estão pequenas informações de gameplay e história.

O game se passará num cruzeiro que está sendo atormentado por um serial killer que, pelo o que o título provisório e o teaser propõem, carrega consigo um gigantesco par de tesouras. Apesar de ainda ser incerto o fato de ser ou não um point-and-click, trabalhos anteriores de Kono nos levam a crer que ele continuará com essa pegada, talvez evoluindo para touch, uma vez que o jogo sairá, à princípio (nas palavras do próprio, existem planos para consoles de mesa) para plataformas que suportam esse tipo de tecnologia.

O protagonista será uma mulher com perfil ainda não definido. Kono deixou escapar em entrevista à GameSpot que gosta do papel das mulheres em jogos de terror, dando um misto de capacidade, emoção e vulnerabilidade.

Ao logo do jogo, suas decisões e ações influenciarão na sobrevivência não só da personagem, como também dos demais passageiros ainda vivos no cruzeiro. Ainda de acordo com Kono, estes passageiros poderão ou não ajudar você, dependendo de suas decisões para com eles e tudo isso poderá levar a vertentes bem diferentes da história, resultando em diversos finais únicos. Tudo isso, é claro, enquanto você evita ser a próxima vítima, escapando, lutando e se escondendo de seu perseguidor bem como em episódios anteriores de Clock Tower e até mesmo Resident Evil 3: Nemesis.

Kono deixou bem claro que ele planeja ser fiel a si mesmo e aos seus fãs, simplesmente pegando as ideias de Clock Tower e atualizando-as, sem deixar a identidade de lado. O que ele quer dizer com “atualizar” em termos de gameplay, ainda não se sabe, mas quem viver, verá..

#04 – ROUTINE (PC, 2015)

Routine é um jogo da Steam Greenlight, em produção pela Lunar Software desde 2013, sendo, essencialmente, um jogo indie.

Pegando carona em Alien: Isolation, Routine se passa numa estação espacial com tecnologia retrô, digna de um filme dos anos 80. Apesar de haver poucas pistas quanto a história do game, boa parte da experiência e da gameplay pode ser facilmente entendida através de seu trailer, que mostra todos esses detalhes.

Routine será em primeira pessoa e encarregará o jogador de descobrir o mistério por trás do desaparecimento de toda a população de uma gigantesca estação espacial chamada Lunar Research station.

Dentre as características propostas pelos criadores do jogo, está uma experiência não-linear, te dando a oportunidade de descobrir e explorar áreas da nave na ordem em que quiser, bem como ir descobrindo peças adversas do quebra-cabeça que é sua história e seus mistérios e depois ir ligando os pontos para a conclusão dos fatos.

Assim como o trailer aponta, não haverá nenhum sistema de HUD ou indicadores na tela, visando a total imersão do jogador. Você deve, prioritariamente, esconder-se e correr das ameaças que encontrar, mas ao que tudo indica haverá modos de sobreviver e enfrentar seu inimigo também, apesar de contra-indicado.

Assim como em Alien: Isolation, o jogo conta com um modo de morte permanente, não há vidas ou checkpoints. Mas diferentemente de seu antecessor, Routine também não contará com itens de cura e, possivelmente, não contará com um sistema de saves (as informações ainda são vagas), ou seja, morreu, perdeu!

Para adicionar ao fator replay, a equipe de apenas três programadores, promete que o jogo terá diferentes finais dependendo das áreas que visitar e os mistérios que desvendar.

Este game é definitivamente um prato cheio para quem gostou de Alien: isolation e é louco por mistérios e temas espaciais, algo do qual eu sou completamente culpado!

#05 – SOMA (PC, PlayStation 4, 2015)

Dos mesmos criadores de Amnesia: The Dark Descent, vem SOMA, um survival horror antes exclusivo do PC, mas que também fará seu caminho para o PS4 ainda este ano.

SOMA foi anunciado em 2013 e é um jogo de terror com foco no sci-fi. Ele será em primeira pessoa e se passará numa estação subaquática.

Em SOMA, você é uma pessoa sem histórico de violência ou combate, sendo essencialmente uma vítima das circunstâncias incapaz de se defender, preso nesse mundo de pesadelos que é PATHOS-2, uma estação de pesquisas abaixo do oceano no qual uma máquina começou a apresentar características humanas.

Os criadores da Frictional Games prometem uma história de primeira, lidando com o tema de “consciência”. Assuntos como a consciência humana, livre arbítrio e se é possível uma máquina despertar tal dom serão abordados de forma intensa na gameplay, uma vez que eles não planejam trabalhar com cutscenes para criar uma imersão narrativa completa.

Além da já referida máquina, outras criaturas estranhas aparecerão no jogo para assombrar o jogador, cada uma representando um de quatro temas diferentes que o game abordará.

Apesar de não haver outros maiores detalhes do game, nota-se que sua gameplay será bem semelhante a de Amnesia: The Dark Descent, com o jogador interagindo com o cenário e resolvendo puzzles ao longo do caminho enquanto faz seu progresso pela história. Elementos de exploração, uma atmosfera excelente e sobrevivência também são indispensáveis, sendo talvez, os maiores focos de SOMA.

#Extra – CONGO (PC, 2015)

Serei honesto, eu planejava mencionar Alone in the Dark: Illumination aqui nesta “menção extra”, porém desisti ao perceber que o game era mais uma espécie de “Resident Evil: Operation Raccoon City” do que “Resident Evil Outbreak”, com raízes multiplayer mais nos aspectos de ação do que nos aspectos de sobrevivência. Tendo disto isso, fica a recomendação para quem gosta de TPS, parece ser um jogo divertido, mas voltemos à Congo

Congo é um jogo de co-op com câmera isométrica focado na sobrevivência em cooperação. O motivo por eu não o ter colocado ele no Top 5 foi justamente por estar buscando um jogo multiplayer para fazer uma menção extra e pelo fato de ele ser extremamente experimental, desde sua câmera até sua gameplay, talvez, não sendo para todos.

Em Congo, você e seus companheiros estão isolados no meio das florestas do país que dá nome ao jogo. A área é escura e nas sombras estão escondidos seres demoníacos que anseiam pela sua carne. A luz é sua principal aliada neste ambiente hostil. Juntos, os jogadores devem buscar uma rota de fuga e procurar por armas e suprimentos para sobreviverem ao pesadelo que são as densas matas de Congo.

O jogo já possui uma versão beta disponível para download por apenas 20 reais na Steam. Os criadores agradecem todo e qualquer feedback quanto ao game, incorporando melhorias no jogo antes de seu lançamento oficial em versão alpha, que ocorrerá em algum momento ainda este ano.

Se você é alguém que está procurando algo mais divertido ao invés de algo mais intenso e curte um bom jogo multiplayer, Congo pode ser uma boa pedida.

Enfim, estas são minhas recomendações de survival horror para 2015 e 2015, e você, está ansioso para algum jogo de terror para ser lançado? Dê voz à sua opinião nos comentários abaixo!

Bem-vindo 2015! E você, está ansioso para algum jogo de terror nesse novo ano?

O texto não reflete a opinião do REVIL, e sim do autor do artigo.

Ficha Técnica

Escrito por: Ciro Guedes (@CiroGuedes)
Colaboração e revisão: Cláudio Corrêa (@justwevil) e André Ceraldi (@andreceraldi)
Publicado em: 07/01/2015