Análise – Resident Evil: Revelations (3DS)

Recebi o meu Resident Evil Revelations na sexta-feira antes do Carnaval, zerei no sábado. Agora tenho condições de escrever uma pequena análise sobre o que eu gostei e o que não gostei nele, evitando qualquer spoiler sobre a história do jogo.

Primeiramente, não senti o clima dos REs antigos e nem me assustei com nada, talvez devido ao meu costume com esse tipo de jogo. Tem gente que fala que morreu de medo de Dead Space, por exemplo, e eu achei boring as hell, mas isso não vem ao caso!

Achei o sistema de capítulos maravilhoso, melhor estilo possível: dá uma variada boa nos locais e evita ficar enjoativo repetindo sempre o mesmo lugar. Não consigo entender como teve mídia especializada que criticou isso; deve ser apenas pra aparecer mesmo. Os gráficos ficaram muito bons (joguei ele todo com o 3D desligado, tenho problemas com essa tecnologia), parecem ser um pouco melhores que os gráficos do Mercenaries 3D. O som ficou muito bom também. O jogo possui alguns slowdowns (tirando a parte do elevador, que é claramente um loading*) quando aparecem muitos inimigos na tela, mais claros em alguns mapas do Raid Mode, mas não é nada que atrapalhe. Senti falta de uma opção de desligar completamente o 3D, como tem no Street Fighter 4 do 3DS. Isso aumentaria muito o desempenho do jogo, provavelmente acabaria com qualquer slowdown e teria uma taxa de frames melhor.

Não gostei do Genesis, achei uma invenção chatinha e desnecessária, espero que fique somente nesse jogo. O Genesis permite analisar inimigos para ganhar Herbs extras e também encontrar itens que inicialmente estariam invisíveis no cenário. A jogabilidade também possui falhas: não entendi o motivo de terem alterado algumas coisas em relação a jogabilidade do Mercenaries 3D. O movimento da câmera ainda é feito com a touch screen, mas agora, se vc tirar o dedo da tela, ela continua virada pra direção que estava e não volta automaticamente para os ombros do personagem (fora que a movimentação dela ficou mais lenta). Se você estiver com a câmera deslocada e movimentar o personagem, aí sim ela volta para a visão normal. Existe uma chance desse sistema de câmera ser o mesmo que usarão no RE6. Particularmente eu prefiro muito mais o sistema de câmera do RE5 e Mercenaries 3D, mas ainda é melhor que movimentação livre da câmera. Outra coisa que eu percebi é uma certa falha no controle do analógico, algumas vezes quando estou mudando levemente de direção, o personagem dá uma paradinha (é algo bem rápido e que acontecia comigo no RE4 do PS2, mas só nele), como se o controle estivesse falhando, provavelmente mudaram um pouco a sensibilidade do analógico quanto a isso e deve ocorrer mais por conta da forma que eu jogo, já que, novamente no Mercenaries 3D não acontece. Achei alguns inimigos estranhos e a forma com que outros reagem aos tiros também. Outra coisa que eu não curti é a ausência de uma barra de energia, não custava nada colocar uma barrinha pra indicar, seria bem melhor que o esquema de mancha de sangue na tela.

Agora sobre o modo de jogo que eu mais esperava, o Raid Mode: é um modo bem divertido e como era de se esperar, achei melhor que o Story Mode, mas muito longe de ser um Mercenaries. Primeiro porque não existe pontuação (apenas ranks), o que já diminui um pouco o fator de replay dele. Pelo sistema do jogo, não teria como colocar muita diferença entre os personagens, e foi exatamente o que aconteceu. A diferença é na arma que cada personagem se dá melhor e no melee/facada, mas no caso desse jogo em particular, o melee não é muito utilizado. O sistema de level conta como um geral, e não dividido por personagem como eu havia achado que era, o que no final é um ponto positivo, devido a essa pouca diferença entre os personagens. O mais legal desse modo são as armas, é uma variedade grande e tenho quase certeza que algumas armas são exclusivas do Raid Mode, além de ter o level das mesmas, aumentando o replay pra conseguir sempre armas melhores. Além disso o jogo ainda conta com um sistema de conquista (são conquistas separadas entre o Story Mode e o Raid Mode), que quando feitas liberam mais extras ou até armas e itens para lhe ajudar. A medida que vai jogando o Raid Mode, aparecem objetivos novos para matar um certo número de inimigos e ganhar alguns itens/dinheiro. Também existem objetivos que são liberados apenas com o Street Pass do 3DS.

Em uma passada rápida na história e tentando evitar ao máximo qualquer spoiler, diria que adicionaram vários personagens que provavelmente não voltarão, alguns ficaram bons, outros nem tanto. Um ponto interessante é o “retorno” (entre aspas pois a história ocorre antes da primeira aparição do personagem para nós) de alguns personagens que apareceram em outros títulos,  mas não vou comentar muito sobre isso pois geraria um bom spoiler pra quem não jogou ainda. No meio desses personagens, existe um que provavelmente terá seu momento em um título futuro da série, já que tudo indica que o jogo vem a ser um prólogo aos acontecimentos que irão estourar no RE6, mas não posso afirmar nada com certeza, vai saber o que se passa na cabeça do pessoal da Capcom…

No geral o jogo ficou muito bom, mas não está entre os melhores REs na minha opinião, apesar de chegar perto disso. De qualquer forma, ainda vou perder várias horas no Raid Mode e rejogando o Story Mode pra conseguir as outras conquistas! Ah, na primeira vez que terminei, demorei 7:26, achei a duração dele na medida certa.

* Para quem não sabe, o que eu citei nos parênteses se refere a quando você entra em algum elevador ou porta que dá para outra área do jogo. Enquanto ele carrega essa nova área, ele dá vários slowdowns até o mapinha do local aparecer.

Avaliação final:

Gráficos: tomando como referência o que já foi apresentado no Nintendo 3DS, Resident Evil Revelations possui um dos gráficos mais belos do console já que tem menos serrilhados que o Mercenaries 3D, o que pode ser explicado talvez pelos corredores mais apertados do Revelations.

Som: eu sempre achei que em questão de músicas e efeitos sonoros, todos os jogos da série estão bem servidos, e no Revelations isso não é diferente. As músicas e os efeitos sonoros combinam perfeitamente com o ambiente.

Jogabilidade: pra mim o Mercenaries 3D teve o seu momento de melhor jogabilidade da série e as mudanças que fizeram no Revelations não me agradaram tanto; ainda tem a mesma essência do que foi criado no RE4, mas poderia ser melhor se tivessem mantido algumas coisas do Mercenaries 3D, como expliquei no texto. Outra coisa a se notar é a posição de alguns ícones da tela de toque; eles colocaram o botão para entrar no menu de itens ao lado direito do mapa, que é a região da tela de toque onde movimentamos a câmera, inevitavelmente ocorre de algumas vezes apertarmos este botão sem querer e acabar entrando na tela de itens. A forma de trocar de armas também ficou um pouco confusa, principalmente nos atalhos do direcional digital, sendo bem mais fácil de trocar utilizando a tela de toque mesmo, mas infelizmente não dá pra fazer isso para trocar a arma secundária (que são as granadas e a faca), tendo que algumas vezes navegar por todos os tipos de granadas para voltar até o primeiro item. UPDATE: depois de escrever o texto, descobri que se der um toque em cima do item secundário, abre uma lista com todos os itens disponíveis para selecionar mais rapidamente, mas essa lista abre por cima do mapa, impossibilitando o movimento da câmera enquanto ela estiver aberta.

Apresentação: um ponto diferente que eu gosto de dar nota é nos fatores mais técnicos do jogo, gosto de chamar de apresentação. Revelations possui alguns slowdowns quando a tela está cheia de inimigos e até dá uma pequena engasgada no Raid Mode quando mais inimigos vão aparecer no mapa. Os loadings durante as cenas dos elevadores foram bem colocados, acabou ficando melhor do que vir a tela preta ou então carregar a cada porta como os REs mais antigos. Uma coisa que sinto falta em ambos os jogos do Nintendo 3DS é de efeitos melhores nas armas, por exemplo, um tiro de Magnum não parece ter o mesmo impacto que tem nas versões para console de mesa, o que acaba ficando meio estranho visualmente, já que o personagem faz toda a movimentação do tiro, mas não dá aquela sensação de força quando a bala é disparada.

Fator de Replay: o Raid Mode dá um alto fator de replay para o game, pois leva um bom tempo até conseguir rank máximo nas duas dificuldades, ganhar level, conseguir estocar habilidades e juntar as melhores armas, além de poder jogar com outra pessoa, tanto online quanto local (obviamente os dois devem ter um 3DS e o cartucho do jogo). As conquistas ainda ajudam bastante no fator de replay para ambos os modos de jogo, principalmente se a pessoa tiver acesso ao Street Pass, coisa que é um pouco difícil em condições normais aqui no Brasil, infelizmente. Por fim, só não vou dar nota máxima para o Replay pois a comparação com outros jogos da série é inevitável; talvez se o Raid Mode tivesse um sistema de pontuação como o Mercenaries, teria a mesma longevidade. Só não podemos deixar de levar em conta o esforço da Capcom em criar algo novo e diferente para a série, o que acabou dando certo.

Créditos

Escrito por: Addinha
Editado por: Bruna Mattos
Publicado em: 23/02/2012

Gráficos
10
Som
10
Jogabilidade
8.5
Apresentação
8.5
Fator Replay
9
Reader Rating3 Votes
9.5
9.2