Por aqui no REVIL estamos acostumados a lidar com nomes de Dante Sparda e Vergil Sparda como os “demônios que gostam de chorar” santo trocadilho, porém esses não são os únicos demônios famosos que merecem nossa atenção. Nesta análise levarei vocês a uma viagem ao Santuário, com Diablo IV.
Os Filhos de Lilith
Diablo IV engloba, em seu enredo e nova história, todo o gancho deixado pela DLC Reaper of Souls, de seu antecessor Diablo III. Se passando 50 anos após o término de todo esse conteúdo, Diablo IV mostra já em seus primeiros trailers a volta da vilã Lilith, filha do então também vilão mais conhecido e temido da franquia, Mephisto. Sendo invocada por cultistas por motivos ainda desconhecidos, a volta da rainha da Súcubos – demônios mulheres -, Lilith traz uma nova era de escuridão e terror ao Santuário – toda a parte geográfica da franquia Diablo.
Sendo “O Escolhido”, nome genérico do protagonista desse novo game da franquia (sendo o personagem que iremos criar para desbravar essa nova era), por ser o último Nefalém em todo o Santuário – raça de descendentes de anjos e demônios -, ele/ela é tocado pelo sangue da própria Lilith, compartilhando visões e memórias da vilã durante todo o game, deixando para nós, jogadores, a decisão de qual caminho seguir nessa jornada: ajudar Lilith a destruir o mundo ou impedi-la de tal ato.
Todo esse enredo construído para Diablo IV está muito mais envolvente do que seus antecessores, e arrisco dizer ser o mais bem construído que em Diablo III, deixando personagens genéricos totalmente de lado e colocando os personagens principais no palco! Afinal, não é todo dia que temos que lidar com Lilith e seus conflitos com Inarius, Mephisto e até com o próprio Diablo!
Diablo IV também ganha ponto em um quesito muito bem aproveitado nesse game: o Escolhido, protagonista do game e personagem que nós, os jogadores, criamos está totalmente envolvido no enredo em si! Nosso personagem criado através dos primeiros minutos do game não é simplesmente mais um genérico largado em um RPG gigantesco, mas sim o principal elo com a antagonista principal, e isso aprofunda o jogador muito mais no enredo, nos deixando curiosos para completar mais um Ato dos oitos existentes no game.
O Primeiro Tour em Santuário
Diablo IV começa tranquilamente, preparando o território para os jogadores com a introdução do começo da história principal e já alguns comandos que iremos usar em toda essa jornada. Dos jogadores mais experientes e até os iniciantes, Diablo IV cuida para cativar já nas primeiras horas de gameplay, tomando todo o cuidado para não deixar as coisas difíceis demais, para ninguém desistir na primeira parada em alguma cidadezinha, por exemplo.
Eu, particularmente, comecei minha jornada na franquia em Diablo III, então não sou totalmente acostumada nem com o enredo e nem com a gameplay da franquia, porém achei a recepção muito boa já no começo do game, me deixando com gostinho de “quero jogar mais e upar ainda mais!”.
Após todos os minutos iniciais de Diablo IV, o game já disponibiliza as habilidades da Classe que você escolheu de seu personagem. Eu simplesmente amei a base da classe Necromante no Diablo III, então decidi ficar por essa classe mesmo para evitar erros e as famosas “noobadas” que só eu consigo fazer risos nervosos porque sou craque em construir build ruim.
Como joguei em conjunto com meu namorado (aliás, recomendo o game para jogar em companhia), conseguimos já ir na Dificuldade II, a última disponível no começo do game. É exatamente o que você pensou: não fomos nem loucos de começar a jogar no Hardcore e perder tudo, fiquem a vontade para tentar tal proeza.
Com minha build, por ser classe Necromante, foquei em montar o “exército dos mortos-vivos”, bem estilo Resident Evil mesmo, e construindo tudo aos poucos, upando sempre que possível e focando nos meus Lacaios, como são chamados. No final da campanha principal eu estava com 5 Guerreiros Esqueletos, 5 Magos e com o Golem de Sangue. Isso, pra mim, foi o suficiente para ajudar tanto o namorado a upar e avançar no enredo, quanto fazer as demais tarefas do game.
Diablo IV cuida para alguém que não sabe montar build nenhuma em qualquer RPG que seja. Se atenta em ajudar os iniciantes até os mais experientes. Tudo o que o jogador tem que fazer é pensar numa build que te faça jogar e se divertir ao mesmo tempo, e ler sempre as descrições disponíveis na árvore das habilidades e, principalmente, ler sobre os itens que está equipando. Os itens podem “combar” com as habilidades que se está upando, ajudando seu personagem a ficar mais forte.
Para aqueles que querem jogar mais a sério esse novo capítulo da franquia Diablo, recomendo ler bastante sobre as classes e suas habilidades, estudar bastante com qual build quer montar e já focar numa em que te prepare para o endgame e, assim, somente evoluir ainda mais após conclusão da campanha principal.
Porém, se tudo der errado, ou se o jogador quiser trocar sua build ou remontá-la, é possível resetar todos os pontos de habilidades, sendo necessário uma quantia de dinheiro in-game alta para isso.
Eu, particularmente, remontei duas vezes minha build de Necromante – uma durante a campanha principal e outra já no endgame, mais por querer experimentar outras habilidades da classe. Também experimentei jogar com as Classes Mago e Druida e, mesmo com uma build já montada, não tive dificuldades em me adaptar com essa gameplay, então reforço o que pontuei antes: Diablo IV cuida para que o jogador sempre consiga se adaptar em sua gameplay.
Diablo IV também é aquele jogo em que não é necessário se apertar em uma Masmorra ou um Boss sozinho. Como mencionei acima, além de ser jogado em cooperativo local, consegui também jogar cooperativo online, que permitiu no máximo quatro jogadores na party para explorar e matar monstros no Santuário. Levando em consideração que todo o mapa principal do game corresponde ao mapa do líder do grupo (ou seja, aquele que convidou os jogadores), é uma ótima oportunidade de upar bem, conseguir mais itens e equipamentos melhores e, claro, se divertir entre os amigos.
Sem contar que, ao longo do game, alguns eventos mundiais são ativados. Ou seja, o jogador pode ir até o ponto marcado no mapa com esse evento, se juntar a vários outros jogadores online e todos conseguem se ajudar a concluir aquela mesma tarefa, adquirindo assim ouro, itens e o famoso e cobiçado XP.
Se você achou o mapa do Santuário gigantesco para explorar a pé, não se preocupe: ao avançar na campanha principal, o jogador ganhará uma montaria, algo inédito em Diablo IV. Enquanto se está em cima do cavalo, sua montaria, é possível realizar um “dash” e alguns golpes contra inimigos, te ajudando a avançar longos caminhos com mais facilidade.
O Dever de Proteger o Santuário
Quando se escuta de muitos jogadores por aí que Diablo IV começa somente após fechar o game, não é em vão. O game realmente começa após a finalização da história principal, mas por que isso? Bom, vou tentar explicar.
Aos já acostumados com a franquia Diablo, toda a montagem da “build perfeita” fica somente acessível e possível de ser adquirida após completar a campanha principal do game, isso porque todos os itens raros, conhecidos como “itens únicos” são acessíveis somente através de determinados chefes, masmorras supremas e áreas corrompidas que devem ser feitas e finalizadas para a obtenção desses itens. Todo esse conteúdo é conhecido como Ecos do Mal, e é por aqui que os jogadores terão acesso aos itens, recompensas e eventos especiais lançados através de Temporadas para o game.
Diablo IV, aqui, já deixa disponível também a troca de dificuldade do game, sem ter a necessidade de rejogar a campanha principal, testando os jogadores a enfrentar inimigos mais fortes nas Masmorras do Pesadelo e além. Apesar das Masmorras do game em um geral serem repetitivas e cansativas de serem feitas, algumas com os mesmos objetivos em Masmorras, seguidamente, até valem a pena devido os itens que conseguimos através delas – tem até Únicos, e algumas melhoras na parte do Grifo do Quadro de Habilidades.
Com todos esses itens e recompensas, o Quadro de Excelência é essencial para expandir toda a build do seu personagem. Sendo disponibilizado quando chegamos ao Nível 50, os pontos de habilidades, agora, são extintos e somente os Pontos de Habilidades são necessários para elevar as habilidades de seu personagem, cabendo a você escolher o que evoluir de tal.
Diablo IV, fora isso, também dá mais ajuda ao jogador com a Árvore dos Lamentos, onde é necessário fazer 10 favores ao total para obter uma recompensa da Árvore, a escolha do jogador. Isso ajuda demais a obter um item raro e até único!
Tudo isso – com mais a exploração de todo o Santuário e a busca do famoso 100% do mapa, completando as missões secundárias, explorando regiões e masmorras, matando inimigos diversos e até mini-bosses e bosses mais fortes – torna o game “inacabável”, ou seja, é bom se preparar para gastar horas e horas após o endgame.
Aos jogadores mais acostumados e que querem ainda mais desafios, podem optar por enfrentar outros jogadores em batalhas PvP nos Campos de Ódio e ficar atentos aos eventos de Maré Infernal, onde inimigos ainda mais horripilantes e extremamente fortes invadem um local do mapa, e cabe ao “Escolhido” acabar com essa ameaça.
Diablo IV está agora na fase da Temporada 1 do game, que tem disponível um novo Boss para ser derrotado: Varshan, o Consumido. Com isso, os jogadores estão mantendo, e muito, o game vivo. Com isso, também, o foco de muitos jogadores são os chamados “World Bosses”, que são nada menos que Chefões Mundiais que aparecem a cada 5 a 7 horas no mapa do Santuário. São 3 Bosses no total, dando respawn sempre que possível no mapa para que os jogadores se juntem e derrotem o que são os inimigos mais fortes do game por enquanto.
A Construção de Santuário
Diablo IV vai muito além de somente ser um RPG bem construído, com diversas Classes e uma gameplay quase que infinita para o jogador aproveitar.
Posso falar, primeiro, sobre a excelente localização e dublagem em português do Brasil que o game possui e com aquela qualidade que a Blizzard consegue entregar desde a localização do game Overwatch. A dublagem perfeitamente sincronizada deixa qualquer jogador envolvido numa cena ou explicação durante o avanço no enredo. Menus, itens e diálogos também estão muito bem traduzidos e de fácil compreensão, facilitando e muito o avanço no que o jogador pretende fazer, e até para melhor entendimento para os novos jogadores da franquia, assim como eu. Além disso, a escolha da dubladora Mariangela Cantú para dar voz a Lilith foi perfeita!
Quem já está acostumado com as cenas in game e cutscenes dos games da Blizzard sabe também a qualidade entregue pela empresa quando se diz respeito a isso. Exemplo é a cena inicial do game, que é de uma qualidade absurda! Quem quiser conferir, segue o vídeo:
Diablo IV entrega, além de todo esse visual e localização de qualidade, a trilha sonora totalmente imersiva em momentos cruciais, como Bosses e batalhas por Fortalezas, por exemplo, deixando a gameplay ainda mais agitada e gostosa de se jogar e batalhar. Mas claro que para dar aquela acalmada para o jogador mexer nos equipamentos e nas habilidades, também tem as soundtracks tranquilas, geralmente dentro das chamadas cidades principais, onde o jogador pode arrumar todo seu personagem sem interrupções, além de obter interações para missões secundárias e com outros players.
Vale a pena viajar para o Santuário?
Diablo IV é um RPG completo que só melhorou conforme cresceu o nome dessa franquia da Blizzard. O game é o famoso RPG sem fim, em que o jogador pode ficar jogando, rejogando, montando e remontando sua build sempre que achar necessário, ou até mesmo criar outro save com outros personagens de classes diferentes, tudo isso para aproveitar ao máximo tudo o que esse universo oferece. Além do mais, para aqueles que já viram o final deste game, sabem que se tem indícios muitos grandes que DLCs serão lançadas, prolongando ainda mais a vida em Santuário.
Para aqueles que sentem que devem dar uma pausa no nosso querido Resident Evil, querem jogar com a galera ou até aceitar um desafio de jogar sozinho, Diablo IV é a indicação de game perfeita. O preço cheio do game, por mais que seja considerado alto para alguns, é justificável devido ao grande conteúdo que o game possui e está para possuir.
Um ponto negativo que eu vivenciei é que em diversas vezes o game simplesmente congelava quando eu estava jogando, fazendo com que eu reiniciasse diversas vezes. Isso me custou algumas conclusões de Masmorras e até missões secundárias não concluídas – porque acabou bugando e não consegui mais completá-las.
Outra péssima experiência também é que, em alguns momentos pós-atualizações, os servers ficam impossíveis para se jogar normalmente, travando demais e resetando cenários (pensei que era a minha internet, mas li relatos iguais de outros jogadores no mesmo período, então ainda se tem problemas nos servers do game).
Eu acabei não usando, mas o game possui uma loja interna que, através da compra de moedas (ou seja, seu dinheirinho suado do dia-a-dia mesmo), é possível comprar diversas skins para o seu personagem. Nada que eleve de nível, mas para quem quer ficar bonitão no game e jogar um “Santuário Fashion Week”, é só pesquisar os conjuntos disponíveis na loja, que sempre estão em mudança.
Diablo IV está disponível para Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series S|X e PC (Battle.net).
A autora desta análise adquiriu Diablo IV por conta própria e produziu este conteúdo a convite do REVIL.
Colaborou com a revisão deste texto: Ricardo Andretto