Resident Evil é a maior franquia da Capcom, sendo constantemente reconhecida também como a melhor série de games de terror de todos os tempos. Isso não é uma grande surpresa, já que, após quase 30 anos desde o lançamento de seu primeiro título, ela continua se reinventando e abraçando novas gerações.
E assim como em diversas partes do mundo, o jogo também é um enorme sucesso no Brasil. Basta conversar com qualquer fã do gênero para perceber o quanto os games de Resident Evil despertam boas memórias e sentimentos.
E por que esses títulos fazem tanto sucesso por aqui? Investigamos alguns dos principais motivos para tentar entender essa profunda relação entre o Brasil e Resident Evil.
O selo Capcom de qualidade
A Capcom já existia oficialmente desde 1983 e vinha evoluindo no desenvolvimento de games com muitos títulos fazendo sucesso no Brasil, casos de Street Fighter, Megaman e Final Fight, para dar alguns exemplos. Tais jogos influenciaram fortemente as gerações que cresceram nos anos 1990 e 2000 e ecoam até hoje em produções da cultura pop e canais do YouTube.
Mas é certo que nem todos tiveram a mesma fama por aqui. Games como Avengers, que soou mais como uma versão genérica e sem grande inovação de outras franquias de luta; Poker Ladies, que não agradou muito o público, ainda mais porque a cultura de poker no Brasil ainda estava evoluindo no fim dos anos 1980, e Vulgus, que apesar de ter feito relativo sucesso no Japão e nos Estados Unidos, não foi um dos mais jogados nos fliperamas nacionais.
Quando Resident Evil chegou ao país, a Capcom já tinha noção de que possuía uma franquia de ouro nas mãos, tanto que ainda é a mais bem-sucedida da companhia até hoje. As doses certas de terror e ação fizeram com que o jogo se espalhasse rapidamente pelos apaixonados por videogames e, no início dos anos 2000, o título já era uma verdadeira febre em terras tupiniquins.
A cultura de jogos da época
Na década de 1990 e no início dos anos 2000, a oferta de jogos no Brasil era bastante limitada, ao contrário de hoje em dia, que já podemos facilmente jogar poker online ou ter acesso a lançamentos de maneira imediata.
Entretanto, há 28 anos, essa não era a realidade, e os fãs de games viviam na esperança de que os lançamentos chegassem logo. Alguns dos títulos demoravam meses e até anos para chegar, o que fazia com que os jogos que já estavam por aqui fossem jogados várias vezes por quem os amava. Quem frequentou ambientes gamers há cerca de 20 anos sabe o quanto Mr. X e Nemesis foram assuntos muito debatidos.
Os jogos da franquia começaram a se tornar cada vez mais populares no país à medida em que consoles como Playstation e Game Cube se tornavam mais acessíveis. Isso, somado ao contexto da demora por títulos novos, fez com que esses games se tornassem extremamente populares, principalmente entre os adolescentes.
Os brasileiros amam terror
Apesar de não ter uma indústria de games consolidada no Brasil (e talvez por causa disso), os brasileiros são um dos maiores públicos para produtos de terror. Essa paixão, que sempre fascinou o público com livros e filmes, apresenta bons números até os dias de hoje.
O lançamento de Resident Evil em 1996 foi um verdadeiro marco na história dos games de terror, popularizando principalmente o que ficou conhecido como survival horror. Ainda que outros títulos do gênero já tivessem sido lançados muito tempo antes, como o icônico jogo de Halloween para Atari, onde você tinha que fugir de Michael Myers, ou mesmo títulos como Alone in the Dark, que já fazia sucesso nos anos 1990, nada se comparou ao estrondo que foi Resident Evil.
Como amantes de boas séries de terror, a relação entre o público brasileiro e os jogos só cresceu conforme novos títulos foram chegando por aqui. Muitos dos fãs de outras franquias do gênero como Outlast e Dead Space citam os jogos da Capcom como os responsáveis por introduzir o terror e fazê-los se apaixonar por esse tipo de jogo.
E essa relação não poderia estar melhor! Hoje em dia, com jogos com legenda e dublagem em português, os títulos de Resident Evil já atingiram diversas outras gerações. E a tendência é que continue assim.