O mais novo título da renomada franquia de terror e sobrevivência, Resident Evil Survival Unit, estreou em grande estilo no Brasil, conquistando jogadores e a mídia especializada. O jogo mobile de estratégia teve sua primeira demonstração jogável no país durante a Brasil Game Show (BGS) 2025, realizada entre os dias 09 e 12 de outubro no Distrito Anhembi, em São Paulo. A equipe do REVIL esteve na feira para testar o game em primeira mão e entrevistar a equipe de desenvolvimento.
Na BGS 2025, o jogo mobile foi apresentado em duas demonstrações distintas: uma versão mais rápida, com duração entre 6 a 10 minutos, focada em conteúdo inicial para o público visitante do estande; e uma demo mais completa, exclusiva para a mídia especializada, que incluía o sistema de gestão de itens, arquivos e decisões mais estratégicas. É importante destacar que ambas as demonstrações estavam completamente localizadas em português, com títulos, legendas e arquivos traduzidos. Survival Unit é fruto da colaboração entre a Capcom, Aniplex Inc. e a JOYCITY Corporation.
Para aprofundar os detalhes do desenvolvimento e da estratégia de lançamento no Brasil, a equipe da JOYCITY Corporation marcou presença no evento. O Diretor da Divisão Estratégica, Jay Park, e o Diretor de Negócios, Chan Hyum Kim, estiveram à disposição da imprensa para compartilhar as ambições do título e o futuro do jogo no cenário mobile global.
CONCEPÇÃO DO PROJETO
Questionado sobre como a JOYCITY obteve a licença de Resident Evil, o Diretor de Negócios Chan Hyum Kim explicou que a empresa, embora reconhecida por seus jogos mobile, possui uma atuação diversificada. Ele destacou a parceria com a Sony, que fez da JOYCITY a primeira desenvolvedora coreana a lançar um título para o PlayStation 4, além do interesse prévio da empresa em criar um jogo de apocalipse zumbi. A combinação desses fatores resultou na colaboração entre Capcom, Aniplex e JOYCITY.
Durante a entrevista, os diretores confirmaram que Shinji Hashimoto, produtor prestigiado e responsável por franquias famosas como Final Fantasy e Kingdom Hearts, foi uma peça fundamental para o projeto. Kim detalhou a curiosa história do seu envolvimento. “Ele já tinha se “aposentado”, mas, durante uma visita à Capcom, um dos produtores do grupo afirmou que ele poderia criar ainda ótimos jogos. Hashimoto, sem hesitar, pediu então: ‘Por que você não me dá uma IP?’. No fim, ele pediu Resident Evil.”
DESENVOLVIMENTO
A partir dessa provocação, Hashimoto começou a desenvolver o projeto, mas à medida que avançava, ele enfrentava desafios conceituais. Chan Hyum Kim revelou que a Capcom inicialmente alertou Hashimoto sobre as dificuldades do terror no mobile: “Se você tentar criar um jogo para mobile, o terror não funciona, porque o som de Resident Evil é fundamental para a atmosfera de horror. Mas no mobile, ninguém está realmente ouvindo o som.” Observando isso como um desafio, Hashimoto decidiu mudar o gênero do projeto, transformando-o de um jogo de terror e ação para um de estratégia, uma inovação que a própria Capcom recebeu positivamente.
Com a mudança para o gênero de estratégia, a desenvolvedora JOYCITY, reconhecida por seu histórico de sucesso em jogos de mobile, foi convidada a participar do projeto. A conexão entre Hashimoto e os desenvolvedores foi imediata, como relatou o diretor de negócios, Kim. “Então, quando Hashimoto veio nos encontrar, foi uma conexão imediata. Íamos fazer um Resident Evil.” O entusiasmo da equipe foi enorme, já que muitos eram fãs da franquia. Dessa forma, Hashimoto adiou sua aposentadoria, a Capcom conseguiu uma abordagem nova para a franquia, e a JOYCITY finalmente desenvolveu seu jogo de apocalipse zumbi.
Com o projeto aprovado, os desenvolvedores começaram a dar forma ao jogo e a explorar como adaptar a essência de Resident Evil para o universo mobile. “Estamos tentando criar um jogo de estratégia para celulares, mas sabemos que muitos fãs de Resident Evil são jogadores de console”, explicou Jay Park. “Por isso, precisávamos apresentá-los a um ambiente familiar. Começamos com uma jogabilidade de ação e aventura, mas percebemos que os remakes recentes, com câmera livre, seriam difíceis de controlar na tela sensível ao toque. Então, voltamos ao ângulo de câmera fixo, que é mais intuitivo para o mobile. A partir daí, o jogo foi evoluindo naturalmente para algo que mistura defesa, estratégia e modo multiplayer. Queremos oferecer aos usuários diferentes fases de jogabilidade, ajudando-os a se familiarizar com essa nova forma de jogar Resident Evil”, afirmou.
CRIATURAS
No desenvolvimento de Resident Evil Survival Unit, Shinji Hashimoto também teve papel essencial na concepção visual do jogo. Foi ele quem convidou Yoshitaka Amano, artista renomado por seu trabalho na série Final Fantasy, para criar o design das criaturas. Além de seu histórico em mundos de fantasia, Yoshitaka já havia atuado em projetos com elementos de terror e estratégia, como Parasite Eve e Front Mission. Seu estilo único, que transita entre o realismo e o experimental, ajudou a estabelecer uma identidade própria para o novo título da franquia.
Essa paixão pessoal acabou se refletindo nas escolhas criativas do projeto. Segundo Kim, Hashimoto viu na parceria com Yoshitaka uma oportunidade de unir suas referências em algo novo. “Amano tem uma versatilidade impressionante, ele não cria apenas para mundos de fantasia, mas também trabalha com peças de teatro Kabuki (arte teatral tradicional do Japão) e outros estilos visuais. Hashimoto sabia disso e o convidou para trazer elementos de terror ao nosso jogo. No fim, tudo se encaixou perfeitamente, as ideias, as influências e as pessoas certas”.
LOCALIZAÇÃO E LANÇAMENTO
Para finalizar, Jay Park comentou sobre o lançamento global e a localização do jogo. Resident Evil Survival Unit ainda está em fase de soft launch (lançamento teste) em quatro países, etapa utilizada para coletar feedback dos usuários e testar estabilidade, equilíbrio e desempenho do game. Segundo Park, o título está cerca de 95% completo, e os dados coletados serão usados para finalizar os últimos ajustes antes do lançamento mundial.
Sobre a localização e tradução para o português brasileiro, Jay Park e Chan Hyum Kim destacaram a importância da comunidade nacional para o sucesso do jogo. Segundo eles, o entusiasmo dos brasileiros foi decisivo para incluir o idioma no lançamento. “Estamos recebendo muito carinho de usuários de todo o mundo, mas os brasileiros estão realmente no topo. Isso nos surpreendeu bastante. Vimos esse apoio no anúncio e no pré-registro e, por isso, decidimos não apenas adicionar o português ao jogo, mas também vir à BGS para agradecer e compartilhar essa empolgação com os fãs”.
O jogo será disponibilizado em português, assim como em outros idiomas, e está previsto para ser lançado globalmente ainda neste ano, com uma tradução e localização cuidadosamente adaptadas para garantir a melhor experiência aos jogadores.
Ainda sem uma data de lançamento, mais de 1 milhão de pessoas já fizeram o seu pré-registro em Resident Evil Survival Unit via App Store ou Google Play.
OPINIÕES DA COMUNIDADE
Para Luisa “Lilith” Borges, cosplayer e participante do Resident Evil Project, a chegada de Resident Evil ao mobile não deve ser vista como uma transição, mas como uma adição à franquia que busca ser mais acessível e alcançar fãs ao redor do mundo. Segundo ela, a demonstração de Survival Unit surpreendeu, mantendo-se fiel ao estilo dos títulos anteriores. “É bom poder sentir a dedicação e empenho da equipe em criar algo fiel em vários sentidos e ainda oferecer novas perspectivas dentro de Raccoon City”, afirmou. As expectativas, segundo Luisa, estão altas para o lançamento, que promete entregar uma experiência consistente com o universo clássico da franquia.
Para Joymmir Silva, advogado e fundador do site EvilHazard, Resident Evil Survival Unit é uma oportunidade que todos os fãs da franquia deveriam conhecer. “Apesar de ser um jogo mobile e de estratégia, a equipe de desenvolvimento é formada por fãs do jogo original e que entendem o que os jogadores amam na franquia. Eles estão trazendo personagens como Leon S. Kennedy, Jill Valentine e Claire Redfield, e cenários conhecidos para uma experiência estratégica e acessível. O jogo é gratuito, com elementos “pagar para avançar”, mas quem não gastar dinheiro pode avançar normalmente, e a equipe promete atualizações e surpresas ao longo do tempo. Todo fã de Resident Evil merece dar uma chance a este novo título.”
