Sem filtros e sem drama: como os zoomers vivem e o que dizem

A Geração Z, os chamados zoomers, nasceu entre 1997 e 2010. Para a maioria, o mundo sempre foi conectado — pesquisam tudo na hora e não separam mais o online do offline. Carreira, relacionamentos, vida: tudo passa pela Internet. Muitas pessoas chegam a chamá-los de “geração perdida” por causa da dependência digital e da dificuldade em manter o foco em uma única tarefa. Mas será que isso é verdade? Vamos analisar juntos.

Geração Z: entre TikTok e ansiedade

Os zoomers cresceram assistindo a vídeos no YouTube. O TikTok, para eles, é muito mais do que diversão: é palco de autoexpressão. A Geração Z não apenas consome conteúdo — ela o vivencia. Explica emoções em vídeo, traduz sentimentos em imagens curtas. E prefere absorver informação em memes, vídeos e áudios rápidos, em vez de longos blocos de texto.



O bombardeio constante de informação, porém, alimenta a ansiedade. Medo do futuro, crises globais, instabilidade financeira, comparação incessante com os outros — tudo parece mais pesado para eles. Ao mesmo tempo, sabem transformar essa carga em estética. E até monetizá-la.

Valores e visão de mundo

Os zoomers vivem se perguntando: “Por que estou fazendo isso?” e “Quem precisa disso?” Não hesitam em tocar em assuntos delicados e falam abertamente sobre feminismo, direitos das minorias ou guerra. Em vez de fugir ou ignorar problemas, preferem enfrentá-los de forma consciente.

Para eles, ser sincero e verdadeiro importa mais do que ser perfeito ou “manter as aparências”. Seguem o princípio de que “se não ressoa com você, não faça.” O que chamam de “sucesso” não se mede por carreira ou estabilidade financeira. O que realmente vale é a harmonia interior, a capacidade de permanecer autêntico e trazer algum benefício real ao mundo.

Socialização digital

Para os zoomers, o espaço online não é uma alternativa à vida real, mas parte essencial dela. Para essa geração, as fronteiras entre presencial e digital estão cada vez mais borradas. Eles marcam encontros em apps de namoro, encontram afinidades nas redes sociais e mantêm contato com quem amam nos mensageiros. Conseguem transmitir emoções pela tela tão bem quanto em uma conversa cara a cara. Afinal, para eles, a Internet é literalmente um espaço de existência. Até um comentário rápido em um vídeo pode virar amizade — ou amor.

A geração mais velha critica o fato de viverem grudados no celular. Mas, na prática, os zoomers conseguem encontrar sua cara-metade online — e depois levá-la para o offline.

Chamada de vídeo: o novo small talk

Enquanto os millennials valorizam encontros presenciais para rir, conversar e sentir proximidade, os zoomers se satisfazem com o online. Mas querem ver a reação do outro lado. Por isso, os áudios estão sendo trocados pelos bate-papos por vídeo. Num serviço de chamada de vídeo com mulher como o CooMeet, a conversa flui quase como em um café, mas com a opção de deslizar para o próximo se o papo não agradar.

Para os zoomers, o bate-papo por vídeo devolve a vida às conversas digitais. Tudo acontece em tempo real: sem fotos retocadas, frases prontas ou longas esperas por resposta. Você vê a outra pessoa quase como na vida real. Outra vantagem das roletas de bate-papo por vídeo é sair da bolha e conhecer gente nova. Pode ser alguém da rua ao lado ou de outro país.

Conteúdo sob a ótica dos zoomers

Os zoomers estão entre os criadores de conteúdo mais influentes e bem-sucedidos e isso não é à toa. Nasceram digitais. Se os millennials costumam ter receio da câmera, os zoomers lidam com ela como se fosse íntima. Entendem como funcionam os algoritmos, falam a língua das tendências e apostam na autenticidade em vez da imagem perfeita. Esse conjunto leva ao sucesso.

Eles captam rápido o que prende a atenção e transformam isso em expressão genuína, não em ruído passageiro. Não têm medo de arriscar, errar e recomeçar. Por isso, não são apenas usuários: são criadores.

Trabalho e estudo: como os zoomers estão repensando carreira, aprendizado e dinheiro

Os zoomers não aceitam trabalhar no esquema das 9:00 às 18:00. O modelo tradicional não combina com eles. Valorizam liberdade e flexibilidade. Muitos optam pelo trabalho freelancer para decidir quando trabalhar e quando descansar. E, mais importante, estão sempre aprendendo. Não estudam apenas para “ter um diploma”, como muitos millennials faziam. Para essa geração, importa adquirir conhecimento prático e experiência real. O trabalho não é obrigação ou mera sobrevivência, mas uma chance de se realizar como profissional e indivíduo.

Curiosamente, a Geração Z prefere a adaptabilidade à estabilidade. Cresceram em meio a crises, pandemia e guerras. Por isso, escolhem profissões que permitem se ajustar a quase qualquer cenário.

Desafios e contradições

Os zoomers querem tudo ao mesmo tempo. Por isso, estão mais expostos ao burnout e, junto com a liberdade, vêm as fragilidades. Buscam viver de forma consciente, mas sentem a pressão de seguir tendências. Querem um trabalho que traga alegria, mas temem perder oportunidades. A sua vida é intensa — e exaustiva.

Falam com frequência sobre síndrome do impostor, falta de equilíbrio interno e sensação de vazio. Vivem divididos entre ser fiéis a si mesmos ou agradar os outros, seguir o coração ou o algoritmo. Os zoomers querem equilíbrio, mas sofrem com a dificuldade de alcançá-lo. Essa tensão interna é talvez o maior desafio da Geração Z. Mas é justamente ela que pode ensinar esse grupo a valorizar não só o resultado, mas também o esforço feito no caminho.

Formato em vídeo no futuro: o que esperar

Os zoomers mostram que a comunicação pela tela não é moda passageira — é realidade. E, no futuro, o vídeo será uma forma de interação universal, autêntica e humana.

Hoje, negociações de trabalho, entrevistas, estudos e encontros já migram cada vez mais para o online. Bom ou ruim? O tempo dirá. O certo é que a comunicação pela Internet já é parte do cotidiano. Stories, transmissões ao vivo e vídeos curtos não substituem o contato presencial, antes são um formato próprio. No futuro, o vídeo será ainda mais autêntico e interativo. As câmeras deixarão de ser acessórios para se tornarem parte inseparável do trabalho, da educação, da terapia — e até do amor.