Mais uma Brasil Game Show aconteceu para a alegria do público gamer nacional. O evento foi realizado no Expo Center Norte durante os dias 11 e 15 de outubro. Muita coisa rolou por lá e a gente conta um resumão das experiências da equipe REVIL na feira.
Faltou Resident Evil 🙁
A BGS desse ano foi um pouco atípica para nós: não tinha praticamente nada da nossa franquia preferida na feira. Para não dizer que a série estava 100% ausente, havia demo de Resident Evil 7 com PlayStation VR nos stands da Sony e da Americanas. Nos dois lugares, a fila estava acirrada, já que pouca gente tem acesso ao periférico.
Nenhum de nós experimentou de novo por que ninguém merece fila por não ser uma experiência exatamente nova para a equipe.
Mas não faltou cosplay de Resident Evil 🙂
Não tem novidade da franquia na feira? Não tem problema. Os fãs de Resident Evil que também são mestres na arte do cosplay deram o ar da graça, em sua maioria no domingo, o último dia da feira.
Kojima Game Show
A gente vai na BGS para testar games, conhecer pessoas com os mesmos interesses que nós, curtir umas atrações e até tomar coragem pra dar um “oi” pra aquelas pessoas que a gente conheceu pelos comentários do REVIL, pelo Twitter, ou pelos multiplayer da vida.
Só que essa edição contou com um convidado muito, mas MUITO especial mesmo. Hideo Kojima, uma verdadeira LENDA, criador de Metal Gear e ex-membro da Konami estava lá na BGS não só para fazer algum tipo de apresentação, mas para ter contato com o público.
Foram dois Meet & Greet lotados – com agendamento que esgotou em menos de 5 minutos – e duas apresentações no palco principal da feira. Do dia 11 ao dia 13 só se falava em Hideo Kojima e onde ele poderia estar.
Como fã do cara, eu não pude deixar de participar de todas as atrações relacionadas ao criador de Metal Gear. Estive no primeiro Meet & Greet, que rolou no dia 11. Foi engraçado ver como as pessoas na fila – algumas delas conhecidas minhas – estavam ansiosas e nervosas por ter a chance de conhecer o Kojima, ainda que por alguns segundos. Conforme a fila ia andando, era inevitável controlar a ansiedade e evitar pensamentos como: “o que eu posso falar pra ele?”, “como eu cumprimento um japonês?!” ou “caramba, e se eu tropeçar nessa escada e cair de cara no chão?”
No fim das contas deu tudo certo. Ninguém caiu de cara no chão. Kojima cumprimentou a todos brevemente com um surpreendente “It’s a pleasure to meet you” muito bem pronunciado, assinou jogos dos fãs e recebeu presentes.
Essa aí sou eu cumprimentando o Kojima. Eu saí com essa cara de meio nada / meio pombo porque eu tava nervosa demais pra sequer PENSAR em uma pose. Mas tá valendo. Senpai me notou.
O Cláudio Corrêa (Just) é uma pessoa bem mais dada do que eu (hihihi) e teve a ótima ideia de entregar uma camiseta e uma caneca do REVIL para o Kojima. Ele fez uma carinha feliz com o presente e eu espero de verdade que ele use, nem que seja só pra dormir.
Um momento que merece destaque aqui foi outra ótima ideia do nosso amigo Valdecir. O Val desenhou o Snake em uma nota de R$5 e acabou de criar o método inflacionário mais incrível da história:
Quantos dinheiros valem esse dinheiro? Fica aí a pergunta.
Além de ter um contato com os fãs, o Kojima aprendeu a arte brasileira da zoeira. Ele tirou foto com um bebê de brinquedo (como o de Death Stranding), brincou com seguranças, tomou cerveja e caipirinha, comeu churrasco e chamou a galera para o Meet & Greet com um “chega mais” via Twitter.
Happy Saturday Everyone!👶🏻🕸️🐋 @Kojima_Hideo @Kaizerkunkun @Ken1555 @HIDEO_KOJIMA_EN #DeathStranding pic.twitter.com/bONhMiAw1y
— Ludens🍄🐋 (@VenomLudens) 14 de outubro de 2017
With my SP!!! pic.twitter.com/0OTuzqC4mP
— HIDEO_KOJIMA (@HIDEO_KOJIMA_EN) 13 de outubro de 2017
Vale lembrar que o Kojima participou de mais dois eventos durante a BGS. Ele recebeu o “Life Achievement Award”, um prêmio que a BGS entrega aos nomes de maior destaque da indústria e registrou suas mãos na “Wall of Fame”.
Ed Boon e Nolan Bushnell
Além de Hideo Kojima, a feira contou com a presença de Ed Boon, o criador de Mortal Kombat e de Nolan Bushnell, fundador da Atari e criador de Pitfall. Os dois também participaram de Meet & Greets oficiais da feira.
Ed Boon, sempre simpático com os fãs brasileiros, fez diversos encontros com os fãs. Ele esteve disponível para Meet & Greets no stand da Warner e também na Saraiva.
O Stand da Microsoft
A equipe do REVIL é majoritariamente usuária de consoles da Sony, então a gente não costuma dar muita atenção aos stands Master Race e da Microsoft. Para nós, a maior atração da MS foi Cuphead, o queridinho do momento, não somente por sua estética incrível, mas pela alta dificuldade.
Cuphead é um jogo indie feito pelos irmãos canadenses Chad e Jared Moldenhauer do Studio MDHR. O game estava bem tímido na BGS, no stand do Xbox, com apenas 4 plataformas disponíveis. Cuphead formou uma fila de espera com mais de 2 horas para as pessoas jogarem por 10 minutos.
Este já pode ser considerado um gigante da indústria dos games: em sua primeira semana vendeu mais de 1 milhão de cópias somente no Steam. O jogo é totalmente baseado nos desenhos clássicos dos anos 30, lembrando muito os primeiros traços de Mickey Mouse e Beth Boop. No jogo, os irmãos Cuphead e Mugman lutam contra uma série de chefes para pagar uma dívida adquirida com o diabo em um cassino, daí o nome do game ‘Don´t Deal With the Devil’. A jogabilidade é bem difícil de começo. O estilo Shoot and Run ajuda na hora de você enfrentar os inimigos, porém, depois de morrer diversas vezes (sim morremos pra caramba), você acaba se adaptando ao estilo e consegue enfrentar um chefe mais complicado.
O Stand da Sony
Foi aqui que a gente fez a festa! Ou quase. Com uma E3 fraca esse ano, era difícil esperar muita coisa da PlayStation na BGS. O stand tinha algumas demos antigas e repetidas, inclusive de jogos já lançados, como Horizon e PES 2018.
O maior acerto da Sony foi o aplicativo Experiência PlayStation. A partir do app, os visitantes da feira podiam agendar horários para experimentar as demos disponíveis no stand. Isso reduziu bastante o estresse de ficar muito tempo em filas para tentar experimentar um game. O problema foi mesmo a internet no local do evento: a enorme quantidade de pessoas concentradas prejudicava o acesso ao aplicativo, qualquer que fosse a sua operadora.
Na Sony eu tive a oportunidade de testar as demos de Detroit: Become Human e The Impatient. Confira as análises a seguir.
Detroit é mais um game dos criadores de Heavy Rain. O jogo lembra muito seu predecessor, mas a Quantic Dream certamente aprendeu com os erros do passado.
Na demo disponível no stand da Sony, o personagem principal é um android que deve investigar e impedir que outro android cometa suicídio e mate uma menina no processo. As investigações de cenários são bem mais intuitivas e interessantes, com “reconstituições” da cena de crime aos olhos do protagonista. Os diálogos estão bastante emotivos e deixam o jogador tenso, principalmente durante as tomadas de decisão, que podem mudar completamente o destino dos personagens.
The Impatient é mais um exclusivo da Sony. O game é um prequel de Until Dawn e mostra acontecimentos de uma história de background do jogo da Supermassive Games.
O jogo traz uma abordagem de terror psicológico para o PlayStation VR. Você é um paciente psiquiátrico de um hospital que não sabe exatamente o que está acontecendo e apenas tem contato com um médico sádico e um enfermeiro bem estranho.
O título tem movimentação limitada e consiste em basicamente responder perguntas dos NPCs, que guiam como a história se desenrola. Tudo é bastante voltado para a experiência em realidade virtual – o médico gosta de aproximar o rosto dele do seu, em um ar intimidador.
Tudo parece estar bem calmo, até que o jogador é conduzido para um mundo alternativo e um grande susto acontece – eu, obviamente, dei um grito em pleno stand da Sony.
O Stand da Ubisoft
A grande atração da Ubi este ano foi Assassin’s Creed: Origins. O stand foi belamente decorado com a temática do jogo e havia uma demo disponível. Apesar da apresentação agradável aos olhos, a fila estava impraticável, mesmo no dia de imprensa. Depois de muito, mas muito tempo esperando para testar o game, acabamos desistindo. Descobrimos depois que era bem mais tranquilo tentar jogar Assassin’s Creed na Microsoft, mas já era tarde 🙁
O stand da Ubisoft também contou com o tradicional telão e palco de Just Dance que fez a alegria de muita gente, como em todos os anos, apesar do tamanho mais modesto em 2017.
A empresa também trouxe Far Cry 5 para a feira. Apesar das filas menores, também não testamos o game, aproveitamos para tirar essa fotinho maneiríssima em um mural da feira. Você poderia assumir o lugar do vilão Joseph Seed e ser bem herege.
Stand da Activision
Activision não é exatamente a minha praia. Nunca joguei Destiny – tenho medo do vício, já me basta Overwatch – e não jogo Call of Duty há anos.
Então porque eu fui parar no stand da Activision? Bem, eu fui ajudar meu amigo Daniel Donizetti (do MeuPS4), que preparou uma entrevista incrível para o produtor de Call of Duty WWII, Mike Mejia, mas é meio tímido pra arranhar o inglês.
Eu falei que ia ajudar o Daniel, claro, amigo é pra essas coisas, mas eu estava hiper nervosa. Acabou que foi tudo bem: as perguntas eram ótimas e o Mejia é bem simpático. Ele até fala um pouco de português porque tem uma namorada brasileira (e adora pão de queijo).
No fim das contas, o Mejia acabou me convencendo que eu tenho que voltar a jogar Call of Duty. Eu devo ter parado em um Modern Warfare da vida, porque não curti muito aquelas doideiras futurísticas e jogar com 300 personagens diferentes em um mesmo jogo. Na real, eu curto aqueles jogos com a pegada mais antiga, com a temática de guerra mesmo, exatamente como o CoD WWII promete ser.
O jogo vai regatar aqueles ares dos primeiros Call of Duty, embarcando na temática da Segunda Guerra. O foco está em mostrar os confrontos onde o bicho pega: nas trincheiras e no campo de batalha.
Vocês podem conferir a entrevista com o produtor de Call of Duty aqui.
Gente, eu não posso opinar sobre CoD WWII. Eu testei uma demo multiplayer e eu simplesmente TOMEI UM SACODE, que vocês nem imaginam. O Daniel certamente quis fingir que não me conhecia, tamanha a vergonha que eu passei. Basicamente, eu só morri.
Vou ali na lan treinar no CS e já volto.
O Stand da Warner
O stand da Warner deste ano não estava tão lindo quanto no ano passado porque não havia nada de Resident Evil por lá (falo mesmo). Infelizmente, não existiam novidades este ano após o lançamento de Resident Evil 7.
As atrações mais quentes eram os dois maiores xodós da própria Warner e da Capcom, Sombras da Guerra e Monster Hunter Worlds, respectivamente.
Monster Hunter Worlds parece bastante promissor. A demo disponível no stand trazia um modo cooperativo de 4 jogadores com o objetivo de capturar um dos monstros do universo da franquia.
A Warner trouxe, mais uma vez, o palco Arena, comandado pelo Raphael Negrão e vários convidados. Como no ano passado, a diversão e os risos eram garantidos.
A Xepa
Como acontece na feira livre do seu bairro, na BGS os preços também abaixam quando o evento está quase chegando ao fim. Fica a dica: se você quer gastar dinheiro na Brasil Game Show, faça isso no domingo, de preferência lá para as 20h.
As lojinhas esse ano não estavam tão atraentes quanto no ano passado e nem todo mundo resolveu dar aquele desconto camarada no fim da feira, mas dava para fazer bons negócios.
A Piticas trouxe um stand imenso com muitas camisetas licenciadas – e muito bonitas. Ao fim do evento, muitos modelos estavam esgotados. A Warner trouxe uma loja própria, como no ano passado, com muitos produtos licenciados bonitos e bastante disputados (e com preços reduzidos desde o primeiro dia em alguns produtos). Vale destacar a loja do Porta dos Fundos e do canal Totorial, que veio com camisetas e canecas com estampas exclusivas e bastante divertidas.
A Americanas e a Saraiva foram legais e fizeram uma promoção de games com leve 3 pague 2 (o jogo mais barato saía de graça). No final de domingo estava difícil escolher três jogos porque muita coisa boa já havia esgotado, especialmente de PlayStation 4. Eu, Thainá e Ceraldi fomos espertos e levamos um jogo cada um e, na divisão, todo mundo pagou pouco.
Resumão: pontos positivos e negativos da feira
A BGS realmente melhora a cada ano. O grande diferencial da feira foi trazer uma atração de grande impacto como Hideo Kojima. Certamente ele abriu as portas para que a feira tenha a chance de trazer mais personalidades dos games para o Brasil.
Esta foi uma boa solução, especialmente porque era de se esperar que o catálogo de games da feira fosse um tanto fraco com a E3 morna que tivemos esse ano. Muitos dos stands contavam com demos de jogos já lançados este ano ou até mesmo em 2016. Apesar de este ser um ponto negativo do evento, não dá para encontrar um culpado na organização ou até mesmo nas empresas. Realmente faltam games, demos ou novidades atraentes nesse período.
Havia ainda uma certa sensação de flashback: algumas coisas pareciam recicladas do ano passado, como as demos de Batman VR e de Resident Evil 7, dois Tronos de Ferro em locais diferentes, as mesmas estátuas decorativas do ano passado nas mesmas lojas (Batman, Scorpion, Laura, etc…). Esse tipo de coisa precisa ser revista, especialmente porque a BGS é um evento com um público cativo.
No entanto, no geral,não há o que se reclamar da organização. Apesar das longas e costumeiras filas para a entrada do público, não foram notados problemas graves, mesmo nos dias mais cheios de evento. O público ficou bem acomodado no Expo Center Norte, apesar da comparação inevitável com a estrutura do local anterior, o São Paulo Expo.
A Brasil Game Show 2018 já tem data confirmada. O evento acontece entre os dias 10 e 14 de outubro, também no Expo Center Norte.
Colaboraram: Thainá Batista e Cláudio Corrêa.
Este post foi inspirado em “O Diário de um Interiorano na BGS”, uma série criada pelo Raphael Batista no MeuPS4.