Recheado de mudanças e em busca de uma nova revolução na franquia, Resident Evil 7 traz também inúmeros elementos e mecânicas familiares para os jogadores de longa data da franquia.
Embora pela primeira vez na franquia principal tenhamos a presença da perspectiva em primeira pessoa, o jogo promete trazer muito mais elementos familiares do que os jogadores imaginam. Isso se dá pela remodelação de elementos e mecânicas que estavam presentes principalmente na primeira fase da franquia – antes de Resident Evil 4.
Neste artigo, vamos listar tais elementos e mecânicas e falar um pouco sobre como cada uma delas era usada no passado e sobre como elas estarão presentes em RE7:
Files
Como era:
Um dos elementos mais característicos e fascinantes da franquia. Os files serviam para nos dar dicas de como resolver puzzles e também ajudavam no caminho correto a seguir durante o jogo. Além disso, eles adicionavam importantes informações à história dos jogos, e era neles que os principais segredos sobre as BOWs, experimentos, vírus e companhias estavam.
Como será:
Os files continuam presentes e da mesma forma que era no passado, continuam trazendo dicas importantes além de informações fundamentais que ajudam a construir o pano de fundo da história.
A novidade fica por conta das fitas em VHS, que serão uma espécie de files jogáveis, e neles além de informações adicionais sobre a história também teremos importantes pistas para resolver os puzzles que estão de volta e com muita força. As fitas VHS não são obrigatórias para a conclusão do jogo, entretanto assistí-las pode ajudar muito na hora de escolher o caminho ou a resolução correta de determinados enigmas.
Puzzles
Como era:
Presentes principalmente até RE4, os puzzles eram outro dos elementos mais característicos dos jogos da franquia. Apresentados dos mais variados tipos, eles sempre eram a barreira existente entre o jogador e alguma arma poderosa ou item-chave para o prosseguimento da aventura.
Quase sempre os puzzles eram contextualizados com o local onde eram encontrados ou com o objeto que ele liberaria. Os files encontrados durante o jogo quase sempre ajudavam ou davam alguma dica para a sua resolução.
Como será:
Os puzzles de RE7 são um pouco mais instintivos do que os do passado da franquia, mas nem por isso são mais fáceis. A questão aqui, é que será possível em muitas vezes resolver os puzzles na base da tentativa e erro, entretanto em alguns casos a resolução errada pode trazer consequências ruins para o jogador.
Assim como no passado, os files dão dicas de como resolver tais puzzles, e as fitas VHS tem papel fundamental nisso.
Inventário e Item boxes
Como era:
Com espaço de inventário limitado a 6, 8 ou 10 itens, o bom gerenciamento deste espaço era fundamental para a resolução de enigmas e para evitar idas e vindas desnecessárias às salas com os Item boxes (baús), uma vez que não era possível descartar itens quando quisesse.
Nos jogos mais recentes da franquia, os baús não estavam mais presentes, e os inventários tinham um número fixo de espaços, mas com a ausência de itens como chaves e outros usados para resolver puzzles, e o espaço ficava praticamente apenas para armas, munições e itens de cura.
Como será:
Os baús estão de volta, e assim como nos jogos antigos será importante gerenciar o espaço do inventário do personagem e os itens deixados nos baús. Como temos a volta de chaves e de itens para a resolução de puzzles, usar os espaços com sabedoria volta a ser essencial e traz de volta aquela deliciosa incerteza de saber se você está levando os itens necessários para a próxima grande batalha ou para uma nova área do cenário.
Save Room e Checkpoints
Como era:
Na primeira fase da franquia, a única forma de salvar o progresso era nas máquinas de escrever que estavam presentes nos save rooms. Inclusive era um grande desafio terminar os jogos da franquia sem salvar nenhuma vez. Desafiador também era lidar com a quantidade limitada de vezes em que era possível salvar, já que para tal, era necessário usar os ink ribbons nas inesquecíveis typewriters.
Isso começou a mudar em RE4 quando além dos saves manuais foram inseridos checkpoints, que acabaram com a mecânica de “salvou faz muito tempo e morreu? Então volta láááááá de trás.”
Nos jogos mais recentes, as máquinas de escrever e save rooms foram completamente abandonados e ficamos apenas com os checkpoints automáticos. Dessa forma, uma morte não faria o jogador voltar mais de 5 ou 10 minutos, e boa parte do desafio se perdeu nessa mecânica, que apesar de tudo deu mais dinamismo aos jogos.
Como será:
As save rooms estão de volta, só que ao invés das clássicas typewriters teremos gravadores. O jogador deve voltar a se preocupar em como e quando salvar o seu jogo, já que nas dificuldades mais altas o número de saves será limitado.
Como essa mecânica adiciona uma camada de desafio bastante grande, e pode acabar desestimulando alguns jogadores, haverão também checkpoints ao longo do jogo, mas eles só serão acionados automaticamente antes de alguma batalha contra um boss ou momento de grande dificuldade.
Gerenciamento de munição, itens de cura e combate
Como era:
Um dos elementos clássicos do survival horror, é a baixa quantidade de itens de cura e munição. Quem se acostumou aos jogos antigos da franquia, sempre deixava itens de cura mais poderosos, e as armas e munições mais fortes para os momentos derradeiros do jogo.
Isso se perdeu a partir de Resident Evil 4, com a franquia rumando mais para a ação, a quantidade de itens de cura e especialmente de armas e munições aumentou de forma exponencial, e não era mais algo tão essencial se preocupar em economizar munição, já que era possível matar todos os inimigos do jogo com a munição encontrada ao longo das aventuras.
Como será:
Teremos de volta a tensão de economizar munição. A exemplo dos primeiros jogos da franquia, nem sempre o combate é a melhor opção, e aprender a driblar os inimigos mais comuns do jogo pode sera chave para se dar bem em momentos mais avançados do jogo, e em batalhas contra inimigos mais fortes e chefes.
O trecho de cerca de duas horas que pude testar do jogo, já mostrou que economizar munição é essencial, e que quando for necessário partir para o combate, é importante estar muito certo de atirar no ponto fraco dos inimigos para derrotá-los gastando a menor quantidade possível de munição.
Exploração e cenário
Como era:
Antes de se tornar um jogo basicamente linear nos tempos mais recentes, a exploração dos cenários era fundamental em Resident Evil. Era explorando que conseguíamos itens de cura, munições, armas, chaves, files, entre outros elementos essenciais para o bom andamento do jogo.
Também no passado, os cenários de RE eram escuros, estreitos e abarrotados de elementos para confundir a visão do jogador e esconder importantes segredos. Com a linearidade tomando conta da franquia especialmente a partir de RE5, essa necessidade de exploração se perdeu um pouco, bem como os cenários que passaram a ser mais amplos, privilegiando o combate com muitos inimigos ao mesmo tempo.
Como será:
Teremos de volta os cenários escuros, sujos, estreitos e de difícil acesso. Some a isso a escassez de itens e novamente será imprescindível a exploração, e aqui temos mais um elemento clássico do survival horror que volta com força total.
Elementos clássicos + novas mecânicas = ?
Com a volta de tantos elementos clássicos remodelados e adequados a atual realidade, somados as novas mecânicas que serão implantadas em Resident Evil 7, teremos sem dúvida um novo marco na franquia.
O resultado final disso, só saberemos mesmo após o lançamento do jogo, quando estivermos com ele em mãos e testando o produto que resultará da soma de elementos clássicos com novas mecânicas.
Até lá, fica a curiosidade e a ansiedade de experimentar o resultado final dessa equação.