REVIL: Tudo que sabemos sobre Frederic Dowming é que ele é o pesquisador-chefe da Willpharma. O que mais pode ser dito sobre ele e sua importância para a trama do filme?
Crispin Freeman: Por enquanto, não posso falar muito sobre Frederic, pois estou proibido de revelar detalhes sobre a história de Resident Evil Degeneration. As pessoas devem assistir ao filme e se surpreender.
R: Seu personagem se comporta como um lorde inglês. Os produtores do filme deram instruções específicas sobre a atuação como Frederic ou você se viu livre para trabalhar como preferisse?
CF: Fui contratado pois julgaram que eu estava de acordo com o papel, mas fui totalmente dirigido. Normalmente, se o elenco é bem formado, o diretor de dublagem não precisa fazer muito, pois o ator se encaixa ao personagem, e foi assim comigo. Fiz o que achei que faria sentido e, em sua maioria, o diretor concordou comigo sobre a interpretação de Frederic. Chegamos a um consenso sobre isso logo no início do projeto.
R: Como foi a relação com os outros dubladores? Você conhecia algum deles antes de trabalharem juntos em RE Degeneration?
CF: Neste projeto, especificamente, todos os atores gravaram seus papéis separadamente, então não foi possível interagir com eles dentro do estúdio. Porém, alguns deles são meus amigos e eu os encontro quando não estamos trabalhando.
R: Você conhecia a série antes de trabalhar no longa?
CF: Eu conhecia bastante sobre a franquia, mas nunca a havia jogado antes. Sou um gamer, mas como não tenho muito tempo livre, existem muitas séries grandes, como Resident Evil, que ainda não joguei. Porém, fiz o possível para entender o universo da saga antes de fazer meu trabalho em Degeneration.
R: Você já interpretou, em games, personagens de outros atores no cinema, como Leônidas (personagem de Gerard Buttler em 300) ou Will Turner (interpretado por Orlando Bloom na trilogia Piratas do Caribe). Como você consegue incorporar o estilo de outro profissional em seu próprio trabalho, mantendo as características originais sem perder suas próprias?
CF: Bom, no caso de Leônidas e Will Turner, fui contratado para fazer o que eles chamam de “voice match”, ou seja, vocalizar e interpretar o personagem da forma mais próxima possível ao original. Assim, eu não tento me impor ao personagem, e sim deixá-lo parecido com o ator que fez o trabalho no cinema. Mas, por exemplo, quando interpretei Faramir, de Senhor dos Anéis, pude trabalhar mais livremente. Claro, tentei me aproximar do personagem dos filmes em minha interpretação, mas não havia a preocupação de soar exatamente como David Wenham, que o interpretou no cinema.
De qualquer modo, o desafio é fazer com que o personagem seja crível. Por exemplo, quando vemos Philip Seymour Hoffman interpretar Truman Capote em um filme, quanto daquilo é de Capote, e quanto é de Hoffman? Não se sabe, mas todos nós, como atores, estamos tentando trazer personagens à vida. Muitas vezes, temos restrições e requisitos técnicos para cumprir, outras vezes não. Não me importo de interpretar a criação de outros profissionais e, na verdade, muitas vezes isso pode ser bem divertido.
R:Aqui no Brasil, muitos fãs de anime se reúnem em convenções de acontecem por todo o território nacional. Você já conhece nosso país? Se não, gostaria de conhecê-lo, talvez até como convidado de um desses eventos?
CF: Já visitei a América do Sul, mais precisamente o Peru e a Bolívia, mas nunca fui ao Brasil, um país que adoraria visitar. Sou um grande fã de música brasileira e seria ótimo obter um pouco de experiência sobre o país em primeira mão. Se alguma convenção quiser me contratar, por favor, entrem em contato com meu agente! [risos] Eu não sabia que os fãs brasileiros assistiam às dublagens americanas de filmes e animações japonesas, e é bom saber que vocês gostam de nosso trabalho.
R: Para terminar, deixe uma mensagem aos fãs brasileiros que mal podem esperar para assistir a Resident Evil Degeneration.
CF: O que posso dizer? Espero que vocês gostem do filme. Com certeza dei o máximo de mim ao representar este papel, e espero que vocês gostem do meu trabalho. Muito obrigado!