Destaque entre os jogos presentes na Brasil Game Show de 2023, o indie Eclipse: Shine of Dawn, para PC (Steam), da desenvolvedora brasileira Iamandu Studios não só conquistou a nossa equipe, mas também ganhou o Prêmio de Melhor Jogo Indie pela escolha do público da feira. O título, que foi aclamado por quem o testou, ainda apareceu em portais como o Terra e a IGN Brasil.
Neste REVIL Indica confira um pouco sobre o jogo e uma conversa com um dos responsáveis pela produção. O REVIL mantém espaço diverso e aberto a desenvolvedores e estúdios do mundo inteiro. O fundador, game designer e diretor de arte do estúdio, Arthur Câmera, é quem conversou com a nossa equipe e contou sobre o desenvolvimento do game, as influências da equipe e o cenário indie no Brasil.
Além da entrevista, conduzida por mim pelo aplicativo de mensagens WhatsApp, a nossa querida Dry Portes fez uma análise da demonstração do jogo. Ela também foi a responsável pelos comentários da área indie na nossa cobertura da Brasil Game Show do ano passado.
CONHECENDO A IAMANDU STUDIOS
A Equipe REVIL esteve presente na Brasil Game Show, a maior feira de games da América Latina. Durante a cobertura, a nossa equipe não só acompanhou os lançamentos e estandes de grandes estúdios e distribuidoras, como também voltou a atenção aos desenvolvedores brasileiros que estavam presentes na área indie. Esses encontros renderam diversas conversas e contatos, fortalecendo não só o REVIL, mas também toda a comunidade independente de games e, principalmente, a feira.
- Leia também: Comunidade, fortalecimento e futuro da BGS
Dando continuidade a este trabalho iniciado na Brasil Game Show, o REVIL entrevistou o fundador do estúdio Iamandu Studios, Arthur Câmera, responsável pelo indie Eclipse: Shine of Dawn. Ele iniciou a carreira desenvolvendo jogos por diversão. Iniciou o curso de desenvolvimento de jogos e, após algumas tentativas, criou a Iamandu Studios com alguns amigos.
A origem do nome para o estúdio está ligada às raízes brasileiras. A palavra, Yamandu, proveniente da mitologia tupi-guarani, está relacionada à criação suprema, ou um Deus Criador. Por abarcar toda uma diversidade brasileira em suas referências e equipe, os criadores optaram por chamarem assim o estúdio.
O primeiro projeto comercial nasceu como um card game digital, contudo, uma ideia mais ambiciosa ganhou um protótipo em 2022, e após a boa recepção por parte do público, o Card Game foi engavetado e a equipe começou a trabalhar de fato no Eclipse: Shine of Dawn.
Leia a entrevista completa com o Arthur Câmera.
REVIL: Arthur, obrigado pelo seu tempo e disponibilidade. O REVIL está muito feliz em conversar com você e a Iamandu Studios. Vamos às perguntas. Vamos falar do jogo indie favorito da galera:
Eclipse: Shine of Dawn ainda nem foi lançado, mas já é um grande sucesso de público. Ganhou o prêmio de Melhor Jogo Indie – Escolha pelo Público da Brasil Game Show de 2023 e esteve presente em diversos portais como o Terra e a IGN. Para você e para a equipe, como é ter este reconhecimento?
Arthur: A sensação de receber esse reconhecimento é incrível, ter cativado o público mostra que estamos no caminho certo para conquistar o espaço que queremos para Eclipse: Shine of Dawn, esse é um grande passo para levar o jogo ao amplo cenário de jogos Indie, mas não vamos parar por aí, a tendência é só melhorar!
REVIL: O jogo ainda está em produção. Conta pra gente os desafios de desenvolver um projeto como o Eclipse, principalmente no cenário brasileiro. Como é ser um desenvolvedor de jogos no Brasil?
Arthur: Trabalhar como desenvolvedor de jogos Indie é um constante desafio e um processo para se manter de acordo com o que é solicitado pelo mercado sem perder a essência do amor pelos jogos Indie, além de ser um constante processo de aprendizado para trazer inovação, melhorias e acima de tudo uma experiência única para os jogadores ficarem com a imagem do jogo muito marcada na memória, mas conforme apresentamos resultados e recebemos esse carinho do público, podemos transformar isso em mais disposição para fazer o projeto se tornar ainda mais incrível.
REVIL: Após o prêmio da BGS e o reconhecimento do público, houve alguma mudança em relação ao projeto? Mais investimento? ou mais feedbacks?
Arthur: Tivemos um avanço significativo em público, as redes sociais ganharam bastante alcance, tivemos a oportunidade de expandir nosso network no evento de forma que deixamos nossa marca bem visível para fechar 2023 com chave de ouro participando de entrevistas importantes, além de ter aberto um leque de opções para o progresso do projeto.
REVIL: E qual é a importância de haver um espaço indie como esses nas feiras de games pelo Brasil? Esses espaços fazem a diferença?
Arthur: É algo incrível, esse passo em direção ao crescimento do cenário de jogos Indie brasileiro com um espaço dedicado a isso pode ser a virada de chave para um projeto com pouco alcance se tornar um dos mais aguardados títulos de lançamento, tornar sonhos realidade, certamente o maior crescimento relacionado a reconhecimento do Eclipse foi devido o espaço Indie da BGS que permite que pessoas de diversas regiões do Brasil e do mundo, além de possibilidade de conseguir financiamento demonstrando o potencial dos projetos.
REVIL: Sei que a Iamandu Studios está concentrada em terminar o Eclipse: Shine of Dawn, mas há algum outro projeto já em vista?
Arthur: Certamente! Embora Eclipse seja nosso principal jogo em andamento, temos outros projetos engatilhados para lançar novidades em breve para o público, então fiquem ligados em nossas redes sociais.
REVIL: Bom, não podemos deixar de falar também de Resident Evil. Você gosta da franquia, Arthur? Tem algum Resident Evil favorito? Ou algum que te influenciou como jogador e profissional?
Arthur: Os jogos de Resident Evil foram revolucionários em diversos aspectos para esse estilo de narrativa, é inegável a influência principalmente que Resident Evil 4 teve para o cenário de jogos com gráficos incríveis para época e uma história envolvente, o jogo é divertido, tem sustos, tem personagens carismáticos, é uma experiência incrível principalmente a dos clássicos.
REVIL: Falando de terror, temos a Pulsatrix Studios como um case de sucesso com o jogo FOBIA – St. Dinfna Hotel. Já imaginou a Iamandu Studios realizando um projeto de survival horror?
Arthur: Embora jogos de terror não sejam muito nosso foco no momento, temos um olhar aberto para todas as possibilidades do cenário, se tivermos uma ideia para lançar um survival horror revolucionário com o toque Iamandu, não vamos hesitar em pôr em prática para entregar com excelência.
Por fim, liste 3 motivos para que o nosso leitor saia agora mesmo desta matéria e vá correndo jogar a demo de Eclipse: Shine of Dawn na Steam.
- O jogo tem gráficos incríveis;
- O universo próprio totalmente original tem muitos mistérios, uma mitologia envolvente e personagens cativantes (vão lá ver o bloomp);
- As armas possuem mecânicas únicas que tornam a gameplay dinâmica e agradável.
Acesse Eclipse: Shine of Dawn no Steam clicando aqui.
ANÁLISE
ECLIPSE: SHINE OF DAWN, O PROMISSOR JOGO BRASILEIRO
por Dry Portes
Eclipse: Shine of Dawn ganhou os holofotes recentemente graças a BGS. Na edição de 2023 da Brasil Game Show o estúdio brasileiro Yamandu Studios apresentou seu jogo, um Hack’n Slash, mas que também conta com alguns elementos de RPG e Puzzles.
O jogo foi tão bem recebido pelo público nesta edição da BGS, que até mesmo ganhou o prêmio de Melhor Jogo Indie, por votação popular, através da IGN Brasil. Durante sua exibição na feira, era possível jogar uma parte da história e também um modo arena, em que é preciso sobreviver às hordas de inimigos o máximo possível. Ambos os modos são excelentes, já que um apresentava um pouco do universo do jogo e o outro focava exclusivamente no combate.
Por dentro do Eclipse
“A escuridão plena se aproxima de Absalom e pelas mãos de Luke você empunhará o verdadeiro poder capaz de cortá-la pela raiz enquanto busca resgatar o príncipe Nylo. Evolua o poder da espada Suncatcher e das armas lendárias para enfrentar hordas de criaturas, puzzles e chefes icônicos”
Como descrito na sinopse, controlamos Luke, um jovem guerreiro que precisa salvar seu príncipe e dominar as armas lendárias para acabar com o mal, um vilão supremo da escuridão, The Dark One.
Fora a espada, que é sua principal arma, Luke ainda pode empunhar um machado, um chicote e um arco. Cada arma tem sua própria particularidade. O machado, por exemplo, é bastante pesado, mas extremamente poderoso, causando assim muito dano nos inimigos. Já o chicote tem um alcance maior, é mais rápido, porém um pouco mais fraco em relação a arma anterior. E o arco pode ser usado a qualquer distância e ser uma boa tática para iniciar uma boa briga.
O foco no combate é justamente combinar os ataques das armas, podendo trocar entre elas para criar um combo mais poderoso. Luke pode usar ainda os “especiais” de cada arma, para aumentar o dano e a cadeia de combos contra os inimigos.
O personagem conta ainda com uma esquiva, essencial para sobreviver, pois saber a hora de bater e desviar é o que te manterá no jogo. Infelizmente a esquiva não cancela o golpe, portanto é preciso calcular bem seus movimentos, e os inimigos não tem medo de ir para cima, irão te cercar e atacar sem pensar duas vezes.
Os gráficos são muito bonitos, tudo muito bem feito, os cenários, os personagens e até mesmo os efeitos de golpes e os movimentos dos personagens e inimigos.
Infelizmente não posso atestar quanto a trilha sonora do título, pois não haviam fones de ouvido para usar enquanto se jogava.
A luz da Aurora
Eclipse: Shine of Dawn é um dos jogos mais promissores que tive o prazer de testar na BGS do ano passado. Combinando boa jogabilidade, gráficos bonitos, boa mecânica de combate e aparentemente um universo rico, o título com certeza merece ser colocado na lista de desejos do Steam.
Eclipse: Shine of Dawn ainda não possui data de lançamento, mas está previsto para o início de 2025.
E você leitor? Já conhecia Iamandu Studios? Jogou ou vai jogar Eclipse: Shine of Dawn?
