Absurdo. Abominável. Incompreensível. Eu podia continuar aqui com uma série de denominações, todas pejorativas, para o preço anunciado ao Nintendo Switch 2 no Brasil, mas é melhor falar logo do que eu penso, pois o restante das palavras certamente vai permear a mente de você que lê esta publicação. O preço oficial do novo híbrido foi anunciado aos brasileiros: R$ 4.499 apenas o aparelho, ou R$ 4.799 com o jogo Mario Kart World. O lançamento é em 5 de junho, mesma data global.
Além disso, os preços dos jogos desenvolvidos ao Nintendo Switch 2 foram anunciados: Mario Kart World, por R$ 499,90, e Donkey Kong Bananza, por R$ 439,90. “Ambos estão localizados em português do Brasil”, ao que diz o release para a imprensa. Parece até que o “presentinho” vai fazer a diferença para ninguém reclamar da dona Nintendo of America. Mas vamos reclamar, nós, os gamers.
O preço do Switch 2 ao Brasil é errado. É só comparar com o primeiro Switch, comercializado “oficialmente” pela Nintendo. O Nintendo Switch Oled com Mario Kart 8 Deluxe é vendido por R$ 2.324,90 na loja oficial Nintendo do Mercado Livre, por exemplo. O mesmo modelo é comercializado nos Estados Unidos por US $ 349.99 (cerca de R$ 1.990), via GameStop. A diferença entre o preço nos EUA e no Brasil após uma conversão direta é de pouco mais de R$ 330. E piora: enquanto o modelo do Brasil vem com 3 meses de assinatura Online, o dos EUA possui 12 meses.

Agora, às contas do Nintendo Switch 2. O Switch 2, de acordo com a própria Nintendo Brasil, vai chegar por aqui aos assustadores R$ 4.499 sem jogo algum. Já na terra da Nintendo of America, o custo do mesmo modelo é de US $ 449.99 (cerca de R$ 2.559). A diferença após a conversão direta e com base no anunciado é de R$ 1.940. QUASE DOIS MIL REAIS! Tá errado, tá tudo errado.

Mas dá para piorar? Dá para piorar sim, quando se trata de Nintendo. Uma apuração do site The Gaming Era mostrou que a Nintendo of America, que é “dona” da Nintendo Brasil, exporta todos os videogames que fabrica em países asiáticos para os Estados Unidos primeiro para depois remeter para a América Latina. A logística é burra, pois são dois impostos incidentes: um quando o aparelho chega aos EUA, e outro quando é remetido dos EUA ao Brasil. E a Nintendo apenas autoriza a distribuição do produto por aqui, ainda segundo apuração do The Gaming Era. Então é a Nintendo, mas não é a Nintendo – e tenho certeza que a venda ao nosso país deve computada como mérito da “Nintendo of America”, e não a uma do Brasil.
O que eu acho que está acontecendo é: a Nintendo está metendo a faca no Brasil propositalmente. Isso para absorver prováveis prejuízos do Switch 2 nos Estados Unidos, por conta da tal guerra tarifária do laranjão – e o presidente da Nintendo of America mentiu ao dizer que o Brasil seria menos impactado. E quem paga o pato? A América Latina. Afinal, somos só um puxadinho da poderosa Nintendo of America, que vem descobrindo o Brasil e maquiando atitudes idiotas como o preço do Nintendo Switch 2 e de seus jogos em eventos “amigáveis”. Veja só, a Nintendo vai estar na Gamescom Latam, de 30 de abril a 4 de maio, mas ó: nem vai se dignar a trazer o Switch 2 para testes do público – é sério, não vai ter Switch 2 no evento.

A Nintendo of America não se interessa pelo Brasil. Não mostra respeito pelo Brasil. Tal como hoje é a Microsoft com os videogames Xbox – eles até são vendidos, mas se não fossem também no país, pouco importa. A Nintendo of America maquia a sua existência por aqui, tal como a Microsoft com o Xbox. Não que a Sony pratique os melhores preços no PlayStation, mas a maquiagem é bem melhor do que as outras duas.
Dito isso, se você aí tem dinheiro para comprar um Switch 2, faça o papel de trouxa e dê dinheiro para a Nintendo comprando o do Brasil. Você pode até doar mais do que os quase R$ 2 mil que estão colocando a + em cada Switch 2 a um vendedor de confiança, afinal, pelo menos é uma ajuda a um trabalhador ou uma trabalhadora, certo? A Nintendo está sendo canalha. É uma atitude canalha.

Não acho que a atitude da Nintendo Brasil (que é of America) vá ter reflexos muito negativos ao futuro, no entanto. Nós, brasileiros, somos seres que se indignam inicialmente, protestamos nas redes sociais, mas tudo acaba caindo no esquecimento. É uma merda, mas podemos precisamos gritar quando vemos coisas erradas sim.
Os preços dos jogos estão até na margem Nintendo de ser e quase que em conversão direta, mas os aparelhos, os Nintendo Switch 2… PQP VIU!
Os jogos da Capcom que eu e alguns da Equipe REVIL queriam jogar no Switch 2 vão ter que esperar. Segura os Residents aí, Dona Capcom!