A Capcom publicou uma nova política de tolerância de uso de seus conteúdos em vídeos. São várias regras, disponíveis em inglês, que precisam ser seguidas pelos criadores. A ação da companhia causou certo “reboliço” entre algumas pessoas, muitas com teorias e interpretações próprias sobre a atitude. O perfil no Twitter da Capcom norte-americana é um dos que receberam uma enxurrada de interações sobre o assunto, assim como o europeu.
Apesar das reclamações, a companhia diz no início de sua política de vídeos que é “grata por ter fãs tão apaixonados e leais que querem criar conteúdos envolventes com imagens de jogos” e que encoraja a criatividade.
Confira em português um resumo dos principais pontos:
- Tutoriais, detonados, jogos, análises entre outros conteúdos criativos “comentados” são permitidos.
- Sobre vídeos de jogos postados online, eles não devem ser compartilhados sem adicionar conteúdo próprio do criador (informações, ou até mesmo uma aparição em vídeo). “Você não pode dividir o nosso conteúdo em componentes (visual, vocal, elementos do jogo, etc.) e distribuir como um conteúdo separado”, diz as regras.
- Conteúdos de fãs não podem ser promovidos como sendo oficiais da Capcom.
- A Capcom não se responsabiliza e pede a compreensão dos usuários envolvendo músicas criadas por artistas ou outros grupos terceiros presentes em seus jogos. Alguns conteúdos desse tipo podem ser sinalizados ou removidos de plataformas. Trilhas de jogos postadas ou distribuídas separadamente e fora do contexto do jogo também estão proibidas.
- A Capcom se reserva no direito de remover conteúdos que ultrapassem o limite de audiência de seus jogos. Por exemplo, se um criador pegar um material de um jogo para jovens e torná-lo questionável para esse público, poderá ser retirado.
- Qualquer postagem de spoiler ou divulgação não autorizada de jogos não lançados está proibida. “Mesmo depois de um lançamento oficial, spoilers podem estragar a experiência dos fãs e nós sempre vamos tentar evitá-los. Por favor, seja respeitoso com os outros e não entregue deliberadamente revelações da trama para pessoas que estão tentando evitá-las”, deixa evidente a nota que sugere, ainda, que um aviso sobre spoilers deve aparecer em conteúdos que, por ventura, tratarem sobre o assunto.
- A Capcom não autoriza o uso comercial dos vídeos criados a partir de seus materiais pelos produtores. Conteúdos não podem ser limitados a um pagamento para acesso. “Nós não permitimos você criar um novo conteúdo usando o nosso jogo se uma assinatura paga é exigida para as pessoas acessarem.”
- Sobre monetização, estão PERMITIDAS as que fazem parte de programas de parceria do YouTube/Twitch/Facebook, entre outros. SuperChats (YouTube), Bits (Twitch) são permitidos desde que o vídeo também permaneça gratuitamente ao público nas plataformas.
- Sobre conteúdos ainda não lançados, é estritamente proibida a publicação de materiais “vazados” como vídeos e outros de qualquer tipo. Todos serão removidos, inclusive a de jogos que aparecem disponíveis poucos dias antes do lançamento oficial. Algumas criações específicas para membros seletos da mídia ou com outros propósitos de negócio podem ser autorizadas, desde que seguidas regras específicas antes do lançamento oficial.
- Não é autorizado o uso de conteúdos de títulos da Capcom para promover iniciativas de terceiros ou consideradas prejudiciais, como sistemas de trapaça, modificações, vídeos que promovam agressões, entre outras. Materiais avaliados como impróprios ou questionáveis serão removidos, a critério da companhia. Além disso, a Capcom deixa claro que não autoriza que seu conteúdo seja enviado para uma plataforma sem permissão – como a criação de emotes na Twitch.
- Capturas puras de livros físicos ou digitais publicados ou licenciados pela Capcom – como livros de estratégia – são proibidas em vídeos. A exceção é para unboxings que não mostrem especificamente um conteúdo da publicação.
É muita coisa para assimilar de uma vez só? Nem tanto se você entender que o direito básico da propriedade é da Capcom, e não do produtor de conteúdo. A companhia sempre foi simpática à comunidades e o REVIL entende que isso não deve mudar agora. O que está diferente é que há um guia de “regras e boas condutas”, se assim podemos chamar, à disposição.
A política para criadores de conteúdos vale como guia norteador de uso de materiais de jogos da Capcom e não especificamente para modders que realizam alterações na comunidade – como um que coloca Nathan Drake no lugar de Carlos Oliveira em Resident Evil 3 Remake. Só que isso também não serve como uma autorização de “criação de mods ou trabalhos derivados de títulos ou conteúdos”, como pontua a companhia próximo do final do texto em inglês.
O REVIL vai se adequar as novas regras e fará algumas modificações pontuais em seu canal no YouTube nos próximos dias. Há alguns materiais que vão precisar ser alterados e postados novamente seguindo a nova política de uso.