Fãs brasileiros da Nintendo criaram um abaixo-assinado e toda uma campanha para chamar a atenção da companhia sobre o nosso mercado. Atualmente, a Nintendo não está oficialmente operando no País e trabalha com o apoio de parceiros, com a venda de códigos digitais e em meio a uma forma mais simplória da loja virtual eShop – que também funciona sob responsabilidade principal de terceiros. A companhia deixou o Brasil em 2015 alegando como principais motivos a alta carga tributária de importação e a decisão de “não ter uma operação de fabricação local” – nas palavras de Bill van Zyll, então diretor e gerente geral para a América Latina da Nintendo of America.
Mas, por aqui, as pessoas continuam a buscar por produtos Nintendo, que também tem sua popularidade no mercado, assim como itens da Sony e Microsoft, por exemplo. E a Big N, se assim podemos dizer, é a única que além de não trabalhar oficialmente por aqui, também não localiza seus itens aos consumidores do Brasil – ultrapassando a questão do aspecto de fabricação de produtos. De forma rara, algum conteúdo Nintendo surge em português. É o caso de Super Mario Run – que é um aplicativo de dispositivos móveis, e não um jogo da linha principal de consoles ou portáteis (caso do Nintendo Switch e Nintendo 3DS).
Levando isso em consideração, um grupo de fãs trabalha, por meio do site Queremos Nintendo, para despertar a atenção da companhia. Entre as primeiras iniciativas da comunidade, há um abaixo-assinado que já conta com mais de 50 mil apoiadores (no momento da publicação deste artigo) e um Nintendo Direct independente, que conta com estúdios brasileiros de games e influenciadores. O vídeo de estreia foi divulgado recentemente e tem Rodrigo Coelho, mais conhecido pelo canal Coelho no Japão, entre os “cabeças”. Confira:
Mas e daí? O que isso tem a ver com Resident Evil? E comigo, que não tenho um console Nintendo?
Fãs de Resident Evil e que tem um console Nintendo tem que improvisar na hora de adquirir algum jogo da franquia. Títulos da Capcom, por exemplo, não estão disponíveis na eShop brasileira. Por conta disso, quem tem um Nintendo Switch – só para citar um dos aparelhos – precisa fazer uma conta em uma loja estrangeira e pagar em dólares, euros ou até mesmo ienes. A culpa deste aspecto é, em grande parte, da própria Nintendo – já que a companhia não investe no País, como esperar a reação de um terceiro nessa?
Já aos fãs que ocasionalmente não tem um produto Nintendo, ou não querem ter (por opção ou preferência própria), saibam que essa luta também é de vocês. O mercado brasileiro evoluiu, mas no passado, nem mesmo Sony e Microsoft estiveram presentes no País com seus consoles. Foram anos de lutas, de campanhas e de estudos de mercado para que, finalmente, as duas companhias entendessem a dinâmica do Brasil, passando também a respeitar seus clientes – com jogos legendados e, muitas das vezes, também dublados.
Esse mesmo movimento aconteceu para que jogos da Capcom começassem a receber legendas em português. Para que Resident Evil tivesse legendas em português, fortes campanhas entre comunidades foram criadas – inclusive com apoio ou pelo REVIL. Mas isso não acabou rolando só por que os fãs quiseram um jogo legendado e sim por que a Capcom entendeu que o mercado estava maduro o suficiente para que esse tipo de trabalho fosse realizado. Agora, buscamos chamar a atenção da companhia para que títulos cheguem dublados em português – também por amadurecimento de mercado.
Tá bom, e como eu posso ajudar a comunidade Nintendo?
O REVIL simpatiza com o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo pessoal do Queremos Nintendo por entender que sim, o Brasil é um mercado já suficientemente “grandinho” para a Nintendo, a Capcom e demais companhias com base no Japão. Para ajudar a comunidade Nintendo, basta falar sobre o assunto nas redes sociais com o uso das hashtags #QueremosNintendo e #NindiesBR – essa segunda pode ser utilizada para compartilhar memórias (fotos, opiniões sobre os jogos, entre outras). Assine também o abaixo-assinado e acompanhe o site da iniciativa!
Nós, aqui do REVIL, esperamos que a Nintendo acorde para o Brasil. A concorrência é benéfica em qualquer mercado e trazer produtos em português poderia ser uma ótima opção para fortalecer a cultura dos jogos em nosso território. Fãs de Resident Evil também seriam beneficiados com o apoio principal da Capcom na eShop ou até com produtos físicos pensados para Nintendo (jogos do Switch, por exemplo, que não são distribuídos por aqui). Sony e Microsoft enfrentariam concorrência – o que pode ajudar o consumidor com preços menores. No fim, trazer a Nintendo ao Brasil deve ser benéfico a todos! Não custa dar uma ajudinha!