Acho que tinha dez anos quando tive contato com Resident Evil. Foi naquelas locadoras, que ainda hoje existem em algumas cidades, mas que penam para continuar na atividade. Moleque de tudo, sentei-me atrás da cadeira de um jogador mais experiente e fiquei intrigado com aquela figura monstruosa que parecia querer me morder com os olhos.
Fã de filmes de terror – mesmo que isso me fizesse esconder o rosto a cada cena de perigo, ou até mesmo procurar abrigo debaixo da coberta para que ninguém pudesse me puxar para debaixo da cama – o tema dos zumbis sempre me chamou a atenção. E não tinha, como ainda não há, uma explicação óbvia para isso. É legal e pronto, sempre repito isso para mim mesmo.
O meu primeiro contato foi como espectador, e não como jogador – o que aconteceu somente meses depois, quando um membro da minha família fez aquela visitinha ao Paraguai. E desde então, sempre quis mais. Depois do primeiro lançamento da franquia, com Resident Evil para o PlayStation em 22 de março de 1996, e ainda impressionado com o jogo, tive acesso a Resident Evil 2, lançado em 21 janeiro de 1998, e por fim Resident Evil 3, que chegou ao mercado em 22 setembro de 1999.
Naquela época, já na metade de 1999, ainda pré-adolescente de tudo, fui matriculado pelos pais, como alguns de vocês também já foram, naqueles famosos cursos de informática. E lá tinha um negócio chamado HTML. O desafio final foi criar um site para apresentar ao professor. E aí, surgiu, o REVIL, unindo o desejo de conhecer mais sobre a franquia com o de compartilhar pensamentos com outras pessoas.
O REVIL passou por diversas alterações desde então, já abrigou fóruns de discussão com debates e conspirações sobre Resident Evil intermináveis. Só que a internet evoluiu, as crianças cresceram, as redes sociais surgiram e a vida continuou, com o fim do fórum.
Hoje, pai de família, lembro dos primeiros jogos com muito carinho e, assim como vocês, também me preocupo com os rumos que a franquia pode tomar. Seja em nome da evolução – da tecnologia – ou daquela preocupação de sempre em renovar estilos e trazer mais fãs para Resident Evil, deixando alguns que fazem adoração pelos clássicos não tão felizes.
Na comunidade, como um todo, ando vendo muita briga – que não é de hoje – sobre o assunto. É desnecessário e cansativo, já falando como adulto, ter de lidar com crianças, adolescentes e até mesmo outros “adultos” xingando uns aos outros com debates intermináveis sobre o por que Resident Evil perdeu a mão de ser… RESIDENT EVIL.
E é por isso, somado com as obrigações de gente grande e do desgaste que algumas pessoas provocam até em nós, que falar sobre Resident Evil, muitas vezes, torna-se tão difícil. E não é só pela falta de novidades não, mas pela impressão de que gerar conteúdo nessa altura do campeonato não fará mais tanta diferença. E é justamente assim que um fã-site desaparece.
Mas… no REVIL não deixamos a peteca cair. Nós acreditamos na Capcom e, acima de tudo, gostamos do que fazemos. A equipe encolheu – temos só que atualizar a seção do time com os nomes, pois alguns já não estão entre nós – mas a nossa paixão e o interesse pela COMUNIDADE continua vivo.
Retomei a paixão por Resident Evil recentemente, depois de alguns anos afastado – por motivos familiares – e não devo largar o osso, e esse é o mesmo pensamento de quem ficou. E nós precisamos de vocês, da COMUNIDADE, para alimentar esse interesse, comentando, participando nas redes e mostrando que ainda há espaço para a franquia no mercado.
Resident Evil completa 22 anos nesta quinta-feira (22) e ainda está descobrindo o mundo de muita gente. Permitam-se explorar mais os detalhes da franquia como um todo, sem julgar um estilo em favor do outro. E se questionem, de forma saudável, sobre o futuro, lembrando sempre o lado positivo dos jogos e o que isso pode ajudar no desenvolvimento dos próximos.
Recentemente, a Capcom abriu uma pesquisa de opinião sobre os recentes lançamentos da franquia. Clique aqui, dê sua opinião e participe!
Não deixe Resident Evil morrer!
Imagem/Destaque: Yokoylebirisi