Notas de Produção

Introdução

Ela achou que eles estavam sob controle e que ela estava livre. Só que ela estava enganada.

MILLA JOVOVICH retorna como Alice, que desperta de um sono terrível e descobre que os seus piores temores se tornaram realidade – os zumbis devoradores de carne humana, que ela e o agora extinto pelotão militar de elite lutaram para destruir, estão soltos pela cidade que circunda a sede secreta da Umbrella Corporation. Alice descobre ter sido parte de uma experiência da Umbrella, tendo passado por processos de aprimoramento biogenético e sido dotada de força e destreza sobre-humanas e de super-sentidos… e ela vai mesmo precisar disso.

No coração da devastada cidade de Raccoon, um pequeno grupo de pessoas não infectadas, incluindo Jill Valentine (SIENNA GUILLORY) – uma ex-integrante da elite da Umbrella Corp, o Esquadrão de Serviços Táticos e Resgates Especiais (S.T.A.R.S.), e o comandante do S.T.A.R.S., Carlos Oliveira (ODED FEHR), lutam para salvar suas vidas, enfrentando um enxame de zumbis e Lickers ainda mais mortais e velozes. Com sua sorte e seus recursos rapidamente se esgotando, o grupo é salvo por Alice, e, juntos, eles passam a travar uma batalha desesperada pela sobrevivência e para escapar antes que a Umbrella Corporation elimine suas cobaias da face da Terra.

Sua única esperança está em algum lugar da cidade de Raccoon… O dr. Charles Ashford (JARED HARRIS), um dos maiores cientistas da corporação Umbrella, ajudará Alice e os demais a escaparem da cidade em segurança – se eles encontrarem sua filha. Angie Ashford (SOPHIE VAVASSEUR) se separou de seu pai e agora está escondida, com medo. Alice, Jill e Carlos precisarão derrotar todo um exército de zumbis para salvá-la.

Enquanto isso, uma arma secreta – uma criatura cujo codinome é Nêmesis – foi alterada experimentalmente, com modificações ainda maiores que as de Alice, e foi programada para rastrear e destruí-los – se os incansáveis e vorazes zumbis não pegarem o grupo primeiro.
Alice, Jill e Carlos precisarão de toda a sua força e habilidade para lutarem a maior batalha de suas vidas contra o mal que infectou a cidade e as forças poderosas que os lançaram contra a humanidade.

Screen Gems, Davis Films/Impact (Canadá) Inc. e Constantin Film Limited (Reino Unido) apresentam RESIDENT EVIL 2 – Apocalipse, a continuação cheia de ação e terror do sucesso original que faturou US$ 100 milhões de dólares, Resident Evil – O Hóspede Maldito (Resident Evil), baseado no popular game homônimo. Nesta continuação da aventura, Alice luta lado a lado com outros protagonistas do popular game da Capcom. RESIDENT EVIL 2 – Apocalipse foi escrito por Paul W.S. Anderson, roteirista e diretor do primeiro filme. O diretor desta nova aventura é Alexander Witt (diretor de 2ª unidade de Uma Saída de Mestre, Demolidor – O Homem Sem Medo e Piratas do Caribe), que faz sua estréia dirigindo um longa-metragem.

Milla Jovovich (Dummy – Um Amor Diferente, Zoolander) encabeça um elenco de grandes astros, que inclui Sienna Guillory (A Máquina do Tempo, Helen of Troy), Oded Fehr (A Múmia, Presidio Med), Thomas Kretschmann (O Pianista, Blade 2), Jared Harris (Um Tiro para Andy Warhol, A Herança de Mr. Deeds) e Mike Epps (Mais Uma Sexta-Feira em Apuros, Amigos por Acaso). Sandrine Holt (Missão Secreta, Happy Hour) e Sophie Vavasseur (Evelyn) completam o elenco.
Jeremy Bolt, Paul W.S. Anderson e Don Carmody são os produtores. Os produtores executivos são Bernd Eichinger, Samuel Hadida, Robert Kulzer e Victor Hadida. A equipe de criação por trás das câmeras é liderada pelos diretores de fotografia Christian Sebaldt e Derek Rogers, C.S.C., o montador Eddie Hamilton, o desenhista de produção Paul Denham Austerberry, a supervisora de efeitos visuais Alison O’Brien e a figurinista Mary McLeod. Liz Gallacher é a supervisora musical e a trilha é de Jeff Danna.

O pesadelo continua

O primeiro filme, escrito e dirigido por Anderson, foi criado como uma introdução cinematográfica à série de videogames. RESIDENT EVIL 2 – Apocalipse mergulha ainda mais fundo no mundo criado nos games, com grandes seqüências de ação típicas do gênero de terror de sobrevivência.

“Acredito que, para que uma continuação seja bem sucedida, não podemos simplesmente copiar a mesma fórmula”, explica Anderson. “Desde o início, eu sabia que este filme teria de ser maior, melhor e diferente.”

No primeiro filme, Alice (Jovovich) e Matt Addison (Eric Mabius) contiveram a contaminação pelo vírus T, que multiplicava os zumbis no laboratório subterrâneo conhecido como “a Colméia”. Agora, entretanto, a corporação Umbrella não só realizou experiências genéticas nos dois únicos sobreviventes do cerco, mas também libertou os zumbis em plena cidade de Raccoon. “Desta vez, subimos à superfície, e as ferozes e más intencionadas criaturas da Umbrella Corporation estão à solta pelo mundo – e agora são muito mais tóxicas e perigosas”, conta o produtor Don Carmody.

Um grupo de sobreviventes, liderado por Jill Valentine e Carlos Oliveira, vê suas chances de sobrevivência aumentarem muito quando Alice, recém-regenerada e geneticamente alterada, une-se a eles. “Milla é a peça central deste filme”, afirma Anderson. “Não haveria um segundo filme sem ela. Este filme foi escrito para ela – todas as cenas de ação e todos os diálogos foram escritos pensando nela.””Alice sobreviveu a uma experiência terrível na Colméia e, como conseqüência, se tornou uma personagem-chave”, explica Jovovich. “Ela também foi usada numa experiência da Umbrella Corporation, foi uma espécie de cobaia, infectada com o vírus T. Ela não sabe quais serão as conseqüências. Tudo o que ela sabe é que, através dessa experiência, a Umbrella lhe deu, involuntariamente, uma arma com a qual ela pode enfrentá-los, e ela certamente a usará.”

Comparável à Alice em coragem é a personagem do game, Jill Valentine, interpretada por Sienna Guillory. “A gente sempre quer interpretar alguém divertido, alguém que gostaríamos de ser”, explica Guillory. “Jill tem tudo que uma garota quer ser – seu figurino é super sexy, ela diz tudo o que pensa e é capaz de balear qualquer um na testa num raio de 50 metros. Ela é corajosa e muito divertida. E não tem medo de ser sexy e audaciosa”, acrescenta ela, rindo.

“Sou super fã do game e quando vi Sienna vestida com o figurino, fiquei dando pulinhos e aplaudindo feito uma criança”, relembra Jovovich. “No game, ela é uma garota corajosa de minissaia e top tomara-que-caia. Em carne e osso, ela é destemida e cheia de atitude! E quando ela está empunhando uma arma, é melhor todos correrem na direção oposta. Ela é uma versão humana de Jill absolutamente perfeita, só que ainda mais bonita e descolada. Achei incrível.”

Guillory acha que Alice e Jill representam exemplos raros de mulheres guerreiras protagonizando um filme. “Alice e Jill são duas mulheres fortes, com um arsenal impressionante de conhecimentos de artes marciais e de armamentos”, afirma ela. “Quando temos gente incrivelmente bela como Alice e sexy como Jill, e ambas sabem lutar, temos uma dinâmica sensacional. Há um respeito bastante óbvio entre as duas personagens.”

Outro guerreiro que se junta ao grupo é Carlos Oliveira, interpretado por Oded Fehr. Esse sobrevivente tem um senso de compaixão que não é afetado pelos horrores com os quais sua equipe se depara a cada passo. “Carlos é o comandante de uma equipe independente da SWAT da Umbrella Corporation”, explica Fehr. “Eles são enviados à cidade de Raccoon para resgatar um funcionário da corporação Umbrella. A caminho, Carlos avista uma cidadã no topo de um prédio e decide saltar do helicóptero para salvá-la. É quando ele e seus homens vêem-se presos em Raccoon City. Abandonados para trás pela Umbrella, eles precisam encontrar um jeito de escapar e tentar salvar suas vidas.”

Os guerreiros Carlos e Alice forjam uma aliança devido à necessidade de confiarem no noutro em circunstâncias extremamente perigosas. “Há uma atração imediata entre Carlos e Alice”, explica Fehr. “Ambos são soldados e acho que eles passam a se respeitar mutuamente à medida que vão se conhecendo e que lutam lado a lado. Jill Valentine, obviamente, é uma jovem muito poderosa – quase como se tivesse ódio de todos. Seja ou não verdade, ela é uma garota imbatível.”

Quando o esquadrão encontra Angie, filha do cientista da Umbrella, dr. Charles Ashford (Jared Harris), Carlos imediatamente assume o papel de protetor da jovem. “Trata-se de pessoas reais numa situação irreal”, afirma Fehr. “Eles estão cercados por inimigos os mais ferozes e cruéis, e, de muitas maneiras, é sua humanidade que os mantém vivos.”

Após escapar por um triz dos cruéis Lickers, que parecem mais inteligentes e ágeis, e de enfrentar seres biogeneticamente mutantes e ferozes dobermans-zumbis, o grupo cobra o preço combinado pelo resgate de Angie – o último helicóptero programado para decolar de Raccoon City, antes que a cidade seja pulverizada por um ataque nuclear ultra-secreto.

Só há um problema – o major Cain (Thomas Kretschmann), da Umbrella, monitora todos os passos deles e trouxe consigo a criatura Nêmesis – a arma secreta da Umbrella e a única capaz de deter Alice.

Kretschmann descreve Cain como “um Frankenstein moderno. Ele criou tudo. Este projeto é seu “filho” – as mutações, evoluções e tudo mais. Ele acredita fielmente nele, que, para ele, é mais importante do que vidas individuais. Com Nêmesis, ele curte ver seu bebê, seu monstro, ganhar vida.”

A sobrevivência da Terra dependerá do confronto apocalíptico entre duas criaturas sobre-humanas.

Fundindo o game e os filmes

Em março de 2002, Paul W.S. Anderson levou a maior plataforma de videogame às telas de cinema com um sucesso impressionante. Com uma história original e bem bolada aliada ao mundo perigoso dos zumbis ambulantes, o filme preparou a cena para uma nova batalha, ainda mais aterrorizante.

“Eu sempre quis fazer um filme realmente assustador”, afirma o produtor executivo Bernd Eichinger, da Constantin Film. Ao flagrar a equipe da Constantin jogando Resident Evil no escritório, ele reconheceu o potencial deste game que captava de modo tão vívido e aterrorizante a imaginação de tantas pessoas. A série Resident Evil® é uma das franquias de videogame de maior sucesso da História, com uma vendagem de mais de 24 milhões de unidades em todo o mundo. Somente neste ano, a Capcom planeja lançar dois novos títulos da série Resident Evil- Resident Evil Outbreak para PlayStation 2™, em março, e Resident Evil 4 para Nintendo GameCube™, no inverno norte-americano. “Eu sabia que se conseguíssemos traduzir a qualidade única deste game nas telas, teríamos um grande sucesso.”Constantin negociou os direitos com a Capcom, uma das líderes do mercado internacional de desenvolvimento, lançamento e distribuição de entretenimento interativo. “A Constantin é uma companhia independente”, explica Eichinger. “Por isso, podemos tomar decisões rapidamente, sem a necessidade de consultarmos centenas de executivos. Creio que essa filosofia independente foi um grande atrativo para a Capcom. Mais importante, nós levamos o conceito deles muito a sério e demonstramos nosso respeito pelo material original.”

RESIDENT EVIL 2 – Apocalipse reúne a equipe de produção original: o produtor executivo Robert Kulzer, da Constantin, com o produtor Jeremy Bolt, da Impact Pictures, e Paul W.S. Anderson como produtor e roteirista. A equipe contou ainda com o produtor veterano Don Carmody (Chicago, Na Companhia do Medo), que produziu recentemente o thriller da Constantin, Pânico na Floresta (Wrong Turn).Ele próprio um ávido fã do game Resident Evil muito antes do primeiro filme ser produzido, o produtor e roteirista Anderson curtiu a oportunidade de introduzir nesta continuação elementos reais do game. “Há imagens incríveis do game que reproduzimos no filme”, conta ele. “Essa foi uma das coisas divertidas desse filme. Por estar mais diretamente ligado aos personagens, à narrativa e às situações do videogame, recriamos várias de suas imagens e cenas, mas introduzimos algumas novidades. Portanto, até os fãs de carteirinha do game ficarão surpresos.””Tentamos criar uma experiência de imersão para o espectador nesse mundo, a exemplo do que o games faz,” continua ele. “De uma certa maneira, foi fácil transformar Resident Evil num filme, porque os games já são muito influenciados pelo cinema.”

Como Anderson estava filmando Alien vs. Predador (Alien vs. Predator) justamente no período de produção destinado a RESIDENT EVIL 2 – Apocalipse, a equipe de produção passou então o bastão para o aclamado diretor de segunda unidade, Alexander Witt, que contribuiu com seu extraordinário e arrojado estilo visual para dezenas de campeões de bilheteria do cinema, incluindo Hannibal e Falcão Negro em Perigo (Black Hawk Down).

“Alexander tem um sentido visual incrivelmente desenvolvido e foi o criador de algumas das melhores cenas de ação em alguns dos maiores sucessos do cinema nos últimos 10 anos”, comenta o produtor Bolt. “Ele tem uma experiência tão rica como cineasta que é até difícil considerar este filme como sua estréia diretorial.”Para Anderson e Jovovich, o filme deveria ter surpresas e sustos, mas também grandes cenas de ação, de acrobacias com helicópteros e quedas de alturas jamais vistas anteriormente. “Esse filme era um prato cheio”, Anderson afirma. “Queríamos um diretor com um estilo grandioso e capaz de dotar a história de doses idênticas de ação, terror e profundidade.”

Segundo o ator Fehr, “Ninguém diria que este é o primeiro filme que Alexander dirige. Ele é muito tranqüilo e calmo. Ele sabe o que quer; sabe o que faz, mas está sempre aberto a sugestões. Parece que estamos fazendo um filme com um amigo. Ele fez um trabalho fantástico, de grande visão.”

Após a seleção do diretor, o próximo elemento vital do filme recaía sobre os ombros de Jovovich, que desta vez enfrenta desafios físicos e emocionais ainda maiores em sua nova encarnação de Alice. “Milla fez questão de criar uma Alice que fosse não só uma incrível guerreira e uma máquina mortífera, mas também que tivesse um lado humano”, comenta Anderson. “Alice não adquire poderes sobre-humanos instantaneamente. Milla sugeriu que o processo deveria ser realista e mostrasse Alice lutando contra aquilo no qual está se transformando. Acho que essa sugestão aumentou dramaticamente o realismo da personagem.”

Jovovich também se dedicou totalmente à sua preparação física para o filme. “Acho que nenhum de nós previu que ela seria capaz de realizar tantas de suas cenas de ação, porque nenhum de nós podia imaginar que ela se dedicaria tanto aos treinamentos físicos”, afirma Anderson. “Ela passou literalmente quatro meses em treinamento antes das filmagens – e num treinamento puxado. Milla se transformou para o filme e para o papel.”
“Sou uma guerreira e adoro artes marciais”, Jovovich afirma e ri. “Adoro me sentir poderosa. Sem dúvida, tenho talento para manusear objetos perigosos. Isso talvez se deva à minha origem iugoslava. Estou sempre pronta para uma briga – deve ser alguma herança bárbara contida no meu DNA.”

Seu treinamento incluiu a acrobática arte marcial brasileira, capoeira, sob a tutela do Mestre Amen Santo. Esta energética forma de arte marcial já foi proibida em várias partes do Brasil, por ser considerada como um tipo de treinamento de combate. Seu treinamento de capoeira incluiu a prática do maracatu, uma dança combativa utilizando-se bastões. Sua habilidade e elegância no maracatu inspiraram a luta com bastões entre Alice e os soldados da Umbrella. Ela também aprendeu a manusear armas com Phil Spangenberger, que já foi instrutor de Mel Gibson e Will Smith, entre outros.

O coordenador de cenas de ação Steve Lucescu, cujos créditos incluem Chicago, Na Companhia do Medo (Gothika) e Pânico na Floresta (Wrong Turn), trabalhou lado a lado com Jovovich em suas elaboradas cenas de ação no filme. “Quando conheci Milla, comecei a perceber tudo aquilo de que ela era capaz – tanto em termos físicos quanto dramáticos”, afirma Lucescu. “Ela foi sensacional. Nada conseguia detê-la.”

Uma das seqüências de luta mais cruciais é a batalha final entre Alice e Nêmesis. “Em nossa primeira sessão, eu disse: ‘Bom, vamos ensaiar uns 20 golpes da luta para ver como nos saímos’”, relembra. “Ela aprendeu aqueles 20 golpes em poucas horas. A partir daí, treinamos movimentos cada vez mais complexos, e Milla dominou todos eles.”

Com Milla Jovovich estrelando o filme, o próximo personagem-chave para o elenco era o de Jill Valentine, a heroína da série de videogames. Após uma ampla busca, os cineastas escalaram a atriz britânica Sienna Guillory. “Sua escalação deveria agradar não só aos cinéfilos, mas também aos aficionados dos games, pois eles conhecem Jill Valentine há bastante tempo”, observa o produtor Don Carmody. Jeremy Bolt acrescenta: “Ela é uma atriz muito talentosa e incrivelmente fotogênica. Ela também é uma sósia quase perfeita de Jill Valentine.”Guillory já era fã de videogames e muito ligada ao seu Gameboy. Após sua primeira leitura para RESIDENT EVIL 2 – Apocalipse, ela ficou viciada nessa série de games de sobrevivência e foi buscar nos próprios games os maneirismos e movimentos de sua personagem. Durante as filmagens, Hiroyuki Kobayashi, da Capcom, produtor dos games Resident Evil, veio de Tóquio para visitar a produção e ficou chocado – e impressionado – com Guillory. “Ele não conseguia acreditar”, lembra Carmody. “Ela realmente é Jill.”Jovovich e Guillory se ligaram de imediato, como atrizes e como personagens. “É genial trabalhar com Milla”, comenta Guillory. “Ela é brilhante. Sabe exatamente como trabalhar com um roteiro e como trabalhar com outras pessoas.”

A cidade de Raccoon nas telas

RESIDENT EVIL 2 – Apocalipse foi filmado em estúdios e locações em Toronto e na cidade próxima de Hamilton, ambas no Canadá. O uso da cidade foi um elemento crucial da produção. “Para rodarmos este filme, tínhamos que ocupar toda uma metrópole norte-americana, o que fizemos com Toronto”, conta o produtor Don Carmody, que já rodou grandes produções na cidade, incluindo o longa vencedor do Oscar®, Chicago. “Nós ocupamos grandes vias de acesso durante vários dias e a sede de câmara municipal da cidade por duas semanas, com a presença de vários helicópteros, explosões de bombas e janelas metralhadas. Quadras inteiras foram fechadas para as cenas de perseguições, tiroteios e combates com os zumbis. Não conheço nenhuma outra cidade onde poderíamos ter feito isso com todas as facilidades e a cooperação que tivemos aqui.”

O desenhista de produção Paul Denham Austerberry trabalhou com a arquitetura de Toronto para criar a cidade de Raccoon às vésperas de sua aniquilação. A inconfundível sede da prefeitura de Toronto, um clássico modernista do arquiteto finlandês Vijo Revell, tornou-se um dos principais sets do filme. A produção ocupou o último andar do prédio, filmando ao redor do pavilhão circular que abriga a sede da câmara municipal. Em sua adaptação do prédio para a filmagem, Austerberry criou um corredor de vidro em torno do pavilhão central. A câmara continuava em sessão durante o dia, mas, ao longo de duas semanas durante o mês de outubro, a produção do filme ocupava o local à noite.

Para a descida de Alice até a prefeitura, o diretor Alexander Witt inspirou-se na arte do rappel para criar uma ilusão de ótica impressionante. “Eu queria aproveitar a estrutura arquitetônica única do prédio, com suas duas torres de formato semicircular, cara a cara”, descreve. “Eu visualizava a tomada como se ela estivesse correndo ao longo de uma superfície horizontal estreita. É só quando a câmera faz um giro rápido de 90 graus que a gente percebe, de repente, que ela está descendo em disparada pela fachada do prédio. Minha esperança é criar uma visão de tirar o fôlego desta guerreira quase alienígena.”

A produção montou uma câmera para seguir Jovovich parede abaixo, com sua rotação se dando aproximadamente na metade do percurso. “O único ‘senão’ desse plano, claro, é o fato de que ele exigia que Alice descesse correndo pela fachada de um prédio de quase 80m de altura, presa apenas por um arreio com um único cabo”, explica Witt.

Jeremy Bolt acrescenta: “O resultado final será igual ao de um efeito visual super caro e genial, só que nós filmamos tudo em tempo real com nossas câmeras. A cena será muito mais impressionante justamente por isso.”

Embora ela estivesse ansiosa para filmar a cena pessoalmente, a companhia seguradora da produção vetou a idéia de expor a atriz a uma situação tão arriscada – mesmo com toda a segurança proporcionada pelo arreio e pelo cabo. Foi uma das poucas cenas do filme interpretadas pela dublê de Jovovich, Joanne Leach, que teve de repetir a incrível descida 12 vezes.

Assistindo a tudo do solo, Jovovich ficou impressionada: “É uma loucura. Essa mulher literalmente desceu correndo pela parede do prédio de 80m de altura, à toda velocidade, presa a um único cabo. Eu desci os últimos 20m, o que já foi assustador, para dizer o mínimo. Mas eu não gritei; eu estava incorporando a personagem – fui corajosa como a Alice. Por dentro, é claro, eu pensava: ‘Ai, meu Deus! Como vou fazer isso?’”

A loucura continuou na locação da câmara municipal. Uma frente fria fora de estação atingiu a cidade, fazendo com que a temperatura caísse até o ponto de congelamento. O último mês de filmagem consistiu basicamente de externas noturnas. Jovovich relembra das discussões acerca dos figurinos meses antes. “Eu tinha uma idéia louca – queria estar sexy no filme. Daí, sugeri que a cidade de Raccoon estivesse passando por uma onda de calor. E não só para mim – Jill Valentine de minissaia e top tomara-que-caia? É anda de calor em Raccoon City. Obviamente, é outubro e estamos ao ar livre, à noite. Não podemos mudar isso agora. Trata-se de Resident Evil. Não podemos vestir capas de chuva!”Outra cena arriscada no topo de um prédio foi encenada no centro da cidade, no topo de uma elegante torre negra de escritórios, com 40 andares. O produtor Bolt explica, “Nosso dublê salta de um helicóptero a uma altura de quase 22m acima do arranha-céu. Uma coisa que Paul e eu aprendemos é que, se for possível filmar o elemento original e genuíno de verdade, o resultado final nas telas será muito melhor. Essa foi a nossa filosofia neste filme – fazer tudo do modo o mais realista possível.”

O maior set interior de RESIDENT EVIL 2 – Apocalipse foi o da igreja Ravens’ Gate Church, construído num estúdio de filmagem. Segundo o produtor Carmody, “a seqüência começa meio assustadora, depois se torna uma cena de terror e acaba se transformando numa magistral cena de ação. Depois de decuparmos a cena no papel, percebemos que a igreja seria destruída. Diante disso, dissemos: ‘Nenhuma igreja no mundo nos deixaria filmar essa cena.’ Por isso, construímos a nossa catedral em estúdio.”

Criando monstros: Nêmesis

A criatura Nêmesis é uma realização do maquiador de efeitos Paul Jones, cujos créditos incluem Possuída (Ginger Snaps) e A Noiva de Chucky (Bride of Chucky).Equipado com uma arma magnética (“rail gun”) nova e mortal, bem como com sua marca registrada, um lança-mísseis, Nêmesis foi projetado baseado especificamente no assassino mais popular e perigoso da série de games Resident Evil. O figurino de Nêmesis foi montado sobre o corpo do ator Matthew G. Taylor, um ex-policial e fisiculturista de quase 2m de altura. A partir de um molde de corpo inteiro, Jones e sua equipe confeccionaram um traje corporal composto de várias partes de silicone, poliuretano, couro e metal, que transforma o ator no monstro mais ameaçador do filme.

“Usei silicone para a pele do Nêmesis, por ele ter uma luminosidade translúcida única”, explica Jones. “O efeito no filme é idêntico ao da pele humana. Para acentuar sua presença nas telas e destacar os detalhes das superfícies, mantivemos sua pele constantemente coberta com uma fina camada de secreção, feita de metacelulose modificada, uma substância geralmente usada como suplemento alimentício.”

Sua armadura de couro e metal foi criada na forma de uma série de painéis, cada um com um número maior de furos de balas. Ao contrário da criatura, essa armadura não se regenera após os ferimentos à bala. Para acentuar ainda mais sua grande estatura, plataformas de aço foram inseridas em suas botas, dando-lhe mais 13cm adicionais de altura.

O maior desafio da criação de Nêmesis foi seu rosto grotescamente desfigurado. Uma massa desprovida de nariz, composta de tendões viscosos e ossos expostos unidos por grampos rudimentares, Nêmesis preserva apenas traços mínimos de já ter sido um ser humano.

A fim de obter esse efeito, Jones criou um crânio articulado de fibra de vidro moldado sobre a cabeça do ator. De dentro do crânio, Taylor podia abrir e fechar a boca. Em grande parte, as expressões da criatura foram criadas por cinco servomotores implantados sob a pele de silicone e operados por controle remoto. Assim como no game, Nêmesis usa seu característico lança-mísseis para causar morte e destruição. No filme, seu arsenal inclui uma nova e inigualável arma magnética (“rail gun”).

“A arma magnética é totalmente original e tem um incrível poder de destruição”, afirma Anderson. “Eu visualizava o sujeito andando por aí com uma arma poderosa e gigantesca em cada mão, meio que indeciso quanto a qual delas usar. Obviamente, em algumas das minhas cenas de ação favoritas, ele usa as duas.”Esta arma de alto poder de fogo foi criada pelo armeiro do filme, Charles Taylor, através da adaptação de uma General Electric M134 Mini Gun. Originalmente fabricada como equipamento de helicópteros militares (como se viu em Falcão Negro em Perigo), a arma faz 6.000 disparos por minuto.

Taylor desconstruiu a arma, encurtando o tambor para 14″ e acrescentando abafadores na boca do cano, que dissipam a pólvora queimada, criando um efeito único de plasma durante os disparos. O mostrador de contagem regressiva e a insígnia da Umbrella foram acrescentados na junção do cabo com o cano. A arma final pesa quase 30 kg. RESIDENT EVIL 2 – Apocalipse foi a primeira vez em que uma arma deste tipo foi acionada com apenas uma das mãos.

No set, a arma de Nêmesis foi acionada pela primeira vez num corredor estreito da delegacia de polícia de Raccoon. Em três segundos, 150 rajadas de tiros foram disparadas com um barulho ensurdecedor, criando um incrível turbilhão que arrancou todo o revestimento das paredes e cuja pressão empurrou dois carrinhos de câmeras para trás. Ninguém nunca havia visto nada igual àquilo antes.

 


 

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