Análise – Coletânea Resident Evil Revelations (Nintendo Switch)

A franquia Resident Evil sempre me motivou na compra de videogames. E quando eu soube do lançamento da coletânea de Revelations para Nintendo Switch não foi diferente. Mesmo já tendo como reviver as experiências de Jill Valentine e Claire Redfield, principais protagonistas dos títulos, em um computador ou até mesmo no meu Xbox One, não pude deixar de investir em um Switch. Primeiro por conta da portabilidade do aparelho, segundo para checar se a Capcom teria a capacidade de reacender o clima claustrofóbico, principalmente do primeiro Revelations, que vivi com o jogo em sua versão original para Nintendo 3DS. E meus amigos, não é que deu liga?

Portabilidade bem-vinda

Vou começar falando da principal vantagem de Resident Evil Revelations e Revelations 2 no Switch: a portabilidade. Os dois títulos rodam de forma bastante fluída, sem engasgos, fora do Dock – acessório que liga o videogame à televisão. É possível utilizar a tela sensível ao toque para a resolução de puzzles e troca de armas. Os jogos rodam em alta definição e têm um modo de vibração dos controles que enriquece a experiência toda – confesso que levei alguns sustos por conta disso, mesmo já conhecendo bem os navios e até mesmo a ilha das histórias. Posso dizer que pude reviver sim a experiência que tive no Nintendo 3DS, com a vantagem de receber não um, mas DOIS Revelations em alta definição.

Revelações em tela grande

Agora sobre a experiência da coletânea na tela grande, tanto Revelations quanto Revelations 2 se equiparam graficamente às versões de PlayStation 4 e Xbox One. Sim, tô falando sério. Testei primeiro Resident Evil Revelations, que traz Jill e Parker Luciani na busca por Chris Redfield. E uau! A Capcom se dedicou fielmente em mais esse port e conseguiu manter tudo no lugar. Não sou de ficar grudando a minha cabeça na tela da TV para tentar notar pixels fora do lugar ou usar equipamentos para confirmar se o jogo roda ou não em 60 frames por segundo, mas afirmo que, de fato, Resident Evil Revelations é certamente o melhor da coletânea neste sentido.

Já sobre Resident Evil Revelations 2, que traz Claire, Moira Burton e de quebra Barry Burton em uma ilha-prisão do mal, eu não digo exatamente a mesma coisa. Tá, os gráficos se equiparam também às versões de PlayStation 4 e Xbox One, mas mesmo eu não sendo tão “cri cri” com pontos fora de lugar, eu acho Revelations 2 tem ambientes que se destoam demais. Ou são muito claros, ou muito escuros, não consegui achar o meio termo – mesmo fazendo as configurações recomendadas. E confesso que esse aspecto me incomodou. Mas assim, os pixels ficam quase todos no lugar. Não experimentei qualquer outra situação problemática.

Controles para todos os gostos

Mais uma vantagem da coletânea de Revelations é a possibilidade de utilização de inúmeras formas de controles. Você pode jogar com os Joy-Cons acoplados à telinha, ou separados em cada uma das mãos, ou até mesmo unidos no Grip, que é o acessório incluso em todo o Switch. É possível configurar os Joy-Cons também para responder ao movimento das mãos.

Eu testei todas as formas de controle com os Joy-Cons em Revelations e Revelations 2 e posso dizer que duas delas se destacam. Na telona, é melhor manter os controles fixos no Grip. Os controles parecem ser muito frágeis para se manter desacoplados, a não que o objetivo seja experimentar algumas ações com gestos.

Falando em gestos, se você já jogou Resident Evil 4 no Nintendo Wii, a experiência é parecida, mas não a mesma.  Eu não achei os controles do Switch tão precisos quanto no Wii, talvez por que eu tenho a mão muito grande e os controles ficam ridiculamente minúsculos desacoplados na minha mão. Em Revelations, os gestos podem ser usados para acionar a faca ou para mira da arma – o que é muito útil em algumas situações. Mas eu senti que a precisão não é tão boa quanto eu imaginava, o que pode fazer o jogador errar o alvo de vez em quando.

Já em Revelations 2, essa característica é muito melhor aproveitada, isso sem contar que os movimentos são mais precisos. É possível acionar a faca, usar a mira da arma e até fazer movimentos para recarregar armas e escapar das garras dos inimigos.

Em modo portátil, nem preciso dizer que é melhor controlar os personagens com os Joy-Cons fixos na tela. Desacoplá-los só dá trabalho. Outra possibilidade é usar um Pro Controller, um acessório comprado a parte para Switch, que torna a experiência ainda mais similar aos joysticks do PlayStation 4 e Xbox One.

Minijogos nostálgicos

Além de todos os extras já lançados para os dois Revelations, a coletânea inclui dois minijogos exclusivos que remetem aos clássicos da era de 8 bits. No primeiro Revelations temos o Ghostship Panic, que pode ser experimentado na tela de carregamento inicial do jogo, mas que também está disponível nas opções do modo Raide. Basicamente, é possível atirar em Oozes e suas variações que aparecem na tela. E só. Os jogadores ganham pontos que podem ser trocados para aquisições no modo Raide.

Talvez o minijogo mais interessante seja o presente em Revelations 2, que pode ser acessado também pelo modo Raide.  Ele fica acessível somente após o jogador terminar a primeira missão do modo Raide e está disponível em um dos quadros da sala de preparação. Ghouls ‘n Homunculi traz Barry como protagonista em uma experiência extremamente parecida com o clássico Ghouls ‘n Ghosts. Nele também ganha-se pontos e as recompensas podem ser usadas no modo Raide, assim no outro Revelations.

Do começo ao fim

Resident Evil Revelations chegou ao mercado originalmente em 2012, no Nintendo 3DS, e foi relançado no PC, PlayStation 3, PlayStation 4, Xbox 360, Xbox One, Wii U e agora Switch. Já Revelations 2 é de 2015, e já teve edições no PC, PlayStation 3, PlayStation 4PlayStation VitaXbox 360, Xbox One e por fim Switch.

A coletânea de Revelations no console da Nintendo traz as mesmas legendas em português do Brasil presentes nas mais recentes versões dos jogos. Isso tudo apesar do videogame, o Switch, não ter sido oficialmente lançado por essas bandas – se a opção de legenda não aparecer, é fácil configurar pelo menu de cada um dos títulos.

A versão física da coletânea, Resident Evil Revelations Collection, vem com o primeiro jogo em cartucho e um código para download do segundo por US$ 39,99 (cerca de R$ 128). Os dois títulos também estão disponíveis separadamente – ao preço de US$ 19,99 (cerca de R$ 64) cada – na eShop, a loja virtual do Nintendo Switch. Digitalmente, Revelations exige 13GB de espaço, já Revelations 2 o dobro, com 26GB, e como o armazenamento interno do Switch é de apenas 32GB, a compra de um MicroSD adicional se torna obrigatória. Apesar desse ponto negativo, o tamanho de Revelations 2 (em quantidade de conteúdo) justifica o seu “peso”.

Ainda falando de Revelations 2, esse jogo tem outro aspecto super chato, os LOADINGS gigantes. Eu adquiri um MicroSD só para poder baixar o título e eu cheguei a pensar que o cartão que eu havia comprado estava com defeito pela demora excessiva no carregamento. Mas, não… depois de realizar alguns testes a conclusão que cheguei é que realmente isso está presente na versão final do jogo. Um patch para corrigir isso bem que ajudaria.

Outra coisa bem chata, os dois Revelations não têm suporte à captura de vídeos no Switch, somente a de telas está à disposição dos usuários. Ou seja, a gente tira só foto mesmo, um desperdício!

O que eu destaco nos DOIS jogos: trilha sonora e efeitos impecáveis.

O que eu não consegui testar: o uso de Amiibos para desbloqueio de itens e pontos; modo multiplayer local com dois Joy-Cons. Confira um pouco dessas duas características clicando neste link.

O que tem de ruim, para os brasileiros: o jogo não foi lançado oficialmente no País. Quem quiser comprar, vai ter de fazer uma conta na eShop do Canadá, ou dos Estados Unidos, por exemplo, e pagar o valor em dólar – no caso de compra digital. Também é possível adquirir a coletânea Resident Evil Revelations Collection por meio de importadores.

Conclusão

Se vale adquirir a coletânea para o Nintendo Switch? Certamente que sim! Mas é o mesmo jogo, com aspecto gráfico das versões de PlayStation 4, Xbox One e até arriscaria dizer, do PC – com as configurações certas.

A diferença está mesmo na portabilidade, que torna Revelations e Revelations 2 mais imersivos. O primeiro Revelations já tinha sido planejado para um portátil, mas Revelations 2 se saiu muito bem nesse quesito também. Os controles de movimento e a tela sensível ao toque são só um plus. E o modo Raide então? É simplesmente viciante, principalmente pelo modo portátil! Só não pude testar o multiplayer online, por ter tido acesso à coletânea antes do lançamento oficial.

Se essa coletânea representa uma experiência definitiva para os jogos? Sim! E chega de relançamentos para os dois Revelations! Dá para até para desejar mais ports no Switch. Os donos do aparelho da Nintendo também merecem os outros jogos da franquia Resident Evil.

Resident Evil Revelations e Revelations 2 foram analisados no Nintendo Switch, em cópias digitais cedidas pela Capcom Brasil. O texto não representa a opinião do REVIL como um todo, e sim do autor da análise.

Gráficos (Revelations / Revelations 2)
9
Som
10
Controles
8
Diversão
9
Custo-benefício
9
Reader Rating25 Votes
8.2
Portabilidade / Jogos imersivos
Gráficos em alta definição
Minijogos nostálgicos
Modo Raide ainda mais viciante
Carregamentos longos em Resident Evil Revelations 2
Falta de captura de vídeos no Switch
Revelations 2 sem cartucho
Controle por movimentos sem muita precisão no primeiro Revelations
9