Análise – Resident Evil (1996) – PC (versão GOG)

Esta é uma análise conjunta entre Natália Sampaio, autora desta publicação, e Cláudio Corrêa, da Equipe REVIL.

Há muito tempo a comunidade de Resident Evil vinha pedindo (praticamente implorando, na verdade) à dona Capcom que relançasse a trilogia do Playstation 1 para os PCs. Pois o dia de glória finalmente chegou! Após um vazamento de informações, além de recebemos de surpresa na plataforma GOG o RE1 de 1996, outros foram confirmados: Resident Evil 2 e Resident Evil 3: Nemesis.

Para quem não está familiarizado, GOG é uma plataforma de compra de jogos para o PC, assim como Steam. Possui grande variedade de jogos clássicos em seu catálogo. O Resident Evil original foi lançado, claro, com o aval da Capcom. Foram centenas de e-mails para manter o padrão de qualidade da dona de RE.

Mas bora falar de coisa boa e não é a Tecpix! Antes de mais nada, cabe esclarecer: a versão portada pela GOG é a primeira  lançada para o PC à época, ou seja, o RE1 que está na plataforma é o que chegou a um Windows em 1997, como informa a página do jogo na lojinha. Dito isso, o objetivo desta análise é apenas dizer como esta versão do jogo está se comportando, ou seja, não serão considerados (e nem iremos nos aprofundar) aqui em quesitos como gráficos, jogabilidade, enredo e todas essas outras coisas que normalmente se falaria em uma análise.

O que temos aqui é um RELANÇAMENTO DE UM JOGO DE 1996 (bora maneirar aqui, tá?). Vamos apontar o que teve de novidade, mas sem listar pontos negativos e positivos (deixaremos que os leitores tirem suas conclusões neste quesito). Por fim, demos uma nota que considera o desempenho no geral, ok? Isto posto, partiu?!

Finalmente, vencemos!!!

Como comentamos lá em cima, há muito que pedíamos para que a Capcom ressuscitasse um port/remaster/jurema (o nome que você queira dar) dos REs clássicos de forma oficial para os computadores, já que não contamos com a retrocompatibilidade da maioria dos jogos da Capcom nas novas gerações – principalmente nos lançados no Playstation, uma das únicas maneiras de acesso a essas joias que temos hoje. Se não for em um PS, era por meio de sites que disponibilizam ROMS e emuladores.

Aqui vale ressaltar que esse pedido ia além de poder jogar jogos antigos em computadores atuais. O que nós, fãs de Resident Evil (e de outras franquias da própria Capcom, por exemplo), sempre pedimos era que o próprio legado da franquia fosse preservado, permitindo que os novos jogadores pudessem descobrir como tudo começou, ainda mais de maneira oficial, permitindo que o usuário tivesse a opção de adquirir o jogo.

Não vamos ser hipócritas aqui. Alguns dos jogos de RE só conseguem ser jogados por meio de emuladores e ROMS. Nós temos plena ciência que comprar jogos no Brasil não é uma realidade acessível a todos, mas é importante aqui apontar que ter uma versão relançada oficialmente mostra, além do fato que estamos sendo ouvidos (embora depois de muito tempo), que é possível ter uma experiência segura e livre de riscos dos vírus e roubos de dados que páginas com ROMS podem causar.

Além disso, cabe aqui exaltarmos a comunidade dos modders que nos proporcionaram versões visualmente maravilhosas de nossos jogos antigos favoritos, melhorando desde desempenho, adicionando cosméticos como roupas, skins de personagens diversos e armas, até com legendas traduzidas para o nosso idioma. A eles, toda a nossa reverência e agradecimento!

Por isso, esse lançamento do RE1 pela GOG, e posteriormente o RE2 e o RE3 quando chegarem, é uma vitória de toda a comunidade de Resident Evil!

Jogo velho com roupinha nova e remendada

O port do RE1 feito pela GOG não altera muita coisa em relação a gráficos, som e iluminação, por exemplo. É realizado um trabalho de adaptação da resolução normal do jogo para que “caiba” nas telas dos computadores de hoje sem que pareça esticado e nem pixelado demais, ou seja, com um upscaling na parte de imagem e gráfica do game, deixando a experiência agradável para um jogo de PS1 de 1996 (e que chegou a um Windows em 97).

No quesito som, senti uma leve melhora, mas nada que chamasse muito a atenção. Outra coisa que foi melhorada foi no quesito controles, no qual a GOG tornou essa versão do jogo compatível com todos os controles (joysticks) disponíveis atualmente, sendo que seus botões são facilmente configuráveis.

A GOG também deu uma trabalhada na interação com os ambientes em 3D, deixando-os evidentes sem ficar muito na cara. A exceção são os ambientes com água (a piscina e o tanque dos tubarões), a planta na fonte (a que aplicamos o herbicida) e a Planta 42, cuja coloração ficou meio bizarra. Não é algo que me incomodou, até porque eu (Nats) nunca tinha jogado nenhuma versão de PC do RE1, logo não poderia ter uma opinião mais aprofundada, mas acho que isso tinha que ser apontado.

Porte democrático, desde o PC gamer até para o PC da Xuxa

Como um jogo de 1996 que ocupa APENAS 535 MB de espaço (sim, você não leu errado!), era de se esperar que não fosse pesado, o que de fato não é. A configuração mínima recomendada é Windows 10/11; Processor 2.0 GHz; 2 GB de memória; Gráficos 100% compatível com o DirectX 9.0c e para Armazenamento de 650 MB, permitindo que, de fato, seja “rodável” em qualquer computador, seja um possante ou um mais humilde.

A minha máquina (Nats) a qual testei do game (que também é minha ferramenta de trabalho) é um Notebook gamer, de configuração mediana (Intel® Core™ i5-11400H de 11ª geração, Placa de vídeo dedicada NVIDIA® GeForce RTX™ 3050 com 4GB GDDR6, Memória de 16GB (2x8GB), DDR4, 3200MHz; SSD de 512GB PCIe NVMe M.2), no qual não tive nenhuma dificuldade em rodar o jogo. Não houve nenhuma queda de quadro e nenhum loading longo.

Mesmo que na versão de RE1 de PC seja possível pular os “loadings das portas” (perdão a tonta aqui que não sabe como fazer), no meu teste o carregamento delas foi bem rápido. Outra coisa que observei é que o personagem (Jill Valentine ou Chris Redfield) executa, de vez em quando, alguns sprints durante andar ou correr. Não sei informar se é porque meu PC é mais “potente” ou se é algum bug que poderá ser corrigido posteriormente. Não é algo que atrapalhe a jogatina, mas é muito engraçado de ver!

No quesito jogabilidade, sem novidades em relação às versões de PC que já existem dele. As únicas diferenças que posso apontar, se feita uma comparação com a versão de PS1 (que é a que eu conheço e jogo com regularidade), é na movimentação do personagem e no ato de apontar a arma para atirar, algo mais fluido. Isso já deveria ser uma evolução entre console e PC. Importante lembrar que nas versões de PC, só a campanha da Jill que não tem ink ribbon, ou seja, menos um item pra se preocupar e usar espaço no inventário – pode salvar a vontade, sem medo de ser feliz.

No meu caso (Just), eu já tenho um velhinho de guerra há mais de 6 anos. É um computador Desktop e utilizei ele muito para edições de vídeos e lives. As configurações desse pequeno guerreiro são BEM básicas sendo um Intel(R) Core(TM) i5-4570 CPU @ 3.20GHz 3.20 GHz, 20,0 GB de ram, Sistema operacional de 64 bits, processador baseado em x64, Windows 10 Pro com uma placa de vídeo das antigas, uma PODEROSA G-force 7 (HAHAHAHA).

O jogo rodou perfeitamente e toda a parte mais técnica funcionou corretamente. Graficamente o jogo está bem CRU, ou seja, a mesma imagem que tínhamos em 97, que no caso eram aqueles monitores de tubo e não dava pra notar os serrilhados do jogo. Agora jogando aqui no meu monitor de LED, as cenas GRITAM (socorro) com serrilhados.

Mas e aí, vale a pena?

Sendo bem honestos? Depende! Na minha perspectiva (Nats), que não entendo muito de ROMs e emuladores, sinceramente acho que vale muito a pena! Sempre quis poder jogar os RE de PS1 e PS2 além do que temos disponíveis na PlayStation Store (cito aqui a PS porque eu tenho Playstation, tá? o mesmo raciocínio também vale pra quem tem Xbox, Nintendo, calculadora científica, celular, airfryer, etc).

As versões existentes de RE1, RE2 e RE3 estão acessíveis só na “finada” PSN do PlayStation 3 com uma EMULAÇÃO bem muito da sem vergonha, diga-se de passagem. Além disso, recebemos recentemente um port bem bom do RE1, versão Director’s Cut, para quem assina o plano deluxe da Store, mas nada do RE2 ou RE3 por lá até agora. Eu entendo que o PC é a plataforma mais democrática no quesito de acesso a jogos, já que por lá os preços são mais acessíveis (seja, Steam, GOG ou Nuuvem). Por isso, sempre torcemos muito para um porte oficial dos RE clássicos para PC. Inclusive eu, Nats, nunca pude jogar à época de seu lançamento, e também por entender que essa seja a possibilidade mais factível, uma vez que temos diversas plataformas de jogos de PC no mercado para tal.

Pra gente (Nats e Just), ter a chance de comprar o RE1 de 96 para PC nos deixou muito felizes. Ganhamos mais uma opção e sabemos onde encontrar o jogo sem ter que revirar internet inteira. Também entendemos quem ache desnecessário justamente por conseguir jogar esses jogos “de graça”, ou por não ter gostado do visual deste port ou por existirem diversas outras versões HD, HD seamless e por aí vai, que possuem um “gráfico” melhor visualmente falando.

Aqui usaremos o mesmo argumento que sempre defendemos: ACESSIBILIDADE. Um jogo, seja novo ou antigo, precisa cumprir seu objetivo: passar alguma mensagem, divertir, fazer amigos ou simplesmente ser um passatempo favorito, acessível para todos. Não importa se é pago, gratuito, emprestado, ou seja, a forma que você adquire a cópia, em tese, não interessa, mas o fato de termos OPÇÕES é essencial. E, agora, GOG oferece isso oficialmente.

No caso do RE1, e logo depois o RE2 e o RE3: Nemesis, abriu-se a porta para o survival horror. Em 1996 foi dado o primeiro passo. Se, agora, podermos ter todos em uma biblioteca completa dos REs de PS1 e PS2 para os PC, seria um sonho. É algo que muito ansiamos. Quem sabe alguns dos jogos multiplayer que queremos ports decentes sejam finalizados (sim, falamos do Resident Evil Operation Raccoon City que a Capcom retirou do Steam). O importante é que todos possam jogar e se divertir.

Por isso, se não puder (ou não quiser) comprar sua cópia, espalhe a mensagem, incentive, apoie para que mais jogos clássicos também recebam seu port para a geração atual. Todos nós temos o direito de escolher como pegar o jogo, só queremos que a opção seja oferecida!

Por isso, considerando tudo o que foi dito até aqui, a nota que esse port tem é 8!

Agradecemos à GOG pelo presente que é o RE1. Que venha RE2 e RE3.

Resident Evil 1 foi analisado com compras diretas do REVIL de dois bundles (pacotes) com a trilogia clássica na plataforma GOG. Foram duas licenças de uso de RE1, uma para Natália e outra para Cláudio. 

Colaborou com a revisão deste conteúdo: Ricardo Andretto

Arte: Frank Alcântara

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