Resident Evil 2 - GOG.com
Arte: Frank Alcântara

Análise – Resident Evil 2 (1998) – PC (versão GOG)

Esta é uma análise conjunta entre Natália Sampaio (Nats), autora desta publicação, e Cláudio Corrêa, da Equipe REVIL.

Dando andamento aos clássicos de PlayStation 1 anunciados pela GOG para PC, chegou a vez do meu (Nats) Resident Evil favorito (que não é segredo pra ninguém, né?), o Resident Evil 2, clássico de 1998! Pra gente não perder a linha de raciocínio que seguimos na análise do Resident Evil de 1996 (a versão de 1997, no caso da lançada pela GOG), vamos seguir o mesmo padrão: não vamos considerar história, gráficos e nem jogabilidade.

Mais um disclaimer que achamos importante ser feito aqui: vamos nos ater aos pontos positivos e negativos que percebemos nessa versão da GOG e, portanto, não faremos nenhuma comparação a qualquer versão modificada (os famosos mods HD seamless e por aí vai) que achamos por aí. O que importa É PODER JOGAR, NÃO IMPORTA DE ONDE, OK? Isto posto, partiu?!

E A SUA ROUPITCHA NOVA MUCHO LOCA

Dando continuidade aos relançamentos das versões de computador de Resident Evil lançadas na década de 1990, nos primórdios dos computadores e da própria internet, chegou a vez do queridinho da maioria da Equipe REVIL (o meu bebê, inclusive), o Resident Evil 2. Disponibilizado na loja da GOG no dia 27 de agosto, a versão “portada” da GOG é a lançada em 1999 para PC.

Aqui entra um fator nostalgia que me pegou muito (Nats). Ao contrário do RE1, que ao entrar no aplicativo da GOG e ao começar a jogar “vai direto”, aqui no RE2 abre um menu bem semelhante aos CD-ROMs de PC da década de 1990 (tempos saudosos de Barsa e Delta Translator que não voltam mais). É um menu bem simples onde lá você escolhe com quem vai jogar, Claire Redfield ou Leon S. Kennedy, e as configurações de vídeo relacionadas aos seu DirectX (imagino que seja para ajustar as configurações de tela mesmo). Eu (Nats) deixei no padrão e o jogo teve excelente desempenho e rodou super bem.

Ocupando APENAS 796 MB de espaço (um pouquinho maior que o RE1), Resident Evil 2 é super leve, roda sem gargalos e, logo de cara, já dispõe do todos os modos extras do jogo liberado no menu EXTRA, inclusive o EX BATTLE (confesso que eu, Nats, achei estranho, já que em todas as versões de RE2 que joguei, inclusive a Dualshock e Director’s Cut, nunca vi isso, mas ok).

Assim, um PC de configuração mediana, como o meu (Nats) [Intel® Core™ i5-11400H de 11ª geração, Placa de vídeo dedicada NVIDIA® GeForce RTX™ 3050 com 4GB GDDR6, Memória de 16GB (2x8GB), DDR4, 3200MHz; SSD de 512GB PCIe NVMe M.2] não teve dificuldade nenhuma pra rodar ele, logo quem tem um PC fraco (padrão PC da Xuxa) não vai ter dificuldade em jogar.

Leon S. Kennedy e loja de armas Kendo - Resident Evil 2

Mas, agora, vamos ao que realmente me chamou a atenção (Nats). Vou usar a versão Director’s Cut do RE1 como exemplo. Nessa versão do RE1, há duas opções: Original e Arrange Mode, no qual a primeira você joga conforme a sua versão original (certo?), do jeito que foi lançada, e a segunda você explora o jogo com algumas modificações/diferenças que na versão original não tem (no caso do RE1, é só o aumento do número de pack de munição. Exemplo: se você achava um pente de beretta com 15 balas, na versão arrange você encontra esse mesmo pente com 30 balas).

No caso do Resident Evil 2, eu (Nats) fiquei confusa (meme da Nazaré calculando), já que a versão que se diz original que tá lá (original mode) não tem a mira automática (uma das inovações do RE2 e já estava presente como padrão), de resto nenhuma alteração. Já a versão arrange, a única coisa diferente é a mudança/retirada de algumas munições (e só). Na minha perspectiva, a versão arrange é a versão original do PS1 e a original seria como colocar o RE2 com um grau de dificuldade que o RE1 tem (ausência de mira automática).

Uma observação: eu e o Just conferimos as versões original, dualshock e Director’s Cut lançadas lá em 1998 para o PS1 pra tirar a dúvida sobre a mira automática e, pasmem, a original e a dualshock da versão japonesa já vinha com a mira automática como padrão, a dualshock americana não tem a mira e a Director’s Cut que teve esse lance de “escolher” mira automática ou não entre os modos original e arrange (que ele chamou de rookie, uma versão AINDA MAIS facilitada que o modo fácil do jogo).

Tirando essa confusão entre versões que eu nunca vi em nenhuma versão de RE2 que joguei (Nats), obviamente que a GOG deu aquele talento no Resident Evil 2 (mas esqueceu das CGIs), sendo que o jogo está adaptado aos controles e aos monitores modernos, cuja configuração de botões é ainda mais fácil e intuitiva que a do RE1, além de ser possível pular as animações das portas com o botão de ação (eu ouvi um AMÉM?). Aqui também vale mencionar a cor estranha da água (fica até transparente), o efeito de névoa congelada da sala onde confeccionamos o main fuse, e a mudança na cor do sangue da Ivy e do Baby-G (achamos deveras interessante).

Dados esses pontos vistos pela Nats, eu (Just) notei algumas coisas em relação aos personagens, como uma cor mais visível de seus olhos, já que no console não se nota tão bem e nítido que alguns tem olhos verdes ou azuis. O render de todos os objetos 3D (inimigos e personagens) são mais suavizados devido ao aceleramento do DirectX. Uma dica que dou é: se você está jogando com o teclado, explore os comandos de F1 até F9 , esse último utilizado para sair do jogo para a tela principal ou até mesmo para o desktop. Acabei descobrindo que os personagens e inimigos ganham uma ‘luz’ própria, o que deixam eles destacados durante o jogo, mas quem preferir pode deixar essa opção desligada.

Leon S. Kennedy confronta Ada Wong - Resident Evil 2

Outros pontos são algumas mutilações de inimigos, como o braço de alguns zumbis são arrancados após um ataque com a espingarda. Notei diferença entre esta e a versão do console. Uns até ficam sem metade do corpo e sem a cabeça dependendo da potência do tiro.

O que NUNCA muda são os zumbis atirados, e não, não estou falando deles ficarem caídos aos seus pés. Tomem muito cuidado e se atentem a eliminá-los a uma boa distância pois eles se jogam, literalmente, em sua direção, o que causou diversos danos durante minhas jornadas com ambos os personagens. Esse era um ponto que eu havia me esquecido completamente ao ficar tanto tempo sem jogar RE2!

Diferente da análise de RE1 que (eu, Just) fiz utilizando um PC bem fraco, desta vez estou com um equipamento novo e para análise foi utilizado meu notebook Dell G15 com um processador 13th Gen Intel(R) Core(TM) i7-13650HX 2.60 GHz RAM instalada 16,0 GB (utilizável: 15,7 GB) sistema operacional de 64 bits, processador baseado em x64. Placa de Vídeo Nvidia Geforce RTX 4050.

Outro bônus mega interessante desta versão de PC é que ela se assemelha à versão de Dreamcast, onde todos os extras já vêm desbloqueados. Aliás, a versão de DC é um port direto da versão de PC de RE2, já que o sistema utilizado no console da SEGA era um Windows. Então aproveitem e se deliciem com os 3 modos de jogos e uma galeria recheada de imagens e vídeos que já estão liberados, não precisando fazer aquela velha e boa sequência de “zerar” seu RE2. Mas que sequência é essa e quais os bônus, Just?!

Vamos lá, originalmente você precisava ‘zerar’ Resident Evil 2 pelo menos 4x, jogando os dois cenários com cada personagem para liberar os modos extras. No caso fazendo Claire A e Leon B, e depois Leon A e Claire B. Sendo assim, era possível jogar os modos TO-FU e The 4th Survivor!

Acessando a opção na tela principal do game, SPECIAL, você já encontra o 4TH, TO-FU, o modo exclusivo de PC e Dreamcast Extreme Battle, onde você pode jogar até com Chris Redfield e o Gallery. No mais, essa é mais do que uma compra obrigatória para os DieHard Fans de Resident Evil clássico!!!

MAS E AÍ, COMPENSA?

Vamos aqui dizer mais uma vez: depende! Sabemos que muitos aí estão já se perguntando: para que comprar essa versão se posso jogar de graça a versão X, Y, Z com os mais diversos mods disponíveis por aí??? Assim como falamos lá na análise do RE1, vamos falar aqui de novo: por anos, a comunidade vem pedindo que tenhamos uma versão lançada oficialmente dos RE clássicos (além da trilogia do PS1, entram nessa lista o RE Survivor e o Code Veronica) já que enquanto uns nem sequer viram a luz depois que as gerações avançaram, outros só receberam um port nos consoles, o que só reforçou o que a própria comunidade vem fazendo, com as páginas de ROMS e emuladores.

Ao contrário de algumas publishers, como a Crystal Dynamics que lançou TODOS os Tomb Raider de PS1 e PS2 no Steam, a Capcom não tem o mesmo hábito em pensar no seu próprio legado de suas franquias, pelo menos quando falamos no lado ocidental do planeta. Mesmo que ainda tenhamos acesso à ROMs e emuladores, o que nos incomodava era justamente NÃO TER OPÇÃO!

No meu caso (Nats), não tenho paciência para ficar caçando emulador e ROM e prefiro logo comprar o jogo, mas aí é a minha opção. Não vamos aqui ser hipócritas e fingir que ninguém usa emulador, até porque alguns jogos a gente só consegue jogar assim, pois ou são impossíveis de encontrar no mercado ou nunca foram lançados pras bandas de cá. O que defendemos aqui é que EXISTA A OPÇÃO para achar o jogo. Agora, como você vai jogar, comprando legalmente ou por alternativas, é por conta do freguês.

O que temos aqui é uma versão lançada oficialmente a um preço acessível (isso sem estar na promo), que foi portada e completamente adaptada aos computadores e monitores atuais, além de estar pronta para ser jogada com os controles modernos que temos aí. Seguimos torcendo para que mais jogos sigam sendo portados com o mesmo cuidado para os PC e assim todos podemos ter acesso, jogar e se divertir (que é o que realmente importa). Já estamos prontos para Resident Evil 3 Nemesis via GOG! Só vem!

Pontos positivos:
Modos extras já desbloqueados;
Ajustes de controles fácil e intuitivo;
Leve e roda tranquilo em qualquer computador.
Ponto negativo:
CGIs não tiveram o mesmo tratamento que o jogo como um todo.
8