Análise – Onimusha: Warlords – PlayStation 4

Lançado para PlayStation 2 em 2001, Onimusha: Warlords é um game que mistura o melhor da ação com elementos de Survival Horror. No título, você assume o controle de Samanosuke Akechi, que viveu na época do feudalismo japonês, e precisa enfrentar o temido Oda Nobunaga e seu exército para que o mundo não seja dominado por demônios. Depois de anos sumida dos holofotes, a franquia deu as caras novamente em uma versão remasterizada para a geração atual. Além de melhorias gráficas, a empresa introduziu otimizações na gameplay e deu uma melhoria considerável na trilha sonora, tornando o game mais robusto. Confira agora a análise de Onimusha: Warlords, já disponível para PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch e PC (Steam).Onimusha: Warlords foi o primeiro jogo da franquia Onimusha, que na época foi uma grande e certeira aposta da Capcom. Teve quatro jogos canônicos e alguns spin-offs, como Tactics e Blade Warrior. O último jogo da franquia foi lançado em 2006 e sumiu um pouco do radar da companhia.

Onimusha seria originalmente um spin-off derivado dos jogos de Resident Evil, mas após alguns anos de desenvolvimento, acabou se tornando independente e lançado como uma nova franquia – algo similar aconteceu com produtor Hideki Kamiya em um projeto que era para ser de Resident Evil e deu origem a Devil May Cry. Com sorte, a remasterização do primeiro jogo pode indicar que, futuramente, outros jogos da franquia possam ser anunciados.

O bom e velho Japão Feudal, agora em alta definição

Lançado em 2001, os gráficos de Onimusha: Warlords surpreendem tanto que mesmo depois de alguns anos seu estilo consegue se manter de pé. Seguindo praticamente o mesmo padrão de Resident Evil, o jogo abusa de cenários estáticos com os personagens em terceira pessoa, conseguindo atingir um poder gráfico satisfatório. Os desenvolvedores usaram cenários pré renderizados, o que não exigia muito do console lá na época do lançamento original. A ambientação está em perfeita harmonia com o game, que consegue passar para o jogador a sensação de realmente estar no Japão feudal.

As cenas computadorizadas do game são dignas de cinematografia para a época, com imagens repletas de efeitos especiais. Por serem umas das primeiras cenas computadorizadas no Playstation 2 pela Capcom, mais tarde elas serviram de modelo para outros games. Na versão que tive acesso no Playstation 4, o jogo teve algumas mudanças necessárias para adequar ao poder gráfico desta geração – mas as alterações não foram tão drásticas assim.

Os personagens tiveram grandes melhorias se comparado com a sua primeira versão, lançada a quase duas décadas atrás. Agora com uma qualidade padrão HD 1080p e telas de 16:9 – opção que não deixa o jogo com a tela esticada –  os detalhes dos personagens e dos cenários estão mais nítidos. Mas eu destacaria as cenas computadorizadas, que tiveram melhorias satisfatórias. Basicamente, é exatamente o mesmo game lançado em 2001, com a magia dos padrões gráficos atuais.

Jogabilidade digna de clássico

Apesar da jogabilidade característica de um Survivor Horror, o game dá ênfase nos combates de curta distância com armas brancas, dando pouco destaque ao terror. Os comandos são basicamente simples: o jogador tem que se concentrar principalmente na defesa e, depois disso, aproveitar a brecha do inimigo para atacar. Apesar de simples, é necessário estar um pouco familiarizado com os controles, mas logo nos primeiros minutos de jogo é possível dominar esse obstáculo. O jogo possui uma grande variedade de inimigos, e isso é algo ameaçador para jogadores mais despreparados, pois cada um deles tem o seu padrão de ataque. O combate é corpo a corpo, ao melhor estilo de lutas entre samurais. Em alguns momentos, os combates com espadas são alternados por combates com arco e flecha, mudando um pouco o padrão para não se tornar um jogo maçante.

Ao serem derrotados, os inimigos liberam almas de diversas cores. Ao decorrer do enredo do jogo, Samanosuke, personagem principal da trama, adquire a “Oni Gauntlet“, uma luva capaz de absorver as almas de seus inimigos. Essas almas podem virar vida, barra de especial e até mesmo dinheiro dentro do jogo.Talvez o grande diferencial desta versão remasterizada seja a oportunidade de jogar com o controle analógico. A franquia só adotou este tipo de controle em seu terceiro game. Só era possível jogar Onimusha com os direcionais do controle, o que deixava o personagem muito rígido e difícil de controlar na maioria das vezes. Com o adicional do analógico, a gameplay ficou muito mais fluída e fácil de ser jogada. Outro detalhe importante é o giro de 180 graus – o famoso quick turn. Basta apertar R3 e seu personagem da um giro rápido pra trás, mecânica necessária quando se utiliza de cenários pré renderizados.

Veredito

Ter a oportunidade de jogar um dos primeiros grandes games da época do Playstation 2 é, sem dúvidas, sensacional, principalmente para aqueles que não estão familiarizados com a franquia. Onimusha é um jogo que agradou muito no passado e envelheceu muito bem com uma remasterização dígina!Os gráficos simbolizaram muito a transição do Playstation para o Playstation 2, mas hoje em dia esse quesito deixa um pouco a desejar. A melhoria está lá e é visível, mas sem grandes surpresas. A trilha sonora e enredo envolvente fazem de Onimusha um ótimo game nostálgico para ser aproveitado ao máximo.

Talvez um detalhe que deve ser levado em consideração é a localização. Cometendo os mesmos erros de outros remasters da empresa, Oninusha: Warlords não possui legendas em português, o que atualmente pesa muito para os jogadores mais novos – e até mesmo os da velha guarda.

Onimusha: Warlords já está disponível no Playstation 4Xbox One e Steam. O valor varia um pouco em cada plataforma – a depender de promoções. No PC, o código da Steam pode ser adquirido no Green Man Gaming, parceiro do REVIL.

Onimusha: Warlords foi analisado no PlayStation 4 em cópia digital cedida pela Capcom Unity Brasil. O texto não representa a opinião do REVIL como um todo, e sim do autor da análise.

CONEXÃO CAPCOM é um espaço dentro do REVIL onde publicamos textos sobre outras franquias da empresa.

Possibilidade de usar o analógico, dando uma melhoria notável na gameplay
Trilha sonora reformulada
A volta da franquia para a geração atual
Apesar de ser um remaster, carece de polimento em algumas animações
Sem legendas em português
Sincronização labial atrasada
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