Análise – Resident Evil 5 Demo

A alguns meses atrás, na E3, a Capcom revelou à imprensa a real forma que Resident Evil 5 estava tomando através de uma demonstração e, recentemente, disponibilizou para o público um demo do jogo quase finalizado. A versão possui duas fases distintas para se escolher, apesar de ambas se localizarem na aldeia africana de Kijuju. A primeira, chamada Assembly Place, é semelhante ao início de Resident Evil 4, ou seja, tem como objetivo sobreviver. Já a segunda fase é conhecida como Shanty Town e demonstra bem a interação entre o cenário e as funções cooperativas do jogo.

 Em Assembly, você começa no controle de Chris acompanhado de Sheva em uma situação de calma aparente. Ao adentrarem uma casa, inicia-se uma CG na qual informante da dupla foi capturado pelos nativos hostis e é executado em praça pública, enquanto um suposto líder local instiga a platéia com palavras que infelizmente não podem ser compreendidas por Chris. Isso só aumenta a tensão, que chega ao limite quando os agentes são avistados através de uma janela. A partir desse momento, o jogador deve resistir a ondas de inimigos até que a ajuda chegue na forma de um helicóptero da B.S.A.A.

 A segunda fase, Shanty Town, é um pouco mais focada na linearidade e não na sobrevivência por um tempo determinado. O jogador atravessa as ruas estreitas da vila, em uma área aparentemente mais desenvolvida, com mercados e lojas. O helicóptero que antes ajudara a destruir os inimigos em Assembly Place agora aparece sendo atacado em tempo real por um inimigo aéreo, provavelmente o parasita responsável pela infecção de Kijuju. Esses mesmos monstros voltam-se contra os personagens, mas são facilmente abatidos. Ao final da fase, um inimigo conhecido dos fãs de Resident Evil 4 aparece: um homem mascarado com uma serra-elétrica, que rompe um portão e ataca em conjunto com outros Majinis. O objetivo é eliminá-lo e recuperar uma chave em seu corpo. De posse do item, Chris segue pelo portão aberto pelo inimigo derrotado e abre a porta, terminando o demo.

 Apesar de parecer semelhante a Resident Evil 4, várias pequenas mudanças foram feitas no design e gameplay que, somadas, fazem uma grande diferença. A principal delas é o fator cooperativo do jogo, mesmo com a parceira sendo controlada pela inteligência artificial, que por sinal é excelente. Chris e Sheva permaneceram quase todo o tempo no demo juntos. É possível se separar, mas sempre dentro de um mesmo local. Para atravessar uma porta que irá criar um “loading” de uma nova área é necessário que os dois estejam próximos e confirmem a ação. Esse mesmo método é usado para a utilização de elementos do cenário de forma a prosseguir na missão. Em certa parte, Chris fornece uma ajuda para Sheva subir em um prédio de onde ela lhe daria cobertura. Em outra ocasião, o ex-agente do S.T.A.R.S lança sua parceira africana ao outro lado de um prédio para que a mesma desça pela rua e abra uma porta trancada, que impedia a saída do local. A cooperação se dá também quando um dos dois está em perigo: um aviso chama a atenção do jogador para se aproximar do aliado e desferir um golpe contra o agressor. Os ataques são semelhantes aos usados quando se deixa um inimigo atordoado, após tiros em pontos como cabeça ou perna. Chris se utiliza mais golpes fortes como socos, enquanto Sheva preza pelo malabarismo de chutes. Inimigos caídos também podem receber um “pisão” e serem eliminados.

 Diferente de Resident Evil 4, o menu é mais limitado e possui 8 slots, sendo que os itens ocupam apenas um independente do tamanho real que possuem. Pelo direcional digital, é possível trocar de itens em tempo real, desde que os mesmos estejam nos slots correspondentes, ou seja, apenas quatro slots têm acesso a essa função do D-Pad. Chris e Sheva podem compartilhar itens e o acesso é comum entre o inventário de ambos, possibilitando o pedido de um item especifico. O jogador pode também, ao se aproximar de um item, pressionar um botão alternativo dando a ordem para o parceiro pegá-lo. Os controles sofreram leves modificações para agradar ao público ocidental. Quem é fã de Resident Evil 4 poderá usar um sistema de controle idêntico, mas o padrão utilizado no demo, chamado de D, possibilita uma liberdade maior de movimento e um controle semelhante ao de um jogo de tiro em terceira pessoa. É claro que as ações e movimentos são iguais às de Resident Evil 4, mas com esse novo formato, também é possível andar para frente, para trás e dar passos para os lados utilizando a alavanca analógica esquerda enquanto a direita controla uma câmera livre, com a movimentação do personagem e a mira. Os gatilhos servem para mirar, ativar a faca e atirar enquanto os botões de face são usados para correr, interagir com o cenário, com os inimigos ou parceiro, e para seleção de itens.

 Graficamente o jogo é incrível. Todos os cenários são muito detalhados e os efeitos do dano causado aos adversários são bem violentos e satisfazem a sede de sangue dos jogadores. As poucas cenas não interativas presentes no demo são muito bem dirigidas e o resultado das seções de captura de movimento realizadas pela Capcom é excelente. As pessoas mal podem esperar para receberem a presença do mal na sexta feira 13 do terceiro mês de 2009.

Créditos

Escrito por: João Ricardo Corso (Horner)
Editado por: Felipe Demartini (-Evil Shady-)
Imagens: Gamersyde
Review publicado em: 09/12/2008