A Capcom divulgou um anuário em que destaca os resultados de seu último ano fiscal, que terminou em 31 de março de 2013, e fala sobre o futuro da empresa. Muitas das informações presentes no material já haviam sido divulgadas em outras oportunidades – como faturamentos abaixo do esperado, erros na organização de superproduções e novas perspectivas (como o aumento nos conteúdos adicionais) – mas a novidade fica mesmo para um especial dedicado ao “Segredo do Sucesso” de Resident Evil.
Confira um resumo:
Na publicação, a Capcom admite que a empresa não tinha boas expectativas para o primeiro jogo da série e que Resident Evil acabou sendo um título que envolveu muitos desenvolvedores jovens, pois os veteranos se dedicavam à outra franquia estabelecida (Street Fighter), deixando a produção conflituosa.
Apesar de ser desenvolvido no Japão, para trazer ao jogador uma atmosfera de terror, os responsáveis pelo título inicial decidiram manter as vozes dos personagens em inglês, com um estilo de filmes de Hollywood. Vozes em japonês chegaram a ser testadas, mas foram descartadas no lançamento para o mercado – oficialmente, Resident Evil só começou a “falar” a língua de seus desenvolvedores em RE6. O objetivo era o de realçar os cenários ocidentais.
Depois de vender mais de 1 milhão de unidades em um ano, a Capcom decidiu trabalhar em uma sequência, Resident Evil 2 – que teve sua produção reiniciada após o protótipo Resident Evil 1.5 (a empresa alega que a decisão foi por conta da pressão pelo sucesso que o jogo anterior alcançou).
Para o terceiro título, a empresa continuou com a mecânica de seus predecessores, até que teve que apostar em uma nova dinâmica, com Resident Evil 4. A Capcom dá a entender de que o uso da nova dinâmica baseada em “tiro” era um sucesso fora do Japão que eles não poderiam deixar passar, provando o seu sucesso no jogo, que antes era exclusivo do GameCube – o mesmo estilo característico também foi aproveitado em RE5.
Por fim, com Resident Evil 6, a empresa diz que a longevidade da série tinha um problema, pois o público de 1996, que jogou o primeiro título e acompanhou a franquia, “envelheceu”, estando na faixa entre 30 e 40 anos. Para tentar manter os fãs e buscar novos, o sexto jogo teve mudanças consideráveis, como o trabalho de marketing em diversas regiões no mundo, além de uma nova dinâmica, incorporando os sistemas que fizeram sucesso nos anteriores.
Além dos títulos, a empresa cita iniciativas como os filmes baseados na série, o restaurante temático de Resident Evil e até mesmo parcerias com parques, como o da Universal Orlando Resort, que mantém a marca em evidência.
Por que Resident Evil conseguiu sustentar um nível de sucesso em 17 anos? O segredo, de acordo com a Capcom, está na elaborada trama da franquia. O terror pode até ser uma forma comum de entretenimento para algumas pessoas, mas Resident Evil foi além, adotando desastres epidêmicos que podem se relacionar com a realidade, ao invés de uma simples fantasia selvagem. A sensação de realismo foi incorporada também nos personagens, que envelheceram e ficaram mais maduros com a série, tornando-se ainda mais interessantes – como no caso de Leon, que era um novato policial e hoje é um agente especial do governo americano.
O anuário completo, em PDF, está disponível para download neste link.