O REVIL teve a incrível oportunidade de entrevistar a talentosíssima Nicole Thompkins, responsável por dar voz e movimentos a nossa heroína Jill Valentine no remake de Resident Evil 3, lançado neste ano. Nicole tem um currículo que vem se fortalecendo cada vez mais ao longo do tempo. Nos jogos, antes de dar vida TOTAL à Jill, ela trabalhou no aclamado Middle Earth: Shadow of War ao lado de Troy Baker, conhecido na franquia por atuar como Jake Muller em Resident Evil 6.
Além dos jogos eletrônicos, Nicole participou de American Horror Story e Antrum: The Deadliest Film Ever Made, para TV. A atriz nasceu no Texas (Estados Unidos) e tem grande paixão por atuar e contar histórias, especialmente aquelas em múltiplas camadas que utilizam a realidade aumentada para revelar algo emocionante sobre a experiência humana.
Além de atuar, Nicole aplica seu diploma de marketing de negócios à criação, agindo por trás das câmeras e desenvolvendo projetos próprios. Amante da natureza e da fotografia de retratos, viaja frequentemente, mas adora voltar para casa em Los Angeles e ter contato com seus hobbies.
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Com o lançamento de Resident Evil 3, Nicole viu a grande paixão de toda uma comunidade refletir sobre o seu trabalho. Ela contou essa sua experiência aqui para o REVIL. Confira a entrevista em vídeo:
Agradecimentos especiais aos amigos do canal Think Mind, que nos ajudaram com a edição do vídeo.
Transcrição da entrevista em português:
REVIL: Como foi entrar para a franquia Resident Evil na reimaginação do jogo considerado o mais importante e mais querido?
Nicole: É indescritível a sensação de estar na franquia Resident Evil e o quão especial foi interpretar uma personagem mulher tão icônica! Eu sou extremamente grata por toda a recepção que venho tendo da comunidade de Resident Evil e ainda mais por poder viver um pouco como a senhorita Valentine e sobreviver a Raccoon City!
REVIL: Já conhecia a franquia e seu jogos antes de trabalhar em Resident Evil 3?
Nicole: Eu já conhecia um pouco da franquia antes de trabalhar em Resident Evil 3. Essa franquia é tão icônica, a história e os personagens já ultrapassaram o mundo dos videogames. Então, eu tive que me preparar bastante quando comecei o trabalho, pois haviam tantas histórias destes personagens e sobre o que eles tinham vivido que ao interpretar a Jill, eu precisava saber o que ela havia vivenciado anteriormente!
REVIL: Como surgiu a oportunidade de trabalhar como Jill Valentine?
Nicole: A oportunidade de interpretar Jill veio através de um processo comum de teste para o papel. Inicialmente, eu enviei para eles um vídeo contendo a minha versão dela baseado no material que eles haviam me passado e eu acabei me reunindo bem cedo no projeto com a equipe criativa e com o diretor de cinematics Steve Kniebihly.
Na verdade, nós tínhamos uma visão compartilhada sobre como ela se portaria e suas maneiras, a forma com que ela falaria com seus parceiros ou com seus inimigos e também como responderia ao ambiente ao redor dela.
Mais tarde, fui chamada novamente e foi quando conheci o Jeff Shine, que interpreta o Carlos, e Neil Newbon que interpreta Nicholai e também fez a captura de movimentos para Nemesis! Todos nos encontramos bem no início do projeto e pudemos trabalhar juntos na sala e acredito que ficou claro desde o início que nós juntos tínhamos uma boa química como profissionais, atores e como os personagens que interpretamos!
REVIL: Você teve algum contato com Resident Evil 3 clássico para se preparar para dar vida a nossa heroína?
Nicole: Eu conhecia o RE3 clássico. Eu assisti a muitos, muitos clipes e com certeza tive um gostinho de como ela foi caracterizada no original e isso foi muito importante, porque nós meio que estamos trabalhando com a nostalgia desta personagem e o que ela significa para tantas pessoas e também com a reinvenção de trazer ela para um ambiente mais natural e orgânico de ação que se desenvolve de maneira bem cinemática.
Eu acho super divertido que nesta versão de Resident Evil 3 você tem esta experiência séria e pesada, que se desenrola naturalmente, de alguém tentando sobreviver nesta situação maluca e ainda tentando fazer o melhor que ela pode. Enquanto no Resistance, que é a parte multiplayer, nós temos a oportunidade de jogar e sentir um pouco mais daquela vibe canastrona com frases clássicas. Então, nós nos divertimos muito criando em Resistance com base nos conteúdos originais, enquanto também estávamos criando esta experiência mais dinâmica e natural na narrativa principal do jogo.
Mas vocês sabem como é, ela sempre será a “master of unlocking!”
REVIL: Como você acha que está o jogo em geral? Sabemos que já está jogando ele.
Nicole: Eu estou tão orgulhosa do Jogo e de todo o trabalho, talento e tempo que foram postos nele, digo isso baseada nessa visão dos bastidores da produção de criar este produto épico que vocês podem jogar e desfrutar. Eu estou adorando jogar e tenho feito lives do jogo, convidando alguns dos outros atores e pessoas envolvidas na produção para virem jogar comigo, tenho amado isso. Então, pela perspectiva de jogadora eu tenho adorado, como atriz é realmente recompensador ver toda a narrativa funcionando. Afinal, quando a gente filma é um monte de peças separadas e que depois são unificadas por estas equipes maravilhosas: Animação, Designers de Games e todos os departamentos que permitem que o produto final fique incrível como ele é. É muito satisfatório ver o game completo.
REVIL: Você sabia o peso da personagem que estava representando?
Nicole: Ah meu deus! Jill se tornou tão importante na minha vida que o fato de terem confiado em mim para interpretar essa personagem icônica e fodona é como um sonho que virou realidade. Durante todo o processo eu me diverti tanto com as pessoas com as quais eu estava trabalhando que apenas amei a oportunidade de trazer um pouco de mim mesma, minha perspectiva, e como eu interpreto o que está acontecendo neste roteiro forte. E isso sempre ajuda demais, os escritores nos presentearam com essa experiência dinâmica com todas essas relações divertidas que nós tivemos a benção de explorar!
REVIL: Você conseguiu perceber a evolução do relacionamento entre Jill e Carlos durante as gravações, já que ela começa a trama muito na defensiva com o soldado?
Nicole: Eu acho que a relação deles é umas das minhas coisas favoritas neste game! O fato de nós podermos ver onde a relação deles começa e onde ela termina dá essa visão de como as pessoas mudam baseadas nas circunstâncias e em suas experiências juntas. E eu acredito que a jornada deles de desconfiança para confiança e parceria é linda e atraente, nós ficamos empolgados com a mudança como jogadores. Porque a gente quer saber como eles vão reagir um ao outro, e eles tem tantas interações maravilhosas e idas e vindas. E eu sei que tanto Jeff quanto eu adoramos tudo isso.
Este é o momento que eu preciso aproveitar para dizer que Jeff Schine um ator incrível! Um companheiro de tela espetacular e nós adoramos trabalhar juntos e com toda a equipe criativa para criar algo espetacular!
REVIL: A evolução da personagem é mais fácil de ser sentida na hora de dublar ou em seus movimentos/ações?
Nicole: Eu acredito que a evolução dos personagens é sentida nos dois processos. Durante o processo de captura de movimentos, nós fazemos um processo de captura completo. O que inclui, expressões faciais, movimentos corporais e algumas falas. Então, muitas das cenas do game foram gravadas totalmente no estúdio em tempo real. Sempre existe um benefício de poder atuar de maneira mais física e trabalhar diretamente com seus colegas, respondendo em tempo real a como eles reagem ao que você está fazendo, mas você também aprende muito na hora de dublar, pois ali você tem todas as falas in game, então você tem uma visão mais completa de onde eles começam e para onde eles vão e como os personagens reagem a qualquer situação ou monstro maluco que está na frente deles. Então, eu diria que se aprende muito sobre a evolução da personagem nos dois modos e a maior parte dessa descoberta vem ao trabalhar com o roteiro na verdade.
REVIL: O que é mais desafiador: dublagem ou captura de movimentos?
Nicole: Eu não sei se algum dia já parei para pensar em qual é o mais desafiador, porque quando estamos fazendo a captura de movimentos, eles já fazem a gravação das nossas vozes. É realmente a performance completa na hora de gravar, nós apenas atuamos. Então eu diria que elas são igualmente desafiadoras, porém são desafios diferentes. Captura de movimentos demanda mais do ator fisicamente, trabalhamos o dia todo e tem vários aspectos técnicos, como quando temos que bloquear algo e sobre os equipamentos que usamos. Enquanto isso no processo de dublagem, as vezes pode ser bem exaustivo, pois temos que fazer muito material para dentro do próprio jogo. Páginas, páginas e mais páginas de material que às vezes é entregue para você com o contexto do que está acontecendo, e outras vezes são diálogos que você não sabe onde exatamente serão usados. Então, nós temos que fazer com que a nossa performance possa ser utilizada em diversos cenários.
Dito isso, eu não costumo pensar no meu trabalho como muito desafiador. Eu quero dizer, com certeza existem desafios, mas nós amamos o que fazemos e existe uma energia muito boa de trabalhar com captura de movimentos ou dublagem e com pessoas que gostam de fazer o seu trabalho.
REVIL: Gostaria de representar a personagem em um próximo jogo da franquia?
Nicole: Com toda certeza! Se eu tiver a oportunidade de voltar como Jill Valentine, eu aceitaria na hora! Eu amo cada passo do processo, desde de criar o jogo e agora que ele está pronto, poder interagir com a comunidade. Tem sido uma experiência maravilhosa!
REVIL: Entre seus trabalhos mais recentes estão Resident Evil 3, American Horror Story e Antrum. O gênero de terror/horror te atrai na hora de escolher os trabalhos? Porque?
Nicole: Eu não sei se o gênero de terror me atrai ou se sou eu quem atrai ele. Esses têm sido os meus últimos trabalhos e talvez sejam os papéis que eu deveria fazer. Então, eu definitivamente adoro trabalhos que tenham várias camadas e adoro mundos pós apocalípticos. Quando Resident Evil veio para minha direção eu estava tipo: “Feitooo, com toda a certeza! ”, porque eu acredito que é muito interessante pensar como as pessoas iriam reagir em situações inimagináveis e como isso se reflete no indivíduo e sociedade.
Eu sou fascinada por todos os tipos de gêneros e histórias. Estes foram apenas os projetos mais recentes que eu tive muita sorte de fazer parte!
REVIL: Você já trabalhou com teatro, cinema, séries e games. Qual te deixa mais realizada? E se pudesse trabalhar em um filme de Resident Evil, você toparia?
Nicole: Tive a oportunidade de trabalhar em várias mídias e eu não sei se conseguiria escolher um sobre os demais como o mais “realizador”, porque cada tipo de mídia tem benefícios e alegrias por participar daquele tipo de trabalho! Mas eu sou uma contadora de histórias, amo atuar, amo o que faço e a ideia de explorar personagens e a humanidade. Então, eu acho que não importa em qual mídia eu vou contar a história.
Os videogames tem sido uma benção e tenho me divertido tanto trabalhando com captura de movimentos, mas também tive experiências incríveis trabalhando na frente das câmeras com filmes e na TV. Então, tenho a sensação de que vou manter minha diversidade nos projetos que faço, porque eu amo tudo isso, desde o teatro até estar em um estúdio gritando por momentos de morte em um videogame.
Se algum dia pensarem em me escalar em algum filme de Resident Evil, existe uma chance muito grande de dizer SIM imediatamente, porque eu acho que poderia ser bem divertido se o roteiro for sólido e condizente com tudo o que amamos sobre a franquia!
REVIL: O Brasil é um grande mercado para Resident Evil, com vários fãs que apreciam o trabalho da franquia. A recepção da nova Jill Valentine apresentada na reimaginação de Resident Evil 3 foi totalmente positiva. Como se sente em relação aos fãs?
Nicole: Eu definitivamente gostaria de dizer muito obrigada Brasil! Vocês são uma comunidade de Resident Evil fantástica e eu recebi tanto carinho e positividade depois que anunciaram minha participação no jogo! É como se cada dia fosse uma nova surpresa cheia de gratidão e de pessoas vindo falar comigo sobre sua experiência com o game e o que ele significa para elas e tudo isso aquece o meu coração.
Isso tudo caminha de mãos dadas com o meu propósito de trabalhar contando histórias e atuando! Então, eu estou amando! Muito obrigada, vocês são demais!
REVIL: Se surgisse uma oportunidade, gostaria de conhecer o país e seus fãs em eventos como Brasil Game Show e Comic Con XP?
Nicole: Se surgir uma oportunidade eu iria amar ir ao Brasil! Na verdade, eu nunca estive aí e agora já está na minha lista de lugares que preciso visitar! Se eu tiver a chance em algum evento e quando o mundo estiver um pouco curado, eu espero poder interagir pessoalmente com alguns dos fãs dessa comunidade maravilhosa. Mais uma vez, muito obrigada por todo o apoio e veremos se eu vou conseguir dar um oi!
REVIL: Deixe um recado para seus fãs e para a comunidade que acompanha o REVIL!
Nicole: Meu muito obrigada ao REVIL! Muito obrigada por me receber e perguntarem questões interessantes e, mais importante ainda, por apoiarem e serem parte desta comunidade de pessoas, gamers, contadores de histórias e artistas. Existem uma quantidade incrível de carinho sendo despejada e eu amo isso. Acredito que o entusiasmo é muito importante e cada vez mais somos capazes de nos conectar e encontrar coisas que nos aproximem fazendo um mundo mais saudável.
Muito, muito obrigada! Espero ver vocês nas mídias sociais, vocês podem me encontrar no Instagram ou Twitter como @NikiLeeTompkins e eu também tenho um canal no Youtube onde tenho postado minhas streams de Resident Evil 3 e tenho feito as lives na Twitch. Estou em todos os lugares, apareçam para dar um “oi” eu adoro me conectar com vocês lá, muito amor!
A Capcom teve um cuidado extremo ao trazer todas as emoções sentidas no personagem durante uma epidemia e caos, no caso de Resident Evil 3. E, claro, com um talento desses, da Nicole, e de diversos outros atores e atrizes que tornaram tudo isso possível, dá pra sentir arrepios cada vez que jogamos o game e, mesmo não agradando tanto assim em questão de cortes no enredo, não dá pra negar que Resident Evil 3 ficou totalmente chocante nessa parte em mostrar a personalidade de cada personagem vivenciando o caos em Raccoon City.
Créditos
Contato e estrutura: Paloma Cristini
Tradução e revisão: Ricardo Alves, Ricardo Andretto e Paloma Cristini
Gravação de áudio: Áudio da entrevista gravado diretamente com Nicole Tompkins e cedido através de sua agência Shine House Group
Vozes em português: Wallquiria Santos e Lucas Monteiro
Edição do vídeo: ThinkMind Productions
Destaque: Frank Alcântara
Todo o contato e suporte foi feito através da agencia Shine House Group.