Astro Bot Wallpaper

Análise – Astro Bot – PlayStation 5

Qualquer dono de um PlayStation 5 conhece o mais novo mascote da Sony, Astro, ou Astro Bot. Isso porque o primeiro contato pra muitos com o robozinho veio de um jogo pré-instalado no PS5, que tinha a intenção de demonstrar a grandiosidade do Dualsense, explorando suas funções de forma a familiarizar o jogador com o que o controle poderia oferecer.

Apesar do primeiro contato de muitos ter sido com Astro Playroom no PS5, a verdade é que, o querido e carismático robozinho nasceu em 2013, no PlayStation 4, tendo uma jornada de mais de uma década para chegar ao seu auge.

Grandeza de pequenos começo

Crédito da imagem: Techtudo

Astro Bot como conhecemos hoje é na verdade a transformação de The Playroom, um jogo demonstrativo para as funções do Dualshock 4 e a PlayStation Camera, e que já vinha pré-instalado no PS4. Só funcionava com os acessórios, caso contrário, apenas um trailer era exibido para o jogador.

The Playroom reunia alguns mini games que usavam da imersão da PS Camera e as funções do Dualshock 4. Entre esses mini games estava um em que o jogador podia interagir com diversos robozinhos usando o controle.

Em 2016 chegou ao mercado o The Playroom VR, que tinha o intuito de demonstrar como o VR e algumas de suas funções funcionam no PlayStation 4, mas sem perder o foco no Dualshock 4, que era essencial para realizar os mini games. Nesse jogo os robôs que eram apenas parte de um dos mini games, passaram a ser o foco principal.

Devido ao sucesso de The Playroom VR, Astro e seus companheiros viram um novo jogo próprio nascer, ainda focado no VR do PS4, intitulado Astro Bot Rescue Mission, em 2018. Sendo sucesso mais uma vez, o Capitão Astro retornou em 2020, novamente como um jogo pré-instalado, desta vez no PlayStation 5, para demonstrar as funções do Dualsense chamado Astro Playroom. Mesmo sendo um joguinho mais curto, Astro Playroom caiu no gosto do público.

Devido ao seu sucesso, em 2024, alguns meses antes do PlayStation completar seus 30 anos, chegou ao mercado Astro Bot! Astro Bot é um presente tanto para PlayStation comemorar seus 30 anos, quanto para os fãs, sejam eles novos ou aqueles que viram o nascimento do console e acompanharam sua história.

Uma tripulação em apuros

Astro Bot apresenta uma premissa simples para seu enredo, tal qual a maioria dos jogos de plataforma. Astro e a tripulação da Nave PS5 são atacados enquanto viajam. Durante o ataque, as peças da nave são roubadas e a tripulação se separa caindo em diferentes planetas com a nave inutilizada.

Munido de seu Dual Speeder – o DualSense como uma espécie de “nave” individual -, Astro precisa então resgatar seus companheiros e restaurar a Nave-Mãe PS5 para que possam continuar sua aventura pelo espaço.

Toda a história do jogo é apresentada sem um diálogo sequer. Apenas as cutscenes são suficientes para fazer o jogador entender tudo que precisa e ainda cativar a quem joga. As cenas são todas bem feitas e cheias de carisma, seja por parte da tripulação de robozinhos, ou principalmente pelo protagonista, Astro, que esbanja carisma, personalidade e fofura sem igual.

Sackboy nunca pensou que iria ser passado para trás por um monte de lata, logo ele sendo um bonequinho de crochê que ganhou o coração de muitos, mas isso é história pra outro dia…

Um jogo de plataforma mais que competente

Faz muito tempo que não se via um jogo de plataforma tão bom que pudesse rivalizar com a Nintendo e o encanador bigodudo mais famoso do mundo, atualmente. É claro que tivemos excelentes jogos “voltando” ao mercado, como Crash e Spyro que também começaram suas carreiras no PS1, e Remakes – sim, eu sei, Crash Bandicoot 4: It’s About Time é um ótimo título também, mas nunca chegou a rivalizar ou ser tão aclamado como o gigante da Big N, por exemplo, que sempre inovou e se renovou em quase 40 anos de existência.

A Team Asobi se dedicou para fazer seu melhor em Astro Bot e conseguiu. O jogo é uma evolução maravilhosa do que vimos em Astro Playroom, trazendo tudo o que havia de bom no título anterior e maximizando isso com melhorias e criatividade.

Passamos por quase 100 fases bem construídas, cada pedacinho é vivo, tem seus detalhes bem pensados, fazendo o jogador prestar a atenção por todo lugar que passa. Cada bioma tem seu charme e personalidade. Tudo que permeia os ambientes se destaca ao jogador.

Os cenários que Astro percorre para salvar seus companheiros mostra como cada planeta é, com fauna e flora diferenciados. O mais interessante é ver como as criaturas desses locais interagem com o ambiente e com Astro, muitas vezes não só estando no cenário, mas fazendo parte dele.

Enquanto passamos por diversos planetas somos apresentados a bugigangas usadas pelo robozinho para superar os desafios do cenário, como um simpático cãozinho que serve como propulsor para Astro, fazendo com que ele quebre objetos e paredes que não poderia normalmente. Tal qual o cãozinho, há uma galinha que também serve de propulsor, mas que voa em uma direção diferente, indo para cima, enquanto o cãozinho faz Astro se movimentar para frente.

Embora a proposta dos 2 itens seja semelhante, isso funciona de forma distinta nas fases, fazendo cada uma ter sua importância única. Astro ainda pode se transformar em um tatu bola, com uma armadura indestrutível para passar por lugares e armadilhas que seriam mortais. Se isso ainda é pouco, talvez se encolher para o tamanho de um ratinho chame sua atenção. Não só alterar seu tamanho se torna necessário como é possível conhecer um mundo novo em miniatura, observando as coisas de um ângulo diferente.

Em suas missões de resgate, Astro ainda pode usar uma espécie de minigun para derrotar seus inimigos, usar braços fortes e atléticos para jogar coisas em seus adversários e se mover por superfícies móveis se segurando apenas pelos longos braços. Ele tem ainda mãos poderosas para socar qualquer inimigo em seu caminho, assim como se lançar para longas distâncias.

As habilidades, adquiridas por alguma bugiganga, são essenciais não só para passar as fases, como também para derrotar os chefes de cada galáxia. Apesar de todas parecerem simples, cada uma faz bom uso das funções do Dualsense.

Além disso, ainda é possível ganhar habilidades ao resgatar personagens aprisionados pelos chefes e que representam alguma grande franquia PlayStation. Quando esses Bots temáticos são resgatados, um novo planeta é liberado, todo construído baseado no universo desse personagem, e com isso Astro adquire durante a fase daquele planeta o poder do personagem em questão.

Ao salvar Spike, por exemplo, é possível usar sua redinha e habilidades de capturar os macaquinhos mais sapecas de todos os tempos. Essas habilidades só funcionam nas fases temáticas, diferente das usadas com as bugigangas, que são alternadas de fase em fase. Além das habilidades, Astro entra literalmente no personagem, se caracterizando como quem ele salvou, antes de adquirir sua habilidade.

Eu sei que muita gente só conhece o Spike por causa do Smash Bros da Sony, o PlayStation All Star Battle Royale. E diga-se de passagem, era um dos melhores personagens lá pra se jogar!

Referências do início até o fim!

Desde Astro Playroom o foco é caracterizar os robozinhos como personagens de jogos famosos PlayStation ou então franquias que fizeram sucesso no console da Sony. E foi exatamente isso que foi o diferencial, chamando bem mais a atenção do público. Ao mesmo tempo que repete e melhora a forma de sucesso de Astro Playroom, Astro Bot conseguiu colocar ainda mais personagens e franquias em seu escopo!

Com 5 consoles de mesa e mais dois portáteis, são 30 anos de história PlayStation, com grandes jogos, franquias e personagens marcantes. Alguns continuam até hoje, enquanto outros acabaram esquecidos – ou era isso que poderíamos pensar – com o tempo.

Durante as fases precisamos resgatar os Bots, companheiros do capitão Astro. Eles têm o papel de nos apresentar uma gama gigantesca de personagens e referências. O número de Bots resgatados em cada fase varia, mas sempre haverá Bots temáticos.

Depois de serem resgatados eles ficam disponíveis na área de queda da nave-mãe, lugar em que há mais colecionáveis para adquirir e também ficam as customizações para Astro e o Dual Speeder.

Os personagens temáticos por si só já são muito divertidos, mas ainda há mais. Tal qual havia em Astro Playroom, aqui existe uma máquina de Gacha, que pode fornecer ao jogador itens que completam os personagens temáticos, dando a eles ações que podem ser ativadas pelo jogador sempre que quiser, apenas batendo nos Bots. Aliás, é pela máquina de Gacha em que se consegue muitos dos itens de customização para Astro e o Dual Speeder.

Além das fases que encantam e desafiam, mostrando mundos temáticos de grandes franquias da Sony, o mais divertido é colecionar os Bots temáticos e descobrir de onde eles são. A maioria dos Bots não está sozinho. Os de maior destaque e com franquias famosas, sejam da Sony ou não, ganham um núcleo só deles ao redor da nave-mãe, como se fosse uma pequena ilha temática de seu mundo, para agrupar seus personagens.

Durante nossa jornada encontramos personagens como Nathan Drake, Elena FIsher, Victor Sullivan e mais carinhas conhecidas da franquia Uncharted. Solid Snake e mais personagens de Metal Gear. Também antigos mascotes da dona da casa como Crash Bandicoot e Sackboy.

Se voltarmos um pouco no tempo, podemos encontrar ainda personagens de PaRappa the Rapper, Patapon, Alundra, The Last Guardian, Shadow of The Colossus, MediEvil, Suikoden.

Há ainda franquias e personagens mais desconhecidos ou que hoje consideramos “Cult” como Legend of Dragoon (esse aqui aqueceu meu coração quando eu vi!), ICO, Katamari, Okami, Gravity Rush…

É possível também ver personagens que se consagraram não só no PlayStation, mas em todas as plataformas possíveis, como Ken e Ryu de Street Fighter, Kazuya de Tekken, Jill Valentine, Leon S. Kennedy e outros personagens de Resident Evil e até mesmo jogos de esportes como Gran Turismo, PES, MLB e de ritmo, como Sing Stars, estão presente e tantos outros jogos que fizeram e fazem parte do console da Sony.

Acredito que o único defeito seja que não há nomes dos personagens ou a qual franquia eles pertençam. Embora hajam referências aos personagens em questão e também a seus jogos, não existe nenhuma informação explícita disso.

 

Para os jogadores de longa data, a maioria dos personagens e jogos não será problema, embora ainda existam alguns que poucas pessoas conhecem, principalmente se pegar jogos que fizeram mais sucesso do lado oriental que ocidental. Caso não seja muito ligado nisso, pode deixar passar alguns.

Agora para os jogadores mais novos, esses podem ficar perdidos em muitos jogos e personagens. Se tivesse mais informações sobre os personagens e jogos que eles fazem parte poderiam despertar ainda mais a curiosidade daqueles que nunca tiveram contato com aquele universo.

Acessibilidade

Ken e Ryu de Street Fighter em Astro Bot

Astro Bot apresenta menus e interfaces bem simples, mas ainda assim proporciona uma boa acessibilidade para jogadores que queiram ou precisem modificar os controles. O título tem suporte ao PlayStation Access, pode ser modificado para ser jogado com apenas um dos analógicos, trocar o botão de câmera, desativar os sensores de movimento e táctil do controle, tudo para facilitar e incluir o maior número de jogadores.

Verdade seja dita, os jogos da Sony sempre costumam ter uma boa inclusão para pessoas PCD, e apesar da simplicidade de Astro Bot ele não esqueceu dessa sua parcela de jogadores.

Porém, devido a esse excesso de simplicidade dos menus, senti falta de algumas configurações, por ter ficado simples demais. Não se pode sequer controlar o nível de volume das músicas e efeitos sonoros do jogo, algumas opções de câmera também, entre outras coisas.

O simples é bom, mas ficou simples demais em algumas coisas, e embora a acessibilidade também ofereça uma boa inclusão, sabemos que poderia ter algumas opções a mais, além de um menu mais completo.

Astro Goty!

Astro Bot se mostrou competente em todos os aspectos em que ele pode. Divertido, bem feito, bonito, cativante, mostrou que o simples é sim muito bom quando bem feito. É um jogo para todos, seja você adulto, criança, jovem ou mais velho, e presenciou a história que PlayStation construiu nesses 30 anos. Esse jogo é para o seu eu daquela época do PlayStation 1, PlayStation 2, do seu eu que só queria se divertir e jogar, ter uma vida mais leve. Mas ele é também para o seu eu de agora, que viu toda uma evolução e revolução acontecer no meio gamer. E se você é mais novo, conheceu a partir do PS4 ou PS5, não tem problema, ele é pra você também!

Com tantas gerações passando por esses 30 anos PlayStation, Astro Bot ainda traz o poder de ligá-las, com pais jogando com seus filhos, tios e sobrinhos, primos, e qualquer outra pessoa que teve a oportunidade de conhecer tantos jogos e história da marca. Por isso Astro Bot é uma imensa carta de amor aos fãs PlayStation!

O jogo foi analisado no PlayStation 5 em cópia digital adquirida pela própria autora. O texto não representa a opinião do REVIL como um todo, e sim da autora da análise.

Colaborou com a revisão deste conteúdo: Ricardo Andretto

Pontos positivos:
Divertido e cativante;
Referências a toda a história PlayStation;
Melhorou o que já havia de bom em Astro Playroom;
Excelente número de fases;
Dificuldade na medida certa.
Pontos negativos:
Menus simples demais - acabou faltando algumas opções;
Sem nomes de personagens e suas franquias correspondentes.
10