A Capcom liberou uma beta de Monster Hunter Wilds entre o fim de outubro e o início de novembro com a intenção de apresentar melhor e dar um gostinho do novo capítulo da série aos jogadores. Com a promessa de ser um jogo inovador e ainda maior que Monster Hunter: World, Wilds vem com uma quantidade grande de novidades em relação aos jogos anteriores e deixa um cartão de visitas positivo, ainda que com algumas observações a fazer. Eu joguei a versão do PlayStation 5 e conto para vocês como foi a experiência.
Monster Hunter Wilds é o novo jogo da série principal de MonHan, como os fãs carinhosamente chamam a série. Apesar de vir depois de Monster Hunter Rise, lançado originalmente ao Nintendo Switch em 2021 e demais plataformas a partir de 2022, Wilds é claramente um jogo que vem para ser uma sequência mais alinhada com World de 2018, título com versões para PlayStation 4, Xbox One e Steam. Isso porque Rise foi um jogo feito pensado para o hardware do Switch, atendendo as especificações do console em si em uma versão adaptada da já conhecida RE Engine. O resultado foi, sim, um jogo excelente da série, mas ficou visível um Monster Hunter feito para jogatinas mais curtas e compactas, típicas de portáteis. Wilds por outro lado, vem com uma proposta muito mais expansiva e com a clara intenção de aproveitar-se das tecnologias disponíveis em máquinas como PlayStation 5, Xbox Series S|X e PCs mais parrudos, usando a versão padrão da RE Engine, vista em grandes lançamentos como Resident Evil 4 e Street Fighter 6.
O resultado disso tudo é um já esperado jogo com visuais lindos. O design de personagens, armas e cenários são muito caprichados, elevando ainda mais o patamar da série nesse aspecto. Porém, o que sempre precisa estar perfeitamente bem feito são os monstros, que desde o primeiro jogo lançado ao PlayStation 2 em 2004 são um espetáculo à parte. Eles são feitos com o intuito de serem visualmente inesquecíveis e, acima de tudo, vivos e ameaçadores. Wilds faz isso novamente muito bem e fico cada vez mais impressionado com isso todas as vezes que jogo um novo jogo da série.
Outra grande novidade aqui é a dublagem em português do Brasil. Apesar de imaginar que teria, foi uma grande surpresa me deparar com ela logo na beta. Apesar de sempre acompanhar as novidades dos jogos que gosto, me resguardo em certo ponto, pois quero ter as minhas surpresas na hora de jogar. Simplesmente amei a dublagem do jogo, que pelo que me foi apresentado na beta, já deu pra ver que tem a mesma qualidade do que vimos em Resident Evil 4 em 2023. Isso me deixou bem feliz e emocionado, porque há 10 anos atrás, o fã da série no Brasil vivia com a incerteza de que teríamos jogos da franquia traduzidos para o inglês e agora temos até dublagem em português brasileiro. Além de ser algo fantástico, mostra mais uma vez o tamanho do mercado nacional e o trabalho bem feito que a Capcom tem realizado em solo brasileiro.
Se você achava Monster Hunter: World um jogo com mapas grandes e extensos, é porque ainda não viu Wilds. Apesar de não podermos ver totalidade da dimensão das áreas do jogo, o pouco que pude explorar na beta já me deu a impressão de que teremos de fato o maior jogo da série sem sombra de dúvidas. Isso sim muda um pouco a estrutura de exploração do game, mas não deixa de soar como um jogo da série em momento algum e ao menos na minha visão é uma evolução mais do que clara do que a série apresentou ao longo dos anos. Não vejo a hora de poder explorar ainda mais tudo que esse jogo tem a oferecer.
A jogabilidade me pareceu um tanto quanto mais fluida em relação a World e Rise, com a movimentação dos personagens mais natural, uma herança da RE Engine e das suas maravilhas. Também temos uma nova montaria para deslocamento mais ágil pelo mapa, assim como foi com o cachorro em Rise e possibilidade de atacar os inimigos em cima da nossa nova montaria, que se me permitem dizer, me lembra um pouco os Chocobos de Final Fantasy. Isso também dá novos tons e possibilidades à jogatina, aliado a novidade de poder trocar de arma em cima do nosso companheiro. Deu para perceber também que a Capcom não disponibilizou todos os combos das armas, talvez porque ainda tenha mecânicas para serem reveladas até o lançamento do jogo, mas o combate como sempre funciona muito bem com a sua complexidade de sempre em cada uma das 14 armas disponíveis para escolher.
Outra novidade gigante é o clima dinâmico, que pode mudar o rumo de uma caçada completamente, seja te auxiliando na estratégia ou até atrapalhando mesmo. Pode acontecer de tudo agora: tempestades de raios, chuvas fortes, tempestades de areia e diversas condições climáticas vão mexer com a sua forma de jogar, mudando não só o clima, mas também transformando o terreno. Durante o jogo, eu atraí o monstro que enfrentava até próximo de uma árvore, onde os raios caiam com mais frequência e deu certo! O monstro tomou um dano enorme, me ajudando muito a adiantar a já cansativa batalha. Portanto, use o cenário e a dinâmica do clima ao seu favor. É impressionante e muito legal.
Contudo, a beta não deixou de apresentar alguns problemas. No modo performance do PS5, rodando a 60 FPS, era visível que a resolução era muito baixa, ficando abaixo do Full HD que geralmente é o mínimo prometido nesse modo. Portanto, a imagem fica meio borrada, o que acabou atrapalhando um pouco e me fez voltar para o modo fidelidade, com uma resolução maior, mas aos 30 FPS. Claro, vale lembrar que se trata de uma beta, o jogo vai ter melhorias até seu lançamento, mas devido aos problemas com Dragon’s Dogma 2 em 2024, é um ponto que precisamos nos atentar. Também houveram problemas de carregamento de texturas no PC, algo que vimos ao vivo na transmissão feita pela nossa amiga Natália Sampaio (Nats) no canal do REVIL no Youtube:
Apesar de achar que a Capcom vai arrumar tudo isso até o lançamento, é preciso ter cuidado por parte da desenvolvedora para lançar a melhor versão possível do jogo, algo que é benéfico para fãs e para a própria desenvolvedora.
No geral, Monster Hunter Wilds me deixou ainda mais animado com o que vi. Certamente será um dos grandes sucessos de 2025 e um dos jogos mais promissores do próximo ano, tendo tudo para também ser um dos mais completos da série. Agora é esperar os próximos passos da Capcom e aguardar ansiosamente por mais um Monster Hunter.
Também falei sobre Wilds no meu canal pessoal: