Análise – Monster Hunter Rise – PlayStation 5

Monster Hunter Rise é o novo jogo da série de caça da Capcom. Lançado primeiro no Nintendo Switch em março de 2021, o jogo ganhou uma versão para PC (Steam) em janeiro de 2022 e agora finalmente chegou para PlayStation (PlayStation 5 / PlayStation 4) e Xbox (Xbox Series X|S e Xbox One) em janeiro deste ano. Será que essas novas versões se justificam para os fãs que já jogaram as anteriores ou não passam de uma adição tardia para os consoles? Para responder essa pergunta, voltei a caçar novamente no PlayStation 5.

Arte: Frank Alcântara

Monster Hunter se trata de um RPG de ação da Capcom. Foi lançado pela primeira vez em um PlayStation no ano de 2004 – PlayStation 2. Com uma proposta de derrotar monstros gigantes para criar equipamentos cada vez mais fortes e enfrentar mais monstros gigantes, a série teve um forte apelo de colecionismo e logo de cara foi um sucesso absoluto entre o público japonês. A franquia demorou muito a cair no gosto ocidental, mas desde de Monster Hunter: World, lançado em 2018 para PlayStation 4, Xbox One e PC (Steam), que a franquia vem cada vez mais ganhando adeptos. O sucesso foi tanto que World acabou ultrapassando jogos como Street Fighter II e Resident Evil 5, se tornando o título mais vendido da história da Capcom.

Monster Hunter Rise é o primeiro jogo da série a usar a RE Engine, que ganhou notoriedade com Resident Evil 7 e agora é praticamente a engine gráfica oficial de vários outros títulos da Capcom. Embora seja o primeiro da série com a tecnologia, essa versão da RE Engine foi criada especialmente para o Nintendo Switch, fazendo o console capaz de rodar com algumas adaptações, já que ela é bem pesada, apesar da sua beleza.

Quando foi lançado em 2021, o jogo impressionou mesmo no console da Nintendo. Era um jogo bem bonito, estável e funcionava de forma bem fluída, mostrando o quão bem otimizada a RE Engine foi para a plataforma. Nas versões de nova geração, o jogo promete atingir grandes resoluções, com 60 FPS e até com um modo de 120 frames para o PS5 e os consoles Series da Microsoft. A qualidade é maior, também, nos videogames da geração anterior, PlayStation 4 e o Xbox One.

Sobre a minha experiência, o jogo funciona de forma fantástica. É bem estável e a gameplay está melhor do que nunca, com Rise mostrando-se até melhor otimizado que a versão de PC, da qual tive a oportunidade de também analisar no ano passado.

 

Os visuais do jogo são lindos! Mesmo usando uma versão especial da RE Engine, é possível notar diversas melhorias de texturas, iluminação e sombras em relação a versão original de Nintendo Switch, deixando um jogo que já era bonito, mais ainda. Se você tiver uma TV ou monitor 4K certamente vai se beneficiar com o visual do jogo. O que serve quase como um pequeno prelúdio do que essa engine é capaz. Quem sabe em um Monster Hunter de nova geração veremos todo o potencial da RE Engine usada?

Para quem jogou os anteriores da série, vai notar que Monster Hunter Rise possui algumas mudanças e traz consigo novidades na jogabilidade, como o cão, que além de servir de montaria, também te ajuda em combate e na coleta de recursos durante as missões, Além da exploração vertical, algo que começou na expansão Iceborne de Monster Hunter: World com o gancho, foi testada em todo seu potencial em Rise. Além disso, as máquinas de algumas armas foram simplificadas, sendo menos complexas e mais fáceis de se dominar para os novatos que forem chegando a partir desse jogo.

Outra mudança notável foi a diminuição de tamanho do mapa, sendo bem menor em relação a World. Como o jogo foi pensado originalmente para Switch, penso ser normal e esperado que fique mais enxuto, menos massivo e é algo que acaba refletindo em todos os segmentos dele. Isso porque a plataforma da Nintendo é híbrida com forte apelo portátil, justamente onde Monster Hunter alcançou seu estrelado anos atrás na era do PlayStation Portable (PSP) ou até mesmo Nintendo 3DS. Todas essas adaptações de forma alguma atrapalham, mas podem fazer com que alguns veteranos estranhem. Porém é mais uma questão de gosto nesse caso, não um defeito ou necessariamente uma qualidade, no meu entendimento.

O jogo pode ser jogado inteiro em modo multiplayer com até outros três amigos. A estrutura continua a mesma dos outros jogos da série, do qual podemos convidar amigos para uma caça iniciada por nós. Na verdade, a série sempre incentivou a jogatina em grupo. Monster Hunter é uma franquia em que jogar com os amigos dá mais valor ainda à experiência.

Dito isso, o ideal é que você enfrente alguns monstros junto a seu esquadrão, pois algumas lutas são definitivamente bem complicadas de se resolverem solo. Como a repetição de combates é algo constante dentro da série, caçar um monstro mais de uma vez é necessário para montar a armadura e armas desejadas. Mesmo que não tenha amigos para jogar junto, é bem fácil se juntar a uma caça ou solicitar ajuda para a sua, então companhia para jogar é o que não falta.

A minha experiência com o multiplayer da série sempre foi positiva, desde que comecei a me dedicar a Monster Hunter. Eu joguei Monster Hunter Rise em três plataformas distintas: Nintendo Switch, PC e, para desenvolver esta análise, no PlayStation 5. Em nenhuma dessas versões tive problemas de conexão, sem nenhum tipo de queda ou slowdown. Todas as vezes que tentei jogar com amigos foi a perfeição de sempre. O legal é que como o hub de Rise é mais simplificado em relação a World, é mais fácil ainda se situar, sendo mais agradável ainda para jogadores novatos que querem se aventurar no online do jogo. A Capcom sempre mandou muito bem nesse quesito e aqui chega a ser melhor ainda.

Monster Hunter Rise prova mais uma vez que é um jogo fantástico e que a Capcom a cada ano que passa se dedica mais ainda para dar aos fãs uma excelente experiência em todos os seus jogos. As novas versões são um port maravilhoso de algo que já era bom e é altamente recomendado jogar nos consoles da nova geração, para ter a sua experiência definitiva. As versões de PS4 e Xbox One são boas também e mais do que o suficiente para apreciar essa obra.

A Equipe REVIL agradece a Capcom Brasil por ceder uma chave digital do jogo para PlayStation.

Colaborou com a revisão deste conteúdo: Ricardo Andretto

Pontos positivos:
Mecânicas facilitadas;
Otimização incrível com diversas opções no PS5 e mapas reduzidos, com facilidade de locomoção;
Gameplay refinado, mais divertido e simples.
Pontos negativos:
Algumas mecânicas de armas de outros jogos foram simplificadas demais - apesar de ainda divertidas, alguns podem sentir falta;
Algumas missões são praticamente impossíveis de passar sozinho.
9