Prévia – Onimusha 2: Samurai’s Destiny – PlayStation 4

Onimusha é uma daquelas séries que definitivamente ajudou a definir o PlayStation 2. Foram quatro excelentes jogos, mas ainda assim a comunidade ficou anos sem uma mísera novidade, até voltar com um remaster do primeiro jogo em 2019. Desde então, mais alguns anos se passaram até um anime surgir na Netflix, Onimusha: Way of the Sword ser anunciado e um remaster do segundo jogo, algo que pessoalmente me alegrou muito. Tive a oportunidade de jogar a nova versão de Onimusha 2: Samurai’s Destiny antecipadamente a convite da Capcom, por meio do REVIL. Foi na versão do PlayStation 4, mas que rodei em um PlayStation 5.

Onimusha 2: Samurai’s Destiny originalmente foi um jogo lançado ao PS2, em 2002. É um título de ação e aventura, com uma jogabilidade tendo fortes influências de Resident Evil – foi até chamado de um Resident Evil de Samurai, na época do lançamento do primeiro jogo, em 2001. No Onimusha original, nós seguíamos a jornada do samurai Samanosuke Akechi, que parte em uma aventura para salvar a princesa Yuki das forças demoníacas aliadas de Oda Nobunaga. No segundo jogo, a história segue Jubei, um jovem senhor feudal líder do clã Yagyu, que teve sua cidade natal atacada pelas forças de Nobunaga alguns anos depois dos eventos do primeiro jogo.



Jubei, que decide partir em uma vingança contra o vilão, acaba recebendo poderes parecidos com os de Samanosuke, podendo ‘’sugar’’ a alma dos monstros derrotados através de uma marca em sua mão e assim obter os poderes dos Oni para lutar contra seus inimigos. A premissa dos jogos são geralmente simples, focando muito mais na aventura e na gameplay em si, embora os personagens tenham seus momentos e o universo seja bastante rico. A forma como a Capcom costuma construir as narrativas de Resident Evil se assemelha muito ao que vemos na série Onimusha, principalmente se colocarmos lado a lado os jogos daquela era, como Resident Evil CODE: Veronica e Resident Evil 4.

Onimusha 2, foi um dos grandes sucessos da Capcom no PlayStation 2 no Japão, tendo vendido 1 milhão de cópias mais rapidamente que o jogo original, portanto um remaster do segundo título era algo muito pedido por fãs do estúdio, assim como um jogo novo da franquia. Pedidos devidamente realizados, mas que com certeza precisam de uma justificativa para a existência de uma versão aprimorada, afinal, se nada mudar, apenas um port da versão de PlayStation 2 serviria, certo?

Como um jogo de ação e aventura, Onimusha fica no meio termo entre Resident e Devil May Cry: Não é tão cadenciado quanto Resident Evil foi até o 0, antes da mudança no quarto título, mas definitivamente não tinha a mesma gameplay frenética da franquia estrelada por Dante. Ainda assim, para os padrões que temos em 2025, é bem diferente. Dessa forma, enquanto jogava, deu pra ver na prática como a modernização dos controles do jogo deixaram ele mais fluído de se jogar, sem necessariamente precisar mexer na estrutura geral. É impressionante como alguns ajustes em coisas simples já deixam o jogo diferente o suficiente.

Além disso, estar rodando em um console como o PlayStation 5, utilizando um SSD, deixa as transições de tela entre um cenário e outro bem mais ágeis, fazendo dessa remasterização um jogo bem mais dinâmico que o original. De toda forma, Onimusha 2: Samurai’s Destiny envelheceu muito bem, na minha memória era um jogo mais truncado, mas a movimentação dos personagens é bem fluida para um jogo de início de geração do PS2. A Capcom na época realmente investiu bastante na sequência, mesmo tendo saído pouco mais de um ano depois do antecessor.

Para nós fãs brasileiros, a melhor notícia vem logo ao iniciar o game. A Capcom adicionou novos idiomas com opções de interface e legendas, sendo o Português do Brasil uma delas. Eu fiquei muito feliz ao ver que nosso idioma estava presente no jogo. Não é incomum o Brasil ficar de fora nesse tipo de remasterização, tendo muitos exemplos no passado, como da própria Capcom, que deixou de fora o português em remasterizações de jogos como os da série Devil May Cry e também no remaster do Onimusha original. Mesmo nessa versão prévia do jogo, já temos as legendas presentes, o que é realmente muito bom.

No meu tempo de jogatina, a parte que mais se destaca neste remaster de fato vem das melhorias visuais do jogo, que deram outra cara para Onimusha 2. Joguei em uma TV 4K, utilizando tudo que as novas tecnologias modernas podem me oferecer, como HDR, por exemplo. A Capcom trabalhou muito bem nos modelos dos personagens, como esperado, mas foram os cenários que chamaram atenção. Os ambientes, quase completamente em 3D, tiveram o mesmo carinho e capricho dos modelos humanos, saltando os olhos pra mim. Até os cenários onde joguei, todos estavam realmente bem definidos e em alta resolução.

As impressões que tive neste primeiro contato com a versão remasterizada de Onimusha 2 foram as melhores. Os gráficos em alta resolução são lindos, as mudanças nos controles, embora sutis, deixaram o jogo mais dinâmico e as legendas em português são a cereja do bolo. Claro, ainda há muito para se falar dessa nova remasterização, mas por hora, a Capcom deixou um sabor muito agradável aqui, mostrando um potencial gigantesco nessa nova versão de ser um dos melhores trabalhos de remasterização de um jogo da geração do PS2.

Joguei no modo padrão de Onimusha 2, mas outra novidade deste remaster é o modo inédito “Infernal”, que não cheguei a testar, mas o próprio diretor do jogo diz que é tão difícil que nem mesmo ele conseguiu chegar ao final. Devo jogar antes da minha análise final.

Onimusha 2: Samurai’s Destiny vai ser lançado em 23 maio para PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch e PC via Steam com muitas expectativas e a promessa de abrir as portas novamente para essa franquia icônica da gigante japonesa.

Colaborou com a revisão deste conteúdo: Ricardo Andretto