Resident Evil: Dead Aim – Provando que heróis nunca morrem

Lançado em fevereiro de 2003 para o PlayStation 2 (Japão), Resident Evil: Dead Aim é o quarto título da série Gun Survivor, feito pela Capcom para trabalhar franquias consagradas da empresa com perspectiva em primeira pessoa. Porém, ao contrário de seus antecessores, este jogo também utiliza a perspectiva clássica da série Resident Evil, com a ação em primeira pessoa sendo ativada somente quando o jogador desejar mirar e atirar nos inimigos.

Conhecido no Japão como Biohazard Gun Survivor 4: Heroes Never Die, o jogo se passa no ano de 2002, quando o terrorista Morpheus Duvall sequestra o navio Spencer Rain, pertencente à Umbrella e, de posse de grandes quantidades de vírus, ameaça liberá-los caso suas exigências não sejam cumpridas.

É nesse ensejo que Bruce McGivern, um agente de uma força-tarefa do governo norte-americano, é enviado ao local para recuperar o navio, prender Morpheus e evitar que o vírus seja dissipado em meio à população. A chinesa Fong Ling também está no local e ambos devem trabalhar juntos para impedir que o terrorista seja bem sucedido. Além da jogabilidade, o trabalho empregado na produção de Dead Aim é notável.

Bruce McGivern

Este é o primeiro game da linha Survivor de Resident Evil a apresentar cenas em computação gráfica mais elaboradas, além de um bom trabalho de dublagem e uma trama consistente. É também o primeiro jogo a ter uma música tema, Gun Shot, interpretada pela banda japonesa Rize.

 

Os spin-offs Gun Survivor se iniciaram lá no PlayStation 1 em 2000 com o lançamento de Resident Evil Survivor e uma mecânica quase que ultrapassada para a época, já que o PS1 fora lançado em 1994. O jogo recebeu uma enxurrada de críticas tanto pelos gráficos quanto por não parecer um Resident Evil. A história tenta uma conexão com Resident Evil 2 onde o protagonista Ark Thompson segue pistas que Leon S. Kennedy, seu amigo, envia para uma investigação numa pacata ilha na Europa.

[E lembrando que Resident Evil foi todo concebido no conceito em primeira pessoa, mas a ideia foi logo descartada por conta de não terem tecnologia suficiente para trazer uma experiência completa.]

Depois veio o infame Resident Evil Survivor 2 – CODE: Veronica. Esse jogo é uma farofa esquizofrênica que mistura os acontecimentos de Resident Evil CODE: Veronica com um Nemesis que persegue a Claire Redfield durante um chamado ‘delírio do sono’. Muita gente não teve a chance de jogar essa preciosidade (e que fique assim).

Resident Evil: Dead Aim a fórmula que deu mais certo. Apesar de ser o esquecido no churrasco, ele inova muito na transição da perspectiva de terceira para primeira pessoa, que é o formato para a linha Survivor. Muito se fala de alguns jogos não serem Resident Evil por conta da primeira pessoa, mas isso já tem tem anos que acontece, a contar pelo primeiro Survivor. Já passou da hora do pessoal se acostumar com a ideia de imersão que esse modelo traz para a franquia.

Vale muito a pena para quem tiver um PlayStation 2 (ou meios alternativos) jogar o Dead Aim que, apesar dos 20 anos de vida, é um jogo com uma mecânica muito boa e com uma história bem interessante de se acompanhar. Os gráficos são bem polidos para época e ele te dá aquela sensação de perigo constante, o que te deixa ainda mais imerso no mundo caótico da mente doentia do Morpheus.

 

Curiosidade: o relacionamento entre um agente americano, no caso Bruce McGivern, com uma outra agente “espiã”, Fong Ling, lembra bem o que há entre Leon e Ada Wong em Resident Evil 2. Coincidência? Diríamos que houve no mínimo inspiração, afinal, heróis nunca morrem.

Fong Ling

Vale lembrar também que a série Gun Survivor teve um título fora da série Resident Evil. Dino Stalker (Gun Survivor 3 Dino Crisis, no Japão) foi lançado para o Playstation 2 em um primeiro mercado em junho de 2002. O jogo é um spin-off de Dino Crisis e serve como uma pré-sequência aos eventos de Dino Crisis 2.