Retorno de Jill Valentine: uma personagem importante para Resident Evil e uma referência

Jill Valentine deu as caras pela primeira vez em 1996 estrelando o 1º título da série Resident Evil ao lado de Chris Redfield.

Seu começo não foi nada fácil e mesmo se consagrando uma habilidosa militar do exército americano, antes mesmo de ser dos STARS, nenhum treinamento ou experiência de campo podia prepará-la pros horrores da Mansão Spencer localizada nos arredores das montanhas Arklay.

Jill Valentine e Barry Burton em Resident Evil (2002)

Preocupada com seu companheiro desaparecido Chris, Jill não pensa duas vezes antes de adentrar nos corredores escuros da mansão em busca do amigo, ainda que isso possa custar sua vida. E, superando todos os perigos à espreita e não se rendendo ao terror, Jill escapa da explosão da mansão de helicóptero junto de seus companheiros recém reunidos: Chris, Barry Burton e Rebecca Chambers, partindo rumo à Raccoon City onde pensara que estaria à salvo. Mas…

De volta ao seu lar, Jill ainda está lidando com os traumas do incidente da mansão e nossa heroína agora enfrenta a grande corporação da Umbrella e seus subordinados que detém o poder e controle sob a cidade. Diferente do incidente da mansão, onde era equipe de resgate de 1 mulher só e ao mesmo tempo sobrevivente, Jill agora estava na linha de frente no combate aos experimentos e crimes da empresa farmacêutica de fachada, não só buscando fazer paz com os demônios que a assombravam, mas também para segurança da população de Raccoon City e do mundo.

Porém, em meio ao surto que consumia a cidade, Jill se vê presa em um inferno ainda pior, não restando nada além de sua sobrevivência. Sua última escapatória.

Como se não tivesse dificuldades suficientes no caminho para longe da cidade de Raccoon, Nemesis, um dos experimentos mortais da divisão da Umbrella Europa, foi incumbido da missão de eliminar todos os membros do STARS, o que colocou automaticamente um enorme alvo nas costas de Jill.

Em uma perseguição implacável e que durou o que pareceu ser uma eternidade, Jill continuou lutando duramente em cada encontro com a criatura, até que consegue mais uma vez superar não só o medo e perigos criados pelo T-Vírus, mas também dar fim ao monstro perseguidor de uma vez por todas. Partindo uma vez mais de helicóptero pra bem longe, Jill assiste à distância a grande explosão da cidade e todos os crimes da Umbrella virando cinzas.

Após tudo que passou, o senso de justiça e a bravura de Jill só lhe davam uma única certeza: a luta contra o bioterrorismo. A luta contra a Umbrella estava apenas começando.

Sendo uma das personagens mais marcantes e que pavimentaram a trajetória da série, o anúncio de Resident Evil 5 causou um choque nos fãs que não podiam acreditar naquilo que era mostrado no trailer: uma lápide…com o nome de Jill Valentine? Seria esse o fim trágico de nossa heroína?

Arte via pinterest.com/matthewgilkison/resident-evil

Bom, não demorou muito até que o jogo fosse lançado e, para a alegria dos fãs, Jill não só estava viva após a batalha contra Albert Wesker em uma das mansões de Spencer (Spencer Estate), como havia sido raptada pelo vilão após a queda que parecia ter levado os dois à morte. Devido a infecção causada por Nemesis, a genética de Jill mudou pra sempre e isso a tornou o experimento perfeito para Wesker e seus planos de saturação global.

Aqui, podemos ver claramente a lealdade de Jill e como isso move suas ações de acordo com a necessidade de ajudar alguém próximo, não importando mesmo se o custo disso for sua vida. Decidir pelo o último recurso e se jogar através da janela da mansão de Spencer levando consigo Wesker mostra o altruísmo que só alguém forte como ela poderia ser capaz de ter.

De volta e com poderes sobre humanos, Jill estava sob o controle de Wesker e, não tendo escolha alguma, trava uma árdua batalha com seu companheiro Chris Redfield e sua nova parceira, Sheva Alomar, sendo finalmente salva das garras do dispositivo que a controlava.

Após a batalha final entre Chris e Wesker, Jill chega para salvar o dia com dois lança foguetes e como de costume foge de helicóptero pra bem longe após uma grande explosão.

Jill também aparece em outros títulos da série como, Resident Evil Revelations, além de ter participações especiais em alguns jogos como: CAPCOM vs SNK e MARVEL vs CAPCOM.

Nunca permitindo se abalar e sempre encarando de frente qualquer dificuldade, é difícil não lembrar com carinho de todos os momentos marcantes da personagem, que nos deixou com saudade por um longo período de tempo. Porém isso mudou com o retorno de Jill e companhia no mais novo filme de animação Resident Evil: Death Island.

A mestra em destravar trancas retorna em um enredo pra lá de interessante e junto de Chris, Rebecca, Claire Redfield e Leon S. Kennedy.

Tal qual seu começo, lá no primeiro jogo da série, Jill Valentine traz pra trama a humanidade que sempre nos cativou mas que se revela de uma forma diferente de antes: vulnerabilidade.

Por todo esse tempo, Jill foi vista como uma mulher forte, habilidosa e destemida! E embora estes sejam alguns traços mais evidentes, outros como a compaixão com seus companheiros de time e o senso de justiça também são características que elevam a personagem e a tornam mais relacionável.

Todas essas características pautaram a jornada da personagem em busca do fim do horror causado pela Umbrella e o bioterrorismo, e como consequência, o estresse pós traumático das experiências de Wesker e as inúmeras vezes em que se viu frente a frente com a morte a faz lutar dentro de sua própria mente contra monstros que não se pode ferir, apenas encarar.

Contudo, mesmo diante de uma faceta diferente da personagem, essa vulnerabilidade não a coloca como vítima de seus traumas em nenhum momento. Ao contrário, Jill luta pra encontrar um caminho que a liberte de todo mal causado através do trabalho incansável contra armas biológicas.

O retorno de Jill Valentine é importante não só pra série e os fãs que clamam por seu retorno. A personagem foi uma das pioneiras nos mundos dos games e até os dias atuais é uma referência fortíssima na representatividade feminina, se fazendo ainda mais necessária em uma luta que vai além de empresas farmacêuticas ou monstros horripilantes. A luta a qual Jill faz parte é pelo respeito, lugar e espaço pra ser quem quiser ser.

Uma primorosa guerreira, uma companheira leal, uma mulher destemida, e tantas outras Jills existem e precisam ser representadas. Seu retorno chega em bom tempo e é muito apreciado.

Bem-vinda de volta, senhorita Valentine!