Aconteceu entre os dias 8 e 12 de outubro no Expo Center Norte em São Paulo, a Brasil Game Show 2014, feira de games que é a maior da América Latina e vem se consolidando também como um dos principais eventos desse tipo no mundo. Nós estivemos lá, testamos vários jogos, conversamos com bastante gente, tietamos cosplayers, enfim, aproveitamos bastante a feira, e agora comentaremos os principais pontos dela: destaques, decepções, e muitas fotos!
Como o post ficou bem grande, basta ir clicando nos botões abaixo para expandir o texto. Assim, vocês podem ler apenas sobre o que mais interessar, ou se quiserem saber tudo dá pra dividir a leitura sem se perder 😉
[toggle title=”Organização da Feira”]
De uma forma geral, não tenho grandes críticas a fazer sobre a organização da feira. Nos três dias que lá estive presente, não presenciei grandes problemas, e sempre que busquei alguma informação, os assessores de imprensa da BGS e até mesmo seguranças e outros funcionários me informaram muito bem.
A praça de alimentação, que foi alvo de mutias reclamações nas duas últimas edições da BGS, foi ampliada e comportou tranquilamente todas as pessoas, até mesmo em horários de pico, o destaque negativo da praça de alimentação entretanto, fica por conta dos preços altamente abusivos, algo que infelizmente é padrão em feiras e grandes eventos. Banheiros e bebedouros estavam sempre lotados, isso é fato, mas é algo compreensível dado a enorme quantidade de pessoas que foram a feira e ao calor escaldante de São Paulo nos dias do evento. Aliás, outro ponto elogiável foi o ar-condicionado, que mesmo com as dezenas de milhares de pessoas e a alta temperatura externa, conseguia manter um clima agradável e confortável no interior do Expo Center Norte.
A entrada do evento, diferente dos anos anteriores, foi muito mais organizada e fácil. Nada de ficar 3-4 horas na fila só pra entrar no evento. A abertura dos portões estava marcada para as 13h, mas para evitar aglomerações e filas enormes, a organização da feira decidiu abri-la mais cedo todos os dias, o que melhorou muito o fluxo de entrada, e mesmo nos dias mais concorridos, não se levava mais que 10 minutos para conseguir ter acesso ao interior do Expo Center Norte. [/toggle]
[toggle title=”Os Stands”]
Eventos de grande porte e que atraem centenas de milhares de pessoas tem um grande desafio: organização. A BGS2014 tinha a expectativa de receber 250 mil visitantes entre os 5 dias de evento, e é muito provável que tenha chegado muito próximo desse número. Dessa forma, era impossível não se deparar com corredores apinhados de gente, filas imensas, fila para pegar fila, banheiros e bebedouros lotados e aglomerações gigantes para tentar ver uma “celebridade” ou assistir a apresentação de um determinado jogo.
De uma forma geral, não há como fugir de filas e de falta de espaço e boa parte das pessoas que vão a eventos como esse sabem disso, chegando lá preparadas e dispostas a ficar 2 ou 3 horas em uma fila para testar um jogo por 5 ou 10 minutos. Ainda assim, pude ver muita gente reclamando da falta de organização e estrutura, não exatamente da BGS, mas sim das empresas que montaram stands na feira. Um bom exemplo disso, é o tão aguardado Resident Evil: Revelations 2, que estava no stand da WB Games e contava com apenas 2 estações de jogo, muito pouco se levarmos em conta a enorme quantidade de fãs da franquia. Não a toa, as filas para jogar REV2 eram das maiores da feira, talvez menores e menos demoradas apenas que as de The Order 1886 e Mortal Kombat X.
Outro ponto que contribuiu para o acúmulo de pessoas em um pequeno espaço, foi a proximidade dos stands das empresas mais populares: Sony, Microsoft, WB Games, Ubisoft e Activision tiveram provavelmente os stands mais bombados da feira, e concentravam grande parte dos lançamentos mais aguardados, e isso fez com que a maior porcentagem absoluta dos visitantes da feira, ficassem concentrados em um espaço que representava cerca de 40% da área total do evento. O resultado disso, foram filas de chegavam a se misturar, corredores onde era dificílimo transitar, e também falta de informação por parte dos organizadores dos stands, já que encontrar um promoter para perguntar onde começava e terminava a fila de um jogo, era tarefa quase impossível.
Nesse aspecto, quem realmente se destacou foi a Sony, que disponibilizou dezenas de promoters que ajudavam a organizar as filas, delimitando espaços, dando estimativa de tempo, e inclusive explicando aos visitantes sobre o jogo: notavelmente receberam um bom treinamento para não serem apenas pessoas que entregavam o controle e chamavam o próximo da fila, inclusive esperamos que esse exemplo seja seguido pelas demais empresas nas próximas feiras aqui no Brasil: não basta pegar o controle e passar pro próximo, é importante que os promoters saibam o mínimo sobre o jogo como explicar comandos, dar rápidas dicas aos visitantes, para que a experiência ao se testar um jogo inédito seja valiosa e faça o visitante querer jogar mais e de fato adquirir o jogo no futuro. [/toggle]
[toggle title=”Jogos em destaque”]
Antes de mais nada, é importante dizer que é fantástico ver uma feira de games vindo ao nosso país e trazendo demos de tantos jogos que ainda não foram lançados, ainda mais quando estamos em um processo de troca de geração, o que gera ainda mais expectativa em cima dos títulos que estão por vir.
Por motivos de falta de tempo e filas absurdas, não consegui jogar tudo, mas consegui jogar tudo que queria, e deu pra ter uma boa ideia de alguns grandes jogos que chegarão até o meio de 2015. Como grandes destaques da feira, além de RE: Revelations 2 (que já ganhou inclusive uma prévia aqui no REVIL), listo The Evil Within e Assassin’s Creed: Unity.
The Evil Within é um jogo com a marca e a assinatura do mestre Shinji Mikami, aquele que criou Resident Evil e conduziu a série para um patamar que ela jamais voltou a atingir desde sua saída da Capcom. O jogo de Mikami é tudo aquilo que um grande jogo de terror deve ser: intrigante, assustador, surpreendente e coloca o jogador em uma situação completamente hostil, praticamente sem recursos e tendo de lidar com o desconhecido a cada porta aberta e a cada corredor percorrido. Graficamente o jogo é muito bonito, mas ainda fica atrás de títulos como The Order 1886 e Bloodborne. Em resumo, se há um jogo que os fãs da trilogia clássica de RE devem jogar, é The Evil Within, que mistura elementos do próprio Resident Evil, de Silent Hill e até mesmo de Alan Wake, outro grande título de terror que nem todo mundo teve a possibilidade e o prazer de jogar por conta de sua exclusividade com a Microsoft.
Além de Resident Evil, outra franquia que sou fã é Assassin’s Creed. E desde o término da trilogia de Ezio, ficou aquela pontinha de tristeza de ver os jogos saindo da Europa e se aventurando pelos EUA e pelos Mares Caribenhos. Apesar de apresentarem muitas qualidades, AC3 e AC4 distanciaram a franquia daquilo que a tornou grande. Assassin’s Creed: Unity literalmente leva a franquia de volta pra casa, colocando novamente em foco os movimetnos de parkour, escaladas, muito stealth, e cenários belíssimos e gigantescos. O período da Revolução Francesa parece ter sido escolhido a dedo para a estréia de Asssassin’s Creed na oitava geração, e a expectativa é que Unity seja um dos melhores jogos já lançados na maior franquia da Ubisoft.
Outro jogo que merece destaque é Bloodborne, exclusivo do PS4, o jogo apresenta visuais incríveis e uma jogabilidade que traz alguns elementos de Dark Souls, mas com combates muito mais frenéticos. O jogo é bastante difícil e sangrento, mas os controles fáceis tornam o jogo muito divertido, e fica a expectativa por mais um grande jogo para o PS4 no ano que vem.
Um dos jogos mais aguardados e talvez aquele que tinha a maior fila da feira, foi The Order 1886, outro exclusivo do PS4. O jogo está lindo, e talvez seja o mais bonito de toda a feira. Entretanto, muitos foram os relatos de que o jogo pouco tinha a oferecer além dos visuais deslumbrantes. Bastante gente saiu do stand da Sony dizendo que se trata de um jogo lindo, com boa jogabilidade e uma pegada steam punk bacana, mas que fora isso não tem muito a oferecer. De qualquer forma, só esses elementos citados já devem valer a pena para jogá-lo, mesmo porque, pouco dá pra concluir do enredo do jogo ao testar uma demo por 10 minutos. [/toggle]
[toggle title=”E a tal treta dos YouTubers?”]
Talvez o ponto mais polêmico da BGS2014, a presença de alguns YouTubers causou confusão em determinados momentos, levando inclusive ao fechamento da sala destinada a imprensa web. Muito se falou, se especulou, e o que ficamos sabendo de fontes confiáveis é que houve uma briga entre dois YouTubers dentro da sala Web, e eles chegaram a depredar algumas coisas lá dentro. Além disso, um YouTuber arrumou confusão com um dos seguranças do evento e foi expulso da feira, tendo inclusive sua credencial caçada.
Daí em diante muita fofoca rolou, mas os grandes prejudicados com a confusão e o fechamento da sala Web não foram os YouTubers e sim a imprensa web (sites, blogs, pequenos portais), que utilizavam aquele espaço para escrever matérias, acessar internet, descarregar fotos e também conseguir descansar um pouco. Foram muitos os relatos de que a sala Web estava inabitável devido a grande quantidade de YouTubers que ali estavam e que acabavam atrabalhando o trabalho dos jornalistas.
O problema é que muitos dessa galera do YT, eram tratados como uma espécie de Justin Biebers/MC Gui do mundo dos games, gerando idolatria desenfreada principalmente por parte dos visitantes mais novos (leia-se crianças e pré-adolescentes). Não tenho nada contra isso, cada um idolatra quem quiser, apenas acredito que uma feira de games deve ser aproveitada para curtir os games. Inclusive, concordo em gênero, número e grau com o tweet do Luciano Amaral da Play TV: “Respeito os Youtubers, admiro e valorizo a importância de muitos deles pro mercado, mas tem uma mulecadinha q precisa crescer. Quer um evento só pra ver youtuber, organizem a “Youtuber´s Game Show”. O foco da BGS é VER GAME, P#@&A!”
Indenpendente de ser YouTuber, jornalista de um pequeno site ou de um grande portal, é essencial lembrar que todos devem respeitar ao próximo, principalmente ao pessoal que estava trabalhando na feira, como os seguranças e assessores da BGS. Ninguém obrigou os YouTubers ou qualquer outra pessoa a ir para a feira, e o fato de ter uma credencial no peito, não torna quem quer que seja, melhor que os demais. No fim das contas, somos todos fãs de games que queriamos aproveitar uma feira que vem se tornando uma das principais do mundo. [/toggle]
Seja como for, a Brasil Game Show 2015 já está confirmada, e estaremos por lá mais uma vez, para cobrir o evento e trazer pra vocês informações e o que de mais bacana rolou por lá! Enquanto 2015 não vem, curtam uma galeria de fotos da feira, com destaque para os cosplayers que por lá estava. Para conferir uma galeria especial com os cosplayers de Resident Evil, clique aqui.