Roger C. Smith: A maneira como tudo começou não é nada interessante, imagino. Recebi uma ligação do estúdio que estava realizando as gravações, perguntando se eu poderia ler algumas linhas de diálogo para um cliente. Fui até lá, fiz algumas falas e não dei muita importância. Na verdade, até ali, eu não sabia que estava sendo testado para Resident Evil 5. Eles então me chamaram pela segunda vez alguns dias depois, e então fui aprovado. Sem saber direito no que estava me metendo, imaginei que fosse um papel comum em um game. Somente quando as gravações começaram que percebi o quanto de trabalho estava envolvido e que tudo era diferente de maus papéis anteriores em games, e lá pela segunda ou terceira sessão que comecei a pensar, “Tenho certeza de que RE é uma franquia bem popular”, mas não fazia idéia do tamanho que tudo iria tomar.
Quanto a interpretar um vilão e um herói, acho ótimo. Adoro fazer vilões, e foi uma honra dar vida a Curtis Miller. Porém, eu diria que chamá-lo assim pode ser um pouco demais. Ele tem bons momentos, pode ser considerado um “desencaminhado”. Tudo depende de como o personagem é analisado. Não há muito que eu possa dizer sobre ele ainda, mas muitas pessoas podem vê-lo como um homem corajoso, ou até mesmo tolo. E, claro, muitos não conseguirão vê-lo além de um rapaz que precisa seriamente de um corte de cabelo. Tudo depende do espectador…
RS: Cada projeto tem desafios diferentes. Um aspecto único de Resident Evil 5 foi a captura de movimentos faciais, algo que eu nunca tinha feito antes e tinha que aprender esta nova forma de arte na hora. Atores de capturas de movimentos são demais, eles fazem coisas loucas e eu os respeito muito. Há tantas coisas para se analisar, é completamente diferente de executar uma dublagem. Para mim, foi um desafio ter de ficar atento também aos movimentos de meu rosto, pois nunca precisei me preocupar com as minhas sobrancelhas, com o número de vezes que pisco enquanto leio uma fala. Na captura de movimentos, tudo isso é importante, e foi muito difícil pegar o jeito no começo, mas logo se tornou uma parte do processo e consegui me adaptar. Era divertido contorcer meu rosto e observar os movimentos nos computadores de captura. Eu estava brincando com a tecnologia, e ainda estou fascinado com como tudo aquilo se funde para formar um personagem. Uma outra questão foi o “conteúdo” da voz, que deveria ser forte e saudável durante todo o tempo, e foi um desafio mantê-la assim. Stephanie Sheh e Liam O’Brien [diretores de dublagem da produção] fizeram um ótimo trabalho ao me dirigirem neste sentido, e todos fizeram questão de que eu obtivesse a melhor performance em cada fala. Já as sessões de Degeneration foram muito mais tradicionais em relação à dublagem. Tento não revelar muito sobre o filme, digamos que interpretar Curtis exigiu muito da minha voz, mas não posso dizer de que forma isso aconteceu. Após assistir à premiere do filme em Los Angeles, fiquei fascinado com Curtis. Foi um papel muito divertido.
RS: Ambos têm elementos com os quais posso me identificar, mas sou mais próximo de Chris. Ele tem ótimo gosto para parceiras e parece estar normalmente cercado de lindas mulheres. Apesar de ser constantemente perseguido por criaturas infectadas, há muito mais acontecendo, e se eu tivesse que enfrentar a morte pelas mãos de zumbis, gostaria de deixar este mundo ao lado de uma bela garota.
RS: Os dois projetos são sensacionais, então isso depende muito do meu humor. Se eu quero relaxar enquanto espalho miolos de zumbi em uma parede, jogarei RE5. Se quero me perder em uma história, Degeneration é perfeito.
RS: Tudo que posso dizer é que ele parece ter passado um tempo considerável em uma academia desde o primeiro jogo. Assim que os fãs obtiverem o game, muitas perguntas serão respondidas sobre o que ele tem feito. Em RE5, ele está mais confiante e determinado, e não se parece muito com o que ele era no passado. Ainda assim, os braços dele parecem troncos de árvore, não é? [risos] Ele deve estar tomando shakes de proteína ou algo do tipo.
RS: Os diretores e eu trabalhamos muito na voz dele para que soasse atenciosa, sem torná-lo um idiota; fazê-lo forte sem ser um ogro. Ele não é um soldado super-treinado, mas você não gostaria de irritá-lo. Ele não é incapaz de compaixão, mas não é o tipo de pessoa que chora ao final de um filme. Ele é legal na medida certa, e durão na mesma medida. Mais uma vez, ele é determinado e focado, e espero que isso transpareça em sua voz.
RS: Sem revelar muito, digo que eles são uma ótima equipe e que, apesar de terem personalidades diferentes, a relação entre eles possui diversas camadas que os fãs adorarão descobrir. É como uma grande “cebola” de relacionamento. Você deve arrancar as camadas para descobrir, e ela também pode te fazer chorar.
RS: Só digo que quando eles se encontram, não há como negar que eles têm “problemas”. Eu diria que as cenas envolvendo Chris e Wesker são as minhas favoritas e mal posso esperar para ver o produto final. Não cheguei a ver muito do game completo, então estarei tão ansioso quanto os fãs ao começar a jogar.
RS: Ficou bem claro para mim durante os testes que eles queriam um elemento de complexidade na voz de Chris, não o queriam muito simples ou inexpressivo. Não me baseei em nenhum dos atores anteriores ou tentei imitar alguma versão antiga do personagem. Foi uma abordagem totalmente nova e, por não conhecer a série, pude trabalhar sem saber como ele soava anteriormente.
RS: Você viu os trailers? O game está SENSACIONAL! Há muitas surpresas para os fãs da série, os produtores tentaram ao máximo trazer uma boa experiência aos jogadores. A história é ótima, a jogabilidade é perfeita, o som é matador; de maneira geral, o game estabelecerá parâmetros para todo o resto. Os fãs, tanto novos quanto antigos, adorarão. A diferença deste para os outros games em que trabalhei é o quanto ele é esperado. Os fãs de Resident Evil são ótimos, e eles mal podem esperar para o lançamento. Já trabalhei em jogos populares, mas a situação deste é irreal. Vendo a excitação dos fãs faz com que eu fique mais ansioso ainda para o dia 13 de março de 2009. Mal posso esperar…
RS: MUITO trabalho foi empenhado neste jogo, em todos os níveis, e a voz de Chris é apenas uma pequena parte desse processo. Os produtores, designers, atores de captura de movimentos, editores, artistas… todos se dedicaram inteiramente a este projeto, e isto é perceptível. As sessões de gravação foram longas e muito detalhadas, pois eles queriam capturar o melhor de cada ator para que os fãs se orgulhassem. Então, acredito sim que se parecerá com um filme e será ótimo de se jogar.
RS: Após RE5 e Degeneration, mal posso esperar para que ambos cheguem às prateleiras. Tenho também alguns projetos para 2009, acessem meu site www.rogercraigsmith.com e confiram.
RS: Sinto-me muito honrado de interpretar Chris Redfield, e os fãs da série são sensacionais! Sem o apoio deles, Resident Evil não continuaria a prosperar e eu não poderia ser uma pequena parte de um projeto tão incrível. Muito obrigado a todos, e espero que vocês gostem de minha performance como o personagem. Palmas à equipe deste site; os fãs brasileiros foram os primeiros a descobrir que eu estava interpretando Chris, e a entrarem em contato comigo para uma entrevista. Bom trabalho! Obrigado e tchau! [NE: A última frase foi escrita em português pelo ator.]