Há seis anos era lançado o terceiro filme animado da franquia Resident Evil. O filme estreou originalmente em 27 de maio 2017 nos cinemas do Japão e recebeu o nome Resident Evil: Vendetta (Resident Evil: A Vingança, no Brasil), surpreendendo pelo roteiro de baixa qualidade e cenas de ação ultra-exageradas que beiram ao ridículo. No entanto, nem tudo são dores. O filme trouxe uma melhora significativa na qualidade das expressões faciais e captura de movimentos dos personagens. Visualmente, o filme é muito bonito e os dubladores fizeram um excelente trabalho, apesar da história horrorosa. As cenas de ação são todas muito coreografadas e dão a impressão de que não foram feitas para serem levadas a sério, porém trazem a quantidade de fan service necessária que a gente queira assistir até o final e, até mesmo, acabe gostando de alguns lances.
Na comemoração de seis anos de lançamento dessa bomba, eu fiz um resumo pra lá de ácido do filme para que você não precise assistir de novo.
A história se passa entre Resident Evil 6 e Resident Evil 7. Chris Redfield, da BSAA, tenta capturar Glenn Arias, um ex-operativo da CIA que busca vingança contra os EUA. Chris e sua equipe infiltram-se em uma mansão no México (tem sempre uma mansão) para resgatar sua agente infiltrada, Cathy White. Eles são surpreendidos por zumbis e armadilhas de fio de cerol, resultando na morte de toda a equipe de Chris (mais uma vez). Aqui vemos que, a menos que você tenha um bom plot-armor, entrar para a BSAA vai fazer você morrer como um figurante. Chris então enfrenta Arias, que revela que Cathy se tornou um zumbi sob seu controle. Arias foge com seus capangas Maria e Diego Gomez, enquanto a BSAA resgata Chris.
Quatro meses depois, Rebecca Chambers seguia estudando o “Vírus Animalidade” ou “Vírus A”. Os laboratórios onde sua pesquisa ocorria são atacados por Maria, espalhando o vírus. Rebecca, momentos após ela própria ser infectada e ver todos os seus amigos morrerem e se transformarem em zumbis diante dela, desenvolve uma vacina e é resgatada por Chris. Aqui Rebecca aparenta ser uma personagem promissora na trama com grande potencial de desenvolvimento ao colocar seu conhecimento em uso para ajudar Chris com seu jeito inteligente e pensamento rápido. (E revisando nossa dupla querida na Mansão Spencer)
Eles entram em contato com Leon S. Kennedy para ajudá-los na missão de enfrentar e impedir Arias, que planeja atacar Nova York, quando são surpreendidos por um Leon deprimido, desmotivado e sem esperanças. Basicamente, uma repetição do arquétipo de ex-soldado alcoólatra de Chris em RE6. Chris, então, se esforça para tentar negociar motivar Leon, mas a tensão entre os dois aumenta e eles quase se desentendem feio. É de se surpreender aqui a falta de empatia de Chris com Leon tendo em vista que pouco tempo antes dos eventos de Resident Evil: Vendetta, Chris encontrava-se na exata mesma situação, todo remelento, estrunchado num bar, entregue às bebidas.
O trio é, então, atacado por Maria e Diego. Rebecca é capturada, mas Chris e Leon, finalmente, conseguem unir forças para planejar uma operação de resgate e para acabar com os planos de Arias para um ataque em grande escala. A escolha genial dos roteiristas aqui foi a de sequestrar Rebecca porque aconteceu de ela “coincidentemente” se parecer com a falecida noiva de Arias. Arias revela suas motivações completamente cartunescas à cativa Rebecca e, em seguida, tenta se casar com a moça numa cena que mistura loucura com vergonha alheia e acaba com qualquer possibilidade de o filme ser levado a sério.
Arias injeta a nova variante do Vírus A em Rebecca e desafia Chris a salvá-la em vinte minutos, antes que o vírus faça efeito nela. É aqui que vemos o potencial de Rebecca ser jogado na lata de lixo quando a personagem que tinha um desenvolvimento promissor é reduzida à uma simples princesa encastelada esperando para ser resgatada por seu príncipe encantado.
Enquanto os cúmplices de Arias iniciam seu ataque à cidade de Nova York, liberando o gás contaminado com o vírus por meio de tanques, Leon e equipe da BSAA D.C., Damian e Nadia conseguem destruir os veículos, conter o vírus e incapacitar Maria, embora um dos BSAA seja brutalmente morto por cães zumbis capazes de arrancar cabeças com uma única mordida. Leon, então, tem uma sequência ultra-pirotécnica a lá Michael Bay onde explode granadas em vias públicas e causa alguns milhões em prejuízo e possível morte de inocentes apenas para matar alguns cães zumbis.
Em seguida, Chris e Leon infiltram-se no esconderijo de Arias, derrotando Diego e resgatando Rebecca. No terraço, Chris enfrenta Arias em um combate corpo a corpo que mistura acrobacias, mata leões, facas e armas de fogo. Tudo é muito exagerado até que Chris joga Arias do telhado de vidro do topo do arranha céu, levando-o à morte. Diego, gravemente ferido após ser derrotado por Chris, funde-se a Arias, transformando-se em um novo monstro Tyrant (bem clichê como todo RE que se preze). Leon ajuda Chris a derrotar o monstro, encontram o antídoto e correm para Rebecca. Após curá-la, eles espalham o antídoto pela cidade.
No epílogo, Maria sobrevive. A jornada de Chris, Leon e Rebecca trouxe uma vitória temporária, mas o futuro é incerto e a continuação dessa fanfarra circense estreia em 7 de julho de 2023 nos cinemas do Japão com Resident Evil: Death Island. Dos mesmos responsáveis por Resident Evil: Vendetta, Death Island também vai envolver Claire Redfield e Jill Valentine.
Será que os produtores acertarão no próximo título? Só o tempo dirá!
Colaborou com a revisão deste conteúdo: Natália Sampaio
