Enquanto de um lado temos desenvolvedoras explorando ao máximo os jogadores com as polêmicas loot boxes e sistemas “pay for win”, a Capcom surpreende ao apresentar uma postura oposta: a empresa prefere que seus jogos recebam boas avaliações da crítica especializada do que vendam milhões de unidades. A gigante japonesa também reconhece que nem sempre foi assim.
Em entrevista ao Games Industry, Antoine Molant e Stuart Turner – COO da Capcom Europa, falaram sobre as estratégias da empresa ao longo dos anos e como conceitos de marketing e vendas foram se remodulando através da recepção de jogos como Resident Evil 6, que apesar de ser um sucesso em vendas, trouxe experiências pouco satisfatórias para a crítica especializada e os fãs que acompanham a franquia:
“Embora tenhamos acionistas para apaziguar, não se trata apenas de desempenho comercial, há um elemento artístico que sempre aparece quando sabemos que esse é o caminho certo. E enquanto compararmos o RE7 com o RE6, os números não são os mesmos em termos de lucratividade, mas está tudo bem. Ele superou todas as nossas metas internamente. Foi muito bem recebido e, em alguns aspectos, conseguir bons resultados de avaliação é tão importante para a Capcom quanto um jogo que vende milhões, milhões e milhões. Preferimos um jogo que tenha um 9 [na crítica] e seja vendido menos do que um 6 [na crítica], mas que tenha vendido mais (como é o caso de Resident Evil 6).”
Resident Evil 7, apesar de vender menos que Resident Evil 6, ganhou muitos prêmios e trouxe números expressivos de cópias vendidas como consequência por ser um bom título. Obviamente essa perspectiva se aplica nos próximos grandes lançamentos da franquia: Resident Evil 2 e Devil may Cry 5.
É animador perceber que a Capcom amadureceu nesse aspecto e mesmo adotando essa postura é de se esperar que o remake de um dos Resident Evil mais amados de todos, venda estrondosamente! Tudo se trata de consequências, como o queridinho do momento, Monster Hunter, sucesso de críticas e vendas.
Fonte: Games Industry