Como a franquia Resident Evil ilustra o cinema de Paul W.S. Anderson?

A franquia Resident Evil no cinema foi inaugurada no ano de 2002, há exatos 20 anos e inicialmente foi um projeto concebido como uma adaptação cinematográfica da franquia de games de mesmo nome, cuja estreia data do ano de 1996.

No entanto, ao longo dos filmes e com o passar dos anos, a franquia cinematográfica passou a tomar rumos próprios, fugindo um pouco da história que estava sendo desenvolvida pela franquia de games.

Isso foi severamente criticado por diversos fãs da saga original durante muito tempo. Contudo, alguns críticos apontam isso como uma característica positiva no cinema de Paul W. S. Anderson: seu talento criativo para criar obras autorais e originais.

Além de sua autoralidade, o cinema de Paul Anderson é composto por um rigor técnico excepcional, sendo que Paul é reconhecido como um mestre em ambientação e filmagem de suas cenas.

Como disse o crítico e jornalista especializado em um exemplo de texto expositivo, Marcelo Hessel, para o portal omelete em uma crítica para o mais recente filme da saga: Raccoon City, estes traços do cinema de Paul Anderson podem passar despercebidos.

Porém, no meio crítico e cinematográfico, Anderson é amplamente reconhecido, tendo suas obras expostas em sessões no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque.

Aproveitando o aniversário de 20 anos da saga cinematográfica, hoje vamos analisar um pouco mais o cinema de Paul W. S. Anderson através da saga Resident Evil no cinema, passando por questões técnicas e o enredo por trás de cada obra!

O Hóspede Maldito e a estreia da franquia nos cinemas

A mente escolhida para dirigir e escrever a adaptação cinematográfica para a série Resident Evil foi, principalmente devido a seu estilo e histórico, o diretor Paul W. S. Anderson, que já esteve por trás de títulos e obras como:

  • 1. O Soldado do Futuro
  • 2. O Enigma do Horizonte
  • 3. Alien vs. Predador
  • 4. Mortal Kombat

Até antes da filmagem do primeiro Resident Evil, Paul Anderson já era visto como um diretor que dominava as características do texto expositivo, da filmagem expositiva e também da ambientação e construção das suas cenas.

Como dito anteriormente, pelo fato de estes elementos cinematográficos não estarem diretamente presentes no texto, podem passar despercebidos por parte do público. No entanto, a construção de cenas e a filmagem de diferentes localidades de maneira impactante é marca registrada do cinema de Anderson.

No primeiro filme da série Resident Evil isso não poderia ser diferente, porém, foi um filme que não foi tão bem recebido pela crítica assim. Mas, segue sendo um dos favoritos para quem cobra que as adaptações sejam fiéis à obra original.

Resident Evil 2 e 3: Paul Anderson como roteirista

As sequências diretas do primeiro filme marcam uma nova era no desenvolvimento da obra, onde Anderson esteve presente apenas como roteirista dos filmes e a direção foi destinada a outros diretores.

Diversos usuários em plataformas especializadas, como a IMDb e o Rotten Tomatoes apontam avanços na realização destas obras, sendo uma das principais dentro do meio crítico, a autoralidade na escrita de Paul W. S. Anderson.

No entanto, é inegável que os filmes tendem a ser mais harmônicos quando o diretor e o roteirista são os mesmos. Isso faz com que o próprio diretor visualize escolhas cinematográficas para o roteiro, como por exemplo:

  • Ambientação
  • Técnicas de Filmagem
  • Tipos de Atuação
  • Sons
  • Iluminação

Porém, os números não mentem e as sequências diretas para Resident Evil: O Hóspede Maldito tiveram um desempenho comercial mais satisfatório, sendo que o terceiro filme da saga foi o que obteve melhor desempenho em termos de bilheteria de toda a série.

Os três últimos filmes da saga e o retorno de Anderson à direção

Por fim, a última trilogia de filmes da saga Resident Evil, visto que a Raccoon City de 2021 não faz parte desta mesma saga, foi marcada pelo retorno de Paul W. S Anderson à direção em obras que foram consideradas sucessos de bilheteria.

Novamente foi possível observar traços tradicionais e característicos do cinema de Paul W. S. Anderson nesta trilogia final, como a ambientação de suas cenas e a filmagem das passagens de ação ao longo do filme.

Além de sua ambientação, a filmagem de cenas de ação de Anderson é extremamente elogiada por críticos, de modo que vários afirmam e argumentam que as cenas de ação de Anderson são estratégicas e possuem uma clara finalidade.

Em termos mais simples, os combates não são à toa nas obras de Paul W. S. Anderson e isso fica ainda mais evidente nos filmes 4, 5 e 6 da saga.