A Netflix pode ter confirmado a série com atores reais de Resident Evil somente por agora, mas detalhes dessa história – e que batem com o anúncio – surgiram na internet bem antes disso. No final de janeiro deste ano, o site Splash Report divulgou com exclusividade detalhes da trama. Depois que as informações foram ao ar, os responsáveis tiraram o artigo do ar, sob solicitação da Netflix. Mas a internet deixa rastros muito grandes, o que dificulta “anular” o trabalho original. É o caso do site archive.today (via Nibel) que registrou trechos do conteúdo apagado originalmente pelo site de um insider.
Confira detalhes da trama da série (pode conter spoilers):
- De acordo com o insider, o piloto da série o fez perceber que o objetivo não é trazer uma adaptação totalmente fiel dos videogames para a televisão, mas é algo que tem os elementos dos jogos com uma história original promissora que “talvez vale a pena assistir quando chegar à gigante de streaming [Netflix] em breve”. Neste momento, ele já confirmava a participação de Andrew Dabb (Supernatural) como um escritor.
- Jade e Billie Wesker seriam meio-irmãs “gêmeas” e filhas biológicas de Albert Wesker. Elas teriam nascido de duas mães diferentes. As personagens foram criadas especificamente para a série – o nascimento delas não tem relação com os jogos, mas deve ser explicado no live action. O insider acha que o público vai ficar atraído pelo protagonismo das irmãs. Jade é uma garota vulgar, esperta e ao mesmo tempo charmosa e irritante para as pessoas ao seu redor. Ela é amigável e consegue se cercar de novos amigos facilmente. Já Billie é anti-social, tímida e tem problemas para controlar a raiva. A dinâmica entre as duas é fundamental para a série, que vai oscilar entre amor e ódio – a clássica rivalidade entre irmãos. As duas têm perspectivas diferentes sobre o pai, e esses conflitos devem dar um gás todo especial para o programa.
- Já no piloto, o insider diz que há saltos no tempo para contextualizar os eventos no futuro com flashbacks. O futuro se passa em 2036, 14 anos após o fim do mundo, e é focado em uma Jade mais velha e durona. Ela enfrenta zumbis – que são chamados de “Zeroes” – em uma Londres dizimada. Jade estaria por lá continuando um trabalho de pesquisa iniciado na Universidade de Madrid. O mundo tem 6 bilhões de criaturas e restam apenas algumas milhares de pessoas vivas – bate mais uma vez com o que foi oficialmente anunciado. A população “humana” está espalhada pelo mundo, com algumas comunidades nada sustentáveis. A mais famosa é a Umbrella Territory (ou Território Umbrella), uma suposta cidade paradisíaca que não teria sido tocada pelo caos. A maior parte do oeste dos Estados Unidos é, agora, um novo país chamado Umbrella, enquanto na América Central é Amazon (ou Amazônia). Há, ainda, a Escandinávia com uma fortaleza, a Índia como The Faith (ou A Fé), assim como a China e a Sibéria que são Sihai. Além de tudo isso, há alguns estados pequenos Freeholds (ou Propriedades Livres) espalhados por Boston, Capetown, Mumbai e Paris. O resto do mundo é zona morta, ou território dos Zeroes.
- Nessa linha do tempo futura, Jade estuda um grupo de Zeroes com um colega de trabalho espanhol, Arjun. O objetivo é entender a evolução dos zumbis, que não tem audição e nem visão, mas um olfato aguçado. No verão, por exemplo, eles se atraem pelo suor e odor. Em um desses dias de pesquisa, Jade atrai uma horda justamente por isso e tem que usar as medidas de segurança de um esconderijo, com uma cortina gigante de fogo, para matar zumbis. Só que ao fazer isso, a personagem atrai a atenção de uma lagarta gigante que vaga debaixo da terra. A criativa causa ferimentos graves nela, mas Jade é salva por um grupo misterioso, que detona o bicho com um arsenal de armas. O insider diz que esse pessoal não fará parte dos elementos principais da série, mas que terão motivos ocultos para agir e não são exatamente quem dizem ser.
- Já a linha do tempo passada é em 2022, o ano do surto. A história é focada na família Wesker e em sua mudança para uma cidade utópica que é chamada de Raccoon 2 – ou Nova Raccoon City, como a Netflix confirmou. É uma comunidade pequena sob direção da Umbrella, com famílias estranhamente felizes, produtos e, claro, com uma sede da Corporação. Jade, Billie e Albert chegam até a Raccoon 2. Jade não gosta muito da ideia da mudança, enquanto Billie aceita mais a proposta. Albert será um personagem único da série e é bem diferente dos jogos. Terá um posto alto na Umbrella e fará o papel do pai que tenta fazer o melhor, mas acaba falhando. Isso deixa o personagem “muito envolvente”, conta o insider. Esse Albert estará na casa dos 60 anos e tem um passado sombrio na Corporação. A cada 15 dias, por exemplo, ele extrai o sangue das filhas para “testes”.
- Jade e Billie são o foco principal do arco passado da série, que vai mostrar as duas se acostumando com a nova vida e em uma nova escola. Billie é a mais “difícil” e se envolverá em brigas, já Jade se encaixa com mais facilidade. Apesar do clichê – de parecer algo bem no estilo adolescente – o insider diz que achou isso envolvente, principalmente com a conexão da Umbrella e Albert Wesker. Billie encara a experiência como um novo começo, já que quase foi expulsa da outra escola depois de quebrar a perna de outro aluno em um ato de vingança por ser chamada de “psicopata”. Já Jade se vê injustiçada por abandonar a vida antiga e ter que recomeçar de novo. Para o insider, essa dinâmica acaba deixando a história mais convincente e que, de forma intensa, cria um contexto mais natural para o mundo. O piloto termina com elas descobrindo uma conspiração envolvendo a Umbrella, com coelhos e até cães – seriam as primeiras criaturas transformadas da história?.
- Os pedaços da Umbrella em meio à trama são fantásticos e dariam a dose certa de mistério e terror, relata o insider. Em 2022, a Umbrella está testando um novo antidepressivo altamente lucrativo chamado “Joy” (ou Alegria, em português). Apesar a Corporação negar ao mundo, os testes estiveram sendo feitos em animais. O trabalho na droga é de mais de duas décadas, com o primeiro teste dando totalmente errado. Apesar dos resultados negativos, há uma pressão da Umbrella para o lançamento rápido. Albert, diferentemente do personagem dos jogos, estaria lutando contra essa pressão e tentando ter mais tempo para aperfeiçoar o produto – o que o torna um Albert diferente do que poderia ser imaginado. A Umbrella de 2036 é descrita como agressiva e assustadora, um mistério que o insider prefere deixar no ar. Em um dos episódios, por exemplo, um personagem dos jogos faria uma pequena participação.
- O insider finaliza dizendo que essa não é a adaptação de Resident Evil que poderíamos esperar, mas que a série deve ser aquela que vamos acabar amando. Ele compara ao que diz ser a brilhante adaptação da HBO de Watchmen. É uma reimaginação única de uma franquia icônica com alguns elementos de sua origem sendo utilizados para algo novo. Algumas peças retiradas dos jogos parecem ser bem fiéis em outro material de uma franquia que é “ridiculamente complicada”. Para o insider, as pessoas podem dizer que adaptações diretas de Resident Evil 1, RE2, RE3 ou até mesmo RE4 pareceriam melhores, algo que ele não necessariamente discorda, mas que o piloto deixa tudo intrigante.
UFA! O nível de informações presentes nesse relato pode até ser comparável com uma verdadeira fan fic, onde um fã desenvolve uma história fictícia, mas boa parte do conteúdo presente aí realmente coincide com o que a Netflix divulgou. Assim como os rumores de Resident Evil Village, que pareciam muito viajados de início, o REVIL optou por não trazer esse assunto para a comunidade no passado. No entanto, dado ao nível de detalhes atuais, optamos por relatar.
Tem tudo pra dar certo, assim como tem tudo pra dar errado. O importante é “dar uma chance” a esse Resident Evil. Vai que vamos acabar nos divertindo – assim como sugere o insider. Afinal, é 2020, o que mais poderíamos esperar?