Análise – Gravação Proibida Vol.2, segunda DLC de Resident Evil 7

Gravação Proibida Vol.2 é o segundo pacote de DLCs de Resident Evil 7. O conjunto digital traz três novos conteúdos ao jogo: dois episódios curtos de história e um modo inédito de gameplay.

O primeiro adicional de história é a fita VHS “Filhas”, que mostra a noite em que os Bakers foram dominados por Eveline. Já em “21” jogamos uma partida mortal do jogo de cartas contra uma vítima de Lucas. O modo extra de jogo é “Aniversário de 55 anos de Jack”, em que Mia deve passar por vários cenários de Resident Evil 7 infestados por Mofados com o objetivo de trazer comida para empanturrar o paizão.

Filhas

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Em “Filhas”, jogamos na perspectiva de Zoe, a filha mais velha dos Bakers. A vita VHS mostra a vida da família pouco antes de serem dominados por Eveline.

Jack, Marguerite, Zoe e Lucas foram uma família aparentemente normal. Jack é um paizão protetor e atencioso, Marguerite realmente gosta de cozinhar (comida de gente normal), Lucas é um jovem adulto meio pé no saco. Zoe é uma moça comum e, aparentemente, a “princesinha do papai”; vemos que ela possui uma ligação forte com Jack.

Durante uma tempestade que assolou a Louisiana, os Bakers ajudam as vítimas da enchente. Uma dessas vítimas é encontrada por Jack: Eveline. Pouco depois de abrigar a menina em casa, Zoe começa a perceber que seus pais apresentam um comportamento violento e bizarro.

“Filhas” mostra nuances do comportamento protetor e amoroso de Jack e da força materna de Marguerite. Algumas cenas são simplesmente de cortar o coração e criam um grande sentimento de empatia por Zoe, algo difícil de acontecer durante a campanha.

A fita é, definitivamente, a melhor parte das DLCs lançadas até o momento. Seu principal defeito é ser curta demais. O gameplay é focado em abordagem furtiva, semelhante ao trecho após o jantar na casa dos Baker. O extra também possui dois finais diferentes, um “verdadeiro” e outro “falso”. Não existe final “bom” ou “ruim”. Ambos são tristes, mas um deles faz uma ponte melhor com a história da campanha. Conseguir o final verdadeiro depende de uma atenção a detalhes e une o gameplay furtivo a um puzzle.

21

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Depois de “Feliz Aniversário”, “Pesadelo” e “21”, a maior certeza que temos em Resident Evil 7 é que Clancy é a pessoa mais azarada desse jogo.

A fita é mais uma demonstração do sadismo de Lucas, que encarna ainda mais as referências ao vilão Jigsaw, da série “Jogos Mortais”.

Em 21, você está em uma partida do jogo de cartas contra outra vítima do filho dos Baker. As apostas? Os cinco dedos da sua mão e, claro, sua vida.

O jogo é simples: você inicia a partida com duas cartas de baralho que possuem valores numéricos. Mais cartas podem ser compradas a cada rodada e o objetivo é fazer a sua mão alcançar a soma de 21 pontos ou o mais próximo disso. Caso você passe de 21, é melhor rezar que o seu oponente tenha feito mais pontos do que você.

21 ou Blackjack é um jogo de astúcia (você precisa pensar na probabilidade do somatório de cartas na sua mão e também do oponente) mas também de sorte. Na versão de Resident Evil 7, cada rodada faz o jogador suar frio.

Apesar de ser um modo divertido, 21 não agrega tanto à história e não é tão interessante quanto “Quarto”, também estrelado por Clancy. Os modos de Sobrevivência adicionam mais camadas de desafio, mas não é algo que torne 21 realmente significativo.

Aniversário de 55 anos de Jack

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Neste modo extra sem suporte ao PlayStation VR e sem ligação com a história, Mia deve procurar comidas por vários cenários da propriedade dos Baker para empanturrar Jack. Obviamente, os lugares estão infestados por Mofados – usando chapéus elegantes, porque este é um banquete muito especial, você sabia disso, garoto?

Mia deve correr contra o tempo para alimentar Jack enquanto maneja o espaço em seu inventário. Cada prato ocupa um ou dois espaços, mas ela também precisa carregar armas e munição para enfrentar os Mofados festivos.

Aniversário de 55 Anos de Jack é um modo divertido, que lembra um Mercenários ou um Raid Mode debochado. Em fases mais avançadas, fica complicado cumprir os curtos tempos exigidos por ranks mais altos.

No entanto, justamente por parecer com Mercenários ou Raid Mode esta parte da DLC não parece tão legal assim, especialmente ao lembrar que em jogos anteriores nós costumávamos experimentar algo nos mesmos moldes, bem mais encorpado e totalmente de graça.

Vale a pena?

As duas “Gravações Proibidas” de Resident Evil 7 se mostraram boas DLCs. Trazem variedade de estilos de gameplay, mas é inegável que o custo-benefício não é dos melhores.

Os conteúdos são bons, mas curtos demais. Garantem mais algumas horas de gameplay para o jogador por um custo muito alto, cerca de 30 reais cada uma. Quem pagou pela edição Deluxe ou comprou o passe de temporada, desembolsou 90 reais. Mais uma DLC ainda não anunciada deve chegar ao longo do ano para Resident Evil 7, mas espera-se que seja um pouco mais encorpada do que vimos até agora.

Apesar da excelente adição à história que “Filhas” traz, até o momento nenhum dos conteúdos via DLC de Resident Evil 7 se mostraram realmente indispensáveis, seja em aspectos de gameplay ou de trama.

O texto acima reflete a opinião do autor da análise e não do REVIL como um todo. A DLC foi analisada no PlayStation 4 e oferecida pela Capcom do Brasil.

Resident Evil 7 - Gravação Proibida Vol.2
0
Filhas: conhecemos os Bakers como realmente são; maior empatia por Zoe
21: Faz suar frio, mas não garante muitas horas de gameplay
Aniversário de Jack: um modo Mercenaries "engraçado"
Conteúdos muito curtos
Pesa no bolso
Torna-se dispensável pelo custo-benefício
6.5
Diversão cara