Análise – Overwatch 2 – PlayStation 4

Por mais que os heróis de Resident Evil aqueçam nossos corações e conquistem nossas jogatinas (Piers Nivans, saudades…), podemos tirar aqui um tempinho para jogar com outros heróis mais conhecidos do mundo PvP (player vs player) e competitivo.

Com várias franquias de sucesso da Blizzard como World of Warcraft, Starcraft e Diablo, Overwatch veio para se consagrar no terreno de games FPS competitivo!

Em mais um convite da Blizzard, representada no Brasil pela assessoria Theogames, e após muito tempo de experiência, a Equipe REVIL voltou para visitar todo esse mundo competitivo, cooperativo e divertido de Overwatch 2 – um game que conquistou por um tempo a comunidade, e já até ganhou o prêmio Game of The Year em 2016.

Nesta análise, vou comentar sobre dois eventos que conseguimos participar e como foi jogar em cada um deles e, claro, relembrar todo o início da franquia e como foram suas mudanças.

 

Joguei Overwatch 2 com equipe fechada (chamando amigos e membros do REVIL para jogar comigo) e em partidas online achadas aleatoriamente no Playstation 4, com o modo crossplay ativado.

 

Conhecendo a Equipe Overwatch

Overwatch 2 pode ser, para muitos, somente um jogo online competitivo/colaborativo para se jogar com a turma e fica nisso mesmo. Porém, quem pensa assim está totalmente enganado. O game em si, contando o conteúdo do 1 e 2, tem um enredo totalmente rico com vídeos/curtas dos personagens e suas histórias. Além disso, a progressão da história do jogo é feita em conteúdos audiovisuais atualizados pela Blizzard quando necessário. Vou explicar aqui toda a lore do game.

O universo de Overwatch se passa no planeta Terra alguns anos no futuro, por volta dos anos 2070. Nesse universo, vários paradigmas da tecnologia, da medicina e da ciência foram superados, trazendo uma era de grande prosperidade para a humanidade. Todo esse progresso, no entanto, trouxe novos problemas e desafios que quase culminaram na extinção dos humanos.

Com a evolução exponencial das redes de comunicação e inteligências artificiais, a humanidade criou seres robóticos com consciência própria: os Ômnicos. Em Overwatch, os Ômnicos se rebelaram contra seus criadores humanos há cerca de 28 anos, num evento que ficou conhecido como A Crise Ômnica. Liderados pelo programa Anubis, os Ômnicos se organizaram e atacaram a humanidade com o objetivo de destruir seus criadores.

Essa grande rebelião das máquinas levou à destruição de várias cidades pelo globo afora e causaram incontáveis perdas de vidas humanas. Como reação a essa crise global, a humanidade testemunhou o surgimento da Overwatch: uma força-tarefa internacional de elite encarregada de acabar com a guerra e restaurar a liberdade a todas as nações. Formada pelos mais talentosos soldados de elite, cientistas e aventureiros do mundo, a Overwatch ajudou a colocar um fim à guerra e, sob sua vigilância, a humanidade prosperou.

Após a guerra, novos recursos e financiamento foram concedidos à unidade, conferindo-lhe uma influência global de grande alcance. Ao longo das décadas subsequentes, a Overwatch desempenhou um papel crucial na promoção da harmonia global, estimulando uma era marcada por exploração, inovação e descobertas significativas nos campos da medicina, química, biologia, exploração espacial e climatologia. Durante um período que ficou conhecido como a Era de Ouro, a Overwatch conseguiu a tão sonhada estabilidade global após a Crise Ômnica.

Duas décadas após sua criação, a influência da Overwatch diminuiu e a organização passou a ser alvo de investigações sob suspeitas de corrupção. Com isso, surgiram uma série de acusações contra o grupo que incluíam negligência, resultando em falhas em missões importantes, corrupção e má gestão, proliferação de armas, violações dos direitos humanos, entre outros. Boatos sobre operações clandestinas realizadas pela Overwatch envolvendo assassinatos, sequestros e sabotagem se tornaram cada vez mais comuns e vários deles se provaram verdadeiros com o passar do tempo.

Nos anos finais da existência da Overwatch, a existência de uma divisão super secreta chamada “Blackwatch” veio a público, surgindo relatos oficiais de assassinatos, coerção, sequestro, tortura e coisas piores. Com esse nível de informações e possíveis ameaças à vida, governos pediram à ONU que encerrasse as ações truculentas e violentas da Overwatch contra a soberania dos países.

Após diversos incidentes, era praticamente impossível manter qualquer coisa em segredo. As transgressões completas das operações clandestinas da Overwatch foram expostas, levando até os apoiadores mais fervorosos dentro da organização a reconhecer a verdade e pedir pelo seu fim. As Nações Unidas não tiveram outra opção senão encerrar a Overwatch. O grupo cedeu à pressão e, eventualmente, foi desmantelado, trinta anos após ser fundado, marcando seu fim com um legado de desonra.

Apesar de a equipe Overwatch ter chegado ao fim, a esperança de um mundo melhor se manteve viva nos corações de seus ex-membros. Até que, um dia, o herói Winston decide fazer um chamado a todos: O Primata da Lua enviou a todos os ex-agentes da Overwatch um chamado convocando todos a se reunirem para restaurar a Overwatch, uma vez que o mundo, mais uma vez, precisava de ajuda devido à crescente proliferação de armas e de grupos terroristas, somadas à tensão entre humanos e Ômnicos, que ameaçam levar a humanidade novamente para uma grande guerra de proporções globais.

 

Em Overwatch, o jogador controla alguns desses heróis que responderam ao chamado de Winston, ou um dos vilões dos muitos grupos terroristas que ameaçam a paz do universo do jogo.

Para além da história do jogo, e de cada um de suas dezenas de heróis jogáveis, as histórias também acontecem na imaginação de cada jogador no desenrolar de cada batalha e também sendo explicado mais a fundo o que cada personagem passou (e passa atualmente) por meio dos curtas lançados periodicamente nos canais oficiais do jogo para atualizar a história de Overwatch.

Para os interessados, há uma playlist dos curtas no YouTube.

Evento: Terror de Halloween 2023

A sétima temporada de Overwatch 2: Ascensão das Trevas, foi o foco dessa jogatina, no qual utilizei o Passe de Batalha de Halloween contendo inúmeros eventos sombrios que invadem o game, porém o maior destaque foi o evento Provações de Santuário.

 

Em colaboração com o game Diablo IV, os jogadores enfrentam os demônios e xamãs invocados por Lilith e seus subordinados em 3 ondas de inimigos e mais seus respectivos chefes. Aqui, podemos presenciar os personagens Wrecking Ball e Roadhog como lacaios de Lilith e, claro, a própria Lilith, sendo vivenciada através de uma super skin na personagem Moira que é a coisa mais linda que esse Overwatch já teve.

Aqui, todo o cenário remete ao que é presenciado não só em Diablo IV, mas em toda a franquia: baús estão disponíveis para obter alguns bônus nas partidas de ondas de inimigos, os inimigos obtém os mesmos nomes do que encontramos em Diablo (apesar de ser somente robôs aqui) e até poções de cura espalhadas no cenário assim que um inimigo é morto.

Concluindo tal evento, em suas diversas dificuldades, regalias como pontos, aumento de experiência (EXP) e outros são adquiridos para o jogador aproveitar em Overwatch 2.

Evento Colaborativo: LE SSERAFIM x Overwatch 2

Outro evento rápido e divertido que fomos convidados a experimentar foi a colaboração de Overwatch 2 com o grupo k-pop LE SSERAFIM. Essa colaboração trouxe o videoclipe “Perfect Night”, colocando as personagens D.va, Kiriko, Tracer, Brigitte e Sombra numa missão e correria para ir ao show das divas k-pop.

 

O evento em si não trouxe modos e cenários diferentes, mas trouxe skins muito fofas e lindas para as heroínas mais populares de Overwatch.

A Evolução do mundo Overwatch

Agora que contei sobre os eventos que participamos, com louvor e diversão, que tal conhecermos a fundo toda essa franquia da Blizzard?

Overwatch 1 foi anunciado no evento BlizzCon em 2014, já sendo mostrado totalmente jogável no evento e deixando os olhos de muitos jogadores brilhando com o nível que o game foi apresentado. Porém, somente em maio de 2016 que o game pode ser, de fato, jogado nas plataformas, com acesso a sua versão beta, que rendeu a conexão de diversos jogadores por, aproximadamente, uma semana. Eu mesma, Paloma, tive a oportunidade de participar desse período de beta.

 

No geral, como percebido no vídeo, Overwatch nunca mudou sua jogabilidade e sim melhorou muito sua HUD e demais informações apresentadas na tela do jogador. Já em sua versão de lançamento, em 24 de maio de 2016, teve mudanças significativas e, claro, foi sucesso imediato já na primeira semana de vendas e acessos onlines para jogar.

A franquia Overwatch, se resumindo em tudo o que ele é e possui, tem como objetivo o trabalho em equipe para ultrapassar diversas etapas e objetivos de cada mapa e modo de jogo. Cada herói ajuda a compor o grupo de 5×5: 1 Tanque, 2 Danos e 2 Suporte (em Overwatch 1, eram formados grupos de 6×6, sendo modificado), com três escolhas de classe: Dano, Tanque e Suporte. Todo herói tem suas habilidades e destaques únicos, então sempre é uma boa jogar a favor de variedades para que o jogador consiga se adaptar a todos os desafios que a equipe possa vir a enfrentar.

Overwatch 2 possui diversos modos de game: Livre, Competitivo, Arcade e Jogos Personalizados. Dentro desses modos, ainda tem outros diversos modos para satisfazer qualquer estilo que o jogador queira, porém os mais jogados são Modo Livre – Jogo Rápido (Fila por Função), Modo Livre – Jogo Rápido (Fila Aberta) e Competitivo.

Os mapas são de uma diversidade absurda, com diversos cenários inspirados nos países de origem de cada herói (isso é a parte mais chamativa em questão de interatividade com o herói escolhido e o cenário em que ele está) com diversos objetivos que podem ser selecionados para esses mapas: Controle de Tumulto, Avanço, Controle, Escolta, Híbrido, Capture a Bandeira, Eliminação, Combate até a Morte e Combate até a Morte em Equipe.

Overwatch tem como jogabilidade tudo o que um cenário FPS competitivo deve possuir: HUD totalmente detalhado com as habilidades e barra de vida dos personagens jogáveis, com a fluidez que o game precisa, avisos em tela para mortes de parceiros e indicação do objetivo atual, entre outras informações relevantes dependendo do objetivo e cenário. Tudo isso com uma atenção maior para a acessibilidade dentro do game, que é totalmente customizável para qualquer tipo de dificuldade e/ou deficiência que o jogador possa ter. Ou seja, todos podem jogar e ser heróis!

O jogador é livre para jogar sozinho ou formando equipes, com seus amigos e conhecidos, através do lobby do game seja nos consoles ou PCs, pois em Overwatch 2 habilita, e muito bem, o sistema de cross plataforma.

Com a mudança de Overwatch 1 para Overwatch 2, que aconteceu em outubro de 2022, vieram diversas modificações para o game, tanto nos personagens, desafios e modos de jogo, quanto para o avanço do perfil do jogador dentro do game. Esta, em específico, foi mais sentida pelos jogadores de longa data.

Antes, em Overwatch 1, a progressão dentro do game se somava e se focava totalmente no perfil do jogador, sendo elevado de nível único dependendo de vitórias e derrotas em qualquer partida e qualquer modo dentro do game (sendo modificado esse sistema somente no Modo Competitivo, onde os jogadores tinham títulos de nível bronze até o nível platina, por exemplo). Nisso, os jogadores também ganham os famosos item boxs, as caixinhas em que se conseguiam os cosméticos, skins e demais regalias para os heróis.

Com o Overwatch 2, isso mudou radicalmente: dando adeus aos itens boxs, a progressão, agora, fica focada em cada personagem que se é jogado e não mais no perfil do jogador de forma geral, tirando toda aquela barra de nível e também de ranking, limitando também todo o ganho de regalias dentro do game. Pois, agora, toda a obtenção de skins, emotes e demais itens para cada personagem fica somente possível com a compra de Passes de Batalha (e seguindo todo o critério do Passe comprado, como alcance de determinados níveis) ou, até mesmo, dentro da loja do game, com dinheiro real (o famoso pay-to-win). Com toda essa mudança negativa em Overwatch, muitos jogadores pararam de jogar, diminuindo os números de jogadores ativos no game.

O que mudou também, e que muitos jogadores acharam negativo, foi a forma de obtenção de heróis novos que são anunciados e disponibilizados em Overwatch. Geralmente, os heróis anunciados eram disponibilizados gratuitamente no game, com sistemas de atualizações recorrentes para melhorar desempenho, gameplay, balanceamento do personagem contra outros personagens, entre outros. Porém, com a chegada do Overwatch 2, o único caminho para obter acesso a novos heróis é através da conclusão de desafios específicos e, mais fácil e caro digamos, a compra do mesmo com dinheiro real.

Overwatch 2 desanimou muitos jogadores de continuarem ativos no game quando as constantes mudanças de jogabilidade e constantes bufs e debufs em alguns personagens vieram, deixando até a vida de quem joga sério e no Modo Competitivo ainda mais difícil. Com isso, como Overwatch tem também um cenário competitivo totalmente ativo com a Copa Mundial do Overwatch e até a Liga Overwatch, treinar assim e as constantes mudanças de regras devido a essas mudanças complica o cenário mundial e a vida dos jogadores profissionais.

Se Entrega na Batida!

A comunidade brasileira que sempre acompanhou os games da Blizzard ganharam um baita presentão na localização e em representatividade na franquia Overwatch.

Em primeiro lugar, Overwatch 1 teve como prioridade entregar para a comunidade brasileira um game totalmente localizado em nosso idioma. E fez isso com total louvor, sendo um dos primeiros games a ser totalmente localizado em PT-BR, sua dublagem e transcrição de legendas e menus são até hoje elogiados pelos jogadores e até hoje visto como exemplo para as empresas como forma de entregar um conteúdo para o Brasil totalmente localizado nessa qualidade que Overwatch entregou e ainda entrega.

 

Além disso, não podemos esquecer da nossa representatividade com o personagem Lúcio. Anunciado juntamente com o trailer do primeiro Overwatch em 2015, Lúcio é um herói brasileiro, sendo do Rio de Janeiro e, como DJ, usa suas “batidas sonoras para curar os ferimentos e dar suporte a aqueles que necessitam”.

Lucio representa perfeitamente o povo animado que somos e que gosta de curtir uma boa música! Suas frases de efeito no game são as melhores referências que um jogador brasileiro pode pedir dentro de um game (e que sinceramente só nós iremos entender rs):

  • “Não para, não para, não para não!” (o funk brasileiro bem representado aqui!);
  • “Hey, juiz, vai tomar caju!” (o xingamento clássico das partidas de futebol aqui foi censurado, claro, mas com maestria, colocando uma fruta típica brasileira que os demais países nem deve ter noção do que possa ser rs);
  • “Pra que tanto ódio no coração, Parça?” (somos receptivos demais, até mesmo com gíria);
  • “Passarinho, que som é esse?” (Lúcio diz essa frase quando mata o herói Bastion. Nossa mais linda recordação do programa Castelo Rá-Tim-Bum! está aqui muito bem colocado).

Em Overwatch 2, o Brasil também teve sua “atualização”, por assim dizer. A comunidade brasileira ganhou um mapa para chamar de seu: Paraíso.

O cenário é totalmente inspirado nas favelas e comunidades brasileiras que cercam nosso Brasilzão afora, focando mais em se parecer com os morros e moradias que temos no Rio de Janeiro, onde podemos ver os campinhos de futebol improvisados, as casas e telhados típicos da comunidade, as artes em grafite que cercam as favelas de arte brasileira, posters e artes do nosso querido Lúcio nas paredes e demais estruturas que formam nossa comunidade.

O que mais chama a atenção nesse cenário é que se o jogador olhar para o lado de fora do cenário, dá para ver a praia e prédios luxuosos, dando o contraste da desigualdade social que temos aqui no Brasil e não só no Rio de Janeiro, mas sim em todas as grandes cidades do país, sendo assim uma boa crítica social que ainda é alvo de discussão em diversas ocasiões. E sim, dá para ver também os famosos bondinhos do Pão de Açúcar. E, não, não temos aqui o Cristo Redentor…

Nota da analista: o que eu mais amo nesse cenário são os detalhes dos mercadinhos e bares que são representados fielmente ao que temos aqui no Brasil. Ver o letreiro do “Bar do Peixuxa” e a palavra coxinha nas paredes é simplesmente sensacional rs!

Os Heróis Realmente Nunca Morrem?

Overwatch, em todos esses anos de franquia ativa, teve e tem seus altos e baixos e mesmo com o desânimo dos jogadores atualmente devido às várias modificações que o game sofreu, sempre é bom juntar os amigos, formar aquela equipe e se divertir com os modos casuais, até mesmo em alguns eventos comemorativos que sempre são ativados em datas comemorativas como Natal, Halloween, Páscoa, entre outros.

Pensando na franquia como um todo, Overwatch desde a sua concepção foi pensado para ser um jogo cuja palavra chave que o definisse fosse “diversidade”. Tal conceito é levado à risca com a quantidade de personagens diferentes que nos são apresentados. A história de Overwatch é protagonizada por personagens de diferentes origens, etnias, nacionalidades, trejeitos, entre outros. Para além do cosmético, a diversidade também se reflete no estilo de gameplay que cada personagem possui. Certamente vai ter um herói que você vai sentir que foi feito pensando em você. É uma experiência de pertencimento divertida.

Overwatch 2 está disponível gratuitamente para Playstation 4 e Playstation 5 (nesse caso, é necessário assinar a PS Plus para jogar online), Xbox One, Xbox Series S|X, Nintendo Switch e PC (via Battle . net e Steam). Os Passes de Batalhas sempre estão disponíveis para compra através do próprio game ou por meio da Battle.Net (linkando diretamente com a conta e email usado para jogar o game).

Passe de Batalha Premium, Pacote Inicial da 7ª Temporada, Coleção Completa de Heróis e Pacotaço LE SSERAFIM cedido pela Blizzard através da assessoria Theogames.

Colaborou com esta análise: Caio Vale
Colaborou com a revisão deste texto: Natália Sampaio

Pontos positivos:
Conexão cross plataforma funcional;
Diversidade tanto nos personagens como na gameplay;
Cenários cativantes.
Pontos negativos:
Pay-to-win atualmente bastante caro no game;
Constantes mudanças nos personagens;
Partidas desequilibradas.
7