Arte: Frank Alcântara

Análise – Street Fighter 6 – PlayStation 5

Quando a Capcom lançou Street Fighter V, em 2016, eu estava completamente coberto pelo hype. Todo lançamento da série mexeu muito comigo, afinal, Street Fighter II foi um dos jogos que me fez gostar de vídeo games e me introduziu no gênero de jogos de luta. Infelizmente, embora não fosse um jogo ruim, SFV demorou a mostrar seu potencial e muitas pessoas, incluindo eu, largaram o jogo, só retornando um tempão depois. A promessa da Capcom com Street Fighter 6 era fazer tudo diferente, desta vez trazendo veteranos de volta e atraindo novatos para as batalhas de rua. E aí, deu certo?

Gustavo, Just e Natália Sampaio na BGS do dia 7 de outubro

Desde que joguei Street Fighter 6 na Brasil Game Show de 2022, eu senti que era algo especial. Eu saí do stand da Capcom com um sorriso de orelha a orelha e fiquei mais feliz ainda quando ganhei um poster autografado pelos produtores do jogo que lá estavam, inclusive, junto com a Equipe do REVIL, que me acompanharam na fila. Foi um momento legal, que por si só, já me foi especial. Acho que desde aquele momento, eu já sabia que iria gostar desse jogo, mas não estava preparado para o quanto eu iria gostar.

Capcom na Brasil Game Show de 2022; Street Fighter 6 foi destaque – Foto: Fred Hiro

A ordem aqui é simples: Street Fighter 6 é um jogo para TODOS. Você gosta de competir? É para você. Gosta de jogar o modo campanha? Também é para você. Prefere jogar com os amigos e não manja nada de jogos de luta? Você também se encaixa aqui. Obviamente, os veteranos, também. Mas, vamos por partes, já que o conteúdo é rei no novo jogo da série.

Começando pelo modo World Tour, tão aguardado modo história do jogo. Aqui, nós criamos nosso avatar e nos aventuramos em Metro City e outras localidades da série Street Fighter para descobrirmos o verdadeiro sentido de lutar. Além de acompanhar parte da narrativa do novo jogo, também nos deparamos com várias faces conhecidas, como Ryu, Ken, Chun-Li, Guile e até nosso querido lutador brasileiro, Blanka. Esses personagens, além de serem tratados com o respeito devido como as lendas que são, vão contar um pouco de sua trajetória como guerreiros e até podem te ensinar algumas habilidades, já que você pode ter vários desses personagens como professores. O modo World Tour por si só tem bastante coisas para se fazer e é a experiência single player mais profunda da franquia, sem sombra de dúvidas. Fãs da série vão se deliciar com esse mundo e cair de cabeça na jornada que a Capcom preparou.

Para aqueles que gostam do bom e velho modo Arcade, clássico de outros jogos, podem ficar tranquilos. O modo está de volta, do jeitinho que merecemos. Aqui podemos ver um pouco mais das motivações pessoais de cada um dos personagens nesse novo capítulo da série, além de podermos escolher a dificuldade e o tamanho da nossa jornada no modo. É possível escolher um caminho curto, com cinco lutas e outro maior, com doze. Ao zerar somos recompensados com lindas artes conceituais. Além disso, para aqueles que não se sentem confortavéis em competir online, existe um robusto modo de treinamento, ensinando como executar todas as mecânicas de combate, combos e habilidades de cada um dos lutadores de Street Fighter 6. É um modo muito completo e caprichado, feito com muito carinho e reforçando a proposta de Capcom de trazer o SF mais acessível da série até aqui.

Isso é tão verdade que o estúdio trouxe três diferentes layouts de controles: o clássico, para jogadores veteranos com o esquema de seus botões da série, o moderno, com um layout mais simplificado e o dinâmico, que é menos complexo ainda. Com isso, tanto os jogadores mais antigos quanto os novos possuem formas de se jogar que se aproximam mais do seu nível naquele momento. O layout moderno, para quem não tem costume com jogos de luta, é uma excelente pedida para aprender o jogo e se acostumar com ele. A medida que você for se acostumando, os embates online vão se tornando um pouco mais difíceis, mas até lá, é tempo suficiente para poder se acostumar. O jogo tem um sistema de ranqueamento bem justo, que para jogadores iniciantes, é perfeito. Você não cai de elo, dependendo do elo que estiver, então até certo ponto do jogo, jogar partidas ranqueadas não dão necessariamente punição, deixando assim o jogador mais tranquilo ao jogar, já que mesmo que perca uma luta, ele não será punido.

As novas mecânicas do jogo, chamadas de Driver Rush, Driver Reversal, Driver Impact e por fim, o Burnout, são muito fáceis de entender e até de dominar, fazendo com que o jogador não necessariamente precise usar todos esses recursos para ganhar lutas, apenas usando o que se encaixa melhor no seu estilo de luta para criar assim, suas estratégias. Isso tudo, além de deixar o jogo menos frustrante e acessível, torna Street Fighter 6 também um jogo divertido acima de tudo.

Certamente a maior parte da minha jogatina foi no modo online, dentro do novo Battle Hub da série. É um ambiente online feito por salas, onde se assemelha a um grande arcade, com vários fliperamas para se jogar com os amigos. É quase como reunir todos eles naquele fliperama de bairro, sabe? Mas online. No Battle Hub nós entramos com o nosso avatar, o mesmo que fizemos para o modo história e podemos assistir partidas, pedir para entrar na fila, desafiar jogadores e até entrar em uma disputa de avatares. É muito legal!

Além disso, temos lojas com acessórios para os personagens, podendo personalizar seu personagem, o deixando cada vez mais próximo do que deseja. As opções de personalização são muito grandes e criativas, podendo criar literalmente o que você quiser. Tanto o Battle Hub quanto o sistema de personalização de Street Fighter 6 são influências de outros jogos como os de Arc System Works e das séries Tekken e Soul Calibur, da Bandai Namco, mas é perceptível o cuidado e carinho que a Capcom teve em criar a sua própria versão, dando aos jogadores algo realmente especial. Ainda é possível jogar dentro do Battle Hub jogos clássicos como Street Fighter II e Final Fight, na íntegra. Tudo isso é reforçado pelo excelente sistema de rollback, mantendo a conexão sempre boa, independente contra quem ou quão longe você está do seu oponente.

Street Fighter 6 não é só uma continuação, mas uma celebração a um dos maiores e mais importantes jogos de luta e, por que não dizer, um dos jogos mais importantes da história. O trabalho da Capcom é simplesmente fenomenal, e eu realmente não consigo apontar pontos negativos aqui, porque tudo funciona maravilhosamente bem e a cada hora que passo com esse jogo, mais eu o amo com todo meu coração. Como jogador de jogos de luta que sou, estou muito feliz com SF6. Como fã da série, eu não poderia estar mais contente. É um jogo maravilhoso que conserta tudo que não funcionou no quinto jogo da série e dá um passo além no futuro do seu gênero.

O jogo foi analisado no PlayStation 5 em cópia digital cedida pela Capcom Brasil. O texto não representa a opinião do REVIL como um todo e sim do autor da análise.

Pontos positivos:
Single player divertido e cheio de conteúdo;
Personagens carismáticos;
Músicas e direção de arte completamente harmonizadas com a proposta;
Online perfeito para veteranos e novatos;
Novas mecânicas descomplicadas;
Um Street Fighter feito para todos.
10