Progenitor Vírus

Origem: Vírus encontrado na flor Sonnentreppe.
Criado/descoberto em: 1966
Por: Brandon Bailey, Ozwell Spencer (fundador da Umbrella) e James Marcus (fundador e pesquisador da Umbrella)
Cura/tratamento: Não.
Presente em: Resident Evil, Resident Evil CODE: Veronica, Resident Evil: Remake, Resident Evil Ø, Resident Evil: The Umbrella Chronicles, Resident Evil 5

O Progenitor vírus foi o alicerce base de toda a fundação da Umbrella. Foi para encobrir as pesquisas com ele que Ozwell Spencer, James Marcus e Edward Ashford fundaram a Umbrella como indústria farmacêutica.

O Progenitor, ou vírus Mãe, tinha propriedades fantásticas, mas uma série de restrições e problemas para o cultivo da flor Sonnentreppe fizeram com que o desenvolvimento do vírus e das pesquisas em torno dele, fossem mais problemáticas do que imaginavam os três fundadores da Umbrella.


A descoberta

Anos 1960

Durante o século XIX, Henry Travis, irmão caçula da família Travis, fundadora da Travis Trading, realizou expedições à África e fez um conjunto de anotações sobre diversos aspectos do continente, como registros de animais, plantas e da cultura dos nativos. A partir das anotações de Henry, a Travis Trading instituiu uma base na África, passou a explorar recursos naturais locais e a recolher amostras de animais e vegetais da região.

Ozwell E. Spencer teve acesso aos dados coletados por Henry Travis e ficou extremamente interessado pelas descobertas. Seu principal interesse estava nas informações sobre a cultura de uma tribo denominada Ndipaya. Seguindo as pistas de Travis, James Marcus, Ozwell E. Spencer e Edward Ashford comandaram uma expedição ao Oeste Africano em setembro de 1966. Foi encontrada uma planta utilizada nos rituais da tribo Ndipaya e descrita por Travis, que era cultivada em um jardim subterrâneo, chamado “Jardim do Sol”. A flor da planta era utilizada para a escolha do chefe do grupo e selecionar os guerreiros mais fortes, os únicos capazes de sobreviver aos efeitos tóxicos da planta, e que se tornariam ainda mais poderosos ao consumí-la. Spencer estava extremamente interessado nessas informações e os membros da expedição passaram a investigar a planta.

Em dezembro de 1966, um vírus capaz de recombinar o DNA de organismos vivos foi isolado por Ozwell E. Spencer, Edward Ashford e James Marcus a partir da Sonnentreppe. Batizado de Progenitor, este é um vírus de RNA, também chamado de Retrovírus*.

Em fevereiro de 1967, amostras da Sonnentreppe e do Progenitor foram levadas aos Estados Unidos para a produção de vírus em massa. O grupo tentou cultivar a planta contendo o vírus fora do seu ambiente original, mas, embora as plantas crescessem, não continham o Progenitor. Isso acabou forçando a permanência de James Marcus e um aluno, Brandon Bailey, na África. Bailey e Marcus buscavam formas de descobrir qual era o fator que influenciava no aparecimento do vírus na flor da Sonnentreppe, como mudanças no solo, temperatura e exposição à luz. Neste mesmo ano, Spencer passaria os laboratórios secretos abaixo da mansão que mandou construir nas Montanhas Arklay, nas redondezas de Raccoon City, como centro de pesquisas do Progenitor. As descobertas com o vírus estimulam Spencer a pensar em abrir uma empresa farmacêutica de fachada para financiar as pesquisas com o Progenitor.

As primeiras cobaias do projeto foram membros da família de George Trevor, o arquiteto da construção. Jessica e Lisa Trevor, respectivamente esposa e filha de George, receberam duas variantes do vírus. Jessica recebeu o Progenitor Tipo A e Lisa, o Tipo B. O vírus falhou em se estabelecer em Jessica, que não resistiu e morre em três dias, mas mostrou potencial em Lisa, que foi colocada em observação. Nela, foi observada plasmólise de tecido durante a ativação celular e houve fusão do vírus com as células, ainda que com atraso. Após a administração do Progenitor, Lisa apresentou alterações comportamentais – ao mesmo tempo em que se tornou bem mais agressiva, agia em alguns momentos como uma criança, em busca de sua mãe. Lisa também se tornou mais resistente e forte; tinha a perturbadora peculiaridade de arrancar os rostos de suas vítimas e colocá-los sobre o próprio. A observação mais marcante é que as repetidas tentativas de destruí-la falharam: Lisa parecia resistir à morte, independente do que fosse feito. Ela acabou mantida em segredo por Spencer no laboratório em Arklay e usada posteriormente como cobaia da Umbrella por muitos anos.

Fundação da Umbrella, Projeto W, e o desenvolvimento de novos vírus

1968 – 2008

Em 1968, Spencer, Ashford e Marcus fundam a Umbrella Corporation, como uma empresa farmacêutica de fachada para o financiamento da pesquisa do Progenitor e no desenvolvimento de armas biológicas. O Centro de Treinamento de profissionais fica a cargo de James Marcus, com o objetivo de desenvolver uma nova geração de funcionários-modelo para servir ao futuro da empresa. Em julho do mesmo ano, Edward Ashford acaba morrendo após contrair o Progenitor acidentalmente.

Enquanto tudo vai muito bem em Raccoon City, Brandon Bailey permanece na África, enviando amostras do Progenitor para os Estados Unidos, já que não houve possibilidade de cultivar a planta contendo o Progenitor fora do Jardim do Sol. A permanência dos pesquisadores nas terras da tribo Ndipaya começa a gerar conflito com os nativos. Com isso, a Umbrella passa a travar uma disputa para tomar o Jardim do Sol para si. Ao conseguirem expulsar a tribo do Jardim do Sol, a Umbrella inaugura seu Centro de Pesquisas na África.

Em 1977, Marcus aprimora o Progenitor a partir da inserção do DNA de sanguessugas no vírus, criando uma nova linhagem, o T-Vírus. Posteriormente, o Progenitor também serviria de base para o desenvolvimento do vírus T-Veronica por Alexia Ashford.

Embora a pesquisa do Progenitor e de suas variantes, como o T-vírus, visassem à produção de armas biológicas, Spencer possuía um plano próprio. Seu objetivo era semelhante ao dos rituais da tribo Ndipaya: selecionar os indivíduos superiores do planeta, e conferir a eles capacidades especiais. Com essa raça superior de seres humanos ao seu lado, Spencer buscava ser nada mais nada menos do que uma espécie de deus.

Para alcançar seu objetivo, Spencer iniciou o Projeto W, ou Plano Wesker. O objetivo primordial de Spencer era impulsionar a seleção natural na população. Esse estágio forçado de evolução poderia dar aos humanos sobreviventes aumento na força e inteligência, mas não afetaria a lógica ou características gerais. Para evitar que a seleção de indivíduos indesejáveis ao projeto, centenas de crianças nascidas de pais de intelecto superior, de várias nacionalidades, foram recolhidas e Spencer passou seus valores a essas crianças. A elas foi dado o sobrenome Wesker, e após o fim de sua doutrinação, foram colocadas em ambientes controlados em vários locais do mundo, sob o olhar da Umbrella e todas receberam a melhor educação disponível no local onde estavam.

Em determinado estágio de suas vidas, os indivíduos selecionados pelo projeto Wesker deveriam receber uma amostra do vírus Progenitor, para fazer transparecer as crianças Wesker mais capacitadas – as sobreviventes fariam parte de um mundo de seres especiais, liderado por Spencer.

Albert Wesker foi um dos indivíduos escolhidos para fazer parte do Plano Wesker. Demonstrando grande potencial, foi selecionado para trabalhar como pesquisador aos 18 anos no Centro de Treinamento da Umbrella, em 1977. Em 1978, ele passa a trabalhar no laboratório da Mansão Spencer, em Arklay. Vinte anos depois, ele recebeu uma amostra de uma variante do vírus Progenitor do colega de trabalho, William Birkin.

Birkin enviou um memorando a Albert contando alguns detalhes e instruções para o uso do vírus, que viria de um estoque de mutações. Para o vírus produzir seus efeitos, a pessoa infectada deveria ter a morte revertida; para isso, o vírus deveria ser injetado 5 minutos antes da morte. Albert pôs-se em frente à cápsula do Tyrant no laboratório em Arklay de propósito, para ser atacado e morto pela criatura, esperando que o vírus revertesse sua morte e ele pudesse usufruir das modificações fisiológicas geradas por este. Havia o risco de 10% de sua morte não ser revertida, e de 20% de ressurreição sem efeitos maiores. Albert estava no grupo dos 70% bem sucedidos que conseguiam voltar à vida e apresentar modificações na circulação sanguínea, na atividade muscular, que resultavam em força e agilidades sobre-humanas. Albert foi uma exceção. A maioria das crianças Wesker morreu, restando apenas outro sobrevivente, Alex.

O equilíbrio entre Wesker e seu vírus não era perfeito. Para controlar as prováveis mutações desfavoráveis, ele precisava fazer uso do PG67A/W, um soro, provavelmente desenvolvido pela Tricell, que deveria ser utilizado em quantidades precisas.

O fim de um Deus

2008

Com o fracasso do Projeto W, que acabou se mostrando seletivo demais com as cobaias, Spencer viu seu ideal de ser um deus ruir enquanto a idade o corroía. Contando com as pesquisas desenvolvidas por Alex Wesker, Spencer pretendia reverter os efeitos da velhice avançada com um vírus da imortalidade. Uma outra característica do Progenitor era suprimir encurtamento dos telômeros** do DNA, regredindo assim o processo de envelhecimento. Spencer acreditava que estudando o Progenitor, poderia descobrir uma forma de tornar-se imortal. No entanto, as esperanças de Spencer são totalmente frustradas pelo desaparecimento de Alex e dos dados da pesquisa. Ironicamente, Spencer teve seu fim não pela idade, mas sim pelas mãos de Albert Wesker, sua criança mais promissora.

Em 2007, a Tricell reabre o antigo Centro de Pesquisas da Umbrella na Áfica. A mando de Excella Gionne e Albert Wesker, os pesquisadores da empresa conseguiram extrair o vírus Progenitor da flor da Sonnentreppe. A partir do vírus, a Tricell desenvolveu armas biológicas como o Licker Beta.

As descobertas da Tricell no Jardim do Sol também deram origem ao desenvolvimento do vírus Uroboros, provavelmente uma variante do Progenitor. O Uroboros seria usado por Wesker em planos semelhantes ao de Spencer, para selecionar uma raça superior de seres humanos.

* Os vírus de RNA são mais susceptíveis a mutações por não possuírem um mecanismo de correção de erros durante a duplicação do seu material genético.
** Telômeros são porções do DNA que são constituídas de proteínas e material genético não codificante (que não geram proteínas) que se repetem diversas vezes. A cada divisão celular, uma parte dos telômeros é perdida. Ao longo da vida do indivíduo, vários pedaços dos telômeros são perdidos, resultando em um impedimento da multiplicação celular, e portanto da renovação de células. O encurtamento dos telômeros é, portanto, a grande causa do envelhecimento.