Jogos da franquia Resident Evil estão, aos poucos, ganhando opção de interface e legendas em espanhol latino-americano. O primeiro que recebeu o tratamento foi o remake de Resident Evil 4, que já foi lançado no dia 23 de março deste ano com o conteúdo. As atualizações em si vieram logo após, com Resident Evil 7 e o “novo” espanhol em 8 de maio, Resident Evil Village em 25 de junho e, mais recentemente, o remake de Resident Evil 2 em 13 de agosto.
É uma vitória para um público antes desassistido, de certa forma, pela Capcom. O espanhol latino-americano possui diferenças em relação ao espanhol (da Espanha), tal como há aquelas entre o português do Brasil e o de Portugal. Não é a toa que a inclusão, mesmo que tardia, tenha sido feita em Resident Evil – é só analisar o cenário internacional do entretenimento, onde latino-americanos tem se destacado. Isso movimenta públicos. Públicos esses que podem ser atingidos pela mudança, positiva, nos jogos.
Mas tá, deixa eu falar do português. É fato que nós, brasileiros, representamos um público maior. Prova disso é que o Brasil aparece entre os 5 principais países em comercialização de jogos – ao lado de Japão e Estados Unidos, por exemplo (via Relatório Integrado de 2022). O mercado é multimilionário por essas bandas e poderia ser ainda maior se títulos que não possuem legendas na nossa língua fossem atualizados. É o caso de Resident Evil, Resident Evil 0 e Resident Evil 5, somente disponíveis em inglês.
Durante suas apresentações para investidores, a Capcom tem falado sobre a performance de jogos de catálogo e como tem tentado manter o interesse por franquias com promoções e ações. A empresa também tem dado sinais de que escuta alguns pedidos e agradecido pelo feedback da comunidade, como no caso da inclusão do espanhol latino-americano. Há quem já peça até por uma nova dublagem, pois “espanhol não é só a Espanha“. Os fãs devem pedir e se movimentar para chamar a atenção. É assim que algum resultado pode ser alcançado.
Voltando a falar do português, ocasionalmente, nas redes que sigo, vejo alguém comentar sobre a ausência da língua em algum Resident Evil. A Capcom se “esqueceu” do Brasil até em um lançamento mais atual, com Ghost Trick: Phantom Detective. Ficar quieto é deixar naquela do “tá ruim, mas tá bom”, ou na idiotice de forçar o coleguinha a aprender inglês. Queria ter o primeiro remake de Resident Evil em português, tal como o Zero e Resident Evil 5. As atualizações dos outros, com o espanhol latino-americano, provam que é possível fazer. Se vamos ter? Daí é outra história!