Arte: Frank Alcântara

Analisamos os teasers de Resident Evil: A Série

Com a volta da Geeked Week, evento da Netflix que vai acontecer entre os dias 6 e 10 de junho, eram esperadas mais novidades da série em live-action da franquia Resident Evil da plataforma de streaming. Antes mesmo do período indicado, fomos surpreendidos com o lançamento de dois teasers no dia 12 de maio. Como de costume, a Equipe REVIL costuma analisar esses tipos de conteúdo.

No artigo a seguir, Paloma Cristini, a eterna companheira do REVIL, vai destrinchar esses dois teasers para descobrir o que podemos encontrar (ou não) de novo ou de familiar nessa série original da Netflix. Os materiais foram analisados isoladamente.

Primeiro teaser

Bem-vindo a Nova Raccoon City

 

No começo do primeiro teaser, temos uma apresentação rápida de Billie e Jade Wesker, filhas de Albert Wesker, e a ida das garotas para o complexo Nova Raccoon City no ano de 2022. Parando nesses minutos iniciais, podemos ver várias coisas já ligadas à franquia, como a entrada do complexo com o logo da Umbrella Corporation, seguido da famosa placa “Welcome to New Raccoon City”, sendo uma perfeita referência à entrada da cidade icônica que tanto amamos (e que não existe mais…).

Vemos rapidamente, também, que o local está constantemente sendo vigiado por câmeras e é cercado de muros, com casas em tom branco padrão e, no seu centro, um grande prédio redondo. Bom, para os fãs mais experientes, sabemos que é ali onde toda a merda irá acontecer.

Complexo da WilPharma em Harvardville – Resident Evil: Degeneração (imagem via Resident Evil Podcast)
Visão noturna da Nova Raccoon City de Resident Evil: A Série

Com a fala do próprio Wesker, que está no carro com as meninas, dizendo que elas irão adorar o local, se seguem cenas de dentro do complexo, com o que seriam os moradores do local tendo uma “vida melhor”. Uma das moradoras chega a tomar alguma coisa em uma garrafa com o logo da Umbrella nele.

Seguindo os minutos após, vemos Albert Wesker dentro de um laboratório, com amostras de sangue de Billie e Jade Wesker, provavelmente usando-as e testando-as em um rato as várias reações que o animal tem quando injetado com essas amostras. Vemos as irmãs sempre juntas, tanto dormindo quanto nas instalações do laboratório, parecendo estar esperançosas sobre algo.

Tirando todo o fan service mostrado aqui, como o guarda-chuva vermelho no laboratório, o rato (já que é o animal que foi o principal vetor da contaminação de Raccoon City na franquia) e um laboratório lembrando o qual William Birkin trabalhava em Resident Evil 2, o que mais se pode prever aqui é uma possível principal trama do enredo: em entrevista com o programa digital Xplay, o ator Lance Reddick, responsável por encarnar/ressuscitar Albert Wesker, afirmou que Resident Evil: A Série será sobre um “grande drama familiar”.

Vamos lembrar aqui, rapidamente, a trama roteirizada no filme Resident Evil 2: Apocalipse, onde o cientista Dr. Ashford tinha uma pesquisa secreta da Umbrella em cima do T-Vírus para curar sua filha Angela Ashford de uma doença degenerativa – problema que ele também tinha, forçando-o no uso de uma cadeira de rodas. Para poupar a filha desse futuro, o Dr. Ashford desenvolveu a tal pesquisa, com uma “cura” sendo injetada em sua filha quando Raccoon City foi contaminada.

Resident Evil: A Série pode trazer a mesma premissa, no qual Wesker quer salvar suas filhas de alguma doença degenerativa em cima do estudo do T-Vírus, disponível pela Umbrella (isso tem mais fundamento com uma frase dita dele no segundo teaser, que falaremos mais a fundo ainda neste artigo).

Porém, se seguirmos toda a ideia inicial da franquia de games, com um pesquisador original, Ozwell E. Spencer, resultando na raiva e na ideia de supremacia em Albert Wesker devido ao programa “The Wesker Children” (As Crianças Wesker), podemos ter a volta do vilão mais famoso de todos os tempos de alguma forma!

Sim, isso pode ser possível. O showrunner da série, Andrew Dabb, em entrevista ao site Gizmodo, disse que os jogos estão presentes por trás da história do live-action e que “tudo que aconteceu nos jogos, [também faz parte] deste mundo na linha temporal em que ocorreram”. O site cita, por exemplo, a explosão de Raccoon, que teria acontecido na mesma série em 1998, conforme o profissional dá a entender. Ou seja, voltando à Wesker, podemos ter uma explicação de como ESSE cara volta a vida após o vulcão de Resident Evil 5 e, principalmente, continua trabalhando para a Umbrella, uma empresa que traiu já em Resident Evil 1. “Há uma boa razão pela qual Wesker está de volta”, afirma o showrunner.

As próximas cenas já pulam para uma nova linha do tempo do enredo: vemos Jade Wesker se levantando em uma estrada deserta com tudo ao seu redor destruído e com aspecto pós-apocalíptico, mostrando na tela que a moça está em Londres no ano de 2036.

Todas as cenas a seguir e até terminar o primeiro teaser são recheadas de ação e eventos específicos, sendo muito difíceis de decifrar o que os provocaram, mas vamos tentar pegar o que mais chama a atenção:

  • No segundo 0:32, temos a primeira visão de um abrigo com algumas pessoas tentando sobreviver à recente horda de zumbis. Jade está presente. Temos aqui a chance de ver como será o visual e toda a maquiagem usada para dar vida aos principais e mais importantes inimigos da franquia: os zumbis;
  • No segundo 0:38, temos uma sequência de fuga pelo o que seria aos olhos do inimigo. Podemos chutar um deles que se parece um Cerberus/Zombie Dog ou um Licker;
  • No segundo 0:41, vemos um personagem um tanto diferente, não se assemelhando a nenhum personagem conhecido da franquia. Isso pode ser o indício de que, mesmo sendo inspirado e obtendo bastante coisas da franquia de games, a série também terá suas exclusividades;

  • Nos próximos segundos, se juntarmos bem, podemos ter uma cena completa e inicial de como a instalação da Umbrella em Nova Raccoon City foi contaminada e o caos que se instalou, pois podemos ver o que seria Billie machucada e fugindo de algum inimigo. Vemos também a personagem da atriz Paola Nunez (ainda sem confirmação do nome), que se assemelha muito a Excella Gionne, e, devido sua possível posição na Umbrella, podendo ser de CEO, ser essencial na construção de todo o caos que se sucederá a essa contaminação. Também vemos Albert Wesker parecendo estar ajoelhado, passando as mãos no rosto em sinal de total preocupação, num cenário parecendo a instalação da Umbrella toda em vermelho, como sinal de evacuação. Será que Wesker se arrepende o resultado? Como bônus, temos uma cena nessa sequência onde aparece um Licker atacando um sobrevivente. Então, sim, CONFIRMADO LICKERS NA SÉRIE!
  • Há também um provável Tyrant?

  • Nos minutos finais, é uma mistura de ataques de vários inimigos a vários sobreviventes, cenas do que parece ainda ser as instalações da Umbrella iluminada em vermelho, cena da personagem da atriz Paola atacando alguma coisa, Albert Wesker tentando informações de alguém, drones atacando Jade e, no final, um Cerberus.

O que podemos concluir aqui é que, provavelmente, em algum momento, algo irá acontecer com Billie Wesker, já que ela não apareceu em nenhuma cena no pós-apocalítico e isso pode ser o que guie Jade Wesker a sobreviver a todo o caos que o T-Vírus causou no mundo – talvez para vingar o destino da irmã ou saber o que aconteceu com ela (isso seguindo o raciocínio inicial de que possivelmente Albert Wesker quisesse salvar suas filhas).

Segundo teaser

Apresentando Joy

 

O segundo teaser ficou por um tempo “escondido” em um hotsite de divulgação de Resident Evil: A Série, umbrellaisjoy.com, e depois foi compartilhado em todos os canais oficiais da Netflix no YouTube e demais redes. Surpreende os fãs por apresentar coisas que complementam o primeiro material. Nos minutos iniciais, o teaser tem a cena de uma reunião liderada por Albert Wesker nas instalações da Umbrella, apresentando a nova medicação da empresa farmacêutica: Joy. Wesker explica que essa nova pílula é um antidepressivo que pode curar TOC, reduz ansiedade e aumenta a concentração, sendo o mais novo “milagre” da empresa, porém adverte que a nova medicação tem o T-Vírus em sua composição, que pode criar “monstros”.

Aqui, como mencionado anteriormente nesta postagem, essa complementação pode fundamentar a ideia de que Albert Wesker estava estudando o T-Vírus para uma possível cura das suas filhas, Jade e Billie, ou para uma das filhas, já que Billie não aparece em nenhuma das cenas no pulo de tempo que a serie sofrerá. Nas cenas seguintes, vemos várias misturas na qual podemos destacar alguns acontecimentos:

  • Primeira aparição das famosas aranhas gigantes, icônicas nos primeiros games da franquia;

  • Aparição, mais uma vez, de um Cerberus, outro inimigo importante da franquia;

  • Aparição mais nítida do Licker em frente a Jade;

  • Cenas da polícia a caminho e dentro do que parece as instalações da Umbrella;
  • A seguir, vários ataques a zumbis e Lickers;
  • E para completar, uma surpresa: a aparição da Grave Digger, inimigo que deu alguns pesadelos para os jogadores em Resident Evil 3: Nemesis – ou Gulp Worm, de Resident Evil CODE Veronica, como alguns também especulam que possa ser.

  • No final, temos a personagem da atriz Paola, ainda não identificada, falando comicamente sobre saber o que contém a droga e falando sobre advertência ao uso, mostrando que a Umbrella vai continuar fabricando e distribuindo a pílula Joy mesmo com a grave possível consequência, o que pode ter sucedido todo o caos.

Resident Evil: A Série teve esse seu segundo teaser totalmente focado nos inimigos que aparecerão na série e que toda a infecção pode ser resultado dessa nova medicação Joy, algo bem característico do enredo da franquia. Os produtos da Umbrella eram conhecidos como milagrosos nos jogos, porém, como podemos perceber, a série dá claramente o tom das experiências que a empresa sempre fez com seus produtos, ligando assim uma parte essencial entre esses dois mundos, o conhecido dos gamers e o live-action.

Além disso, podemos ver que Joy terá um mascote, um ursinho de pelúcia, outra referência de uma parte muito lembrada dentro da franquia: muitos fãs ainda se lembram do chaveiro que Ada Wong deu ao Leon S. Kennedy no final de Resident Evil 4 com a chave de um jet-ski, né?

E também podemos lembrar do conteúdo extra Mocinha de Resident Evil Revelations 2, que teve como personagem o Lottie, ursinho de pelúcia da Natalia Korda. Isso sem contar o Mr. Raccoon, de Resident Evil 2 Remake.

Curiosidades:

  • Segundo o aplicativo TV Time, muito utilizado por quem ama organizar suas series, Resident Evil: A Série terá seu primeiro episódio intitulado “Welcome to New Raccoon City” e seu último episódio intitulado “Revelations”;
  • A música no primeiro teaser lançado é a I’d Like to Teach The World To Sing (In Perfect Harmony), da banda New Seekers. Resumindo, a letra fala sobre ver um mundo em perfeita harmonia, com todo o amor e felicidade que a paz pode trazer, construindo assim uma casa ou abrigo para acolhimento. Com a tradução, e tudo o que é mostrado no primeiro teaser, podemos interpretar que: a Umbrella ou somente o Albert Wesker está querendo um mundo mais obediente e superior, como visto em toda a supremacia do vilão e da empresa farmacêutica nos games; ou o possível querer “voltar a vida” de Wesker;

 

  • Joy pode ser a nova mascote grudenta e inesquecível na memoria dos fãs, já que o produto terá um jingle bem grudento (eu mesmo já estou escutando ele toda hora na minha mente, socorro…).

Esses dois teasers mostram rapidamente muitas das cenas de ação que a série irá ter, pelo visto. Porém, já deu pra destrinchar e mostrar que teremos bastante ligação com a franquia que tanto amamos, seja por puro fan service ou por situações que realmente irão ligar toda a série aos acontecimentos dos games e poder dar um futuro à própria franquia.

Um trailer completo de Resident Evil: A Série será mostrado no período da Netflix Geeked Week 2022 em junho. Resta agora esperar e torcer por mais algumas imagens inéditas e, quem sabe, mais alguma breve explicação do que será toda essa nossa Nova Raccoon City.

Resident Evil: A Série estreia dia 14 de julho na plataforma de streaming da Netflix, com oito episódios de cerca de uma hora cada.

Análise: Paloma Cristini
Revisão: Natália Sampaio e Ricardo Andretto