Capcom Fighting Collection 2 - PC (Steam) - Key art

Prévia – Capcom Fighting Collection 2 – PC (Steam)

Com a nostalgia cada vez mais como um nicho de mercado lucrativo, a Capcom tem apostado suas fichas em jogos do passado rodando em sistemas modernos. Apesar de parecer não fazer tanto sentido voltar no tempo, considerando que a companhia só avança em tecnologia – com a evolução do motor de desenvolvimento RE Engine – são os jogadores que ditam as regras e certamente são eles é que devem ser ouvidos.

Dando continuidade em relançamentos do passado, transportando os mais velhos para a época das locadoras e fliperamas, ao mesmo tempo que abre o leque cultural ao público mais novo no presente, uma nova coletânea de jogos de luta surge: Capcom Fighting Collection 2. O REVIL foi convidado a jogar alguns dos oito jogos em um período de Prévia. Gastei alguns “continue” e me diverti, como fiz quando tive a oportunidade de analisar Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics – o que é um bom sinal.



 

Entrando no quase passado

Tal como a coleção anterior de clássicos do arcade, Capcom Fighting Collection 2 traz um menu parecido de escolhas dos jogos. Não tive acesso ao primeiro Capcom Fighting Collection, por isso não vou saber comparar diretamente com ele – Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics vai nortear parte da visão. Os menus são parecidos e há possibilidade de jogar online ou offline, além de acessar um Museu (artes e músicas), prêmios do lutador (conquistas) e customizar a experiência de jogo.

Para esta Prévia, fui convidado a jogar mais diretamente Power Stone 2, Capcom vs. SNK: Millennium Fight 2000 e Plasma Sword: Nightmare of Bilstein. Também experimentei Capcom vs. SNK 2: Mark of the Millennium 2001, Project Justice e Street Fighter Alpha 3 Upper. Todos os jogos estão disponíveis em inglês ou japonês – é possível escolher a versão logo de início. Há pequenas diferenças entre alguns, mais notavelmente na dificuldade.

Já dentro dos jogos, quando acionado o Menu de Pausa, tal como na coletânea anterior, é possível acessar um cartão de instruções que se assemelha aos arcades, lista de golpes e configurar formas de controle e exibições, como o aspecto da tela. Há um slot de salvamento rápido que pode ser utilizado também.

Conquistas são legais, mas ainda é possível só se divertir inserindo as iniciais do nome depois de cada término no ranking interno dos jogos. Lembro bem que, por preguiça, sempre deixava o “AAA” nos arcades. Isso não mudou aqui, raramente quis deixar um “RIC” porque em geral sou só eu jogando e competindo comigo mesmo.

Uma visão geral Capcom

Capcom Fighting Collection 2 é uma coletânea voltada à nostalgia. Todos os jogos fluem muito bem e eu senti que estão melhor otimizados se comparados com o lançamento anterior, Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics, que apresentava alguns engasgos em determinados momentos. Talvez seja alguma influência de plataforma. Enquanto joguei Collection 2 no Steam, o Marvel vs. Capcom foi no Nintendo Switch.

Pude apenas experimentar os jogos offline, pois nenhum conectou online. O online, no entanto, claramente ainda estava recebendo ajustes, pois ao acessar os rankings, coisas estranhas com pontuações improváveis apareceram. Os oito títulos desta coleção podem ser jogados online. Mais do que isso? Não sou capaz de opinar.

O Museu é uma delícia, em especial as artes. Vale a pena perder alguns minutos só dando uma olhada nesses registros históricos.

Voltando ao Dreamcast

Todos os jogos presentes em Capcom Fighting Collection 2 foram lançados entre os anos 90 e 2000. A competição no mercado foi acirrada naquela época, o que levou a existência do saudoso Dreamcast. Os da série Power Stone, incluindo Power Stone 2, eram os mais conhecidos, mas há outros dois nesta coletânea que eu sequer tinha ouvido falar: Plasma Sword: Nightmare of Bilstein e Project Justice.

Plasma Sword: Nightmare of Bilstein e Project Justice não são títulos que considero indispensáveis em Collection 2. O Plasma Sword é o mais divertido. O 3D lembra a época de transição entre o PlayStation 1 e o Dreamcast. Sou um jogador casual de jogos de luta e acabei me dando bem com a jogabilidade, pois Plasma Sword não exige muita estratégia e nem é tão desafiador. Os adversários parecem bem aleatórios, com uma história bem rasa. Gastei 3 continues nele. É legalzinho, mas só.

Capcom Fighting Collection 2 - Plasma Sword: Nightmare of Bilstein

Project Justice é um jogo com mais história, contada meio que no estilo de quadrinhos. É claramente um título voltado ao público juvenil do Japão. Ao invés de estágios, o jogo avança por meio de episódios com as lutas. Os cenários são fantásticos, mas a movimentação nas lutas não prendem muita a atenção. Pior é: os personagens parecem muito duros, o que condiz bem com um controle arcade – mas pode frustrar quem usa um joystick. Não é um jogo para quem procura casualidade, pois os adversários sabem ser bem apelões. Funciona como um jogo arcade (cortando a história) e como um comedor de fichas/continue – que raiva!. Não me dei bem, mas ganhei uma ou outra partida.

Agora Power Stone 2 é o meu queridinho. Lembro de pagar para jogar em locadora, tal como fiz com Resident Evil CODE: Veronica. É um dos melhores em Collection 2. O nível de loucura é maior do que um Super Smash Bros., mas este seria o Smash Bros. publicado no Dreamcast daquela época. O primeiro me prendeu muito e Power Stone 2 só elevou a doideira. Não é um jogo para ser muito compreendido em nível de história. É apertar o start e sair dando porrada, jogando objetos e coletando as Stones para virar um jiraiya.

Capcom Fighting Collection 2 - Power Stone 2

Power Stone 2 é o mais conhecido da era Dreamcast. Jogá-lo me lembrou das partidas sem pretensão do passado, fase sem muitas responsabilidades. O jogo possui 14 personagens e dá para ir experimentando entre os cenários. Tive apenas um nocaute enquanto joguei. A luta offline foi contra outros três jogadores CPUs. Imagino que no online, pelos desafios, fique ainda mais viciante. Só offline, e jogando sozinho, é algo que mesmo sendo legal, uma hora cansa.

Gastando fichas em modo Arcade

Três jogos que simulam mais o ambiente dos arcades tradicionais estão em Capcom Fighting Collection 2. Digo isso pois a cada “continue” senti como se estivesse gastando de verdade fichas em um fliperama. Sabe aquela raiva de ser derrotado somada à vontade de se vingar da surra que você acabou de levar? Pois é basicamente isso.

Não conhecia Capcom vs. SNK: Millennium Fight 2000, confesso. O jogo tem uma vibe futurista da virada do milênio. Traz alguns incentivos verbais (narrados) interessantes e escolhas iniciais de equipes da Capcom ou SNK. Gostei bastante, pois traz uma jogabilidade justa. Permite que o jogador aprenda no começo para depois os adversários começarem a dar aquela apelada. Precisei de 4 fichas/continues para chegar ao final pela primeira vez. Valeu a pena!

Capcom Fighting Collection 2 - Capcom vs. SNK: Millennium Fight 2000

Recomendo testar entre os grupos da Capcom e SNK. Nem sempre misturar personagens de séries distintas traz o melhor resultado possível entre os rounds. Capcom vs. SNK: Millennium Fight 2000 é tão gostoso que dá para passar jogando só ele durante algumas horas sem muita pretensão.

Street Fighter Alpha 3 Upper é outro delicinha. É mais descompromissado e causa poucos estresses. É basicamente uma evolução de Street Fighter II. Sou mais do time Ken e Ryu. Joguei alternando mais entre os personagens e foi bem fácil dar uns hadoukens sem ter de quebrar o controle. Dá chance aos jogadores de aprender antes de começar a apelar. Gastei algumas fichas nele – só não contei. É outro que dá para perder algumas horas sem nem ver.

Capcom Fighting Collection 2 - Street Fighter Alpha 3 Upper

Agora, um que traz muitos desafios é Capcom vs. SNK 2: Mark of the Millennium 2001. É o jogo com o maior número de personagens da Capcom e SNK. Precisei gastar 10 fichas/continues para chegar até o final. Alguns lutadores são mais efetivos contra determinados adversários, então precisa ir testando com as técnicas de luta que você aprende. Em alguns momentos eu fui finalizado sem nem conseguir dar um único soco no adversário.

Capcom vs. SNK 2: Mark of the Millennium 2001 não é um jogo fácil. Tomei um coro danado e quis, em alguns momentos, até descontar no controle a minha frustração. Mas é ir ajustando o estilo (groove) e adaptando os times para chegar ao final. Jogos de luta não são de muita história, o que não é diferente aqui, mas dá para ir experienciando.

É possível atualizar os sons de forma opcional, do clássico original a uma versão de narrador de 2025. É preciso configurar antes de iniciar o jogo. Pra mim não fez diferença e sinceramente o clássico traz uma sensação muito melhor.

Vale jogar

Depois de quase 5 horas mergulhado no universo de Capcom Fighting Collection 2, posso dizer que esta é uma coletânea que vale a pena. É divertido apostar as fichas nela.  É algo que respeita o passado e atualiza dinâmicas ao presente.

Capcom Fighting Collection 2 vai ser lançado no dia 16 de maio para PC via Steam, PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch. Também fazem parte da coletânea: Power Stone e Capcom Fighting Evolution.

Joguei a versão do Steam em código cedido pela Capcom Brasil. Configurações do computador: Windows 11, i9 2.80GHz, 32GB de RAM e placa de vídeo 4GB (NVIDIA GeForce GTX 1050 Ti).

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