Mais fotos e detalhes que envolvem Resident Evil: A Série foram divulgados pelo site Entertainment Weekly, que entrevistou o showrunner Andrew Dabb. O profissional revelou que a Umbrella tem como diretora executiva Evelyn Marcus (Paola Nuñez), filha do fundador da corporação e virologista James Marcus. A informação já havia vazado, tal como algumas outras, em janeiro do ano passado. Apesar de ser uma personagem que não existe nos jogos, Andrew afirma que “há algumas dicas que indicam que ela poderia”.
Na história, Evelyn dá seu jeito de mudar a trajetória da Umbrella já que o lance das armas biológicas não funcionou. A corporação passa a investir em produtos de consumo, como a droga Joy – que tem o T-vírus entre os ingredientes e com efeitos colaterais. O medicamento age milagrosamente contra doenças mentais, depressão e até TOC. Ao site, o showrunner diz que as pessoas não devem presumir que a droga é a única causa do surto de zumbis que toma conta do mundo e que é apenas uma peça do quebra-cabeça. “Como vamos falar no show, você teria que tomar muito Joy para se tornar um zumbi. Muito”, comenta. “Mas sempre que se está mexendo com o T-vírus, geralmente nunca acaba bem.”
Ao site, Andrew Dabb enfatizou que ele e roteiristas usaram os eventos e a mitologia dos jogos como o pano de fundo para lançar algo nova na franquia com Resident Evil: A Série. A Raccoon City original, por exemplo, continua existindo na história e os acontecimentos seguiram sendo encobertos pelo Governo dos Estados Unidos. Com poucas pessoas sabendo o que exatamente aconteceu por lá, surge a Nova Raccoon City, na África do Sul, onde vamos acompanhar Billie e Jade Wesker, filhas de Albert Wesker.
A Série, uma produção da Netflix, vai ter dois arcos temporais, um em 2022 e outro em 2036. O showrunner classifica, então, que há dois shows distintos, mas complementares entre si. “A esperança é que elas complementem uma a outra. A ideia é que vocês vejam a história passada no futuro e pensem ‘Espera! Como isso aconteceu?’ E então, mais tarde no episódio, ou dois episódios mais tarde, você terá a resposta. De certa maneira, a história do futuro em si é um mistério: Como as pessoas pararam lá? Por que essas relações mudaram? Tudo é explicado, mas é explicado da maneira enigmática que montamos a trama. Se você assistir, verá como todos os pontos começam a se conectar conforme a história progride”, afirma Dabb.
O primeiro episódio mostra a Jade Wesker do futuro, que é assombrada pelo seu passado. Ela tem um marido, Arj (Ahad Raza Mir), e um filho, só que vai se focar na ideia de que pode concertar as coisas.
A pandemia transformou praticamente o mundo inteiro em monstros com o T-vírus. Jade passa boa parte do tempo estudando e aprendendo como eles operam. “Nossos zumbis não são mortos-vivos. Eles estão infectados por um vírus. Todos tiveram um curso intensivo sobre vírus nos últimos anos [em um comparativo com a Covid-19]. Este vírus muda. Evolui e tem sua própria agenda”, conta Andrew Dabb. Alguma civilização ainda existe, mas ninguém vive uma vida normal com tudo isso.
James Foster, designer de produção da série, busca inspiração em O Mundo Sem Nós, de Alan Weisman, e o longa de 2006 intitulado Filhos da Esperança para visualizar essa versão futurista de Londres, reivindicada pela natureza, hordas de infectados e mutantes.
Enquanto isso, no arco de 2022 encontramos uma Jade mais jovem e quase irreconhecível, porém é possível ver deslumbres de Ella Balinska (Jade adulta) na atuação de Tamara Smart (Jade jovem) e vice-versa enquanto a história se desenrola em ambas linhas do tempo. As duas atrizes chegaram a ter o hábito de acompanhar as gravações uma da outra em seus dias de folga para estudar a interpretação da personagem.
“A Jade jovem é jovem”, conta Dabb. “Ela é sarcástica e mal humorada, mas ao mesmo tempo, no fundo, ela é o tipo de pessoa que leva as coisas muito a sério em tempos de crise. Pela maneira como ela foi criada, ela coloca barreiras ao seu redor. Jade é o tipo de pessoa que anda protegida por uma armadura.”
Já Billie, irmã da protagonista, leva uma vida mais vulnerável aos perigos da vida social adolescente. “Ela é uma personagem muito carinhosa e talvez um pouco menos franca que sua irmã, mas também é uma pessoa que luta contra seus próprios demônios. Ela é uma pessoa que se importa com o próximo e com os animais. Ela é vegana e apoia a PETA (ONG ambiental estadunidense), é o tipo de pessoa que não pisaria em uma formiga, ela a pegaria e levaria para fora de casa”, revela o showrunner.
Uma nova imagem curiosa é a de Billie brincando com uma lagarta, cujo site especula se não poderia ser a mesma lagarta gigante que ataca Jade em 2036. Sobre a questão, o diretor respondeu que talvez fosse, mas no mínimo, ela tem o objetivo de ser um curioso elo visual entre ambas linhas de tempo.
Jade e Billie vão se envolver com um outro adolescente, Simon, nascido e criado aos braços da Umbrella, mas sem saber o que a corporação é realmente – ele seria o filho de Evelyn Marcus.
O artigo original comenta que, por trás de todas as características aterrorizantes e absurdas que caracterizam Resident Evil, sempre há um elemento misterioso, como um quebra-cabeça para se resolver. Dabb afirma que essa essência persiste na série. “Claro, haverá cenas pesadas em determinados momentos, mas há um quebra-cabeça por trás das cenas que une ambas as narrativas. E ele começa com Jade Wesker.”
Resident Evil: A Série estreia dia 14 de julho na plataforma de streaming da Netflix, com oito episódios de cerca de uma hora cada. Mais novidades serão apresentadas na Geeked Week, evento que vai acontecer entre 6 e 10 de junho. Um trailer é esperado para o período.
Colaboraram com esta notícia: Nico Gomes (conteúdo) e Natália Sampaio (revisão)
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