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Análise – Apollo Justice: Ace Attorney Trilogy – PlayStation 4

Depois de termos vivenciado a trilogia dos primeiros Ace Attorney e dois dos grandes conteúdos do The Great Ace Attorney, está na hora de voltarmos aos tribunais para mais três aventuras cheias de mistérios e peças a serem investigadas, de pistas para serem encontradas, testemunhas para escutar e contradições para apontar: jogamos a trilogia do Apollo Justice: Ace Attorney Trilogy!

 

Antes de começar nesses novos casos, é bom dar uma lembrada de tudo o que aconteceu até aqui em Ace Attorney, né? Então segue as análises anteriores que o REVIL divulgou:

Nota pessoal e alerta: infelizmente, não consegui terminar as mais de 30 horas que cada game possui para ter uma experiência completa da trilogia, mesmo já jogando Ace Attorney: Apollo Justice. Aqui contarei em detalhes cada novidade que a franquia trouxe com esses três games e, claro, continuarei jogando para, caso necessário, atualizar esta análise. Todos os games da franquia requerem calma e paciência para serem aproveitados ao máximo, então decidi seguir desse jeito.

Nesta coletânea, a atenção total é ao novo protagonista da franquia investigativa, chamado Apollo Justice. Vou pouco a pouco, pois são três histórias diferentes.

Apollo Justice: Ace Attorney

Apollo Justice: Ace Attorney (conhecido no Japão por Gyakuten Saiban 4) foi originalmente lançado em abril de 2007 para Nintendo DS. É o primeiro game desta trilogia, que conta com algumas diferenças já no seu início.

O quarto game da franquia Ace Attorney se passa 7 anos após os eventos finais de Phoenix Wright: Ace Attorney – Trials and Tribulations. Jogamos com o advogado recém formado Apollo Justice, que já em seu primeiro caso tem que defender um cliente bastante especial: o próprio Phoenix Wright, acusado de homicídio. Com a total surpresa de ver o famoso advogado que controlamos nos primeiros games, e seu maior ídolo, agora no banco de acusação, o jogador terá que revirar pistas após pistas, testemunhas após testemunhas, até achar as contradições nesse e em outros casos para entender a verdade por trás da acusação de Phoenix Wright e tentar salvar o advogado. Com tudo isso já no primeiro caso, o jogador ainda é levado para os demais que irão interligar tudo e entender o porquê Phoenix Wright perdeu o direito de advogar e o que realmente aconteceu nos 7 anos de história não contada.

Em Apollo Justice: Ace Attorney temos 4 casos para resolver, cada um com aproximadamente 1h ou 2h30 de duração (é difícil ser investigador e advogado ao mesmo tempo…). Nesses casos, além de conhecermos melhor Apollo Justice, somos apresentados a mais personagens que já ficaram marcados em nossas memórias e corações:

  • Trucy Wright: pelo nome já denuncia, filha de Phoenix Wright (sim, Mr. Wright tem uma filha! Mas isso é explicado durante o game e não darei spoilers sobre, pois é uma história linda e marcante);
  • Kristoph Gavin: promotor e mentor de Apollo Justice em todo o seu processo para se tornar um advogado correto e no caminho certo para a verdade;
  • Klavier Gavin: irmão mais novo de Kristoph. Também é promotor e guitarrista em uma banda. Se tornando promotor aos 17 anos de idade, vai dar um trabalhinho para o Apollo Justice devido sua ampla experiência na área;
  • Ema Skye: temos a volta de Ema como detetive neste game, só que um pouco menos amigável. No entanto, ela é de grande ajuda durante todo o game. Tem um papel similar ao do detetive Dick Gumshoe nos primeiros games da franquia;
  • Phoenix Wright: o protagonista dos três primeiros games da franquia volta neste game totalmente mudado, com a personalidade mais sombria e misteriosa. Após ter sido expulso da comissão de advogados e não poder mais exercer a profissão, Phoenix se torna pianista num clube e, com a ajuda de Apollo, tenta resolver sua situação e conseguir seu distintivo de volta.

Phoenix Wright: Ace Attorney – Dual Destinies

Phoenix Wright: Ace Attorney – Dual Destinies (conhecido no Japão como Gyakuten Saiban 5 “Turnabout Trial 5”) foi originalmente lançado para Nintendo 3DS em julho de 2015. Conta com diversas novidades, já que esse seria o primeiro game a ser lançado da franquia após 8 anos de hiatus. Temos na história principal três protagonistas para controlar: as voltas de Apollo Justice e Phoenix Wright, e a mais nova adição ao time da Agência “Faz-Tudo” Wright, Athena Cykes.

Aqui, após 1 ano dos eventos finais de Apollo Justice: Ace Attorney, Phoenix Wright retoma seu direito de advogar e, também, um dos seus maiores medos vira realidade: entramos na era obscura do sistema tribunal, onde a justiça está sendo manipulada de várias formas, como com provas fabricadas e testemunhas falsas, deixando o povo ainda mais desacreditado na “justiça sendo justa”. Com uma corrida contra a corrupção do sistema tribunal, os três advogados juntam forças para que tudo ande o mais correto possível e, assim, reconquistar a confiança de seus clientes e do povo.

No game temos 5 casos para resolver e mais um episódio bônus. A duração é de aproximadamente 2h30 a 4h30 dependendo do avanço do jogador por caso, onde também vamos reencontrar alguns personagens já vistos na franquia e conhecer novos:

  • Athena Cykes: sendo a mais nova a se formar como advogada, Athena tem apenas 18 anos e traz consigo, além de bastante garra e determinação em suas defesas, o sistema de análise psicológica das testemunhas, tema central de seus estudos ainda na faculdade de Direito. Para aplicar tal estudo dentro do tribunal, ela conta com a ajuda de seu dispositivo tecnológico Widget;
  • Simon Blackquill: nosso principal rival nos dias de tribunal, Simon é o promotor dos casos que veremos no game, porém sua principal característica não está na pele pálida e aspecto obscuro, e sim por sua mais doida história – ele está cumprindo pena por homicídio e está a beira do corredor da morte, sendo designado pelo famoso promotor Miles Edgeworth para processar vários casos;
  • Bob Fulbright: detetive responsável pela investigação dos casos que serão investigados. Como seu principal lema é “Nós acreditamos na Justiça!”, Bob será um pouco arisco em nos passar algumas informações necessárias durante as investigações, porém nada que uma persuasão em nome da Justiça não funcione (saudades Dick Gumshoe…);
  • Trucy Wright: a filha de Phoenix Wright volta a nos acompanhar em investigações e recolhimento de pistas e afins, tudo para ajudar a agência do pai a se reerguer nos tempos sombrios da Justiça;
  • Miles Edgeworth: amigo de longa data de Phoenix Wright e um promotor excepcional, Miles volta aos tribunais após suas aventuras nos primeiros games da franquia;
  • Pearl Fey: e não é que a família Fey também tem uma rápida volta? A prima mais nova de Maya, agora bem crescida, está conosco novamente;
  • Klavier Gavin: o guitarrista que se tornou o pesadelo de Apollo Justice em seus primeiros casos como advogado também retorna neste game.

Phoenix Wright: Ace Attorney – Spirit of Justice

Phoenix Wright: Ace Attorney – Spirit of Justice (conhecido no Japão como Gyakuten Saiban 6 “Turnabout Trial 6”) foi originalmente lançado para Nintendo 3DS em junho de 2016 sendo até então o game mais recente e o último lançado da franquia. Aqui, o enredo se divide em duas linhas: Phoenix Wright viaja para o país Khura’in para visitar Maya Fey, sua leal amiga de longa data, porém acaba se metendo no sistema da corte tribunal do país, já que precisa defender seu “guia turístico”, a todo custo. Ele acaba descobrindo que os advogados ali foram todos extintos e/ou banidos e todos os resultados de condenação dos que estão no banco dos réus fica por conta do ritual “Divination Séance” (que explicarei mais para frente, na parte de gameplay, da análise), determinando assim se a pessoa é culpada ou não.

No outro lado, temos Apollo Justice e Athena Cykes em Los Angeles, tomando conta e mantendo em boas condições a Agência “Faz-Tudo” Wright nesse tempo de ausência do chefe, porém a dupla se vê numa situação desesperadora e terá que sair logo dela: Apollo, com ajuda de Athena, terá que defender Trucy Wright em júri, pois a filha de Phoenix Wright foi acusada de homicídio durante sua performance em um show de mágica.

Todos eles, após alguns casos, irão (como sempre) se juntar para resolver o último e grande caso do game.

Controlando e reencontrando Phoenix Wright, Apollo Justice, Athena Cykes e Maya Fey, o game possui 5 casos, mais um episódio extra. A duração de cada caso é de aproximadamente 4h30 a 5h, dependendo do avanço do jogador, onde também vamos encontrar rostos familiares como Trucy Wright, Ema Skye e Miles Edgeworth, além de novos na franquia:

  • Maya Fey: sendo, anteriormente, uma das assistentes de Phoenix Wright e grande amiga que ajudou nesses anos todos, Maya é uma médium espiritual e está em fase final de treinamento para se tornar a líder da vila Khura’in. Aguarda ansiosamente para rever o amigo advogado;
  • Nahyuta Sahdmadhi: enfrentamos nesse game como inimigo o promotor Nahyuta, regente de Khura’in e monge do templo, onde sua crença fica em condenar os responsáveis por homicídios para que as vítimas possam descansar em paz;
  • Rayfa Padma: a sacerdotisa real e futura herdeira do trono real de Khura’in, Rayfa é a responsável por executar a “Divination Séance”, essencial para o tribunal e as defesas de Phoenix Wright no game, porém Rayfa odeia advogados de defesa e deixa isso muito bem claro em todas as suas interações com o nosso protagonista.

Apollo Justice: Ace Attorney Trilogy mostra, nestes três games, como a justiça dentro da franquia começou a ser abordada após seu terceiro game, em uma época mais sombria, onde todos começaram a desconfiar e até desacreditar na eficácia da verdade em um tribunal. Não é à toa que muitos jogadores falam, até hoje, que esses games mais recentes de Ace Attorney têm temáticas mais pesadas e até difíceis de acompanhar, seja nos diálogos ou até para apresentar pistas, por exemplo. Em sua maioria, o game Apollo Justice: Ace Attorney é o menos convidativo, “o mais difícil de acompanhar”, dando umas engasgadas e até dificultando para o jogador algumas horas, porém isso tudo melhora em Phoenix Wright – Ace Attorney: Dual Destinies, lançado muitos anos após seu antecessor e trazendo suavidade e simplicidade devido a nova tecnologia usada aqui e visando agradar novos jogadores fora dessa franquia investigativa.

Mas vale dizer aqui, também, e já deixar o gostinho de “quero mais”: todas, SIMPLESMENTE TODAS as histórias que Ace Attorney possui valem cada minuto dedicado a elas, então vale a pena prestar a atenção e ler cada pedacinho de diálogo disponível. As histórias, conectadas ou não, prendem a atenção do jogador do início ao fim, te levando a risos descontrolados e até choros sem fim. É uma emoção e plot twist atrás do outro, e tudo isso se liga a todo o universo da franquia.

Os Poderes para Descobrir a Verdade

Apollo Justice: Ace Attorney Trilogy permanece, obviamente, com a essência do início ao fim, e para quem ainda não conhece ou não se acostumou com o estilo de gameplay, explicarei aqui como funciona.

A franquia Ace Attorney tem o estilo “cartoon” e gênero visual novel, ou seja, todos os games da franquia são com interações point-and-click com diálogos infinitos, totalmente importantes para entender toda a trama da franquia e até se divertir com diálogos e piadas aleatórias.

A partir de cada caso, a gameplay se divide nesses aspectos: no começo, uma cena de crime tem que ser investigada, coletando pistas fundamentais. São coletadas informações e relatos de possíveis testemunhas que viram o crime acontecer ou que tem ligação com o caso em si. O jogador pode pressionar a testemunha para obter mais informações, contradizê-la ao ver que está mentindo apresentando uma prova contrária ao que a testemunha está relatando e, com isso, chegar à verdade.

Isso tudo se junta a uma jogabilidade intensiva no momento do julgamento do principal suspeito: o point-and-click aqui vira uma ferramenta fundamental para analisar pistas, analisar a fundo algum relato que não se encaixa nas pistas encontradas e, assim, evitar o veredito CULPADO do juiz (é aqui que os famosos “Hold It!”, “Take That!” e, claro, “Objection!” são gritados). Além, claro, de seguir sempre à risca a frase motto de Phoenix Wright – caso esteja totalmente perdido: “olhe as coisas de outra maneira; pense de cabeça pra baixo”, ou seja, inverta as coisas para achar a verdade, por mais doida que ela seja!

Nota: em todos estes momentos, eu acabo salvando a cada 2 minutos para não ter erro na hora de apresentar alguma evidência, o que pode ser muito difícil dependendo da pressão do momento do game. Aconselho a fazer o mesmo rs.

Vale lembrar, também, que em cada game da franquia Ace Attorney é possível ver alguma ferramenta nova ou algum “poder” novo brotando dos personagens, principalmente dos protagonistas, e aqui nesses três games com Apollo Justice não seria diferente.

Em Apollo Justice: Ace Attorney temos o poder do Apollo – O “Perceive”. Isso torna possível o jogador focar em algum movimento atípico de algum personagem que esteja interagindo, percebendo que os trejeitos/hábitos fora do comum mostram que aquela pessoa está mentindo ou ocultando alguma informação importante. É o famoso “não olhar nos olhos de alguém quando se está mentindo”.

Em Phoenix Wright: Ace Attorney – Dual Destinies temos a adição e junção dos três poderes dos protagonistas, e uma delas é graças a uma nova era possível através do Nintendo 3DS (e agora com esse port para os consoles da nova geração). O apetrecho de Athena Cykes, o Widget, é um deles: com o Mood Matrix que o apetrecho traz, o jogador é capaz de examinar as emoções das testemunhas e o que elas realmente estão sentindo em seu coração, evidenciando uma emoção nova e até contraditória em seus relatos e testemunhos, criando novas direções e revelando a verdade por trás de um relato (Ah sim, Athena diz que seus ouvidos tem o poder de serem sensíveis, mas até então, nada comprovado…).

Além da volta do poder “Perceive” de Apollo Justice e dos “Psyche Locks” com o Phoenix Wright, temos aqui com os três protagonistas o sistema de “revisualização” dos fatos: essa é a hora da lógica, que será usada aqui para rever os fatos que foram achados e juntar tudo numa única linha de raciocínio (um sistema que, muito provavelmente, saiu da ideia do que se é jogado em Ace Attorney Investigations: Miles Edgeworth). Escolher a lógica exata aqui é essencial para avançar na história, tendo risco de penalidade caso erre e, consequentemente, o “game over”.

E em Phoenix Wright: Ace Attorney – Spirit of Justice, além de termos a volta da visualização de prova em 3D e a obtenção de impressões digitais e também o uso de luminol para revelar sangue nas evidências, temos o retorno do sistema de “revisualização”, novidade que fica por conta do ritual “Divination Séance”. Esse sistema promete auxiliar ainda mais as investigações e os momentos de “cross-examination” em tribunal.

Como a suprema corte de Khura’in é totalmente devota espiritualmente e dedicada a esse método, o “Divination Séance” é um processo espiritual de chamado das almas/espíritos, que acontece através de uma dança realizada pela sacerdotisa real Rayla Padma, onde se é mostrado através do “Poço das Almas”, um poço d’água construído no meio da sala do tribunal, os últimos momentos de vida daquela alma em seu ponto de vista. Todas as cinco sensações desses últimos momentos da alma também podem ser apontados neste chamamento: o que ele cheirou, o que ele ouviu, o que tocou nele, o que ele viu e seu paladar.

Assim, o jogador pode contradizer e até entender melhor o que, de fato, aconteceu com a vítima minutos antes de falecer.

Nota: isso é muito parecido com o sistema disponível no game Ghost Trick: Phantom Detective, sucessor espiritual da franquia Ace Attorney. Já falamos dele aqui no REVIL.

Curiosidade aqui: toda a tecnologia recente presente nos últimos jogos da franquia Ace Attorney veio através e graças ao lançamento do game Professor Layton vs. Phoenix Wright: Ace Attorney, explicando assim algumas melhorias e adições. Lançado para Nintendo 3DS em novembro de 2012, o game faz um crossover entre as aventuras do famoso Professor Layton e também o famoso Phoenix Wright em um game de puzzles e investigações, ao excelente estilo Ace Attorney.

As Melhorias para o Tribunal

Apollo Justice: Ace Attorney Trilogy já mostra, logo de cara e no menu inicial, as suas melhorias gráficas trazidas para esse port: as cenas totalmente polidas e sem travamentos mostram o cuidado que a Capcom teve em entregar essa experiência novamente com alta qualidade em imagens. Tudo fica ainda mais gostoso de ser jogado.

Mesmo com a melhoria no port, vemos que é a partir de Phoenix Wright: Ace Attorney – Dual Destinies que a tecnologia chega à franquia: já em sua versão de Nintendo 3DS, há melhora gráfica nos traços dos personagens e outros quesitos, como em feições, sejam de felicidade, de medo, de aflições ou até naquele “Objection” bem apontado!

Vale lembrar também que o sistema de investigação da cena do crime e demais locais melhorou graças a tecnologia do Nintendo 3DS: toda a investigação fica disponível em cenário 3D, onde o jogador pode mover o ângulo da câmera, investigando os quatro cantos do local! E isso se estende ao momento do júri!

Cutscenes em formato anime e trilha sonora totalmente orquestral 3D foram adicionadas, deixando a franquia ainda mais com a cara da nova geração.

As adições desta coletânea ficam por conta do Story Mode e Autoplay: aqui, os dois podem até andar juntos, dependendo de quem for jogar. Como o nome já evidencia, o “autoplay” pode ser acionado pelo jogador por algum botão específico no joystick e simplesmente deixar o diálogo rolar (se você for viciado, igual eu, já sabe o que fazer na gameplay e isso é super bem vindo).

Já o Story Mode, como também já evidencia, é o modo “suave” de toda a franquia do Ace Attorney. Aqui, o jogador simplesmente deixa o controle de lado e aproveita toda a história como se fosse um “episódio de anime”. Os argumentos são refutados e a verdade é apresentada automaticamente, assim como as provas e contradições, deixando o jogador livre da responsabilidade de acusar alguém erroneamente. Ficar preso em algum caso? Nunca mais!

Porém, fica a dica: esses dois elementos, quando usados, impossibilitam as conquistas/troféus!

Tudo isso se junta a todos os cenários interativos e totalmente memoráveis. São lindos com todos os seus detalhes e peças essenciais e até curiosas para se interagir. E, claro, se junta também as soundtracks totalmente orquestrais, novas, e aquelas que já conhecemos dos três primeiros jogos, e também memoráveis a cada pista descoberta, a cada mentira apontada, a cada plot-twist escancarado na nossa cara!

Sim, a melhoria gráfica é super bem-vinda, com as feições dos personagens com qualidade. Tudo é mais visível, porém ainda há aquelas sensações nostálgicas e icônicas, conhecidas por muitos fãs.

Nota: devido os dois últimos games da franquia Ace Attorney terem sido lançados somente via digital no Nintendo 3DS, eu não consegui ter acesso para jogar e finalizar antes da coletânea. Foi só agora que eu consegui ter acesso. Isso mostra que algumas empresas, inclusive a Capcom, estão se preocupando em tornar os seus games mais acessíveis, deixando um pouco de lado essas exclusividades de cada console.

Além de trazer todas os conteúdos adicionais DLC’s de casos especiais lançados para os dois últimos jogos, Apollo Justice Ace Attorney Trilogy traz, também, um menu totalmente dedicado a mostrar tudo o que compõe esses três Ace Attorneys. O menu Museum é uma galeria recheada de conteúdos extras mostrando, por exemplo, e dedicando todo esse conteúdo aos fãs. Mostra, fase por fase, como os três games foram construídos, com visualizações nas artes conceituais, animações e até o especial “Orchestra Hall”, onde temos toda a trilha sonora para ouvir a vontade. A adição de tracks orquestrais especiais de comemoração de 15 anos da franquia é um plus. Os “novos advogados”, que irão aproveitar os games pela primeira vez, vão se viciar fácil.

OBJEÇÃO! Digo… OBJECTION!

Essa parte aqui é especialmente para relatar a triste falta de localização em português para mais essa trilogia de Ace Attorney!

Você não leu errado. Mesmo com a adição do idioma português do Brasil nos games da Capcom em vários “medalhões”, como eu gostei em Resident Evil 7, por exemplo, não ter a localização em um jogo que é praticamente feito somente de textos (o que, na minha visão, facilita todo o trabalho que teriam para localizar) é simplesmente uma tristeza sem tamanho para os fãs brasileiros de Ace Attorney (eu realmente acreditei que teríamos os games em português desta vez. Porém…).

Imagem meramente ilustrativa de como fico tendo que investigar tudo isso mais traduzir os diálogos para entender algo no jogo e avançar…

Vale a pena voltar para os tribunais?

Com essa coletânea trazendo mais três games essenciais para a franquia Ace Attorney, é realmente um privilégio ver a franquia chegando ainda mais em outros mercados para além do Japão. Agora, é esperar e torcer para um jogo totalmente localizado no idioma brasileiro. É sonhar com o nosso PT-BR aparecendo.

Além disso, é claro, vale lembrar que o produtor Kenichi Hashimoto confirmou, em entrevista para a 4Gamer, que a franquia não foi esquecida e nem aposentada, então é ficar na expectativa para as próximas notícias sobre Ace Attorney.

Vale dizer que todos os Ace Attorneys são super convidativos para os amantes de games de investigação. Cada reviravolta é uma emoção diferente, cada pista encontrada é uma alegria (ou até tristeza) a ser sentida, a cada “not guilty” escrito na tela é um grito emocionado diferente. É preciso, sim, bastante dedicação, atenção e foco para jogar os games da franquia, mas vale cada perrengue passado.

Nota: a franquia Ace Attorney sempre me conquistou por ter, na minha opinião, uma gameplay completa de investigação. Prestar atenção no diálogo e em todas as informações das pistas que coletados é realmente fundamental e primordial para prosseguir no game e entender todo o enredo, e isso é o mínimo que um game de investigação deve ter. Qualquer desatenção nos diálogos, principalmente, te faz perder todo o raciocínio. Games atuais como The Painscreek Killings e Scenes Investigators, por exemplo, são sim uma total evolução na temática investigativa, porém sem nenhuma das partes mais cômicas, divertidas, e a descontração que temos com os diálogos de Ace Attorney. Isso torna os games mais atuais pesados e, até mesmo, sem muitas horas de gameplay.

Ficha Técnica

Título: Apollo Justice: Ace Attorney Trilogy
Data de lançamento: 25 de janeiro de 2024
Versões: Playstation 4, Xbox One, PC (via Steam), Windows (via Xbox Games Store) e Nintendo Switch (versão digital ou física)
Para mais informações: https://www.ace-attorney.com/aj-trilogy/en-us/

Análise feita por Paloma Cristini em um sistema PlayStation 4 em cópia digital cedida pela Capcom Brasil.

Colaborou com a revisão deste conteúdo: Ricardo Andretto

Pontos positivos:
Gráficos melhorados;
OSTs nostálgicas e também melhoradas;
Enredo totalmente envolvente;
Conteúdo adicionais de encher os olhos;
Ótimo para treinar o seu nível de inglês.
Pontos negativos:
Ainda falta da localização PT-BR nos games da franquia Ace Attorney;
As interações antes vistas no DS e 3DS agora são limitadas;
Localização PT-BR novamente PORQUE SIM!
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