O REVIL foi convidado pela Capcom Unity Brasil para um hands-on em São Paulo das novas builds de Resident Evil 2. O encontro aconteceu antes dos recentes vazamentos que inundaram a internet pelos últimos dias, e em respeito à comunidade e ao trabalho desenvolvido no país, seguramos a emoção e não divulgamos nada… até AGORA!
Sim, já podemos falar que tivemos a oportunidade única de jogar o NOVO Resident Evil 2. Foram quatro horas de pura emoção e jogabilidade inédita por novas áreas, inimigos e claro, de Claire Redfield, de Leon S. Kennedy e de nostalgia das puras.
Quando tivemos a oportunidade de conhecer e bater um papo super descontraído com o produtor do jogo, Yoshiaki Hirabayashi, a sensação foi de culpa por não ter nenhum ponto negativo sobre o título para apontar – alguma melhoria sequer – naquele momento. Um dos últimos diálogos que tive com o profissional durante um café da manhã foi:
– Resident Evil 2 será um sucesso, Hirabayashi-San.
– Eu espero muito que sim, estou fazendo isso por todos vocês, fãs.
E foi assim que me entreguei ainda mais na expectativa, conseguindo perceber que, de fato, o jogo está sendo feito com muito amor, de fã para fã.
Diferente das outras vezes – que jogamos outras builds com duração máxima de 20 minutos – esse nosso novo encontro com a Capcom em São Paulo nos rendeu boas horas de jogatina descontraída e divertida. Cada parte tinha uma duração média de duas horas com particularidades e revelações interessantes.
Tivemos a oportunidade de explorar quase tudo que vai estar disponível na versão final de Resident Evil 2 – inclusive com novas áreas e inimigos desafiadores. Alguns conteúdos vamos manter em segredo para não estragar a experiência dos fãs no lançamento.
LEON: Carga emocional e muitas revelações
Começamos a nossa jogatina com a nova build de Leon que, diferente da primeira, não foca apenas em exploração e resolução de puzzles, mas também com novas revelações incríveis e certa pitada de cenas com carga emocional altíssimas.
O jogo começa em uma sala anterior ao estacionamento da delegacia. Logo quando chegamos aos portões do local, a primeira surpresa: Ada Wong. O visual da espiã vai estar exatamente como no trailer da Tokyo Game Show, com um sobretudo que remete muito ao usado por ela na versão 1.5 do game e um estiloso óculos escuro. Aparentemente esse não é o primeiro encontro de Leon e Ada, mas assim como no jogo clássico, a mulher insiste em ser um pouco ácida com o jovem policial.Depois de usar o cartão para abrir o portão do estacionamento nós finalmente chegamos às ruas de Raccoon City que são exploráveis – pelo menos uma pequena parte delas, que também indica a direção de chegada de algum dos dois protagonistas.
A segunda surpresa não demorou muito e logo veio à tona: a icônica loja de armas de Kendo. Conseguimos explorar e pegar alguns itens da loja, pois afinal: é uma loja de armas com munições e outras coisas mais (fica aí para interpretação do leitor).
Depois de algum tempo de exploração, eis que surge uma silhueta das sombras mais profundas da loja de armas: Robert Kendo aparece. Diferente de seu primeiro encontro com o vendedor no jogo clássico, este aqui está com uma carga emocional absurda – vocês ficarão muito chocados e tristes com a cena, segurem a ansiedade aí.
A cena que se passa é a melhor prova de que o diálogo e a interação entre os personagens estão um patamar acima – surpreendendo, mesmo com a simplicidade. Resident Evil é, e sempre deve ser, um jogo de terror chocante, e é exatamente assim que ele é apresentado.
Saímos pela porta dos fundos da loja e descemos para o esgoto da caótica cidade. Logo após andar por estreitos corredores, outra surpresa: o JACARÉ, ou alligator ou até mesmo crocoboy – apelido carinhoso que demos à B.O.W. durante a jogatina- que aparece em um dos corredores. Não vamos detalhar para não estragar a experiência de vocês, mas se preparem para morrer muito nesta parte do jogo. Outro inimigo que aparece aleatoriamente nos esgotos é o Baby-G – que vira um monstrengo horrível.Uma das maiores surpresas da demo é a oportunidade de jogar com Ada Wong. Em determinado momento, a espiã aparece trajando seu icônico vestido vermelho, o mesmo usado no clássico de 1998. Talvez, o diferencial mais impactante de sua gameplay seja uma nova arma de scan, chamado de “Visualizador de CEM“, é um pequeno dispositivo portátil que permite ver cabos elétricos e interruptores nas paredes – e também ligá-los e desligá-los. Isso é usado para inúmeros quebra-cabeças, e embora seja tudo muito simplista, ainda é muito desafiador.Uma das melhores partes é quando o jogador tem que percorrer uma área industrial tentando rastrear as linhas de energia para ligar um elevador. O lugar está cheio de zumbis, mas com bastante espaço para se esquivar deles ou utilizar granadas de flash e criar distrações. Tudo é orquestrado perfeitamente, com zumbis surgindo das sombras mais profundas quando você menos espera ou caindo de cima das escadas. Essa parte termina com Ada inconsciente e com o controle de volta para Leon.
CLAIRE: Exploração, puzzles e “novos” inimigos
Enquanto o gameplay de Leon se destacou pelas revelações e foi mais linear, sem muitos quebra-cabeças, o Claire se mostrou mais profundo e diferente, cheio de indas e vindas dentro da delegacia de polícia de Raccoon City. Há uma quantidade exorbitante de puzzles, que exigem atenção especial aos files e outros detalhes espalhados pelas salas da delegacia.
A gameplay de Claire começa na mesma localidade do final da demo anterior. Novamente vemos o primeiro contato com o chefe de polícia, Brian Irons, e de sua fuga com Sherry Birkin para as ruas da cidade.
Logo após esta cutscene, adentramos um pouco mais em direção a delegacia de polícia. O produtor de Resident Evil 2, Yoshiaki Hirabayashi, jogou ao vivo esta demo na Brasil Game Show. Nela temos o primeiro encontro com os lickers. Logo depois do confronto, ativamos a energia do elevador e subimos em direção a sala do delegado de polícia. A partir daqui, tudo é novo e diferente do que foi mostrado ao público até o momento.
Se locomover pela delegacia não é uma tarefa tão fácil. Não existem zumbis em todos os lugares, mas eles aparecem em corredores muito estreitos e isso dificulta bastante na esquiva, além de a maioria das portas estarem trancadas. Neste último caso, isso significa encontrar a chave necessária e, em outros casos, seguir uma rota muito maior, dando várias voltas por dentro da clássica delegacia.
O principal objetivo de Claire é encontrar o cartão que abre o portão da garagem e que dá acesso às ruas da cidade. Para encontrar este cartão, é necessário seguir uma série de puzzles por dentro da delegacia – e olha que são muitos, mas de “fácil” resolução se você reunir informação necessária com os files.
Só que procurar pistas de sala em sala é mais desafiador do que parece, sendo que a maioria delas possuem zumbis e lickers sedentos por sangue. Nos corredores há o mesmo problema com zumbis quebrando janelas e caindo, literalmente, na sua frente. Tudo isso já era um desafio e tanto, mas se você acha que não dá para piorar, é bom já ir se preparando.
O icônico vilão de Resident Evil 2, Tyrant T-103, conhecido carinhosamente como Mr. X pelos fãs, aparece. Para quem não conhece o monstro, ele é um inimigo imenso de casaco e, nesta versão, de chapéu. É incrivelmente lento, e o melhor que você pode fazer é fugir e atordoá-lo – mas mesmo isso exige muita munição, já que ele não é o único perigo. Você é obrigado a lidar com o fato de que esse Tyrant vai estar constantemente seguindo você por dentro da delegacia. É possível ouvir seus passos pesados sempre que ele está por perto, e se você ficar preso em um beco sem saída, saiba que terá sérios problemas.
Chega a ser engraçado, pois em determinado momento explorando as salas você começa a ficar um pouco confiante demais, até o momento que você percebe que não tem munição suficiente para todos os lickers e zumbis, e muito menos o Mr. X. Inclusive, depois de tanto me esquivar, acabei entrando em uma sala com DOIS lickers, TRÊS zumbis e claro, o Tyrant, e eu nem preciso contar como essa história terminou, não?
A build termina quando encontramos todas as partes eletrônicas necessárias para um puzzle na sala de Irons. Neste momento, algo acontece e o jogo muda para uma cena que envolve Irons e Sherry, que se encontram em um orfanato.
A riqueza dos detalhes
Resident Evil 2 é um clássico reimaginado para a nova geração. Com certeza não é um jogo 100% idêntico à sua primeira versão lançado para o PlayStation em 1998. Alguns detalhes importantes dão charme ao novo game da franquia. Vale ressaltar também que a configuração que jogamos NÃO é a versão final do jogo. Alguns detalhes merecem o devido destaque:
- Legendas totalmente em português: sem erros e sempre fiéis ao jogo, com uma única ressalva de que os Tyrants são chamados de “Tiranos“. Levando em conta que “Tyrants” são os nomes das B.O.W’s , esse detalhe incomodou um pouco;
- Gráficos espetaculares com o motor gráfico da RE Engine. A imersão gráfica é tamanha que é possível sentir que algo realmente importante afligirá Kendo só olhando pra ele;
- Ambientes intimidadores, escuros e alto teor de “satisfação” quando se resolve algum puzzle;
- Mapas dos locais com muito mais impacto se comparado com o da versão clássica do game, mostrando inclusive a localização de itens como munição e ervas;
- Atenção aos mínimos detalhes que fazem diferença, como o clássico vestido vermelho de Ada e a localização exata de onde você encontra o Mr. X pela primeira vez;
- O bom e velho Survival Horror está de volta.
Eu já estava completamente seduzido pela releitura de Resident Evil 2 e quanto mais tive a oportunidade de jogar, mais deu para notar como o título ficou perfeitamente equilibrado – no sentido de agradar todo o tipo de fã. Há uma harmonia satisfatória entre terror, ação, drama e jogabilidade. JANEIRO já pode chegar!
Agradecimento especial ao pessoal da Capcom Brasil pelo convite e aos parceiros do Combo Infinito, que contribuíram com parte de suas capturas da jogabilidade – por que a nossa falhou, e é por isso que é sempre bom ter amigos.Resident Evil 2 será lançado no dia 25 de janeiro de 2019 para PlayStation 4/PS4 PRO, Xbox One/Xbox One X e PC (Steam). No Brasil, somente as versões de consoles serão distribuídas de forma física pela Warner Games Brasil, com direito à fabricação nacional. O título chega ao País com legendas em português. Usuários do PC podem fazer a pré-compra de Resident Evil 2 na Steam.