Resident Evil 7 é um jogo que, apesar de dividir opiniões, é considerado um grande sucesso pela Capcom. Primeiro, por introduzir uma nova forma de trabalho na companhia com a RE Engine – o que proporcionou dois remakes, de Resident Evil 2 e Resident Evil 3, assim como jogos totalmente novos, Devil May Cry 5 e até Resident Evil Resistance, com foco multiplayer. Não dá para negar que o título também tem toda uma nova dinâmica de survival horror, onde o jogador assume a visão do personagem na luta por sobrevivência, e vendas consideráveis, que passam a marca de 7,5 milhões de unidades.
Mas como RE7 surgiu? E como conseguiu criar esse clima de tensão? Essa história é contada no livro Resident Evil 7: Biohazard Document File, lançado originalmente no japão em março de 2017. Em uma postagem, Gabriel Camara (via Armas e Trovões) detalha parte do conteúdo disponível na publicação onde a Capcom mostra preocupação com a franquia após Resident Evil 6.
No dia 4 de janeiro, em 2014, enquanto os funcionários da companhia voltavam com o primeiro dia de trabalho do ano, o CEO da empresa, Kenzo Tsujimoto, chamou Jun Takeuchi para o seu escritório e lá disse as seguintes palavras: “Resident Evil está com problemas. Você pode cuidar disso?”.
Mesmo com as vendas de RE6, havia um inquietamento de que ao priorizar a ação, os aspectos de horror estavam sendo deixados de lado, o que fez fãs antigos da franquia a ter opiniões mistas sobre o título. Apesar de ser bem sucedido, Tsujimoto queria evitar seguir pelo caminho mais fácil, repetindo simplesmente a ação do sexto jogo. Então, Takeuchi, que já tinha trabalhado com o clássico RE1 (1996) e RE5 (2006) assumiu o desafio. Foi ele que considerou a mudança para primeira pessoa, o que poderia intensificar o que Resident Evil é originalmente, mas para uma nova geração.
O que é Resident Evil? Mais do que qualquer outra coisa, é um game de horror, associado a ideia de explorar uma área com inimigos perigosos à espreita. É a obra que transmite um sentimento constante de que qualquer coisa pode te atacar, a qualquer momento, e seus recursos limitados demandam um gerenciamento de itens, que obrigam o jogador a lutar com o pouco que se tem na mão.
Suas armas mais poderosas podem até enfraquecer o medo de lidar com um inimigo, mas as munições escassas não te deixam confortável em momento algum. Se os itens acabarem, o horror multiplica. Esses são elementos que foram carregados por toda a série, e eles poderiam ser elevados para um novo patamar nas plataformas da próxima geração.
No fim, Resident Evil 7 acabou por renovar, de fato, a força da franquia. Sabemos que, apesar dos esforços, houve uma nova divisão de opiniões entre os fãs, mas em menor escala do que a discussão provocada por RE6. Todos esses detalhes – e muitos outros, como a pesquisa no mundo “real” para depois transportar a RE Engine – estão disponíveis no livro Resident Evil 7: Biohazard Document File, que vai ser lançado pela primeira vez nos Estados Unidos e está previsto para dezembro deste ano. A publicação inclui informações em inglês, com entrevistas, fotos de desenvolvimento, artes, entre outros. Terá 152 páginas em capa dura. O custo é de 29.99 dólares (cerca de R$ 162).
Apesar da versão dos Estados Unidos indicar que é a primeira vez que o livro será lançado em inglês, a versão original do material, de 2017, já constava com o idioma – além do japonês. Infelizmente, a Amazon não dá opção de envio para o Brasil do novo lançamento do produto, mas é possível procurar um intermediador para fazer a aquisição.
Essa visão com RE7 pode ter levado a Capcom a considerar o estilo para Resident Evil Village, sabiam disso? Destrinchamos o trailer do jogo em detalhes – clique aqui para ler.
Fotos via Amazon (livro americano / japonês)