Arte: Frank Alcântara

1998 – Raccoon City, a cidade morta e muitas perguntas

Chegamos naquela época do ano onde as antigas memórias dos eventos trágicos de Raccoon City atravessam a memória dos nossos heróis Jill Valentine, Claire Redfield, Leon S. Kennedy e Sherry Birkin. E para nós fãs da franquia Resident Evil, essa data nunca passa em branco.

Neste ano, nós da equipe REVIL resolvemos contar um pouco das versões que cercam esse incidente, começando com os acontecimentos de Resident Evil Zero e Resident Evil 1. Dessa vez, porém, seguimos contando um pouco sobre o aclamado clássico e suas versões de Resident Evil 2.

Resident Evil 2 foi lançado originalmente em 1998, dois anos (e podemos dizer com uma mega evolução ) após o famigerado Self-Title. O jogo pode ser considerado uma revolução para a franquia em si, já que sofreu muitas mudanças, não só gráficas, desde o seu antecessor, passando por alguns betas e, finalmente, deu as caras em 21 de janeiro de 1998. Seguindo até hoje como um dos mais queridos pelos fãs, inclusive pela maior parte da nossa equipe também, o jogo possui versões para PlayStation, Game ponto com, Microsoft Windows, Nintendo 64, Dreamcast e GameCube.

A trama central do jogo é sequência direta com os acontecimentos do primeiro, mas o jogador não precisa ter jogado o seu antecessor para compreender o enredo. Sendo o primeiro jogo do qual muitos fãs conheceram a franquia, somos apresentados a Leon e Claire, nossos protagonistas, que se perdem no meio de uma Raccoon City caótica e devastada, enquanto ela procura por notícias de seu irmão e ele tenta chegar ao trabalho depois de uma boa ressaca. Dividido em 2 discos, o jogo pode ser feito em 4 campanhas: Leon A e Claire B ou Claire A e Leon B. Curiosamente, esses cenários se complementam entre si, não importando a ordem que os jogue. Todavia, não só de conceito, coesão e aclamação é composto a história desse jogo, pois agora vamos contar um pouco das versões que a famosa jornada de Claire e Leon contém.

Versão Beta (1.5)

Resident Evil 1.5 deveria ter sido lançado em março de 1997 no PlayStation 1, sendo anunciado inicialmente no verão de 1996 e foi descartado a 70-80% de sua finalização, um mês antes do lançamento. De acordo com Shinji Mikami, o projeto inicial de Resident Evil 2 foi descartado devido a um descontentamento seu com vários aspectos do jogo. Essa versão não contava com a presença de Claire, apenas a de Leon, e sim de Elza Walker, uma estudante universitária da cidade apaixonada por motos. Aparentemente, nem tudo foi jogado para o alto, não é mesmo? Houveram outras alterações como inclusões de novos personagens e até mesmo mudança na personalidade de alguns personagens, como o chefe de polícia Brian Irons. Você pode conferir mais detalhes sobre essa versão na nossa área de betas no site.

Resident Evil: The Darkside Chronicles

Antes mesmo da reimaginação de 2019, o universo de Resident Evil 2 já havia ganho algumas reimaginações e uma delas está presente em Resident Evil: The Darkside Chronicles, mas especificamente no cenário Memories of a Lost City, no qual Leon narra suas lembranças daquele fatídico dia, nos transportando de volta a Raccoon City. Embora sob a perspectiva do Leon, o game permite reviver com riqueza de detalhes os acontecimentos de Resident Evil 2 e Resident Evil CODE: Veronica. O jogo se desenrola em primeira pessoa, estilo rail shooter, que balança bastante e reflete os movimentos e a tensão dos sobreviventes. Além disso, é possível escolher entre Leon e Jack Krauser. Originalmente lançado para Nintendo Wii, foi lançado em 17 de novembro de 2009, sendo depois relançado para PlayStation 3.

Resident Evil 2 (2019)

Com o famoso ‘We Do It’ em 2015, nasceu uma das reimaginações mais pedidas pelos fãs. Depois de um grupo criar uma versão remake, feita por fãs, de Resident Evil 2, a Capcom olhou com atenção e aceitou o desafio. Mais de 20 anos depois do lançamento do original, em 2019, Resident Evil 2 Remake ou Reimaginado finalmente chegou às mãos dos fãs da franquia. O jogo conta de forma diferente os acontecimentos que levaram ao encontro de Leon e Claire em Raccoon City. Bem, o jogo quase manteve sua base do original: quatro campanhas, dois personagens. O jogo possui algumas falhas, claro, mas é considerado um grande retorno às origens da franquia, especialmente porque ele nos leva a nostalgia de Raccoon City, agora com uma mudança gráfica incrível. Ninguém pode dizer que esse jogo não é bonito.

A reimaginação dos acontecimentos de Raccoon City traz Claire, Leon, Sherry e Ada Wong de volta aos holofotes da franquia. Ele narra, com algumas mudanças, a sua jornada pela sobrevivência, enquanto revive os horrores em uma atmosfera bem mais tensa que a primeira experiência em 1998. A versão chegou aos consoles da 8° geração em 25 de janeiro de 2019, curiosamente no mesmo mês do lançamento do original.

resident evil 2 remake

Saindo do universo dos videogames, Resident Evil 2 deu as caras em HQs, livros e, é claro, nos cinemas. E se você não se lembra, vamos listar essas versões também.

Série lançada entre 1998 e 1999 pela DC / Wildstorm Comics, contou com 16 histórias, sendo algumas inspiradas nos games da série e outras inéditas. O gibi obteve sucesso de vendas regular, mas nunca foi pensado como uma publicação regular, chegando ao fim em sua quinta edição. No final de 1999, as histórias foram publicadas, desta vez encadernadas em uma edição de luxo, sob o selo DC Comics.

RESIDENT EVIL – A CIDADE DOS MORTOS

Escrita pela autora Stephani Danelle Perry, autora de outros 6 livros da franquia, Cidade dos Mortos reconta a trajetória de Leon e Claire. Curiosamente, a jornada escolhida para ser contada por Perry é baseada nos cenários Leon A e Claire B, uma escolha ousada, já que não é a jornada canônica do jogo. Mas ela não errou no tom e detalha com bastante cuidado os caminhos seguidos por nossos heróis por dentro da famosa Delegacia de Polícia de Raccoon até os confins do Laboratório secreto da Umbrella.

Resident Evil, Paul Anderson e Milla Jovovich

A trama de Paul Anderson com Milla Jovovich traz os cenários e personagens clássicos enquanto navega em uma história própria. Ademais, Leon e Claire não se encontram de imediato nessa adaptação, muito menos dão as caras em Raccoon City. Mas, sim, alguns enredos da história dos dois é contada em Resident Evil 2: Apocalipse, por exemplo. Se você, assim como eu, assistiu o Apocalipse, claramente reparou que Angela foi inspirada na Sherry, que também tinha o vírus com ela. Claire deu as caras em Resident Evil 3: A Extinção, o filme seguinte, e até protegia um comboio (bem a cara de Redfield, isso mesmo). Porém, Leon e Ada também aparecem em Resident Evil 5: Retribuição. Claro que esses dois filmes não possuem muitos traços dos jogos, mas trazem nosso personagens e merecem a citação.

Bem-vindo a Raccoon City

Claramente, as adaptações cinematográficas da franquia acabam pecando no enredo enquanto tentam criar suas próprias versões. Assim como a franquia anterior, esse filme tenta trazer um pouco (até demais) dos jogos para a tela. Certamente ficaria difícil adaptar a saga Resident Evil em um filme, já que existem pouquíssimas falas dentro do jogo, o que faria o filme quase uma obra muda. Todavia, A Quiet Place existe para provar que um filme em silêncio é possível.

Mas voltemos a Resident Evil de Johannes Roberts, Resident Evil: Bem-vindo a Raccoon City. O filme até possui uma ideia curiosa e com BASTANTE easter eggs dos jogos, além de trazer os personagens principais do segundo jogo da franquia, como Leon, Claire, Ada e Sherry. O curioso é como Claire finalmente ganhou o protagonismo em alguma coisa, não sendo ofuscada pelo seu parceiro.

A adaptação de Roberts conta um pouco da história de Claire enquanto criava seu próprio universo. Dentro da trama, Claire (Kaya Scodelario) volta a Raccoon City para alertar seu irmão Chris (Robbie Amell) sobre experimentos que a Corporação Umbrella faz há anos com a cidade. Ela encontra com personagens memoráveis dos jogos, como Leon (Avan Jogia), Sherry (Holly de Barros) e Jill (Hannah John-Kamen), enquanto luta novamente para desmarcar a corporação e sobreviver a todo o caos que cerca a cidade.

Existem vários outros detalhes que cercam esse numerado da franquia, suas versões e adaptações e o REVIL possui um acervo detalhado e outras informações relevantes para os fãs, sejam elas sobre os jogos ou sobre as viagens que Resident Evil faz em outros universos.

Resident Evil 2 possui um grande espaço no coração dos fãs mais antigos da franquia e, sem sombra de dúvida, possui uma das melhores histórias já contadas na franquia. Contando com um rol de personagens icônicos, inimigos traumatizantes e lugares marcantes, com absoluta certeza o arco de Raccoon City segue como um dos maiores marcos na franquia.

Colaborou com a revisão do texto: Natália Sampaio