Em mais um rodada de avaliações de Resident Evil para nova geração, Gustavo Evans e Ricardo Muzykant analisaram as versões de Resident Evil 3 para PlayStation 5 e Xbox Series S. Os dois já deram seus vereditos para Resident Evil 2, um remake que deu início a uma série de releituras da franquia com a tecnologia RE Engine, da Capcom.
O fim de Raccoon City ganhou mais brilho com as atualizações entre gerações? Descubra na revisita dos autores ao jogo. A revisão dos conteúdos é de Natália Sampaio.
PlayStation 5
Por Gustavo Evans
A versão reimaginada de Resident Evil 3, assim como Resident Evil 2 e Resident Evil 7, também ganhou uma versão aprimorada para o Playstation 5 e Xbox Series. Dos quatro últimos jogos lançados da série, este talvez seja o mais polêmico, mas como já fizemos a análise dele na época de seu lançamento, hoje nós só vamos nos ater em falar das melhorias da sua versão nativa da nova geração.
Eu rejoguei a versão de PlayStation 5, graças ao upgrade gratuito que a Capcom oferece, e caso você tenha a versão de PS4 em disco ou na sua conta da Playstation Network. A nova versão oferece suporte à resolução nativa em 4K, áudio 3D, gatilhos adaptativos e altas taxas de frame, podendo rodar em até 120 quadros, caso você tenha alguma televisão ou monitor que suporte. Mas será que essa versão de nova geração é o suficiente para valer uma nova jogatina para aqueles que já terminaram (e até platinaram) o jogo?
A reimaginação do terceiro título da franquia é, sem dúvidas, um jogo que se destaca por sua jogabilidade ser menos cadenciada que o segundo. Embora sejam jogos muito parecidos em alguns aspectos, Resident Evil 3 é um jogo que eu considero mais dinâmico, não só em sua estrutura geral de narrativa, mas também de gameplay. Pode não parecer, mas a opção de esquiva que foi introduzida neste título torna os embates, e até as fugas, mais intensos e, se você for uma pessoa dedicada a ponto de querer dominar as mecânicas do jogo, vai certamente se divertir com o que o ele oferece. É aí que jogar isso tudo em altas taxas de frame é uma maravilha sem igual.
Como é bom jogar Resident Evil 3 em 60 ou mais quadros! Pra mim, sem dúvidas, de todos os três que ganharam melhorias nesse aspecto, é o que mais se beneficia nesse ponto. A exemplo de Resident Evil 2, ele também possui três opções gráficas, com ray tracing ligado, mas com fps variável quando em alta resolução; ray tracing desligado e rodando a praticamente 60 quadros em alta resolução; ou com 120 fps, mas tendo uma queda de resolução. Todas as opções são boas e, em todas, temos um jogo bonito, assim como ele já era em sua versão de Playstation 4. Independente do que você escolha priorizar, certamente vai ter uma boa experiência jogando.
A parte sonora também se destaca com o áudio 3D: sons e detalhes de ambientes que não eram perceptíveis antes, passam a ser. O único porém aqui foi a escolha criativa de não incluir muitos trechos de perseguição com o Nemesis parecidos com o que vemos com o Mister X no jogo anterior, o que seria incrível ter a mesma imersão. Mesmo com essa ausência, o jogo é muito competente sonoramente.
Sentir o peso das armas e dos tiros com o Dualsense, que também cumpre seu papel, mas não espere algo impressionante como acontece em alguns outros jogos. É legal, mas poderia ser melhor. Não que seja ruim, mas dá pra ver que o ponto do qual a Capcom menos trabalhou de todos os aprimoramentos que a versão nativa do PS5 pode oferecer. Isso talvez tenha ocorrido ou pela falta de entendimento sobre como o controle funciona ou, simplesmente, pela falta de tempo de produção. Independente de qual seja o motivo, tenho convicção que os próximos jogos da série que chegarem ao console podem ser melhor aproveitados. O potencial está bem ali.
Resident Evil 3 no PS5 brilha por seus aspectos técnicos e as melhorias colocadas nessa versão fazem valer muito a pena um replay desta campanha. Gostando ou não das decisões criativas, é uma versão que deve ser sim, conferida.
Pontos positivos:
+ Áudio 3D imersivo;
+ Várias opções gráficas e de performance;
+ Melhor desempenho com o modo ray tracing.
Pontos negativos:
– Funções mal aproveitadas dos controles adaptativos (Dualsense).
NOTA
8,5*
Xbox Series S
Por Ricardo Muzykant
Embora as reimaginações de Resident Evil 2 e Resident Evil 3 tenham deixado dividido a opinião entre a maioria dos gamers, ambos foram um grande sucesso de vendas, sendo impulsionados pela nostalgia dos fãs de longa data. Agora, após dois anos do lançamento de RE3, temos sua nova versão para a geração nova de consoles.
O jogo foi testado na versão mais econômica do console da nova geração da Microsoft: o Xbox Series S que, por ser o console mais acessível, não roda games em 4K nativamente e, dito isso, já podemos começar por aí. Mas onde Resident Evil 2 parece não falhar nesta nova versão, o nosso querido RE3 (ou nem tão querido assim) obtém uma performance melhor.
Ao que parece, a balança entre RE2 e RE3 se inverteu, pelo menos do ponto de vista gráfico e de desempenho, visto que a fuga de Jill e Carlos de Raccoon City apresentou melhores resultados de performance frente às atualizações que ambos os títulos tiveram.
E, agora, à análise!
O game roda nos mesmos moldes de resolução de RE2, entretanto é na taxa de quadros que encontramos o grande mérito de RE3 frente a seu antecessor.
Com o Ray Tracing desligado, temos uma resolução melhorada, com os loadings extremamente rápidos e a taxa de quadros cravada a 60fps. Neste modo, a jogabilidade fica excelente e enfrentar ou correr do Nemesis te dão uma experiência muito mais satisfatória. Lógico que não temos grandes melhorias gráficas, principalmente em comparação à versão da antiga geração, mas a performance do jogo já é o suficiente para querermos jogar nos novos consoles da Microsoft.
A grande surpresa fica por conta do modo com o RT LIGADO. Aqui, temos sombras e reflexos melhorados, assim como em RE2, o que aprimora toda a atmosfera do jogo. Mas, diferentemente da segunda reimaginação da Capcom, em RE3, os reflexos são mais perceptíveis em superfícies comuns, como nos murais e, até mesmo, na lataria do trem do metrô. A iluminação também fica muito mais sutil e natural e sem a presença de bugs, tão presentes em RE2.
Ainda encontrei um pouco de ruído nas sombras na área do laboratório, mas nada que tire a atenção do jogo. A taxa de quadros se mantém estável, tendo pouquíssimas quedas perceptíveis aos olhos. Tornando assim, o modo RT muito bem-vindo ao game, visto que é possível ter uma qualidade gráfica maior com um desempenho bom.
Em síntese, UPGRADE que Resident Evil 3 recebeu para a atual geração de consoles não supre todas as expectativas criadas, mas atende ao que se propôs. Como a atualização é gratuita para quem já tem uma cópia do game, o novo modo é bem-vindo mesmo que não trazendo grandes diferenciais sem afetar o desempenho.
OBSERVAÇÃO: Não foi possível testar o modo de 120hz, pois não tínhamos um monitor adequado disponível.
Pontos fortes:
+ Upgrade gratuito para quem já possui os jogos;
+ Taxa de quadros melhorada;
+ Tempo de carregamento reduzido.
Pontos fracos:
– Modo Ray Tracing instável;
– Bugs visuais;
– Não foi uma grande evolução visual.
NOTA
7* (PELO ESFORÇO)
*A nota final (geral) é uma média entre a consideração do primeiro (8.5) e do segundo avaliador (7).
As imagens presentes entre as análises são de divulgação de Resident Evil 2 para a nova geração. Não há a indicação de console onde as capturas foram realizadas.