Arte: Frank Alcântara

Análise – Resident Evil 2 – PlayStation 5 e Xbox Series S

Resident Evil 2, lançado originalmente em 2019, ganhou versões com atualizações neste ano para a mais recente geração de consoles no mercado, PlayStation 5 e Xbox Series X | S. O jogo também recebeu melhorias gratuitas no PC (Steam). Por conta disso, dois membros da Equipe REVIL reanalisaram as versões do remake. Será que deu bom? Valeu o esforço da Capcom em trazer RE2, que já funcionava nos novos aparelhos retroativamente (PS4 e Xbox One), de novo?

Descubra na visão de Gustavo Evans (Gusta, aos íntimos), o mais novo colaborador do site, e Ricardo Muzykant, que reestreia na Equipe. A revisão dos conteúdos é de Natália Sampaio.


PlayStation 5

Por Gustavo Evans

Em 2022, Resident Evil 2 (2019) ganhou uma versão nativa para Playstation 5 e Xbox Series, agora tendo suporte para as diversas melhorias que os consoles de nova geração possibilitam. Eu rejoguei a versão de Playstation 5, já que minha versão de PS4 recebeu o upgrade gratuito para nova geração. De fato, essa versão oferece muitas vantagens, mas seriam o suficiente para valer uma nova jogatina para aqueles que já terminaram (e até platinaram) o jogo?

Entre as melhorias prometidas na versão de PS5, temos os gatilhos adaptativos para o controle Dualsense, resolução em 4K, Audio 3D, ray tracing e o jogo rodando em altos frames, podendo chegar aos 120 FPS. Não é nada muito diferente que a maioria dos outros jogos da geração passada que ganharam versões nativas para a nova geração, porém impressiona como algumas dessas novas opções fazem toda a diferença quando você revisita o jogo, principalmente se está há muito tempo sem jogar.

Começando pelas opções mais notáveis, o ray tracing e alta taxa de quadros. Para rodar Resident Evil 2 no PS5 a 120 quadros você precisa ter uma televisão ou monitores adequados que ofereçam essa opção. Você ganha desempenho, mas perde em resolução, como esperado. A opção que mais me agradou foi a de ray tracing desligado e alta taxa de quadros. Aqui o jogo roda praticamente 60 frames constantes e 4K, sendo a opção que mais equilibra desempenho e qualidade visual e, pra mim, é um salto imenso em relação à versão de PS4. Há também o modo ray tracing que ao ser ligado, deixa a taxa de quadros inconstante, algo semelhante ao que ocorre com Resident Evil Village. Na maior parte do tempo, você vai ter os 60 quadros ou algo próximo disso e, mesmo assim, quedas vão ocorrer, mas, caso você não se importe, é uma opção que ao menos vale conferir. Evidentemente que o jogo fica mais bonito, mas, na minha experiência, não fez tanta diferença assim. Eu recomendo o teste para ver qual opção melhor se encaixa ao seu perfil.

Outra opção interessante é a dos gatilhos adaptativos para o novo controle da Sony. Apesar de não ser tão acentuado quanto em alguns outros jogos, você sente o peso da arma e dos tiros, o que é bem legal. O áudio 3D, pra mim, é quem brilha mais: Uma série como Resident Evil, onde a parte sonora é muito importante para a atmosfera em si, deixa tudo ainda melhor. Ouvir os passos do Mister X aumentando gradativamente a ponto de saber de onde ele vem é fantástico. Enquanto eu jogava, muitas vezes eu pude desviar minha rota justamente por isso, inclusive de zumbis comuns que antes eu não ouvia, mas, agora, até um mínimo arrastar de pés nos corredores da delegacia podem ser ouvidos de longe. Todos esses sons juntos fazem do ambiente mais aterrorizante ainda. É muito legal ver como acertaram nesse ponto, já que, em Village, a ambientação sonora é um dos quesitos que mais me chamaram a atenção na versão PS5.

A versão aprimorada de Resident Evil 2 vale muito a pena. É o jogo que você já conhece, mas, melhor. Se você já tem o jogo ou simplesmente quer comprar para repetir a experiência em um novo vídeo game, vale muito a pena. Jogar em altos frames, alta resolução e com o áudio 3D, faz dessa versão ainda mais especial.

Pontos positivos:

+ Áudio 3D imersivo;
+ Várias opções gráficas e de performance;
+ Melhor aproveitamento dos gatilhos adaptativos do Dualsense.

Pontos negativos:

– Modo raytracing ligado pode deixar a taxa de quadros instável.

NOTA

8,5*


Xbox Series S

Por Ricardo Muzykant

Os reimaginados Resident Evil 2 e Resident Evil 3 deixaram impressões distintas na maioria dos gamers. Enquanto RE2 alcançou um excelente status entre críticos e público, RE3 já não obteve o mesmo prestígio, mas juntos foram um sucesso de vendas catapultados pelo desejo de nostalgia dos fãs.

Isto posto, após três anos do lançamento de RE2, finalmente chegou sua nova versão para a geração nova de consoles. Ao que parece, a balança entre os dois games se inverteu, pelo menos do ponto de vista gráfico e de desempenho, no qual o RE3 se saiu melhor – vocês poderão entender mais em uma nova análise de RE3 para Xbox Series, que ser publicada em breve no site.

Mas vamos dar uma conferida no Resident Evil 2.

O jogo foi testado na versão mais econômica do console da nova geração da Microsoft: o Xbox Series S que, por ser o console mais acessível, não roda games em 4K nativamente e, dito isso, já podemos começar por aí. Se você, leitor, estiver saindo de um Xbox One S para jogar RE2 em um Series S, vai notar logo de cara a resolução melhorada. Rodando o game com o Ray Tracing DESLIGADO, nós temos 1440p de resolução e uma taxa de quadros de 60fps, que funciona muito bem, sendo raras as oportunidades de se reparar em quedas na taxa de quadros ou em bugs relacionados a gráficos. Neste modo, aquele velho ruído em sombras retorna, o que é uma surpresa. Afinal, era de se esperar que esse tipo de erro fosse retrabalhado para consoles mais fortes. Há uma melhora sutil nas texturas e uma grande melhora no tempo de loading que, no Sereis S, é de aproximadamente 2 segundos, o que é simplesmente rápido.

Isso tudo é, obviamente, esperado em máquinas melhores que os consoles da última geração. Porém, você pode estar pensando agora: “e como fica o famoso traçado de raios?”. Bom, é aí que o game apresenta seus problemas.

No geral, ao utilizarmos o modo Ray Tracing, notei que há um tom mais natural para as sombras no jogo e não temos mais aqueles ruídos do antigo sistema de iluminação. Agora, já o efeito de reflexos e sombras é mais sutil e tem uma considerável melhora sobre o que tínhamos na geração passada. Esse sistema parece trazer reflexos de menor resolução que o resto do cenário, mas nada que vá distrair você da jogatina. O intrigante com relação aos novos e melhorados reflexos é que eles não se aplicam a todas as superfícies que poderiam refletir algo, sendo os ESPELHOS o maior exemplo. Sim, os espelhos do game não têm reflexos no modo que basicamente foca neste quesito. Superfícies como murais também não utilizam o traçado de raios, o que deixa o jogo um pouco inconstante.

Falando sobre elementos inconstantes, neste modo, o jogo roda na resolução de 1440p com o objetivo de rodar a 60fps, mas é bem nítido que a taxa de quadros fica enlouquecida com as melhorias gráficas e não consegue se manter constante. Durante nossa jogatina, encontramos alguns bugs de iluminação que só aconteceram no modo RT, como a iluminação que ficava estranha quando havia alguma interação com o cenário, como as portas e os cadeados.

Se você não tem problemas com a instabilidade da taxa de quadros e com alguns bugs de iluminação, então o modo que melhora as sombras e reflexos do jogo pode ser a melhor pedida. Entretanto, se você valoriza uma gameplay mais fluída, o modo com o RT desligado é o mais indicado, pois, mesmo que apresente poucas melhorias gráficas, ainda é o modo mais gostoso de se jogar.

Em síntese, UPGRADE que Resident Evil 2 recebeu para a atual geração de consoles não supre todas as expectativas criadas e tem algumas falhas inesperadas. Entretanto, acrescenta opções bacanas a ele. Como a atualização é gratuita para quem já tem uma cópia do game, o novo modo é bem-vindo mesmo que não trazendo grandes diferenciais sem afetar o desempenho.

OBSERVAÇÃO: Não foi possível testar o modo de 120hz, pois não tínhamos um monitor adequado disponível.

Pontos fortes:

+ Upgrade gratuito para quem já possui os jogos;
+ Taxa de quadros melhorada;
+ Tempo de carregamento reduzido.

Pontos fracos:

– Modo Ray Tracing instável;
– Bugs visuais;
– Não foi uma grande evolução visual.

NOTA

7* (pelo esforço)


*A nota final (geral) é uma média entre a consideração do primeiro (8.5) e do segundo avaliador (7).

As imagens presentes entre as análises são de divulgação de Resident Evil 2 para a nova geração. Não há a indicação de console onde as capturas foram realizadas.

Nota final
7.7