Arte: Frank Alcântara

Análise – Resident Evil: Death Island

Resident Evil: Death Island já está circulando com a tão aguardada reunião dos maiores protagonistas da franquia. Chris Redfield, Jill Valentine, Rebecca Chambers, Leon S. Kennedy e Claire Redfield finalmente tiveram um encontro e, diga-se de passagem, um digno com risos, ação e lágrimas, caso você seja um fã mais sentimental, assim como esse que vos escreve. Sem delongas, vou falar sobre o tão famoso Vingadores da Capcom [piadinha para os twitteiros que amam a Marvel].

Death Island já começa no estilo Resident Evil Vendetta (Resident Evil: A Vingança). Cheio de cenas de ação, o filme nos arrasta por um flashback dos eventos de Raccoon City. Nesta parte, a produção lembra um pouco as cenas iniciais de Resident Evil 2: Apocalipse onde há uma ponte de Raccoon e os civis são afastados enquanto os figurões da cidade – e protegidos da Umbrella – escapam sem problema nenhum. Somos também apresentados ao nosso vilão principal, Dylan. Aqui ele é apenas um soldado da corporação – ao contrário do que foi especulado inicialmente por alguns, o personagem não tem nenhuma ligação com Carlos Oliveira e Jill. Dylan tenta sobreviver ao caos de Raccoon, mas acaba preso com seus companheiros e tendo que tomar uma decisão que o persegue até o ano de 2015, onde acontecem os eventos de Death Island.

Após a cena inicial, o espectador é levado aos eventos principais do filme juntamente com os personagens em destaque. O filme divide bem o protagonismo dos personagens dando gosto para quem ama tanto Leon e Jill ou Chris, Rebecca e Claire. Em quase 1 hora e meia assistindo, você sente que nenhum personagem foi deixado de lado e todos são essenciais para a trama funcionar corretamente. Leon, como sempre, é responsável por uma cena de perseguição incrível. Ao contrário de Vendetta, um filme repleto de adrenalina e piruetas um tanto surreais, Resident Evil: Death Island é um filme mais realista, mas ainda com algumas emoções à flor da pele.

Chis e Jill Valentine em Resident Evil: Death Island

Jill Valentine finalmente está de volta – sim, não era só propaganda – e ela realmente é o centro do filme. Além de marcar o seu retorno para os holofotes da franquia, lugar que ela nunca deveria ter saído, é possível sentir todo o peso dos eventos após Resident Evil 5 e, ainda, Resident Evil 3 (2020). A eterna S.T.A.R.S. tem que enfrentar um vilão que não soube lidar com os seus problemas e quer culpar o mundo pela morte do seu melhor amigo, enquanto a própria Jill luta mentalmente com ela mesma.

O protagonismo feminino no filme é o que esperamos da franquia, que nos entregou Resident Evil Zero, Resident Evil 2 e RE3. Jill, Rebecca e Claire não são donzelas em perigo. Elas sabem se virar e ainda salvar a pele de todo mundo. Rebecca, como sempre, vem para resgatar o time quando você pensa que não tem mais esperanças. Durante uma cena que é bem emocionante, onde Jill é obrigada a fugir, Rebecca aparece e faz o que sabe de melhor.

Death Island pode não acrescentar muito à narrativa da franquia em geral, mas sem dúvida entrega uma trama fechada e deliciosa. É uma história que sabe acrescentar personalidade aos mais antigos membros da franquia e ainda adicionar um pouco de nostalgia com completas referências. As duplas Jill Valentine e Leon S. Kennedy, assim como Claire e Chris Redfield entregam cenas de batalhas coesas e sem necessidade de um personagem ofuscar o outro, com um grande trabalho de equipe.

A animação sim é boa, mas também tem algumas cenas completamente desnecessárias como, por exemplo, a do licker onde Jill e Leon são obrigados a ficar completamente imóveis – a cena não é ruim e é compreensível a situação que eles se encontram, porém o corte que há nela me parece feita por uma pessoa com um certo tipo de fetiche. Claramente as lutas entre Maria, que esteve em Vendetta, e Leon são repletas de sexualização desnecessária – novamente, não é algo que estragam o filme, mas também não acrescentam e poderiam ter sido um pouco mais moderadas.

Apesar de ter algumas falhas, Resident Evil: Death Island entrega um entretenimento de qualidade, algo que pode ser visto em Resident Evil Degeneração, por exemplo. Sem dúvida o filme faz o que promete, é uma grande reunião entre os maiores nomes da franquia Resident Evil, com cenas de ação, suspense e bastante tensão.

Colaborou com a revisão deste conteúdo: Ricardo Andretto

Pontos positivos:
Cenas de ação realista;
Destaque igual para cada personagem.
Pontos negativos:
Sexualização desnecessária em algumas partes.
7.5